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LXIV Ana Rita Abreu

Movement Assessment Battery for Children 2 (MABC-2)

O MABC-2 é o produto final de uma evolução de testes para avaliação do desenvolvimento motor infantil que se iniciou em 1972 com a criação do

Test of Motor Impairment (TOMI) de Stott, Moyes e Henderson. Em 1984, foi

feita uma nova versão designada Test of Motor Impairment - Henderson

Revision (TOMI) de Stott, Moyes e Henderson. A 1992, desenvolveu-se a

primeira versão do MABC, por Henderson e Sudgen, estes mesmos autores com a cooperação de Barnett, produziram finalmente em 2007 a segunda edição do MABC (Brown & Lalor, 2009).

O MABC-2, é um teste que avalia quantitativamente o desenvolvimento motor da criança, através da realização de tarefas motoras, realizadas pela mesma e qualitativamente com um questionário a ser respondido pelo educador/professor e/ou familiares, sobre a atitude, atenção, organização ou outros aspetos que interfiram nas aprendizagens motoras e a sua performance. Através desta metodologia, é capaz de identificar e descrever as desordens motoras do avaliado, criar e avaliar um plano de intervenção individualizado e ser um instrumento de pesquisa num estudo experimental. O MABC II, está dividido em três bandas, segundo a faixa etária a avaliar:

- Banda 1 dos 3 aos 6 anos (utilizada nesta dissertação), - Banda 2 dos 7 aos 10 anos,

- Banda 3 dos 11 aos 16 anos.

Em cada uma das bandas há 8 tarefas a realizar estando incluídas numa das três categorias: Destreza manual, Habilidades com bola e Equilíbrio, que são ajustadas a cada faixa etária, tendo em conta as suas competências e habilidades. Após a execução de cada atividade é atribuído um score, pelo observador/avaliador, o total dos score's, vai atribuir à criança a zona em que esta se insere, que dado as cores, se denomina de sistema de "Semáforo de Trânsito". Se estiver na zona verde (percentil acima de 16), representa que tem um desenvolvimento normal, se por outro lado se encontrar na zona amarela (percentil entre 6 e 15), significa que tem um desenvolvimento "suspeito", sendo importante haver algum tipo de acompanhamento e caso esteja na zona vermelha (percentil igual ou abaixo de 5), estamos perante um caso de problema definitivo na coordenação motora. Na folha de registo, existem itens

LXV Ana Rita Abreu sobre o controlo postural, adequação da força e o tempo da execução da tarefa, estes podem ser essenciais para perceber quais as causas para as dificuldades do movimento. A avaliação dura entre 20 a 30 minutos, podendo variar consoante as dificuldades apresentadas pela criança e a experiência do avaliador. Antes do início da avaliação de cada tarefa, é necessária a preparação do material, de forma a não haver uma quebra no ritmo. Para uma correta e eficiente avaliação, deve-se dar uma instrução clara, em linguagem acessível, explicando o que se pode e não se pode fazer, demonstrar-se a tarefa, devendo esta ser realizada sem dificuldades, no caso de não se ser capaz de a realizar, a instrução oral, deve ser mais explícita ainda.

Na fase prática, começa-se por uma tentativa e depois a avaliação propriamente dita, caso haja erros, deve-se ter a sensibilidade de perceber se é por não ter percebido o que se pedia, por falta de atenção ou por não ser capaz de realizar corretamente a tarefa (Henderson, Sugden & Barnett, 2007).

O avaliador deve ter experiência em testes padrões, devendo conhecer especificamente cada procedimento e instrução do MABC-2, nomeadamente ser capaz de demonstrar as tarefas. É importante que tenha experiência profissional com crianças. Para a execução desta bateria, é aconselhável que primeiro avalie crianças sem dificuldades e depois crianças com alterações nos padrões motores. As questões qualitativas, exigem uma enorme experiência e atenção para as pequenas alterações motoras e as questões de motivação. O local da avaliação deve ter pelo menos as dimensões de 6mx4m ser ventilado e iluminado. O chão deve ser liso e apresentar segurança para os saltos. Deve ter uma mesa, para as atividades de Destreza Manual, com duas cadeiras, uma para o avaliado e outra para o avaliador. Estes devem ter roupa prática para a demonstração e execução das tarefas. É importante ir dando feedbacks positivos para motivar a criança (Henderson et al., 2007).

No que concerne especificamente à Banda 1, dos 3 aos 6 anos de idade (usada para esta dissertação), as tarefas integradas na categoria Destreza Manual, são:

1º - Colocar moedas: Colocar moedas - a caixa deve estar segura com uma

mão enquanto a outra vai colocando as moedas pela ranhura, começa com a mão preferida e depois a não preferida. Caso esta tenha 3 ou 4 anos, deve

LXVI Ana Rita Abreu inserir 6 moedas, se tiver 5 ou 6 anos, insere 12. Tem duas tentativas, para cada mão;

2º Enfiar contas num cordão: A tarefa inicia-se com ambas as mãos em cima

da mesa e ao dar o sinal, esta deve o mais rapidamente possível colocar as contas no fio, que se encontram previamente centrados à sua frente. Caso esta tenha 3 ou 4 anos, deve inserir 6 contas, se tiver 5 ou 6 anos, insere 12. Tem duas tentativas, sendo cotada a que tem menor tempo;

3º Delinear percurso de bicicleta 1: A criança deve delinear um percurso,

sem passar fora dos limites, rodar a folha mais de 45º ou reverter a direção. A criança pode fazer o contorno duas vezes, cotando o que tem menos erros.

Na categoria habilidades com bola, as tarefas são:

1º Agarrar o saco de feijões: O examinador e a criança estão frente a frente,

com os pés assentes num tape, sem nenhum obstáculo entre eles a uma distância de 1,8 metros. O primeiro atira o saco e o avaliado deve apanhar com as duas mãos. Se tiver entre os 3 e os 4 anos, pode apanhar o saco com a ajuda de uma parte do corpo, o mesmo não pode acontecer às crianças com 5 e 6 anos, que só podem utilizar as mãos. Em nenhuma idade podem tirar os pés do tapete;

2º Atirar o saco de feijões para o tapete: A criança está dentro de um tapete

retangular e tem de atirar o saco de feijões para dentro do outro tapete à sua frente (encontra-se a uma distância de 1,80m). Pode utilizar qualquer uma das mãos ou as duas, não poderá sair de dentro do retângulo onde se encontra durante o lançamento.

Na categoria do equilíbrio temos as seguintes três tarefas:

1º Equilibrar-se sobre um pé: Esta é a tarefa de Equilíbrio Estático. A criança

está sobre o tapete retangular e deve permanecer equilibrado sobre este com um pé de apoio, sem entrançar a perna livre na de apoio, nem mexer o pé que está no chão. Pode balançar com os braços. Deverá permanecer nessa posição durante 30 segundos. A criança escolhe com que perna começa a tarefa e deve repetir a tarefa com a outra. Tem duas tentativas para cada perna;

2º Caminhar em pontas: Esta tarefa corresponde ao Equilíbrio Dinâmico. A

criança deve caminhar em pontas de pés ao longo de uma linha com 4,5 metros. Para concluir a tarefa a criança deve dar 15 passos ou chegar ao fim

LXVII Ana Rita Abreu da linha. A criança tem duas tentativas, mas caso realize com sucesso na primeira, não necessita de efetuar a segunda;

3º Saltar no colchão: Esta é uma tarefa de Equilíbrio Dinâmico. A criança

deve saltar com os dois pés, de tapete em tapete (num total de 6) estando estes dispostos com as cores alternadas. Só pode dar um salto por tapete. Se o avaliado tiver 3 ou 4 anos, não importa muito como este salta, desde que retire os dois pés do chão e que estes permaneçam dentro do tapete, já aos 5 e 6 anos, os saltos têm de ser consecutivos, contínuos e sempre com os pés juntos A criança tem duas tentativas, mas caso realize com sucesso na primeira, não necessita de efetuar a segunda (Henderson et al., 2007).

Referências bibliográficas: B

Brown, T., & Lalor, A. (2009). The Movement Assessment Battery for Children - Second Edition (MABC-2): a review and critique. Physical & Occupational

Therapy in Pediatrics, 29(1), 86-103.

H

Henderson, S., Sugden, D., & Barnett, A. (2007) Movement Assessment

Battery for Children - 2: Examiner's Edition, Second Edition (Movement ABC-2).