4 METODOLOGIA EXPANDIDA
4.4. Modelo utilizado para a avaliação da atenção em saúde bucal
Adotou-se o modelo de avaliação proposto por Colussi (2010), composto pelas dimensões Gestão da Saúde Bucal e Provimento da Atenção Básica em Saúde Bucal. Foram utilizadas as questões para avaliação da dimensão Gestão da Saúde Bucal, com quatro subdimensões: Atuação intersetorial, Participação popular, Recursos Humanos e Infraestrutura. Cada subdimensão, foi avaliada por meio de quatro indicadores, para avaliação da efetividade, eficácia, relevância e eficiência (QUADRO 5).
Foram realizadas adaptações em alguns dos indicadores, em função do padrão de resposta dos municípios a saber:
Na dimensão Atuação Intersetorial o indicador de efetividades que mensurou o acesso ao flúor, em detrimento ao questionário original proposto por Colussi, foi acrescido além das opções fluoretação total e não existência de fluoretação a opção fluoretação parcial das águas de abastecimento.
Na dimensão Recursos Humanos, o indicador de efetividade, que mensurou a paralização dos serviços de saúde bucal por falta de recursos humanos, foi adaptado considerando a interrupção de quatro dias consecutivos ao invés de dois dias, pois considerou-se avaliar melhor problemas no serviço, pois paralisações de dois dias acontecem em situações de recessos e feriados nacionais e municipais.
Na dimensão infraestrutura, o indicador relevância, que mensurou a assistência especializada, diferente da matriz original, optou-se pela avaliação do número de especialidades para as quais o município realizava referência, atingindo pontuação máxima quando incluía as cinco especialidades dos Centros de Especialidades Odontológicas- CEO.
Quadro 5: Indicadores utilizados para avaliação da gestão dos serviços de saúde bucal no Estado de Minas Gerais
*Na matriz original, foi obtido 0% de domicílios atendidos por água fluoretada. Essa informação não foi obtida em MG. Como 17,5% dos municípios respondentes não possuíam flúor na água de abastecimento, optou-se por trabalhar com esse indicador (presença de água fluoretada) acreditando-se que possua poder discriminatório. ** Variável original é quantitativa. Tendo em vista que a maioria dos municípios respondentes não financiou a participação de delegados cirurgiões-dentistas na Conferência Estadual de Saúde, essa variável foi dicotomizada, da mesma forma que o fez a autora original da matriz de indicadores. *** Foi considerada a interrupção de quatro dias consecutivos ao invés de dois dias, pois considerou-se avaliar melhor problemas no serviço, pois paralisações de dois dias acontecem em situações de recessos e feriados nacionais e municipais. **** Diferente da matriz original, optou-se pela avaliação do número de especialidades para as quais o município realizava referência, atingindo pontuação máxima quando incluía as cinco especialidades dos Centros de Especialidades Odontológicas. ***** Na matriz original, foi avaliado o percentual de investimento em Saúde Bucal do total investido em saúde. Houve uma alta taxa de não resposta para as variáveis necessárias para o cálculo deste indicador. Ele foi substituído pela ocorrência de interrupção do trabalho devido à falta de materiais de consumo. As informações obtidas no CNES se referem ao ano de 2017.
INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DA GESTÃO DA SAÚDE BUCAL FONTE
ATUA ÇÃO INTE RS ET ORIA L
Relevância Desenvolvimento hábitos saudáveis
% de escolas com controle de alimentos nas
cantinas Relato do gestor
Efetividade* Acesso ao flúor
Existência de fluoretação na água de abastecimento
Ausência de abastecimento ou abastecimento parcial: não (0)
Presença de abastecimento: sim (1)
IBGE
Eficácia Vigilância do teor de flúor na água de abastecimento
Existência de coletas sistemáticas do teor de flúor
na água de abastecimento; Não (0); Sim (1) Relato do gestor Eficiência Saúde bucal na escola % de escolas públicas com práticas de escovação
dental pós-lanche Relato do gestor
P
ARTICIP
AÇÃ
O P
OPULAR
Relevância Informação em saúde % de unidades de saúde que possuem material
educativo e de informação em saúde bucal Relato do gestor
Efetividade Saúde bucal no controle social
Existência de, pelo menos, uma deliberação referente à saúde bucal na conferência municipal
mais recente Não (0); Sim (1)
Relato do gestor
Eficácia Saúde bucal no conselho municipal de saúde
% de reuniões do Conselho Municipal que
discutiram algum tema sobre saúde bucal Relato do gestor
Eficiência**
Participação na conferência estadual de
saúde
Existência de delegados cirurgiões-dentistas na última conferência estadual de saúde financiado
pelo município Não (0); Sim (1) Relato do gestor RECURS OS HU M AN OS
Relevância Acesso ao dentista Número de horas de cirurgião-dentista/
população IBGE/CNES
Efetividade** *
Paralisação do serviço de saúde bucal motivado por falta de recursos humanos
% de unidades em que houve interrupção de atendimento por mais de quatro dias consecutivos, por falta de profissional de saúde
bucal
Relato do gestor
Eficácia Presença de saúde bucal na estratégia Saúde Família
% de Equipe de Saúde da Família com saúde bucal
CNES/Relato do gestor Eficiência Trabalho em equipe Razão Auxiliar de Saúde Bucal + Técnico em
Saúde Bucal/Cirurgião-dentista CNES
INFRAES
TRUTURA
Relevância**
** Assistência especializada
Número de especialidades referenciadas pelo município, considerando como máximo as cinco
especialidades do Centro de Especialidade Odontológica (Diagnóstico, Periodontia, Cirurgia
Oral Menor, Endodontia e Atendimento a portadores de necessidades especiais)
Relato do gestor
Efetividade Acesso ao serviço de saúde bucal
% Unidades Básicas de Saúde (UBS) com atendimento de saúde bucal (Número de UBS
com atendimento de saúde bucal/ número de UBS no município)
Relato do gestor
Eficácia Adequação da capacidade instalada
Número de consultórios odontológicos/total da
população CNES
Eficiência*** **
Disponibilidade de material de consumo
UBS interrompeu serviços por mais de dois dias consecutivos devido à falta de material de
consumo Sim (0); Não (1)