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Produção e gestão ambiental

MUDANÇAPREVENÇÃO PREVENÇÃO

CONTROLE CONTROLE TRATAMENTO DISPOSIÇÃO TRATAMENTO DISPOSIÇÃO

Figura 3 – Mudança de postura das indústrias em relação ao meio ambiente. Organizador: Mendes, A., 2008.

Por exemplo, a reciclagem reduz o consumo de energia em pro- cessos industriais, diminui a emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global e evita a derrubada de árvores. Materiais como serragem de madeira, bagaço de cana, folhas de abacaxi, embalagens de leite longa vida, tecidos etc. devidamente reaproveitados podem

substituir matérias plásticas. Folhas de bananeira e de cana-de- açúcar, entre outros resíduos agrícolas, estão sendo utilizados na produção de castiçais, porta-retratos e tapetes. Chinelos podem ser produzidos a partir de folha de bananeiras. O lodo descartado pelas indústrias de papel e celulose pode ser utilizado na fabricação de divisórias, placas de forro e vedação interna em moradias de baixa renda. O gesso usado e descartado na construção civil pode ser re- ciclado como matéria-prima. São inúmeros os exemplos do que pode ser feito em termos de economia solidária.

Não se trata apenas de produzir novas peças, novos produtos, mas de melhorar com muita criatividade e com novos designs produtos já existentes, promovendo, sobretudo, a geração de emprego e renda. Algumas medidas importantes (entre outras) no que tange à produ- ção e ao consumo podem ser elencadas, tais como:

• Produção limpa: inclui mudanças nas matérias-primas, nas tecnologias de processamento e produtos existentes.

• Desmaterialização da sociedade: implica mudanças de atitudes e valores humanos que criam a demanda para o consumo dos produtos já existentes e de novos produtos.

• Consumo verde: promover o consumo de produtos “pró- Terra”, fabricados por empresas que adotam realmente uma ética ambiental não apenas na manipulação da imagem e do

marketing, mas, principalmente, na prática.

• Legislação e fi scalização: os custos repassados ao consumidor devem ser contrabalançados com a exigência de que aqueles que criaram um problema ou impacto ambiental devem ser os principais responsabilizados.

Enfi m, a produção, a circulação e o consumo de bens e de merca- dorias exigem não apenas reestruturações produtivas e organizacio- nais das empresas, mas uma mudança de mentalidade, de postura de toda a sociedade. Tal mudança efetivamente acontecerá pela tomada de consciência de cada cidadão. Nesse sentido, a educação ambiental tem um papel relevante a desempenhar.

DISPOSIÇÃO FINAL SOLO AR ÁGUA PROCESSO INDUSTRIAL RESÍDUOS POLUENTES TRATAMENTO E CONTROLE PRODUTOS TRATAMENTO E CONTROLE CONSUMIDOR INSUMOS TERCEIROS RECICLAGEM REÚSO FORA DO LOCAL DE GERAÇÃO

Figura 4 – Produção industrial e gerenciamento ambiental. Organizador: Mendes, A., 2008.

O desenvolvimento de novas tecnologias e a capacitação edu- cacional são os dois lados de uma mesma moeda. Promover mu- danças e reestruturações demanda tempo. Portanto, não é possível fi car parado aguardando que decisões venham de fora, de longe da realidade local. Não se pode, também, fi car sentado, esperando os alquimistas chegarem.

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