• Nenhum resultado encontrado

NC Não são abrangidas todas as actividades desempenhadas pelos diversos tipos de instituições financeiras

REGRAS DE CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS E PARA TRANSFERENCIAS ELECTRONICAS (R.10 E RE.VII)

R.23  NC Não são abrangidas todas as actividades desempenhadas pelos diversos tipos de instituições financeiras

Falta uma estratégia de supervisão clara e uma perspectiva dos riscos inerentes  às linhas de negócios das diversas instituições financeiras.  Falta de consistência na avaliação da competência e idoneidade dos sectores  bancário, segurador e de valores mobiliários.  Não se realizaram inspecções às filiais das instituições que operam no mercado  interno e às IFIs.  Enquadramento jurídico menos robusto para apoiar a supervisão eficaz das IFIs.  R.25  NC  Não foram dadas orientações eficazes às instituições financeiras.  R.29  PC  O BCV apenas pode emitir instruções e recomendações por violação das  normas de CBC, mas não pode impor sanções.  Nenhuma sanção foi imposta até ao momento.    SERVIÇOS DE TRANSFERENCIA DE DINHEIRO OU DE VALORES (RE.VI)    Descrição e Análise  

448. Resumo: Todos os serviços de transferências (e serviços de câmbios) em Cabo Verde devem ser

desempenhados por instituições bancárias ou parabancárias que estão autorizadas e são reguladas prudencialmente pelo Banco Central. As remessas informais são, por conseguinte, ilegais e sujeitas às sanções administrativas previstas na Lei das Agências de Câmbio. Segundo as autoridades e instituições privadas inquiridas, os prestadores de serviços de remessas informais (ilegais) não são predominantes em Cabo Verde. Há, contudo, negócios informais de câmbio, a maioria dos quais em reduzida escala (vendedores ambulantes). Alguns portadores de dinheiro foram ocasionalmente apreendidos a entrar ou a sair do país com elevadas somas não declaradas de dinheiro (refira-se à análise da

ao PIB nacional (cerca de 20 por cento em 2004) evidencia o potencial para a sua utilização ilegítima para efeitos de BC/FT e, por conseguinte, o Banco Central deveria empreender esforços para supervisionar o cumprimento das medidas preventivas pelos prestadores de serviços de transferências.

449. Enquadramento Jurídico: As principais disposições legais constituem o Decreto-Lei n.º 30/2000 sobre as agências de câmbios (conforme alteração do Decreto-Lei n.º 24/2003), que lista todos os tipos de instituições autorizadas a realizar operações cambiais (incluindo a transferência de valores e de moeda estrangeira) e o Aviso n.º 3/2003 do BCV, que define as condições destas actividades. Os Decretos-leis n.º 25/1998 e 26/1998, conhecidos como “Lei das Agências de Câmbio” são outras peças de legislação importantes.

450. Apenas as instituições financeiras sob regulação prudencial do BCV estão autorizadas a prestar serviços de transferências de dinheiro (c. VI.1): Os serviços de transferência fora do mercado formal são ilegais e estão sujeitos a sanções administrativas. O artigo 14º da Lei n.º 17/2002 de CBC afirma explicitamente que: “As transferências

internacionais de moeda nacional ou estrangeira, meios de pagamento sobre o exterior ou títulos ao portador só podem ser realizadas por intermédio de instituições bancárias ou financeiras autorizadas a proceder a essas operações.” Adicionalmente, as normas sobre o mercado cambial de Cabo Verde apenas autorizam as instituições

bancárias e parabancárias licenciadas a prestar serviços de transferências de dinheiro. As entidades envolvidas no comércio de câmbios também podem ser autorizadas para a prestação de serviços de transferência de dinheiro, mas devem fazê-lo exclusivamente por via das instituições de crédito.

451. As mesmas obrigações em matéria de CBC das instituições financeiras aplicam-se relativamente aos seus serviços de transferência de dinheiro (aplicação da R.4-11, 13-15 e 21-23 e RE.I-IX) (c. VI.2): Constituindo uma parte integral dos serviços normais das instituições financeiras sujeitas à Lei de CBC (artigo 2º da Lei n.º 17/2002), a mesma análise feita no Capítulo 3 deste relatório é aplicada aos serviços de remessas, mesmo em termos de implementação.

Monitorização dos operadores de serviço de transferência de valores (c. VI.3)

452. O regime cambial (Decreto-Lei n.º 30/2000) atribui claramente ao BCV a autoridade para regular,

supervisionar e administrar o mercado cambial. Uma vez que este diploma legal aborda detalhadamente a supervisão prudencial regular das instituições financeiras, vai além da obrigação mais geral da Recomendação Especial VI de “monitorizar” os operadores de transferência de dinheiro e valores. Contudo, as deficiências no quadro de supervisão do BCV também afectam a conformidade com o critério VI.3, apesar de a um menor nível.

453. As agências de câmbios devem estar registadas no BCV (c. VI.4), segundo a Lei Bancária e a Lei das Agências de Câmbio, o que se aplica a todos os balcões através dos quais uma instituição financeira possa prestar serviços de transferência de dinheiro.

454. O mesmo regime de sanções discutido na Secção 3.10 deste relatório é aplicável aos negócios de remessas (aplicação do c. 17.1-17.4 na R.17) (c. VI.5). A violação das disposições de BC será punida nos termos das mesmas disposições já analisadas. Adicionalmente, prevêem-se sanções pela violação dos regulamentos do BCV relativos às agências de câmbio (não houve sanções aplicadas na prática). Adicionalmente, há sanções aplicáveis pela violação dos regulamentos cambiais do BCV, incluindo a prestação de serviços de transferência de valores ou de dinheiro sem a respectiva autorização. A equipa confirmou a existência de procedimentos administrativos sancionatórios contra trocas ilegais de moeda, liderado pelo BCV.

455. Elemento adicional — Aplicação do Documento de Melhores Práticas relativamente à RE VI (c. VI.6): Considerando que os serviços de remessas em Cabo Verde são prestados exclusivamente pelas instituições bancárias e parabancárias prudencialmente reguladas, o sistema avança para além do documento de melhores práticas que trata das transferências informais.

Recomendações e Comentários

 

Conformidade com a Recomendação Especial VI

    Avaliação  Resumo dos factores que fundamentam a avaliação  RE.VI  PC  As medidas preventivas e as obrigações de licenciamento existem, embora a  monitorização dos serviços de transferência de dinheiro e valores  (exclusivamente prestados pelas instituições financeiras) seja afectada  negativamente pelas mesmas deficiências do quadro de supervisão do BCV,  descritas no Capítulo 3.10.    

MEDIDASPREVENTIVAS—ACTIVIDADESEPROFISSÕESNÃOFINANCEIRASDESIGNADAS   VIGILANCIA RELATIVA A CLIENTELA E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS (R.12)   (aplicação da R.5, 6 e 8 a 11)    Descrição e Análise  

456. Sumário: As mesmas obrigações das instituições financeiras presentes na legislação CBC são impostas a algumas APNFD e outras empreses, sem que haja aplicação. A Lei nº 17 de 2002 estende todas as suas obrigações e regime sancionatório, excepto em relação à conservação de documentos, a algumas, mas não a todas, as actividades exigidas pela recomendação 12 do GAFI (ver quadro-resumo a seguir). O Ministério das Finanças tem autoridade para regulamentar e fiscalizar a conformidade com as obrigações de combate ao branqueamento de capitais das APNFD, apesar de ainda não ter editado nenhum regulamento ou orientação, nem ter iniciado a supervisão CBC/FT das pessoas singulares/colectivas abrangidas.

457. Enquadramento Jurídico: A única referência especifica às APNFD é o artigo 26º da lei nº 12/2007:

“1. As pessoas singulares e colectivas que se dediquem à exploração de salas de jogos, exerçam actividades de intermediação ou de compra de imóveis para revenda, ou transaccionem pedras ou metais preciosos, antiguidades, obras de arte ou automóveis, ficam sujeitas aos princípios e deveres impostos às entidades financeiras neste diploma, excepto os previstos no artigo 20º [conservação de documentos], e com as necessárias adaptações. 

2. O incumprimento, ainda que por negligência, dos referidos deveres será punido com coima nos termos previstos neste diploma.

3. É atribuída ao departamento governamental responsável pela área de Finanças a competência para regulamentar a aplicação deste diploma às pessoas referidas no número 1 deste preceito e fiscalizar o cumprimento dessas disposições”.

 

Aplicação prática

458. As autoridades (Ministério das Finanças) não editaram nenhum tipo de regulamento ou orientação que auxiliasse na aplicação da lei nº 17/2002 de combate ao branqueamento de capitais às APNFD e nenhum relatório sobre actividades suspeitas foi apresentado. Estas empresas não estão cientes dos seus deveres, previstos na Lei de CBC. A maioria delas não está regulamentada e funciona ilegalmente, sem licenças comerciais. Portanto, as empresas formais visitadas pela missão gostariam de ver a aplicação dos mecanismos de combate ao branqueamento de capitais não apenas como uma contribuição à prevenção dessas actividades e à defesa da imagem do seu país, mas também como um passo no sentido de mais formalidade e fiscalização nas suas respectivas actividades.

459. A regulamentação e fiscalização das APNFD é inexistente. A missão não conseguiu identificar e se reunir com as autoridades responsáveis pela regulamentação e fiscalização das APNFD no Ministério das Finanças. Portanto, não se dispõe de informação sobre os seus eventuais planos e estratégias nessa área, se é que existem.

Análise do âmbito da lei

460. Conforme a lista de APNFD que deveriam ser cobertas pelo sistema preventivo de CBC/FT, nos termo da Recomendação 12 do GAFI.