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SUMÁRIO

2. REMOÇÃO DE RESÍDUOS EM TRATAMENTO PRELIMINAR 1 Considerações iniciais

2.5. ETE Monjolinho 1 Descrição geral

A ETE Monjolinho está localizada na cidade de São Carlos – SP (coordenadas 7.560.900N, 198.000E, altitude 735m e temperatura média de 20 oC) e está sendo implantada em duas etapas. Numa 1ª etapa, com alcance até o ano 2015, foram executados dois módulos paralelos de tratamento, que podem atender a vazão média de até 636 L.s-1 e máxima de 1.050 L.s-1. Na 2ª etapa, com alcance até o ano 2031, será construído mais um módulo, que ampliará a capacidade para vazão média de 954 L.s-1; e máxima de 1.575 L.s-1

Os processos e operações de tratamento do esgoto sanitário da fase líquida da ETE deverão ser executados em duas fases. Numa 1ª fase, com o objetivo básico de remoção de 90% da matéria orgânica, 99,99% dos coliformes fecais e produção de efluente tratado com oxigênio dissolvido de 7 mgO2.L-1 (mediante pós-aeração). Foi implantado tratamento

preliminar, seguido por reatores UASB, floculação, flotação por ar dissolvido, desinfecção com radiação ultravioleta e pós-aeração. O lodo é desaguado por centrífugas. Nessa ETE há, também, um sistema para tratamento complementar de parte do efluente final, visando seu emprego como “água de serviço”.

Com relação à remoção de nutrientes, durante a 1ª fase da 1ª etapa, prevê-se que a coagulação/flotação promova a retenção parcial do fósforo. Na 2ª fase (futura), a ETE poderá, também, remover nitrogênio, mediante implantação de tanques de aeração (TA) entre os reatores UASBs e os flotadores.

Na Figura 2.10 é apresentado o fluxograma da Estação de Tratamento de Esgoto Monjolinho São Carlos-SP, e na Figura 2.11 encontra-se ilustrado a tratamento preliminar da referida estação.

Figura 2.10 – Fluxograma da ETE Monjolinho São Carlos-SP, para a 2ª fase

Fonte: SEREC (2010).

Figura 2.11 – Unidades e equipamento componentes do tratamento preliminar da ETE Monjolinho

SAAE São Carlos-SP.

2.5.2. Tratamento Preliminar

O sistema de tratamento preliminar é constituído por gradeamentos grosseiro e fino, calha Parshall, caixa de areia aerada (adaptada para também remover “óleos e graxas”), sistema de degradação de gorduras e controle de odores. O sistema implantado tem capacidade para atender vazão média de 636 L.s-1 e vazão máxima de 1.050 L.s-1.

O gradeamento grosseiro é composto por duas grades mecanizadas dispostas paralelamente, sendo uma reserva, do tipo de cremalheiras e com espaçamento entre barra de 2 cm (Figura 2.12). As grades descarregam o material retido em uma correia transportadora, com descarga dirigida para uma caçamba com tampas (para evitar o acúmulo de água de chuvas e a proliferação de moscas e geração de odores). Os resíduos retidos no gradeamento grosseiro são encaminhados para o aterro sanitário.

O gradeamento fino é composto por duas grades mecanizadas do tipo escada, instaladas em paralelo, sendo uma reserva, com espaçamento livre entre lâminas de 3 mm (Figura 2.13). Os resíduos retidos nessas são enviados para caçamba, por meio de correia transportadora, e os resíduos retidos, também são encaminhados para o aterro sanitário.

A medição da vazão de esgoto bruto é feita mediante calha Parshall de fibra de vidro, com garganta de 0,915 m (W = 3’). No ressalto hidráulico da calha é feita a dosagem de hidróxido de sódio, visando o fornecimento adicional da alcalinidade nos reatores anaeróbios e ajustes do pH para valores próximos à 7,0.

Figura 2.12 – Gradeamento grosseiro da ETE Monjolinho SAAE São Carlos-SP.

Figura 2.13 - Gradeamento fino da ETE Monjolinho SAAE Carlos-SP.

O sistema de remoção de areia e gordura é composto por duas caixas aeradas do tipo canal, com 18,00 m de comprimento, 4,00 m de largura e 3,45 m de altura líquida total. As duas caixas possuem removedor mecanizado do tipo ponte rolante de movimento longitudinal. A areia que sedimenta nas caixas é removida por duas bombas submersíveis interligadas à ponte, junto ao fundo, e é encaminhada para dois equipamentos “classificadores” de areia (sendo um de reserva), e a seguir para caçamba. A gordura acumulada na superfície dos tanques é arrastada pela ponte para um canal de coleta junto a saída dos mesmos e a seguir é conduzida para um reator de degradação aeróbia. A aeração de cada caixa é provida por 3 aeradores submersíveis, com vazão total de 5 m3.min-1cada. Na Figura 2.14 apresentam-se os principais equipamentos para remoção da areia e gordura dos desarenadores, ao passo que na Figura 2.15 está ilustrada uma unidade em operação.

O sistema de degradação de gordura é uma tecnologia inovadora anexada ao tratamento preliminar, no qual foi prevista a remoção mecanizada. A unidade para degradação possui 7,00 m de comprimento e 3,20 m de altura útil, equipada com um aerador mecânico submersível com potência de 75 CV. O efluente tratado é encaminhado, por gravidade, para a caixa divisora de vazão dos reatores UASB. Destaca-se o fato que esse reator também pode ser operado mediante o processo anaeróbio.

O gás produzido no processo é encaminhado para em sistema de tratamento de gases, constituído por leito granular “enterrado”. Na Figura 2.16 são apresentados o sistema de tratamento de gases e o reator de degradação de gordura.

Figura 2.14 – Equipamentos responsáveis pela remoção da areia e gordura dos desarenadores. ETE

Monjolinho SAAE São Carlos-SP.

Figura 2.15 – Desarenador em operação da ETE Monjolinho SAAE São Carlos-SP. REMOVERDOR DO MATERIAL FLUTUANTE AERADOR REMOÇÃO DA AREIA 56

Figura 2.16 – Reator de degradação de gordura Tratamento de gases gerados no tanque de degradação

de gordura. ETE Monjolinho São Carlos-SP. ETE Monjolinho São Carlos-SP.

2.5.3. Unidade experimental – Estufa do tipo agrícola construída especialmente para a presente pesquisa

A unidade experimental foi projetada e implantada na ETE Monjolinho e visa à secagem dos resíduos removidos nos gradeamento e nos desarenadores. A estufa do tipo agrícola apresenta as seguintes características: 6,0 m de comprimento, 4,0 m de largura e 3,0 m de altura, e lona plástica em todo o seu entorno.

Para a secagem dos resíduos (removidos nas grades e areia) foi prevista uma baia para cada tipo de resíduo, com 1,2 m de comprimento e 0,6 m de largura e sistema coletor de líquido drenado, composto por dreno e recipiente para coleta do líquido. Para a classificação dos componentes dos resíduos também foram previstas quatro baias, duas com 0,6 m de comprimento e 0,6 m de largura, e duas com 0,5 m de comprimento e 0,6 m de largura. Em todas foi previsto o sistema coletor de líquido drenado, que conduz o líquido para o sistema de esgoto da ETE, retornando para o tratamento preliminar. Na Figura 2.17 encontram-se ilustrações da construção da unidade experimental.

Os gases exalados na estufa são retirados por exaustor de parede do tipo axial, de capacidade de 1500 m³.h-1 e pressão de serviço de 6 mmca.

Também, foi previsto espaço para pesagem (balança de até 50 kg) e trituração dos resíduos (triturador forrageiro). Além de tomadas de água potável para limpeza geral da instalação e higiene pessoal do operador.

No desenho, em Anexo 1 está apresentado o croqui da estufa, em planta e corte.

Figura 2.17 – Unidade experimental para presente pesquisa, instalada na ETE Monjolinho SAAE São

Carlos-SP.

3. APROVEITAMENTO DOS RESÍDUOS REMOVIDOS NO GRADEAMENTO