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Roraima 1.536,00 40h Não cumpre

Santa Catarina 1.697,37 40h Não cumpre a jornada extraclasse

Sergipe 1.567,00 40h Não cumpre

Tocantins 1.567,00 40h Não cumpre

A justificativa apresentada pelos Estados e municípios para o não pagamento integral do valor do Piso é a falta de recursos financeiros no orçamento. As despesas da união, Estados e Municípios com pagamento dos profissionais da educação, transferências para o FUNDEB e para os outros setores da sociedade, são estipuladas através do orçamento com base na previsão das receitas disponíveis1.

Para Almeida (2009) as dificuldades na implementação de políticas de valorização dos professores nos municípios, tais como o piso salarial tem provocado a precarização do trabalho docente, que impede o comprometimento com a escola devido à extensa jornada de trabalho em diversas instituições de ensino, além da utilização de contratos temporários.

No estado da Bahia as informações disponibilizadas no portal do servidor contradiz a pesquisa realizada pela CNTE de que o piso não é pago, pois segundo o próprio Estado o valor do piso pago é superior ao estabelecido a cada ano. O reajuste concedido representou 3,5% em 2015 sobre o valor vigente passando a ser de R$ 1.925,96 (acréscimo de 0,43% acima do piso).

Os professores do estado estão concentrados em maior numero na rede municipal, devido ser a responsável pela maioria das matriculas no ensino fundamental, com 76,5% ocupando cargo de provimento efetivo, além de a formação predominante ser a de nível superior (BRASIL, 2014a).

A remuneração dos professores da rede municipal está estruturada no pagamento do salário-base mais gratificações. Além dessa forma de elevar o salario há o avanço nos níveis correspondentes das faixas salariais, a partir da titulação acadêmica em cursos de nível superior na forma de licenciatura, mestrado e doutorado na área de educação ou pela progressão funcional, por referencia com a realização cursos de aperfeiçoamento, atualização e produção profissional.

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O orçamento é elaborado todo ano através de uma proposta orçamentaria denominada lei orçamentaria e apresenta os valores globais propostos além de destacar as principais áreas de atuação e projetos.

2.3.1

Perfil dos Professores da Educação Básica

O salário é um dos fatores que motivam a escolha de uma profissão, além da estrutura dos planos de carreira e das condições de trabalho, elementos constituintes da valorização dos profissionais. Esta seção apresenta as mudanças que aconteceram após a instituição do piso salarial no mercado de trabalho para os professores da educação básica.

A rede de ensino pública brasileira é a responsável pela maioria das contratações de professores, em decorrência do elevado numero de matriculas, através da realização de concurso público. Sendo a educação básica a principal demandante por função docente. Nos Estados, as regiões mais populosas tem apresentado a maior demanda por professores, tais como o Sudeste e o Nordeste (GATTI; BARRETO, 2009).

O nível de escolaridade dos professores em exercício no magistério tem constituído de forma predominante na formação superior, sendo um pequeno percentual com formação de ensino médio, ensino médio normal/magistério e ensino fundamental, conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1- Professores da educação básica por nível de escolaridade

2013 % Total absoluto Superior 74,8 1.607.181 Ensino médio 11,0 236.524 Ensino médio normal/magistério 13,9 297.880 Ensino fundamental 0,3 6.438

Fonte: Elaboração própria, 2015 com dados do TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2015

A formação de nível superior é essencial para lecionar na educação básica, sendo permitida a formação de nível médio normal/magistério para o exercício no ensino infantil e nas quatro primeiras series do ensino fundamental (LDB, 1996), o governo tem criado iniciativas com o objetivo de promover a formação superior principalmente em cursos de licenciatura, como o Plano Nacional de Formação de Professores da

Educação Básica (PARFOR), devido ser uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

O Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) foi implantado em 2009, através da colaboração entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), os Estados, Municípios, Distrito federal e Instituição de Ensino Superior (públicas e privadas sem fins lucrativos), cujo objetivo é induzir a oferta de educação superior para que os professores em exercício na rede pública da educação básica tenham a formação exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), com a criação de turmas especiais de licenciatura, segunda licenciatura e formação pedagógica. O programa conseguiu até 2015 formar 12.103 professores (CAPES, 2015).

O número de ingressantes e concluintes no curso na área de educação é menor em relação aos de ciências sociais, negócios e direito, conforme apresentado na quadro 4. A maioria desses estudantes estão em instituições de ensino privada, devido ao grande numero de estabelecimento no país e a implementação de programas do governo (Prouni e Fies) de acesso ao ensino superior (BRASIL, 2014b).

Quadro 4: Numero de ingressantes e concluintes da área de educação

Ano Cursos Ingressantes Concluintes 2012 Ciências sociais, negócios e direito. 1.175.616 455.662 Educação 488.979 223.392 2013 Ciências sociais, negócios e direito. 1.133.115 439.250 Educação 468.747 201.011

Fonte:Elaboração própria, 2015 baseado no BRASIL/INEP 2011 e 2013

De acordo com Gatti (2010), as principais deficiências dos cursos de educação ofertados pelas instituições de ensino superior são: elevada base teórica, pouca pratica e conhecimento do currículo da rede de ensino, e ausência de disciplinas relacionadas ao saber tecnológico.

A implantação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação á Docência (PIBID) é uma iniciativa importante para formação do professor por conceder bolsas a estudantes de licenciaturas, que desenvolva atividades na rede pública e após graduado se comprometa a continuar lecionando na rede. O objetivo é promover a integração e pratica aos futuros professores á escola (BRASIL, 2015).

O perfil dos jovens que escolhem a carreira de docência é a maioria de concluintes do ensino médio em escolas públicas, a escolaridade dos pais é baixa, principalmente nos cursos de pedagogia. A decisão para a escolha da carreira se baseia em diversos fatores que são: vocação, remuneração em relação a outras profissões, condições de trabalho, estabilidade e influência familiar (GATTI; BARRETO, 2009).

De acordo com Gatti e Barreto (2009) para os professores em exercício em alguns Estados a politica implementada provocou aumento em relação à remuneração anterior ser menor ao valor estipulado na lei 11.738. Em 2006 a média salarial dos docentes da educação básica era de R$927,00, mas a maioria recebia abaixo desse valor, os de formação de nível médio R$613, 00 na educação infantil e no ensino fundamental R$696,00.

Além da atratividade, o salário também tem sido relacionado na literatura com a jornada de trabalho que pode ser extensa diante de baixas remunerações, implicando no exercício em mais de uma escola para manter sua subsistência (GATTI; BARRETO, 2011). Para Gouveia e outros (2006) os professores quando submetidos a extensa jornada de trabalho em uma ou mais escolas tende a comprometer sua saúde e passar a dispor de menos tempo para realizar cursos de aperfeiçoamento e entre outras atividades. Os problemas de saúde podem afastar os professores da sala de aula comprometendo o processo de aprendizado dos alunos. Essa sobrecarga impacta nas condições de trabalho, que também está relacionada à estrutura física das escolas, ao numero de alunos por turma e a relação do professor com aluno na sala de aula.

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