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CAPÍTULO 4: RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.5 Morfologia de Fundo

Após esta etapa de comparação entre os mapas em 2D, foram criados dois mapas de morfologia de fundo da área de estudo completa apenas com dos dados in situ de 2010 e em seguida as cartas batimétricas receberam a delimitação de quatro subáreas (ver Capítulo 3), sendo produzidos mapas de morfologia de fundo restritos apenas para a área do canal submerso, então a partir disso foram gerados 8 mapas de morfologia de fundo, possibilitando a visualização e interpretação em 3D das principais feições submersas.

A Figura 4.5 (A e B) apresenta os mapas de morfologia de fundo evidenciando a área completa do canal submerso sondada pelo método interpolador Krigagem e Vizinho Natural, assim como a área adjacente ao canal, baseado nos dados coletados in situ em 2010.

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Figura 4.5: Mapas de morfologia de fundo com a área sondada ao longo do canal submerso e bacia de evolução do Porto Ilha de Areia Branca/RN, pelos métodos de interpolação: (A) Krigagem e (B) Vizinho Natural para os dados coletados in situ em 2010.

75 Conforme as figuras, há diferenças de feições de representações do fundo. Pelo método interpolador Krigagem (A) o canal principal: Apodi-Mossoró que dá acesso ao terminal de salineiro Porto Ilha, mostrou-se bem definido. Este canal que possui uma forma de "J", na saída ao norte, faz uma inflexão para Leste, devido um gradiente submerso bastante evidente no mapa, entre a plataforma média e interna foi possível observar diferentes formas de fundo onde destacam- se no mapa o canal submerso Apodi-Mossoró, ao norte do Porto Ilha um fundo plano, na porção leste encontram-se recifes isolados, e campo de dunas submersas. É possível verificar também a presença de dois canais adjacentes ao canal principal de navegação nas direções S e SE.

Pelo método interpolador Vizinho Natural (B), é possível identificar de forma clara também algumas das feições identificadas anteriormente por krigagem. A diferença é que na porção leste não foi possível realçar e reconhecer os recifes isolados, porém ficou evidenciado no mapa a existência de um terceiro canal adjacente ao canal principal de navegação.

De acordo com os estudos apresentados por Nogueira (2014), pode-se afirmar a existência de uma heterogeneidade da distribuição e composição dos sedimentos ao longo da plataforma e dos canais profundo e raso que compõem o vale inciso Apodi-Mossoró. A faciologia dos sedimentos na plataforma é principalmente arenosa, com uma contribuição de carbonato de cálcio variável de Este para Oeste, e com o aumento da profundidade. Na porção Oeste os sedimentos aumentam gradativamente os teores de carbonato de cálcio com o aumento da profundidade o que na porção Leste não é observado. Os sedimentos próximos à linha de costa apresentam um percentual superior a 70% de carbonato e diminuindo com o aumento da profundidade. A presença de carbonato de cálcio é atribuída principalmente a presença de fragmentos de conchas e algas calcárias (material bioclástico). O canal raso apresenta uma composição arenosa com pouquíssima contribuição carbonática sendo esta mais próximo da costa (2,5 km a 8 km). O canal profundo é caracterizado por fácies arenosas e lamosas, ora terrígena, ora carbonática. As fácies arenosas estão restritas às bordas do canal e à porção mais distal, indicando neste último, possivelmente, uma área de desvio do canal ativo. As fácies lamosas localizam-se na porção mais profunda e central do canal.

Ainda segundo Nogueira (2014) o canal raso se diferencia do canal profundo principalmente nos teores de carbonato de cálcio e matéria orgânica, assim como o canal profundo se diferencia da plataforma principalmente para as variáveis matéria orgânica, areia e lama.

Após esta etapa de comparação entre os mapas de morfologia, apresenta-se a seguir os mapas mostrando apenas a área sondada do canal submerso, interpolado pelos métodos Krigagem e Vizinho Natural, para os dados de campo “in situ” denominados de Termisa 2010, para as subáreas 1 (local onde os navios atracam), e subáreas 2 a 4 (trechos de navegação principal).

76 As Figuras 4.6 e 4.7 a seguir apresentam os mapas de morfologia de fundo mostrando a área sondada pelo método interpolador Krigagem, para os dados de campo Termisa de 2010 para subárea 1 (local onde os navios atracam), e subáreas 2 a 4 (trechos de navegação principal).

Figura 4.6: Mapas de morfologia de fundo com a área sondada ao longo da bacia de evolução na subárea 1 (A) e do canal submerso subárea 2 (B) do Porto Ilha de Areia Branca/RN, por Krigagem para os dados de campo Termisa de 2010.

B

A

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Figura 4.7: Mapas de morfologia de fundo com a área sondada ao longo do canal submerso do Porto Ilha de Areia Branca/RN, por Krigagem para os dados de campo Termisa de 2010 nas subáreas 3 (A) e 4 (B).

As Figuras 4.8 e 4.9 a seguir apresentam os mapas de morfologia de fundo mostrando a área sondada pelo método interpolador Vizinho Natural, para os dados de campo Termisa de 2010 para subárea 1 (local onde os navios atracam), e subáreas 2 a 4 (trechos de navegação principal).

A

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Figura 4.8: Mapas de morfologia de fundo com a área sondada ao longo do canal de acesso e da bacia de evolução do Porto Ilha de Areia Branca/RN, por Vizinho Natural para os dados de campo Termisa de 2010 nas subáreas 1 e 2.

A

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Figura 4.9: Mapas de morfologia de fundo com a área sondada ao longo do canal de acesso e da bacia de evolução do Porto Ilha de Areia Branca/RN, por Vizinho Natural para os dados de campo Termisa de 2010 nas subáreas 3 e 4.

Os mapas de morfologia de fundo, pelo método do Vizinho Natural também revelaram resultados parecidos pelo método da Krigagem, evidenciando a diminuição de profundidade de 2009 para 2010, destacando a subárea 1 onde os navios atracam, e as subáreas 2 e 3, com menores

B

A

80 profundidades para navegação no canal submerso, se tornando pontos de colisão e encalhe dos navios, ocasionando vazamentos acidentais e aprisionamento de hidrocarbonetos na área.

As técnicas de aquisição de dados hidroacústicos utilizando em conjunto levantamentos batimétricos de alta e baixa frequência se mostraram excelentes ferramentas para obter informações sobre a localização de corpos rochosos submersos e a espessura desses corpos, além de obter a relação entre tipos de leito e as condições hidrodinâmicas atuais na região estudada, destacando em vermelho as áreas com menores profundidades para navegação no canal submerso, que necessitam de monitoramento e dragagens periódicas a fim de evitar acidentes que envolvam vazamentos de óleo na área, pois esse tipo de estudo além de tentar evitar colisões, encalhe de navios no canal submerso, tenta evitar o vazamento acidental de óleo contido nestas embarcações, impedindo que esse óleo se espalhe até as regiões costeiras, poluindo e prejudicando a vida marinha e as praias.

O estudo detalhado da morfologia de fundo neste setor da plataforma continental setentrional do Rio Grande do Norte é importante visto que as correntes podem ser influenciadas diretamente pela topografia do fundo, agindo diretamente na mudança das direções das correntes. Estas informações são de extrema importância para determinação da taxa de sedimentação na foz do estuário Mossoró, no canal de acesso e bacia de evolução do Porto Ilha, sendo que os principais agentes responsáveis pelo transporte de sedimento, ou machas acidentais de óleo são as correntes e o vento. O problema se agrava ainda mais devido ser uma região de pouca profundidade e com uma dinâmica muito intensa.

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