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Dezembro de 2019 Pág. 51 Caraterização da amostraNo que diz respeito aos questionários colocados às pessoas, foram obtidos 200 questionários considerados válidos. Destes, 86 inquiridos (43%) eram do sexo masculino e 114 (57%) eram do sexo feminino. Em relação às idades, estas foram agrupadas em 4 grupos: menores de 18 anos, entre 18 a 30 anos, entre 31 a 65 anos e mais de 65 anos. Posto isto, obtemos 136 respostas de pessoas (68%) com idade compreendida entre os 18 e os 30 anos, 56 respostas (28%) cuja idade dos inquiridos está entre os 31 e os 65 anos, 4 respostas de pessoas (2%) com menos de 18 anos e as restantes 4 respostas (2%) correspondentes à opção “mais de 65 anos”.
A primeira parte do questionário continha ainda uma terceira pergunta, “Interessa- se por Zoos?”, em que das 200 respostas recolhidas, 156 pessoas (78%) responderam “sim” e as restantes 44 pessoas (22%) responderam “não”, o que nos mostra que, segundo estes dados, há mais pessoas com interesse por jardins zoológicos do que as pessoas que não mostram o mesmo.
As pessoas que responderam de forma negativa à pergunta acima referida acabaram o questionário por ali, enquanto as restantes (pessoas que têm interesse por zoos) continuaram o questionário respondendo às perguntas referentes à ligação dos zoos com o Turismo, isto porque se as outras continuassem o questionário poderiam inflacionar de forma negativa as respostas obtidas.
Análise das respostas obtidas
1)
Vê os Zoos como atrações turísticas? (se sim, porque é que os acha um pontoatrativo?)
Das 156 respostas recolhidas a partir desta pergunta, 128 pessoas (82,1%) veem os zoos como atrações turísticas e 28 pessoas (17,9%) não partilham da mesma opinião.
As pessoas que dizem ver os zoos como atrações turísticas justificam as suas respostas dizendo, mais de 50% delas, que são um ponto atrativo devido a ser um espaço que envolve animais e natureza. Outros dos principais aspetos apontados como motivo de atração é a diferenciação de tipo de estruturas e habitats entre todos os zoos e por ser um espaço completamente diferente de todas as outras atrações turísticas.
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O que o/a motiva a ir a um Zoo?Através desta pergunta, conseguimos perceber que 73,1% da amostra aponta que um dos principais motivos de visita a um jardim zoológico é a curiosidade em observar espécies de animais que habitam noutros países/continentes, seguido do motivo de consciencialização da importância de todos os seres vivos e da preservação da natureza, escolhido por 55,8% das pessoas.
3)
Deslocar-se-ia a uma cidade ou a um país cuja principal motivação da viagem fosse aInstituto Superior Politécnico Gaya www.ispgaya.pt
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Dezembro de 2019 Pág. 53 No seguimento desta pergunta, tentamos perceber até que ponto um zoo tem influência na deslocação de uma pessoa para uma certa cidade ou país, criando assim fluxos turísticos e, através dela, obtemos respostas bastante variadas, não existindo uma grande tendência para nenhuma das opções.Como podemos ver no gráfico acima, em 156 respostas, 56 pessoas (35,9%) dizem que a simples visita a um zoo é motivo suficiente para acontecer tal deslocação, no entanto, 47 pessoas (30,1%) responderam “não”. As restantes 53 respostas (34%) são correspondentes à opção “talvez”, ou por nunca terem pensado nessa hipótese ou por outros motivos pessoais.
4)
Não sendo a principal motivação da viagem a visita a um Zoo, tentaria incluir a visita aum local destes num dos seus tempos livres?
Mudando o sentido da pergunta anterior e quando questionados se visitariam um Zoo, não como motivação principal da viagem, mas num espaço livre de tempo enquanto estivessem na cidade ou no país que a pessoa estivesse a visitar, aí as respostas já foram mais unânimes, em que 111 pessoas (71,2%) responderam que incluiriam a visita a um jardim zoológico durante a sua viagem. Apenas 3 pessoas da amostra (1,9%) responderam que mesmo assim, não visitariam um zoo, percentagem pouco ou nada significativa. As restantes respostas são referentes à opção “talvez”, sendo elas escolhidas por 42 pessoas, representando, assim, 26,9% da população da amostra.
Esta pergunta permite-nos concluir que os Zoos têm “peso” no turismo pois é um produto de oferta turística que muita gente pondera visitar e tenta incluir nos seus itinerários turísticos.
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Dezembro de 2019 Pág. 54 Neste gráfico podemos verificar que 71,8% das respostas são “sim”, representando 112 pessoas que consideram que os Zoos de Portugal são um elemento importante para o turismo nacional, enquanto 44 pessoas têm uma opinião contrária, representando quase 1/3 da opinião das respostas totais.6)
De que forma é que acha que os Zoos situados em Portugal contribuem para oturismo?
A esta questão, os questionados tinham a oportunidade de responder abertamente, o que fez com que obtivéssemos respostas muito variadas, mas algumas delas com pontos em comuns, permitindo-nos chegar à conclusão de que a população refere, em maioria, que os zoos contribuem para o turismo pois conseguem atrair mais pessoas, sendo mais um motivo de interesse e por ser um ponto que os turistas incluem nas suas rotas, principalmente na prática do turismo de natureza.
Algumas pessoas dizem que uma forma de contribuição para o turismo em Portugal passa pela descentralização das grandes cidades e pelo contributo económico. Também afirmam que os zoos contribuem para o turismo de forma positiva, mas se se justificarem. Um exemplo de uma outra opinião é “É mais um motivo de interesse a acrescentar a outros que existam nas cidades onde eles se localizam e é uma atração para todas as faixas etárias.”
Por outro lado, das 136 respostas adequadas à pergunta em questão, apenas 13 delas dizem que os zoos não contribuem, dando estes exemplos de respostas anónimas: “Não considero que contribuem muito pois o nosso país tem imensos pontos turísticos e que os
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Dezembro de 2019 Pág. 55 turistas dão mais prioridade em visitar” ou “Não acho que seja uma atracão com influência. Temos elementos que penso mais atrativos, ex: clima e gastronomia.”.7)
Dos seguintes Zoos, qual já visitou?Perante esta pergunta, a última do questionário, os interrogados tinham como opção: Zoo da Maia, Zoo Santo Inácio, Jardim Zoológico de Lisboa e o Zoo de Lagos. O objetivo da pergunta foi perceber se apesar da diferente distribuição geográfica entre Zoo da Maia e Zoo Santo Inácio (Norte), Jardim Zoológico de Lisboa (Centro) e Zoo de Lagos (Sul), as pessoas visitam os zoos nos diferentes sítios do país, obtendo então o seguinte gráfico:
Responderam a esta questão 154 pessoas das 156, o que significa que apenas 2 nunca visitaram nenhum jardim zoológico em Portugal, mostrando assim que quase 100% dos participantes no inquérito já visitaram pelo menos um dos zoos de Portugal dados como opção. É de reparar que, mesmo que o questionário tenha sido aplicado em maioria a pessoas do norte do país, o Jardim Zoológico de Lisboa consegue ter maior percentagem de visitantes questionados, do que o Zoo da Maia, conseguindo assim concluir que os Zoos geram fluxos e influenciam o turismo.
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Dezembro de 2019 Pág. 56 Análise S.W.O.T.Pontos fortes:
Atratividade turística diferenciadora e pouco comum;
Estabelecimentos cujo público-alvo é adequado a todas as faixas etárias;
Interface com as várias instituições municipais;
Ligação direta com muitos outros serviços secundários, como a restauração e os transportes;
Projeto que incentiva à educação e preservação da fauna e flora mundial.Pontos fracos:
Limitações de espaço territorial;
Concorrência face outros tipos de mercado e segmentos de turismo;
Sazonalidade;Oportunidades:
Propagação e merchandising;
Reforçar o posicionamento face a outros tipos de mercado e segmentos de turismo;
Com a sustentabilidade e a preservação cada vez mais presente na sociedade, o zooenquadra-se nas atividades que são fiéis e defendem estes princípios;
Rede de transportes cada vez mais extensa que permite acesso aos zoos que se encontram fora dos centros urbanos;
Apoio de empresas com responsabilidade social e ambiental;Instituto Superior Politécnico Gaya www.ispgaya.pt
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Dezembro de 2019 Pág. 57 Ameaças:
Conjuntura económica/social desfavorável (preços demasiado elevados para os visitantes);
Dependência das condições meteorológicas;
Perda de interesse por parte da população local.Considerações Finais
Com este estudo e pesquisa em torno do tema “A influência dos Zoo para o Turismo”, esperamos incentivar à realização de mais estudos direcionados para esta vertente e fornecer mais dados reais e concretos da ligação do turismo com os Zoos de Portugal, pois é um tema ainda pouco aprofundado e estudado. Pretendíamos também descobrir dados que sejam uteis para a melhoria dos Zoos como atrações turísticas e de que forma os podemos ligar mais com o turismo.
Os Jardim Zoológicos quando regulamentados e dentro das normas determinadas pela EAZA e WAZA, tornam-se importantíssimas unidades de conservação e preservação ambiental, e por vezes a única forma de salvar algumas espécies ameaçadas. Aliando estas instituições ao turismo, é possível que aos poucos a mentalidade da população mundial se vá alterando, consciencializando-os da importância de todos os seres vivos e da necessidade de preservação e conservação.
Em relação ao trabalho de campo, a formulação e a implementação do inquérito procurou ser fiel à revisão da literatura e que as perguntas fossem feitas de forma a obtermos as respostas pertinentes ao estudo.
Depois de terminarmos os inquéritos, os resultados obtidos foram bastante positivos. Através deles conseguimos perceber melhor a opinião da população acerca da ligação dos zoos com o turismo, qual a principal motivação da ida a um zoo e quais já visitaram em diferentes pontos de Portugal, conseguindo assim obtermos conclusões pertinentes perante o estudo em causa. Os resultados obtidos são também importantes para a definição das estratégias de
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Dezembro de 2019 Pág. 58 maior envolvência com o turismo nacional e para um maior aumento de visitantes anuais em cada zoo do país.Referências
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- Conservation, education, entertainment? (pp. 13–32). Channel View Publications.
Chehin, M. M. (2015). Atrativos Turísticos que Utilizam Animais como Entretenimento: A
Influência da Informação Ambiental no Comportamento Sustentável.
Ferreira, M. M. (2011). Evolução do projeto de Jardins Zoológicos em Arquitetura Paisagista. Lisboa.
Frost, W. (2011). Zoos and Tourism : Conservation, Education, Entertainment? Bristol, UK: Channel View Publications.
INE. (2016). Visitantes (N.o) de jardins zoológicos, botânicos e aquários por Tipologia; Anual -
INE, Inquérito aos jardins zoológicos, botânicos e aquários. Portugal. Obtido de
https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=00 07728&contexto=bd&selTab=tab2&xlang=pt
Mason, P. (2007). Zoos as heritage tourism attactions : a neglected area of research?
International Journal of Heritage Studies. Obtido
de http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/13527259908722267 Pinto, T. (2016). Plano de Marketing do Zoo da Maia. Porto. Redondo,
M. B. (2017). O Papel dos Zoos e o Turismo. Estoril.
Turismo de Portugal. (2013). Zoos e Aquários. Obtido de Visit Portugal.
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