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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.5 Monitoramento do Processo de Fotodegradação por HPLC/UV

Após a aplicação do POA 2, monitorou-se o efeito do tempo de exposição sobre a eficiência de fotodegradação, mediante metodologia analitica empregando HPLC. Os resultados obtidos encontram-se na figura 13.

Figura 13. Efeito do tempo de exposição na eficiência de fotodegradação utilizado o POA 2 (concentração do PM de 5 mg/L , n=3).

Pode-se observar que houve um aumento na eficiência de degradação logo no primeiro minuto de exposição, observa-se também que no tempo de 30 min de exposição praticamente todo o pesticida foi degradado, confirmando assim a eficiência do POA 2. Os cromatogramas obtidos a partir das análises feitas (Figura 14), evidenciaram a ocorrência de degradação do PM, a qual é verificada pela diminuição da intensidade do pico no tempo de retenção em torno de 8,3 min. Em um metodo desenvolvido para estudar a degradação fotocatalítica do PM em solução aquosa (50 ppm) com TiO2 (0,2 g/100mL de

45 solução) e luz UV. As mudanças da composição da mistura da reação foram monitorizadas por HPLC. Os resultados experimentais do HPLC mostram que o PM é rapidamente oxidado em outros compostos orgânicos (MOCTEZUMA et al, 2007).

Figura 14. Cromatograma do PM antes da exposição ao processo: TiO2/H2O2/UV (A) , após 2 min de exposição (B)e após 5 min de exposição (C).

KIM e colaboradores estudaram a formação de subprodutos iônicos formados a partir da degradação do paration metílico, observou-se que ,o nitrogênio proveniente do paration metílico foi totalmente recuperado na forma de NO-3, NO-2 e NH-4, 80% de enxofre como SO2-4 e menos de 5% do

fósforo como PO43-. O que justifica a presença de picos no decorrer da degradação fotocatalítica, em que

pode ser fragmentos de íons inorgânicos (Figura 14). MOCTEZUMA et al, 2007 com o intuito de estudar os intermediários dos produtos de reação do paration metílico, obteve também resultados semelhantes aos

de KIM e colaboradores (2006), foi observado que o MP é oxidado em metil paraoxon (MPO). Na mesma mistura de reação, outros compostos intermediários, tais como 4-nitrofenol (NP) e hidroquinona (HQ) foram produzidos e consumidos. Pequenas quantidades de ácidos alifáticos (AA) também foram detectados na mistura reacional. Estes ácidos são provavelmente produzidos por degradação subsequente de espécies aromáticas. Por conseguinte, ele concluiu que o MP é oxidado em metil paraoxon, com MPO sendo oxidado posteriormente a 4-nitrofenol com NP passando eventualmente ainda a oxidação. Confirma-se, deste modo, que existe uma oxidação rápida de metilo paration para metilo paraoxon com SO42- sendo também formado.

5.6 Monitoramento da Degradação Mediante o Uso do Biossensor

Foi investigada a relação entre a eficiência de fotodegradação do PM e o tempo de aplicação da radiação UV, em presença de TiO2, o resultado é mostrado na Figura 15.

Figura 15. Monitoramento da degradação do pesticida empregando um biossensor sensível á organofosforados (concentração do PM de 20 µgL-1, 30 µgL-1 e 50 µgL-1 , n=3).

Da Figura 15, pode-se observar o aumento da degradação do pesticida PM com o aumento do tempo de iluminação, em todos os niveis de concentrações. Para a concentração de 20 µgL-1 e de 30 µgL-1

47 quase 87,0% do pesticida foi degradado logo nos 45 min de exposição. E para a concentração de 50 µgL-

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o máximo de eficiencia foi de aproximadamente 96,0% no tempo de 60 min. Diante dos resultados, os biossensores jurge como uma alternativa para complementar as técnicas utilizadas no estudo, colaborando com os resultados cromatograficos e espectrofotometro, pois a fotodegradação gera fosfato, CO2 e H2O,

onde pode ser observado com a diminuição da inibição enzimatica.

Ainda não foram encontrados trabalhos relacionados com o monitoramento da degradação de pesticidas, empregando um biossensor sensível a organofosforados. Contudo este trabalho vem como alternativa para monitoramento ambienteal in situ. Nas últimas décadas, biossensores baseados na enzima acetilcolinesterase (AChE) têm emergido como uma técnica promissora para investigações de toxicidade, monitoramento ambiental, controle de qualidade de alimentos e investigações militares (MENDONÇA, 2012). Os biossensores representam, portanto, uma alternativa viável a ser utilizada durante estudos envolvendo monitoramento de degradação, pois são relativamente sensíveis e seletivos, apresentam rápida resposta, baixo custo, além de serem de fácil manuseio e portáteis (SANTOS et al., 2014).

6 CONCLUSÃO

O estudo inicial envolvendo otimização de metodologia analítica possibilitou a identificação cromatográfica do pesticida paration metílico com acuracidade e relativa rapidez. O método cromatográfico pode ser empregado na análise de amostras ambientais, porém no caso de concentrações do pesticida em níveis traço se recomenda a realização de uma etapa prévia de pré-concentração.

A otimização dos parâmetros de degradação é crucial a partir da perspectiva de uma eficiente aplicação do processo de oxidação fotocatalítica para garantir uma operação sustentável. Após otimização das condições do processo oxidativo avançado proposto, o composto foi facilmente degradado mediante fotocatálise heterogênea assistida por TiO2 imobilizado sob irradiação UV. A eficiência de

fotodegradação do MP aumentou com o aumento do tempo de iluminação, porém se verificou uma diminuição da eficiência de fotodegradação com o aumento da concentração inicial do inseticida, o que nos leva a crer que o processo aqui proposto pode ser empregado com sucesso na descontaminação de áreas fortemente contaminadas, tanto em ambientes aquáticos como terrestres.

Através de um levantamento estatístico, observou-se que não houve diferença significativa na comparação entre o POA proposto e outro procedimento similar, amplamente utilizado por outros grupos de investigação. No entanto, o POA proposto, baseado na ação oxidativa do óxido de titânio sobre o pesticida, em presença de radiação ultravioleta, porém com o TiO2 previamente encapsulado no álcool

polivinílico, mostrou-se mais barato e a degradação total do composto foi atingida em um tempo mais curto.

É importante salientar a elevada praticabilidade do monitoramento de degradação mediante emprego do biossensor amperométrico, que foi bem mais rápido, de baixo custo e com faixa de trabalho que vai desde resíduos até elevadas concentrações. Obviamente o biossensor utilizado nesse trabalho pode ser considerado uma ferramenta promissora para complementar as técnicas já existentes para determinação de pesticidas organofosforados, por tratar-se de uma metodologia que alia a seletividade das reações bioquímicas, com a não necessidade de pré-tratamento da amostra.

49 Finalmente, a aplicação futura do procedimento POA aqui proposto, na descontaminação de áreas e até mesmo na destruição de compostos organofosforados no âmbito de laboratórios, exige uma investigação mais aprofundada e testes em maior escala. Contudo, os resultados iniciais mostram-se bastante animadores, e podem ser ampliados na destruição de outros compostos de polaridade similar.

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