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O Governo Federal recentemente criou uma unidade denominada de PPP Brasil, vinculada a Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos, órgão pertencente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Isso compreende um passo concreto em direção à associação do capital privado no fornecimento dos serviços de responsabilidade do Estado, na medida em que auxilia na determinação dos sistemas de parcerias que virão a ser adotados pelas partes envolvidas.

O órgão tem como objetivo servir de base para a articulação e também para o apoio às ações a serem desenvolvidas pelos organismos federais, através da implementação das suas

parcerias, participando da definição de estratégias, da estruturação dos esquemas possíveis de PPP, da identificação e seleção de projetos e realização dos seus estudos de viabilidade e da prospecção e atração dos interessados nos projetos (CODEVASF, 2004).

Para a viabilização dessas parcerias, várias são as modalidades de PPP disponíveis, sendo a natureza destas, suas características e os estágios das obras e serviços a serem realizados fatores determinantes na definição do modelo a ser seguido. Na tabela a seguir encontra-se disponibilizado um resumo das modalidades reconhecidas pelo Governo Federal. Nela está definida a participação de cada setor na elaboração de estudos, na construção, operação e manutenção da infra-estrutura, no financiamento e na posse dos empreendimentos:

Capítulo 3 Política Nacional para o Planejamento e Desenvolvimento da Irrigação Tabela 3.1 – Resumo das modalidades de PPPs

Participação Privada Projeto Financiamento Construção Operação Manutenção Posse

Projeto-Construção Parceiro

Privado Parceiro Público Parceiro Privado Parceiro Público Parceiro Público Parceiro Público Arrendamento-

Aquisição Parceiro Privado Parceiro Privado Parceiro Privado Parceiro Público Parceiro Público Temporária Privada Operação e Manutenção Parceiro Público Parceiro Público Parceiro Público Parceiro Privado Parceiro Privado Parceiro Público Operação Chave na

Mão Parceiro Privado Parceiro Público Parceiro Público Parceiro Privado Parceiro Privado Parceiro Público Privatização

Temporária Parceiro Público Parceiro Público Melhoria Parceiro Privado Parceiro Privado Temporária Privada Ampliação de Instalação Pública Existente Parceiro Público Parceiro Privado Ampliação Parceiro Privado Parceiro Privado Parceiro Público Arrendamento- Desenvolvimento- Operação/Aquisição

Operação Parceiro Público Parceiro Público Melhoria Parceiro Privado Parceiro Privado Opcional Construção-Operação- Transferência Parceiro Público Parceiro Privado Parceiro Privado Parceiro Privado Parceiro Privado Parceiro Público Construção-Aquisição- Operação-

Transferência Parceiro Público Parceiro Privado Parceiro Privado Parceiro Privado Parceiro Privado Temporária Privada Construção-Aquisição-

Operação Parceiro Público Opcional Opcional Parceiro Privado Parceiro Privado Parceiro Privado

Fonte: Projeto, 2004.

3.3.1 Projetos da CODEVASF

Como já foi dito anteriormente, a modelagem a ser adotada está condicionada ao porte, características e fase de cada projeto, e também aos interesses da CODEVASF – o ente público no caso dos projetos de irrigação no Semi-Árido – do Concessionário e dos demais entes privados. Aquela, dentre os vários projetos sob sua competência, selecionou alguns como sendo aptos para a realização nos moldes de um contrato de PPP. Estes foram reunidos em três níveis, que podem ser vistos abaixo (CODEVASF, 2004):

Grupo 1:

Projetos em Implantação: Pontal, Salitre, Baixio do Irecê, Jaíba; Grupo 2:

Projetos em Operação: Nilo Coelho, Maniçoba, Curaçá, Tourão, Bebedouro, Mandacaru, Formoso A., Formoso H., Gorutuba, Barreiras Norte, Estreito, Mirorás, Nupeba, Riacho Grande, São Desidério/Barreiras;

Grupo 3:

Destes, cabe destacar os modelos compatíveis com o verificado naqueles projetos pertencentes ao Grupo 1 da CODEVASF. Essa preferência se dá em razão de que já foram realizados estudos prévios quanto à viabilidade da cultura canavieira em alguns destes empreendimentos – como o do Salitre e o do Baixio do Irecê.

O modelo mais apropriado para os projetos do Grupo 1, segundo a CODEVASF, seria condicionado da seguinte maneira:

CO N T R A TO D E CO NC ES O E AR RE ND AM EN T O FINANCIADORES BNB

CAIXA CONSTRUTOR OPERADOR

Subsidiária da Empresa Âncora OPERADORES PRIVADOS PEQUENOS. EMPRESARIOS MÉDIOS AFILIADOS USUÁRIOS ENTE PÚBLICOS CONTRATO DE VENDA DE ÁGUA EMP. ÂNCORA VENDA DE ÁGUA A VOLUNTÁRIOS VENDA DE ÁGUA LONGO PRAZO CODEVASF PLANO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL Fonte: Projeto, 2004.

Figura 3.1 – Estrutura da PPP de irrigação

Neste, a CODEVASF, junto com a autorização do MIn, celebraria um Contrato de Concessão com uma SPE para a elaboração de estudos complementares e a conseqüente conclusão, operação e manutenção das obras e equipamentos do projeto, para a exploração das terras irrigadas e para a posterior devolução da infra-estrutura e das terras irrigadas, ao final do período de concessão. A desapropriação de terras seria feita pela CODEVASF, nos eventuais projetos onde ela ainda não detém todo o domínio sobre o perímetro irrigável (CODEVASF, 2004).

A SPE seria formada por uma empresa âncora – preferencialmente do setor de agronegócio – ou de uma âncora consorciada com outras empresas, que teriam interesse em realizar ações específicas no desenrolar da concessão (CODEVASF, 2004).

Exemplos de empresas consorciadas incluem: uma empreiteira para a construção das obras complementares, uma fabricante de equipamentos para fornecimento e assentamento destes, uma consultora para a elaboração de estudos da operação dos sistemas de distribuição

Capítulo 3 Política Nacional para o Planejamento e Desenvolvimento da Irrigação

Nos casos dos estudos de viabilidade para projetos de grande porte, poderá ser levada em consideração também a concessão para mais de uma empresa. As SPEs firmariam contratos de apoio com aqueles empresários que integrassem em seus sistemas de comercialização (CODEVASF, 2004).

Os recursos financeiros para o empreendimento poderão ser captados junto a vários agentes financiadores, como fundos constitucionais de bancos oficiais (BNB, BNDES), Fundos de Pensão, Agências Multilaterais de Desenvolvimento e outros. Com recursos de um fundo especial, será equalizado o retorno dos investimentos realizados pela Concessionária (SPE), quando, para viabilização da parceria, ficar demonstrada essa necessidade

(CODEVASF, 2004).

Quanto às contraprestações, estas poderão se concretizar através do subsídio governamental a determinadas etapas ou partes do empreendimento. Um bom exemplo seria deixar que a responsabilidade da instalação de certas infra-estruturas, como a de eletricidade, de transportes e/ou telecomunicações ficasse nas mãos do órgão estatal responsável, deixando apenas os investimentos diretamente atribuídos ao empreendimento nas mãos da iniciativa privada.

Outra opção de ressarcimento seria através de tarifa de água fornecida aos irrigantes estabelecidos ou às outras SPEs concessionárias da exploração de áreas do projeto. É de responsabilidade das SPEs firmar os contratos de fornecimento de água com as partes interessadas. No caso de pequenos irrigantes já estabelecidos no projeto pela CODEVASF, poderá haver a necessidade de subsídio ao preço da água fornecida.

4 PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL

A cana-de-açúcar, planta pertencente à classe das Monocotiledônias, família Poaceae, gênero Saccharum e espécie Saccharum spp, tem sua origem nas regiões tropicais e subtropicais do planeta, de onde atualmente derivam 60% do total de sua produção mundial. Dela se extrai a sacarose, o produto básico para a produção de açúcar e álcool, encontrado no sumo da planta quando madura.

Á seguir, procurar-se-á situar essa planta, e os diversos produtos dela resultantes, na ordem econômica mundial.

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