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6. Resultados e discussões

6.7. Monitoramento dos deslocamentos horizontais

A seguir são apresentados os gráficos cujo objetivo central é permitir uma visualização da evolução dos deslocamentos horizontais parciais e acumulados em cada grupo. Através dos gráficos é possível visualizar a movimentação de todos os MS antes e durante a recirculação do chorume. Ressalva-se que os valores positivos dos deslocamentos horizontais representam o deslocamento do marco no sentido de dentro para fora do maciço (não seguro) e os valores negativos dos deslocamentos representam o deslocamento vertical no sentido de fora para dentro (seguro).

Torna-se necessário salientar que até a conclusão desta pesquisa não foram localizados estudos e/ou pesquisas relacionadas com a recirculação de chorume em células de RSU em aterros sanitários em regiões de clima tropical que fornecesse um detalhamento das informações relacionadas aos deslocamentos horizontais. Desta forma, optou-se em proceder com análise comparativa entre os próprios resultados de campo, confrontando o comportamento dos grupos entre si.

 Grupo 1.

As Figuras 6-53 a 6-55 apresentam a evolução dos deslocamentos horizontais parciais, velocidades médias dos deslocamentos horizontais e deslocamentos horizontais acumulados

registrados para os MS do grupo 1.

Com base nelas é possível observar que durante todo período analisado os deslocamentos horizontais parciais registrados apresentaram comportamentos similares, com direções aleatórias, porém com intensidades diferentes. Mesmo com o inicio da recirculação do chorume os MS-01 e MS-02 mantiveram velocidades médias de deslocamento horizontal similares as registradas no período sem a recirculação, todavia os deslocamentos parciais foram mais intensos após a taxa de injeção avançar dos 40 m³/dia para os 60 m³/dia.

O MS-04 apresentou deslocamentos horizontais parciais com direções aleatórias similares aos demais MS do grupo até a taxa de injeção atingir os 100 m³/dia, após este patamar as direções continuaram aleatórias, todavia em sentidos opostos aos demais MS do grupo. As intensidades destes deslocamentos ficaram mais intensas que as demais registradas no grupo a partir do avanço da taxa de injeção dos 80m³/dia para os 100m³/dia.

Ainda com base nas Figuras, observa-se que em geral os deslocamentos ocorreram predominantemente no sentido de fora para dentro do maciço, sugerindo uma estabilidade. Também é possível observar a interferência direta da recirculação do chorume nos deslocamentos horizontais acumulados a partir do momento em que a taxa de injeção atinge os 40m³dia.

Figura 6-53 – Evolução dos deslocamentos horizontais parciais - marcos superficiais grupo 1. Fonte: Dados de Campo - Autora.

Figura 6-54 – Velocidades médias dos deslocamentos horizontais - marcos superficiais grupo 1. Fonte: Dados de Campo - Autora.

Figura 6-55 – Evolução dos deslocamentos horizontais acumulado - marcos superficiais grupo 1. Fonte: Dados de Campo - Autora.

 Grupo 2.

As Figuras 6-56 a 6-58 apresentam a evolução dos deslocamentos horizontais parciais, velocidades médias dos deslocamentos horizontais e deslocamentos horizontais acumulados registrados para os MS do grupo 2.

horizontais parciais registrados nos MS do grupo apresentaram comportamentos distintos, com direções aleatórias, intensidades diferentes e baixas velocidades médias de deslocamento horizontal.

Não foram registradas alterações significativas no comportamento dos MS após a aplicação da técnica de recirculação. Apenas a região do MS-10 apresentou sutil diferença na intensidade do deslocamento após a taxa de recirculação avançar para 80m³/dia. Percebe-se também que assim como no grupo 1 os deslocamentos predominaram no sentido de dentro para fora do maciço, todavia com maiores intensidades.

Figura 6-56 – Evolução dos deslocamentos horizontais parciais - marcos superficiais grupo 2. Fonte: Dados de Campo - Autora.

Figura 6-57 – Evolução dos deslocamentos horizontais acumulado - marcos superficiais grupo 2. Fonte: Dados de Campo - Autora.

Figura 6-58 – Velocidades médias dos deslocamentos horizontais - marcos superficiais grupo 2. Fonte: Dados de Campo - Autora.

 Grupo 3.

As Figuras 6-59 a 6-61 apresentam a evolução dos deslocamentos horizontais parciais, velocidades médias dos deslocamentos horizontais e deslocamentos horizontais acumulados registrados para os MS do grupo 3.

Com base nas figuras é possível observar a existência de diferentes padrões de deslocamento dentro do grupo:

 O primeiro antes da recirculação, com deslocamentos predominantes no sentido de fora para dentro do talude, registrado nas zonas dos MS-14 e MS-15. Percebe-se também que a aplicação da técnica de recirculação impactou nos deslocamentos nessas zonas, cujos deslocamentos continuaram aleatórios, porém com maiores intensidades. Com a elevação da taxa de injeção de chorume para os 100m³/dia as regiões destes MS começaram a sugerir uma conformidade, uma vez que as velocidades médias de deslocamentos foram reduzidas e os deslocamentos parciais ficaram mais discretos.

 O segundo padrão foi registrado através dos MS-16 e MS-17 que apresentaram movimentações predominantes no sentido de dentro para fora do talude. As maiores intensidades foram registradas após o inicio da recirculação do chorume na região do MS-17. Acredita-se que tal comportamento esteja relacionado com a idade do RSU disposto (mais recentes) e localização na região mais elevada da macrocélula. É percebido também a continuidade das movimentações na região do MS-17 até o final

do período analisado, sugerindo a manutenção da atividade microbiana.

Figura 6-59 – Evolução dos deslocamentos horizontais parciais - marcos superficiais grupo 3. Fonte: Dados de Campo - Autora.

Figura 6-60 – Velocidades médias dos deslocamentos horizontais - marcos superficiais grupo 3. Fonte: Dados de Campo - Autora.

Figura 6-61 – Evolução dos deslocamentos horizontais acumulado - marcos superficiais grupo 3. Fonte: Dados de Campo - Autora.

 Grupo 4.

As Figuras 6-62 a 6-64 apresentam a evolução dos deslocamentos horizontais parciais, velocidades médias dos deslocamentos horizontais e deslocamentos horizontais acumulados registrados para os MS do grupo 4.

O MS-22 foi o marco que registrou maior movimentação após o inicio da recirculação do chorume, com predomínio de deslocamentos no sentido de dentro para fora do maciço. Destaca-se que esta foi a zona com maior intercorrências registradas ao longo do processo analisado, incluindo deslocamento de solo de cobertura durante o período das fortes chuvas. Maiores informações a respeito das intercorrências durante a recirculação encontram-se listadas no apêndice.

Aparentemente a zona do MS-21 foi a que menos sofreu interferências com a recirculação do chorume. Com base na velocidade média de deslocamento horizontal e no deslocamento horizontal acumulado percebe-se uma tendência de estabilização (conformidade).

A região do MS-20 continuou apresentando movimentações com direções aleatórias de baixa intensidade mesmo com o inicio da recirculação do chorume, não havendo ainda o indicativo de estabilização.

Figura 6-62 – Evolução dos deslocamentos horizontais parciais - marcos superficiais grupo 4. Fonte: Dados de Campo - Autora.

Figura 6-63 – Velocidades médias dos deslocamentos horizontais - marcos superficiais grupo 4. Fonte: Dados de Campo - Autora.

Figura 6-64 – Evolução dos deslocamentos horizontais acumulado - marcos superficiais grupo 4. Fonte: Dados de Campo - Autora.

 Grupo 5.

As Figuras 6-65 a 6-67 apresentam a evolução dos deslocamentos horizontais parciais, velocidades médias dos deslocamentos horizontais e deslocamentos horizontais acumulados registrados para os MS do grupo 5.

Através das Figuras observa-se uma ausência de um padrão nos deslocamentos do grupo, o que sugere uma movimentação estável, já que não foi evidenciada tendência de movimentação para fora do maciço. Tomando como parâmetro a velocidade média de deslocamento horizontal nota-se uma constância nos MS-23 e MS-24. O mesmo não é evidenciado no MS-25, onde após o inicio da recirculação do chorume foi registrada atividade acentuada, o que indica continuidade nas movimentações (aleatórias).

Percebe-se também que de uma maneira geral, após a taxa de injeção atingir os 100 m³/dia os deslocamentos deste grupo registraram menores intensidades e mais similaridade na direção, sugerindo uma acomodação nessa região do maciço.

Figura 6-65 – Evolução dos deslocamentos horizontais parciais - marcos superficiais grupo 5. Fonte: Dados de Campo - Autora.

Figura 6-66 – Velocidades médias dos deslocamentos horizontais - marcos superficiais grupo 5. Fonte: Dados de Campo - Autora.

Figura 6-67 – Evolução dos deslocamentos horizontais acumulado - marcos superficiais grupo 5. Fonte: Dados de Campo - Autora.

 Grupo 6.

As Figuras 6-68 a 6-70 apresentam a evolução dos deslocamentos horizontais parciais, velocidades médias dos deslocamentos horizontais e deslocamentos horizontais acumulados registrados para os MS do grupo 6.

Os MS-26, MS-27 e MS-29 apesar de estar em zonas distintas apresentam comportamentos similares, mesmo estando em áreas com influência indireta da recirculação e com cotas mais baixas.

Quando comparado com o restante do grupo, o MS-28 apresenta comportamento similar até o inicio do processo de injeção do chorume, todavia, após a elevação da taxa de recirculação para 60 m³/dia a direção permanece alinhada com os demais MS do grupo, porém com intensidades muito elevadas. Tal comportamento pode estar relacionado com o fato deste MS está situado no topo do maciço e em região com resíduos mais recentes, além de sofrer influência direta da recirculação em função da sua proximidade com o sistema de injeção.

Figura 6-68 – Evolução dos deslocamentos horizontais parciais - marcos superficiais grupo 6. Fonte: Dados de Campo - Autora.

Figura 6-69 – Velocidades médias dos deslocamentos horizontais - marcos superficiais grupo 6. Fonte: Dados de Campo - Autora.

Figura 6-70 – Evolução dos deslocamentos horizontais acumulado - marcos superficiais grupo 6. Fonte: Dados de Campo - Autora.

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