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MORFOLOGIA INTERNA 1 SISTEMA DIGESTIVO

6. MORFOLOGIA INTERNA

6.1 SISTEMA DIGESTIVO

O sistema digestivo dos triatomíneos é dividido em três partes: intestino anterior, intestino médio e intestino posterior. Desses, o intestino médio ainda é dividido em duas regiões: estômago e intestino (Lacombe 1957) (Figuras 24 e 25).

6.1.1 INTESTINO ANTERIOR

É precedido pelo rostro, que, em repouso, está preso à parte inferior da cabeça e mantém, no seu interior, os estiletes bucais, mandíbulas e maxilas. As primeiras são responsáveis pela perfuração do tecido e as segundas pela sucção do sangue do hospedeiro, bem como pela injeção das substâncias produzidas pelas glândulas salivares. Essa sucção é realizada pela faringe curta e musculosa, que tem continuidade com o esôfago mais alongado.

As glândulas salivares são em número de três pares e localizam-se na cavidade torácica, presas à região mediana do esôfago. Nessas glândulas, são produzidas substâncias anticoagulantes e vasodilatadoras que auxiliam na alimentação do inseto.

6.1.2 INTESTINO MÉDIO

Compreende a maior porção do tubo digestivo do triatomíneo e é formado pelo pró-mesêntero (estômago) e pós-mesêntero (intestino). O estômago, quando cheio de alimento, ocupa grande parte da cavidade do corpo do inseto, empurrando os outros órgãos para os lados.

6.1.3 INTESTINO POSTERIOR

capacidade de distensão, onde desembocam os quatro túbulos de Malpighi de tamanhos variáveis. Esses são responsáveis pela retirada dos resíduos metabólicos da cavidade do corpo, também denominada de hemocele, originando a urina. Na ampola retal, ficam contidas fezes e urina para serem eliminadas, posteriormente, pelo reto.

Nos insetos infectados, os tripanosomas metacíclicos, formas infectantes para o hospedeiro vertebrado, são encontrados na ampola retal, de onde são expulsas junto com as fezes ou com a urina. As espécies consideradas vetores em potencial têm, por hábito, defecar no ato da alimentação e é neste momento que estas formas do parasito são depositadas sobre o hospedeiro.

6.1.4 GLÂNDULAS SALIVARES

As glândulas salivares tem grande diversificação quanto ao número, tamanho, forma nos diferentes triatomíneos. Em geral, localizam-se na cavidade torácica, junto à parte inicial do tubo digestivo, onde encontram espaço suficiente para seu desenvolvimento. O deslocamento para a região abdominal resulta dos eventuais movimentos peristálticos dos órgãos vizinhos. As glândulas salivares são em número de três pares, utilizando-se a nomenclatura D1, D2 e D3, para cada um deles: o par D1 corresponde às glândulas principais, o D2 às glândulas suplementares e o par D3 às glândulas acessórias. Em todas as espécies de triatomíneos estudadas, são encontrados três pares de glândulas salivares, com exceção do gênero Rhodnius, que não apresenta a típica glândula D3. De forma geral, as glândulas D1 e D2 têm cor branco-leitosa ou um pouco amarelada, como ocorre em

P. megistus. Entretanto, no gênero Rhodnius as glândulas D1 e D2 são

alongadas e de cor avermelhada (Barth 1954; Lacombe 1999) (Figura 25).

Nestas glândulas, podem ser encontradas formas infectantes de

Trypanosoma rangeli, que são introduzidas no hospedeiro vertebrado,

Figura 24: Sistema digestivo e respiratório de triatomíneo.

Fonte: LACOMBE, D. Estudos anatômicos e histológicos sobre a subfamília Triatominae (Heteroptera, Reduviidae). Parte XXI: Estudo comparado do sistema traqueal em Triatoma,

Panstrongylus e Rhodnius. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 63, p. 65 - 105, 1965. Figura adaptada por Teresa Cristina M. Gonçalves.

6.2 SISTEMA RESPIRATÓRIO

A oxigenação dos tecidos dos triatomíneos é feita pelo sistema traqueal. Esse inicia-se por pequenas aberturas na superfície ventral externa do tórax e do abdômen, chamadas espiráculos, que têm continuidade na hemocele com tubos denominados traqueias. Essas, por sua vez, ramificam-se em tubos de calibre menor, as traquéolas, que envolvendo os órgãos, conduzem o oxigênio até as células (Lacombe 1965) (Figuras 24 e 26).

6.3 SISTEMA CIRCULATÓRIO

O sistema circulatório é constituído, principalmente por sangue, tecidos e órgãos que auxiliam na distribuição sanguínea por todo o corpo. Nos vertebrados, o sangue percorre somente vasos especiais (artérias, capilares e veias) por isso, é chamado de sistema fechado.

Figura 26: Sistema circulatório e respiratório de Rhodnius brethesi. Fotos: Catarina Macedo.

Figura 25: Sistema digestivo de Rhodnius brethesi.

Nos insetos, é um sistema aberto, porque o sangue circula por um vaso dorsal e livremente por toda cavidade do corpo, hemocele, irrigando assim os vários tecidos e órgãos. Esse vaso dorsal é um órgão especial bombeador, situado dorsalmente no corpo do inseto, que bombeia o sangue da porção posterior do corpo para a porção anterior, de onde passa à cavidade interna da cabeça. Dessa cavidade, o sangue circula por todo o corpo, em direção à região posterior onde novamente entra no vaso dorsal e é bombeado para frente, repetindo o ciclo.

6.3.1 SANGUE

O fluido que circula por toda cavidade do corpo do inseto é chamado hemolinfa. Ele consiste numa parte líquida, o plasma, e numa seleção de células livres chamadas hemócitos.

6.3.2 VASO DORSAL

O vaso dorsal se estende por todo comprimento do corpo do inseto, desde a região posterior do abdômen até a cabeça. É o órgão pulsátil responsável pela circulação do sangue junto aos músculos transversais e longitudinais (Figura 26).

O vaso dorsal é dividido em duas partes: uma porção posterior, chamada coração, e uma porção anterior, chamada de aorta. Em geral, o coração é a porção pulsátil e a aorta é o tubo por onde o sangue circula até ser liberado dentro da cabeça, causando a circulação.

O coração é mais ou menos dilatado em cada segmento para formar câmaras segmentais; cada câmara possui um par de aberturas laterais ou óstios, por onde o sangue entra na câmara. A aorta de forma tubular simples ocupa a região da cabeça, e também pulsa, causando a circulação.

7. CHAVES DICOTÔMICAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DAS

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