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Multiplicação e subcultivos

No documento Wagner dos Santos Fukuda (páginas 57-64)

Da parte aérea das plantas com 60 dias de cultura, produzidas na fase anterior, foram retirados e repicados explantes de caule para meio de multiplicação. As tabelas 5 e 6 apresentam as médias (± erro padrão) do número e comprimento dos brotos formados nos diferentes tratamentos, nos quatro subcultivos sucessivos.

A análise de variância revelou que o número de brotos produzidos por explante foi significativamente influenciado pelos subcultivos e pelas interações das concentrações de BAP com AIB e BAP com os subcultivos. As médias do número de brotos por explante não apresentaram grandes variações nos diferentes tratamentos, nos quatro subcultivos, ficando, de maneira geral, entre 1 e 2 (Tabela 5). Isso indica que todos os tratamentos, inclusive o controle, favorecem a brotação. No 1o subcultivo as médias dos números de brotos não

se destacaram, como no 2o subcultivo, na ausência de BAP nas três concentrações de AIB ou em 0,05 mg.L-1 de BAP, respectivamente 2,2, 2,8, 3,0 e 2,4 (Tabela 5). No 4o subcultivo, as médias de todos os tratamentos diminuíram, porém, de maneira geral, não diferiram do 3o subcultivo, exceto em meio com 0,05

mg.L-1 BAP combinadado com AIB 0,01 ou 0,05 mg.L-1. É importante destacar que no controle, sem reguladores de crescimento, os resultados foram semelhantes ao da maioria dos tratamento com BAP e/ou AIB.

Tabela 5. Número de brotos em Jacaranda ulei Bureau & K. Schum. cultivada em meio de cultura contendo BAP (6-benzilaminopurina) e AIB (ácido3-indol-butírico), em diferentes concentrações, totalizando nove tratamentos, em quatro subcultivos sucessivos de 60 dias cada. Média ± erro padrão.

Subcultivos Trat. BAP (mg.L-1) AIB (mg.L-1) 1 2 3 4 1 0,00 0,00 1,8±0,3 aA 2,2±0,5 aA 1,7±0,2 aA 1,3±0,1 bA 2 0,00 0,01 1,7±0,2 aA 2,8±0,4 aB 1,8±0,2 aA 1,7±0,2 aA 3 0,00 0,05 1,9±0,2 aA 3,0±0,6 aB 1,4±0,1 bA 1,6±0,1 aA 4 0,01 0,00 1,4±0,2 aA 2,1±0,2 bA 1,8±0,1 aA 1,7±0,1 aA 5 0,01 0,01 1,9±0,3 aA 1,9±0,2 bA 1,6±0,1 aA 1,4±0,1 aA 6 0,01 0,05 1,7±0,3 aA 1,8±0,2 bA 1,3±0,1 bA 1,5±0,2 aA 7 0,05 0,00 1,8±0,2 aA 2,4±0,2 aB 1,8±0,2 aA 1,2±0,1 bA 8 0,05 0,01 1,0±0,0 aA 1,5±0,4 bA 2,0±0,2 aB 1,0±0,0 bA 9 0,05 0,05 2,1±0,3 aB 1,1±0,1 bA 2,0±0,2 aB 1,5±0,1 aA

Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Scott Knott (p<0,05). n=11 a 47.

Pela análise de variância verificou-se que as concentrações de BAP, AIB e os subcultivos influenciaram significativamente o comprimento dos brotos de J.

ulei, da mesma forma que todas as interações entre estes fatores, exceto BAP

com subcultivo.

De maneira geral, as médias dos comprimentos dos brotos variaram entre 1 e 2 cm (Tabela 6). No 1o subcultivo, o comprimento médio não diferiu estatísticamente na maioria dos tratamentos, exceto em 0,01 mg.L-1 e 0,05 mg.L-1

de BAP sem AIB e 0,05 mg.L-1 de BAP com a mesma concentração de AIB, que foram significativamente superiores aos demais tratamentos. No 2o subcultivo,

com exceção do tratamento 0,05 mg.L-1 de BAP na ausência de AIB, as médias de comprimento observadas em cada tratamento aumentaram nos subcultivos sucessivos até o 3o subcultivo. A média de comprimento (± erro padrão) em todos

os tratamentos, nos três primeiros subcultivos foram respectivamente 1,2 ± 0,1 cm (n=229), 1,6± 0,1 cm (n=215) e 2,2 ± 0,1 cm (n=271). No 4o subcultivo todas as

médias diminuíram, ficando a média geral neste subcultivo 1,6 ± 0,1 cm (n=186), mas na maioria dos tratamentos se mantiveram acima das médias observadas no 1o subcultivo. As maiores médias de comprimento foram observadas no 3o e 4o

subcultivos, nas concentrações mais elevadas de BAP e AIB, respectivamente 3,5 e 2,7 cm. Da mesma forma que na média do número de brotos, o comprimento médio do controle também teve resultados semelhantes aos demais tratamentos sem reguladores de crescimento.

Tabela 6. Comprimento dos brotos em Jacaranda ulei Bureau & K. Schum. cultivada em meio de cultura contendo BAP (6-benzilaminopurina) e AIB (ácido3-indol-butírico), em diferentes concentrações, totalizando nove tratamentos, em quatro subcultivos sucessivos de 60 dias cada. Média ± erro padrão.

Subcultivos Trat. BAP (mg.L-1) AIB (mg.L-1) 1 2 3 4 1 0,00 0,00 1,1±0,1 bB 1,3±0,2 bB 1,9±0,1 bA 0,9±0,1 cB 2 0,00 0,01 1,1±0,1 bB 1,9±0,2 aA 1,9±0,1 bA 1,6±0,1 bB 3 0,00 0,05 1,0±0,1 bC 1,7±0,2 aB 2,1±0,2 bA 1,7±0,1 bB 4 0,01 0,00 1,5±0,3 aA 1,7±0,1 aA 2,2±0,1 bA 1,8±0,2 bA 5 0,01 0,01 1,0±0,1 bB 1,7±0,1 aA 2,1±0,1 bA 0,8±0,1 cB 6 0,01 0,05 1,0±0,3 bC 1,5±0,1 aB 2,0±0,1 bA 1,6±0,2 bB 7 0,05 0,00 1,8±0,3 aA 1,3±0,1 bB 2,3±0,2 bA 1,0±0,2 cB 8 0,05 0,01 0,9±0,2 bB 1,9±0,1 aA 2,1±0,2 bA 1,7±0,1 bA 9 0,05 0,05 1,3±0,2 aC 1,6±0,2 aC 3,5±0,3 aA 2,7±0,2 aB

Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Scott Knott (p<0,05). n=11 a 47.

A Figura 5 apresenta o aspecto morfológico dos brotos multiplicados nos nove tratamentos testados, ao final da 4o subcultivo. A formação de brotos

ocorreu em todos os tratamentos e que, maneira geral, os maiores alongamentos ocorreram nas concentrações mais elevadas de AIB, as quais, entretanto apresentaram folíolos menos expandidos e com sinais de vitrificação. Embora não

Figura 5. Aspecto dos brotos de Jacaranda ulei Bureau & K. Schum. (Bignoniaceae), durante a

fase de multiplicação, cultivados em ¼ MS com BAP/AIB (0,00; 0,01, 0,05 mg.L-1), no 60o dia de cultivo da 4o subcultivo. a. 0,00/0,00. b. 0,00/0,01. c. 0,00/0,05. d. 0,01/0,00. e. 0,01/0,01. f. 0,01/0,05. g. 0,05/0,00. h. 0,05/0,01. i. 0,05/0,05.

b

c

d

g

h

i

e

f

a

quantificado, foi observado também que, durante um mesmo subcultvo e em um mesmo tratamento, os clones podem responder muito diferentemente, tanto na multiplicação (Figura 6), quanto no alongamento (Figura 7). Assim, como apresentado, respectivamente nas Figuras 6 e 7, o clone 12 se multiplica mais do que o 8 e o clone 6 se alonga mais do que 18, demostrando diferença na resposta dos clones aos tratamentos. Da mesma maneira, o comportamento de um mesmo clone pode variar muito, tanto em subcultivos diferentes, quanto em um mesmo subcultivo, como indica a Figura 8, na qual o clone 11 apresenta novas brotações em um dos recipientes de cultivo e apenas alongamento dos explantes em outro recipiente, ambos no durante o 4o subcultivo.

Figura 6. Aspecto morfológico dos brotos de Jacaranda ulei Bureau & K. Schum.

(Bignoniaceae), durante a fase de multiplicação, cultivados em ¼ MS com BAP/AIB 0,05/0,05 mg.L-1, no 60o dia do 4o subcultivo. a. Clone 12. b. Clone 8. Observe que quantidade de brotos por explante é muito maior no clone 12, embora o comprimento dos brotos sejam equivalentes nos dois clones.

a

b

Figura 8. Aspecto morfológico dos brotos do clone 11 de Jacaranda ulei Bureau & K.

Schum. (Bignoniaceae), durante a fase de multiplicação, cultivados em ¼ MS com BAP/AIB 0,01/0,05 mg.L-1, no 60o dia do 4o subcultutivo. Observe o maior número de brotações por explante e folíolos mais expandidos em a do que em b, embora seja o mesmo clone, cultivados no mesmo tratamento.

Figura 7. Aspecto morfológico dos brotos de Jacaranda ulei Bureau & K. Schum.

(Bignoniaceae), durante a fase de multiplicação, cultivados em ¼ MS com BAP/AIB 0,05/0,00 mg.L-1, no 60o dia do 4o subcultivo. a. Clone 6. b. Clone 18. Observe que o comprimento dos brotos é muito maior no clone 6, embora a quantidade de brotos por explante seja equivalente nos dois clones.

No documento Wagner dos Santos Fukuda (páginas 57-64)

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