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Modelos aplicados a sistemas contendo moléculas com características aminoácidas

CAPÍTULO 2 – R EVISÃO B IBLIOGRÁFICA

2.6 Modelagem termodinâmica

2.6.3 Modelos aplicados a sistemas contendo moléculas com características aminoácidas

As correlações de coeficientes de atividade e solubilidade de aminoácidos foram o foco de muitos estudos.

Chen et al. (1989), combinaram o modelo de NRTL com a formulação de Pitzer- Debye-Huckel para calcular o coeficiente de atividade de aminoácidos e peptídeos em soluções eletrolíticas.

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Gupta e Heidemann (1990) utilizaram o modelo UNIFAC modificado para calcular o coeficiente de actividade de aminoácidos em água e usados os mesmos parâmetros do grupo de prever as solubilidades de antibióticos na água. Já Pinho et al. (1994) introduziram termos de ionização das espécies do tipo Debye-Huckel no modelo UNIFAC para relatar o coeficiente de atividade de diferentes espécies iônicas resultando a ionização das moléculas de aminoácidos.

Gude et al. (1996) correlacionaram dados experimentais de solubilidade de sete aminoácidos em água + 1-butanol através da solubilidade de excesso aplicada no modelo de Margules.

Coutinho e Pessoa (2004) propuseram uma modificação do modelo UNIQUAC estendido para a descrição da não idealidade de soluções de proteína. Neste modelo, a contribuição combinatória Staverman-Guggenheim utilizada no modelo UNIQUAC estendida foi substituída por um termo Flory-Huggins.

O trabalho teórico de Ferreira et al. (2004) focou na aplicação da abordagem de solubilidade de excesso com modelos termodinâmicos convencionais, como o modelo de Margules, Equações de Wilson e NRTL. Apesar destes modelos convencionais não considerar com precisão os efeitos da hidrofobicidade, o modelo NRTL permitiu uma boa representação.

Pazuki e Nikookar (2006) aplicaram os modelos NRTL, NRTL modificado e Wilson modificado para predizer o coeficiente de atividades de aminoácidos e peptídeos simples em água, obtendo bons resultados quando comparados a dados experimentais disponíveis na literatura. Vários autores também usaram o modelo de Wilson modificado, obtendo resultados em concordância com dados disponíveis na literatura (PAZUKI et al., 2007; SADEGHI, 2007; XU et al., 2004).

Para representar o equilíbrio sólido-líquido de sistemas aquosos de aminoácidos e álcoois, Ferreira et al. (2008) combinaram a abordagem da solubilidade de excesso com as equações NRTL, NRTL modificado, UNIQUAC e também com o modelo apresentado por Gude et al. (1996), obtendo o desvio médio máximo e mínimo de 38,4% e 9,1% respectivamente, para L-treonina em mistura água/etanol utilizando a última combinação.

Tseng et al. (2009) usaram o modelo NRTL para prever as não-idealidades nas soluções de cinco aminoácidos em água pura a 25 °C, concordando os resultados obtidos com dados da literatura. Mota et al. (2009) aplicaram o modelo NRTL-SAC com sucesso para estimar solubilidades de fármacos. Os dados de solubilidade em solventes orgânicos puros foram usados para ajustar os parâmetros do modelo de soluto, que foram utilizados em

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Italla Medeiros Bezerra Tese de Doutorado – PPEQ – UFBA

um solvente. Este modelo mostrou-se uma ferramenta adequada para representar e predizer a solubilidade destas moléculas.

Khoshkbarch e Vera (1996), Liu et al. (1998) e Pazuki et al. (2006) adotaram a teoria da perturbação para a predição de coeficientes de atividade de sistemas aquosos contendo aminoácidos e peptídeos.

Rudolph et al. (1999) aplicaram o modelo de Khoshkbarchi e Vera (1996) para descrever a solubilidade de ampicilina e amoxicilina e seus precursores (PG, HPG e 6-APA) em água pura, como função de temperatura e pH. Nos sistemas de solvente misto (água + butanol) as solubilidades foram descritas razoavelmente com o modelo de GE proposto por Gude et al. (1996).

Rudolph et al. (2001) verificaram que um modelo termodinâmico simples tal como o modelo de Gude et al. (1996) ou a sua versão modificada com apenas um parâmetro ajustável pode descrever o comportamento de fases da ampicilina, amoxicilina e seus precursores em água + 1-butanol razoavelmente bem.

Santana et al. (2010) também aplicaram o modelo de Khoshkbarch e Vera (1996) para a ampicilina e seus precursores, descrevendo qualitativamente a solubilidade em água para a ampicilina e HPG, porém não sendo capaz de descrever para 6-APA.

Ji et al. (2009) e Seyfi et al. (2009) aplicaram a equação SAFT para correlacionar solubilidade de aminoácidos em soluções aquosa e eletrolíticas, respectivamente, à 25 °C.

Fuchs et al. (2006) usaram a equação de estado PC-SAFT para calcular a solubilidade de aminoácidos em solução aquosa em função do pH, obtendo boa concordância com os dados experimentais. Cameretti e Sadowski (2008), Daldrup et al. (2010), Ferreira et al. (2008), Held et al. (2011), Held et al. (2014) e Ruether e Sadowski (2009) também obtiveram bons resultados a partir desde modelo para sistemas contendo aminoácidos e fármacos em diferentes temperaturas e composição de solventes. Kleiner et al. (2009) mostraram a aplicabilidade deste modelo na descrição da solubilidade do paracetamol em diferentes solventes e misturas de solventes.

Franco e Pessoa (2011) apresentaram uma expressão analítica da curva de solubilidade, como uma função das constantes de ionização, o pH e a solubilidade no composto no ponto isoelétrico, sendo aplicada com sucesso na descrição da solubilidade de insulina suína em função do pH em três diferentes temperaturas e de β-lactoglobulina bovina em quatro diferentes forças iônicas.

Franco et al. (2013) modificaram o modelo proposto por Franco e Pessoa (2011) de modo a aplicá-lo em sistemas contendo aminoácidos e moléculas com grupos β-lactâmicos

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incluindo, para tanto, um termo de não-idealidade calculado pelo modelo de Pitzer para soluções eletrolíticas, obtendo sucesso na correlação dos dados experimentais de diversos aminoácidos, bem como da ampicilina e 6-APA. Bezerra et al. (2013) obtiveram boas correlações com este modelo quando aplicados em sistemas contendo amoxicilina e hidroxifenilglicina.

Italla Medeiros Bezerra Tese de Doutorado – PPEQ – UFBA

CAPÍTULO3D

ESCRIÇÃO

D

OS

M

ATERIAIS

U

TILIZADOS

3.1 Reagentes

Para a realização deste trabalho foram utilizadas diversas substâncias químicas, conforme listadas na Tabela 3.1 com os seus respectivos graus de pureza e fabricante.

Tabela 3.1 – Fabricante e pureza dos compostos usados

Reagente Fabricante Pureza / % mássica

Amoxicilina cristalina Sigma-Aldrich –

Ampicilina Sigma-Aldrich –

D-(-)p-Hidroxifenilglicina Sigma-Aldrich 99,0 D−(−)-α-Fenilglicina Sigma-Aldrich 99,0 Hidróxido de sódio (NaOH) Neon P.A.

Ácido clorídrico (HCl) Vetec P.A.

Etanol Merck 99,9

Biftalato de potássico (KHPh) Nuclear 99,0

Solução aquosa padrão pH = 4,00±0,01 SpecSol – Solução aquosa padrão pH = 7,00±0,02 SpecSol – Solução aquosa padrão pH = 9,18±0,02 SpecSol –

Fonte: Autor.

A pureza da amoxicilina e ampicilina cristalinas foi determinada experimentalmente a partir de um analisador de Carbono Orgânico Total (TOC) estimado em 94% e 90%, respectivamente. Todos os reagentes foram utilizados sem purificação adicional. Em todos os experimentos foi utilizada água deionizada milliQ.

3.2 Equipamentos

Todos os equipamentos utilizados nos experimentos de solubilidade e titulação potenciométrica pertencem ao Núcleo de Pesquisa e Ensino em Petróleo e Gás (NUPEG), na Universidade Federal do Rio Grande do Noite (UFRN), e encontram-se listados a seguir:

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