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Tarefas Exploratórias e a Aprendizagem

4. I NSTRUMENTOS DE R ECOLHA E T RATAMENTO DE DADOS

4.3 A NÁLISE DE D OCUMENTOS O FICIAIS

Por forma a enriquecer esta investigação e tendo em conta que o Decreto-Lei 259/ 2000 que visa a integração de cariz obrigatório no Projeto Educativo (PE) da ES, entende-se como fundamental a sua análise.

“As escolas e outras instituições burocráticas têm a reputação de produzir uma profusão de comunicações escritas e ficheiros. A maior parte das pessoas fala depreciativamente destes montes de papel e pode olhar-nos de soslaio por chamarmos a estes documentos oficiais “dados”” (Bogdan & Biklen, 1994, p. 180)

Neste sentido, a análise do PE deste Agrupamento de Escolas foi fundamental para a compreensão da visão que os intervenientes na sua elaboração tinham sobre a temática da ES e aquilo que se predispunham a realizar na área. Para muitos investigadores estes documentos são bastante subjetivos e por vezes “ (…) um retrato brilhante e irrealista de como funciona a organização” (Bogdan & Biklen, 1994, p. 180) e por este motivo os excluem da categoria de dados.

Contudo, o PE foi considerado um dado relevante nesta investigação, pois constituiu um elemento oficial que retratava a realidade estudada, na qual se pretendia entender se estava adaptado às ações dinamizadas. “Nestes documentos os investigadores podem ter acesso à “perspetiva oficial”, bem como às várias maneiras como o pessoal da escola comunica” (Bogdan & Biklen, 1994, p. 180). Estes documentos foram de fácil acesso ao investigador assim como a toda a comunidade escolar.

4.4

O

BSERVAÇÃO NATURAL E PARTICIPANTE

Como forma de completar as informações obtidas pelos instrumentos anteriormente referidos, a observação constituiu um papel preponderante. “Observação significa constatação de um facto, quer se trate de uma verificação espontânea ou ocasional, quer se trate de uma verificação metódica ou planeada” (Freixo, 2010, p. 195).

A observação natural é favorecida em condições não planeadas ou planeáveis, com a qual se pretendeu tirar partido pela anotação de dados que surgiram, na altura, e que o investigador considerou como pertinentes. Ao realizar uma observação naturalista o

56 investigador colocou-se como observador participante, que “ (…) tem lugar quando o investigador participa na situação estudada, sem que os demais elementos envolvidos percebam a posição do observador participante” (Freixo, 2010, p. 196). Esta situação acontece quando o investigador se incorpora de forma natural no grupo investigado, neste caso na posição de professora que orientou e controlou o estudo a realizar, a fim, de obter os dados verosímeis.

Logo, a observação proporcionou um complemento à investigação realizada, pela recolha e registo de acontecimentos e atitudes que complementaram as informações reunidas através dos instrumentos de recolha de dados.

4.5

A

NÁLISE E

I

NTERPRETAÇÃO DE

D

ADOS

A análise e interpretação de dados “é um processo de decomposição de um todo nos seus elementos […] corresponde à etapa onde se registam, analisam e [se] interpretam [os mesmos] ” (Sousa & Baptista, 2011, p. 106). Quando se chegou a esta fase, já a recolha de dados, pelos métodos anteriormente descritos, estava concluída, pelo que se impunha proceder à seleção da informação de maior relevância e importância para o estudo.

Os dados obtidos pelas entrevistas, ao DE e à coordenadora do GESS, e pelas questões abertas presentes nos questionários aos Professores e EE foram objeto de Análise de Conteúdo pelo que, imperou a necessidade de descrever e agregar os mesmos, analisar as variáveis e, por fim, comparar os resultados observados com os esperados e realizar a interpretação das diferenças (Sousa e Baptista, 2011). Tendo em conta que dos questionários também fazia parte indagações fechadas, houve necessidade de realizar uma análise estatística que se focou essencialmente na comparação de dados percentuais auxiliados pela leitura dos respetivos gráficos.

Após a realização e transcrição da entrevista do DE, da sumarização da entrevista da Coordenadora do GESS, que não autorizou a sua gravação, de uma leitura séria e aprofundada destes documentos foi fundamental a busca de concordâncias e discordâncias quanto à temática crucial para o cruzamento de dados recolhidos, entre todos os intervenientes, que foram ao encontro dos objetivos da investigação. Sousa e Baptista (2011, p.116) sintetizam o anteriormente explanado como “(…) resumir, estruturar ou decompor fatores para apresentar as relações daí resultantes”. Por forma a completar a leitura e interpretação realizada dos resultados obtidos houve a necessidade de confrontar os mesmos com um referencial teórico que foi sendo exposto ao longo de toda a investigação.

57 A apresentação dos dados foi sendo realizada concomitantemente com a sua exposição, pois “ (…) as variáveis quantitativas que implicam relações mensuráveis ou contáveis; e as qualitativas, que expressam atributos, qualidades ou opiniões dos indivíduos em estudo” (Sousa e Baptista, 2011, p. 116) complementaram-se, dando enfase e veracidade à investigação realizada. Neste processo, houve especial cuidado em realizar uma análise estatística adequada com descrição simples e claras assim como a concretização do cruzamento de dados qualitativos obtidos pelos diversos instrumentos de recolha utilizados.

59

C

APÍTULO

IV

A

PRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE

RESULTADOS

Neste Capítulo pretendeu-se realizar a apresentação, interpretação e discussão dos dados recolhidos tendo por base estudos realizados na área. De modo a facilitar, o mesmo foi dividido em onze partes diferentes e complementares fundamentais no processo de investigação elaborado:

 Apresentação do Projeto Educativo do Agrupamento de escolas, que faz uma menção ao objetivos da ES na escola;

 Conceções dos EE e Professores sobre a ES na escola;  Preparação dos intervenientes para a abordagem da ES;  Dinamização e participação em atividades em ES;

 Responsáveis pela ES dos EE e dos Professores enquanto alunos;  Preferências dos alunos em relação aos intervenientes na sua ES;

 Responsabilidade da ES em Meio Escolar na ótica dos EE e dos professores;  Início da ES na escola;

 Papel da escola na ES na ótica do aluno;

 Necessidades que os alunos apresentam em relação à ES;  Síntese final.

Este alinhamento foi pensado por forma a seguir a ordem das questões contempladas nos questionários, sobre as quais se foi realizando um cruzamento de dados.