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Atualmente, devido à procura por uma melhor qualidade de vida através da prática de exercícios físicos, as pessoas estão buscando se exercitarem em clubes, academias, praças, etc., com finalidades diferentes (profiláticas, estéticas, sociais, afetivas e, também, por modismo), tendo a musculação como uma das práticas corporais mais procuradas pelas pessoas, e que nos últimos anos ganhou adesão e destaque pelo público feminino.

Corroborando, Silva et al (2014, p. 1) afirmam que “nos últimos anos a prática da musculação vem paulatinamente ganhando espaço e aceitação entre as mulheres, se consolidando como uma opção a mais para o público feminino frequentador das academias”. Dessa forma, o fato das academias encontrarem-se superlotadas é devido à influência da mídia em divulgar corpos perfeitos e modelados em jornais, televisão e revistas. Isso acaba contribuindo na procura por uma atividade física e/ou treinamento especializado, incluindo o treinamento de força (TAHARA; SCHWARTZ; SILVA, 2003).

No entendimento de Silva e Costa (2017), as pessoas utilizam a academia como meio de preparar o corpo para se incluir socialmente. As atividades servem para construir modelos que a sociedade determina, ou seja, um corpo com músculos bem definidos. O culto ao corpo, a incessante busca do belo, do padrão, estimulados pela vaidade e abnegação do produto social implantado pelas mídias, traz a displicência e o desinteresse pelo cuidado com a saúde, utilizando muitas vezes de estratégias que os auxiliam no imediatismo. No entanto, precipitam a vida, podendo causar diferentes doenças por meio de produtos utilizados de forma irregular.

Nessa perspectiva, a prevalência da dimensão estética do corpo, onde estilo, forma, aparência e juventude contam como seu mais importante atributo, levando a considerar que, atualmente, o corpo pode ser modelado e transformado como se fosse um rascunho (LE BRETON, 2013). Nesse sentido, Ludorf (2009) corrobora acrescentando que o corpo como rascunho seria uma estrutura modular, cujas peças podem ser substituídas, redesenhadas, de acordo com as pretensões do indivíduo, na tentativa de ser constantemente retificado e corrigido.

Le Breton (2007) sustenta que o corpo é compreendido como objeto, limite e/ou espaço a ser cuidado e transformado através dos avançados recursos tecnológicos, disponíveis na cultura que buscam incessantemente a longevidade e rejuvenescimento.

Assim, na história, o corpo se apresentava flagelado pelo trabalho árduo, por causa do sustento familiar. Hoje não. Agora vemos um corpo flagelado pela busca do corpo belo e ideal, sendo encontrado nas academias e às vezes indo além da sua capacidade, ou seja, tendo alimentação inadequada ou pouco suficiente para suportar as cargas de treinos, ou até mesmo ingerindo esteroides androgênicos anabólicos (conhecidos simplesmente como anabolizantes) por fins estéticos e o seu excesso é maléfico à saúde (BEPPU; BARROS; MARTINS JÚNIOR, 2011), invertendo-se, nesse caso, a lógica do que se pretende com a atividade física como algo a ser vivenciado para a melhoria da saúde do sujeito e, por conseguinte, para a aquisição de uma melhor qualidade de vida.

Percebe-se que na história, o corpo esteve quase sempre submetido ao flagelo devido ao trabalho intenso empregado pelo sistema capitalista, e hoje, se encontra atrelado às imposições da sociedade que busca um corpo belo e ideal,

presente nas academias e clubes, trazendo muitas vezes efeitos deletérios à saúde porque, geralmente, o corpo ideal que se busca parece não existir.

Tratando-se sobre musculação, Viais (2015) destaca que é uma atividade física muito indicada para as mulheres, não havendo nenhuma contraindicação, desde que seja praticada respeitando as possibilidades físicas de cada individuo e com a devida orientação adequada.

O treinamento de força é permitido para mulheres de todas as idades, desde que sejam orientadas por um profissional da área, possibilitando melhorias no condicionamento muscular, aquisição de resistência e força, aumentando o tônus muscular e minimizando os riscos de lesões. Mulheres treinadas tem muito mais facilidade na execução de tarefas do cotidiano quando comparado às mulheres que não praticam nenhuma atividade (SARTORI; SIMEÃO JUNIOR, 2013).

Nesse sentido, existem vários motivos pelos quais as pessoas procuram ingressar em uma academia, a busca de atividade física, geralmente, se dá pelo fato de almejar perder peso, ganhar massa magra (hipertrofia), resistência muscular, ou somente diminuir o estresse, sair do sedentarismo, combater e/ou diminuir o risco de algumas doenças, como: cardiovascular, pulmonar, entre outras (SILVA; COSTA, 2017).

Bagnara e Bagnara (2012) destacam que dentre os muitos benefícios da musculação estão: manutenção e aumento do metabolismo, diminuição da perda de massa muscular, redução da gordura corporal, diminuição das dores lombares, minimização da ansiedade e da depressão, melhorias no sono, etc. Já no meio estético, a musculação gera dois importantes benefícios: o aumento da massa corporal metabolicamente ativa e a melhoria da autoimagem.

Apropriando-se dos estudos de Silva et al (2014), ressalta-se que o treinamento com pesos contribui para vários fatores, sendo eles: prevenção de doenças, manutenção da saúde e melhora da qualidade de vida, que consequentemente colabora para a melhora da autoestima, autoconfiança e autoimagem, diminuindo quadros ansiosos e depressivos.

A prática da musculação proporciona vários aspectos positivos à saúde das mulheres, nessa perspectiva, Silva et al (2014), em seu estudo, apontam que das 20 mulheres na faixa etária de 17 e 47 anos, praticantes de musculação, 100% delas

expuseram ter notado modificações provenientes da prática. Como motivos de adesão à prática da musculação, as participantes apontaram que 90% estão voltados aos motivos estéticos, 60% à preocupação com a saúde física e 15% à melhoria do bem estar psicológico.

Então, percebe-se que a procura pela prática da musculação é dada por diferentes motivos, sejam eles: melhora da estética corporal, prevenção de doenças, manutenção da saúde e qualidade de vida, ou, como também, inserir-se em um grupo social interagindo com outras pessoas, construindo laços de amizade, melhorando a autoestima e combatendo o sedentarismo, a solidão e a depressão.

3 METODOLOGIA