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NÍVEIS DE ILUMINÂNCIA PARA INTERIORES (NBR‐ 5413) 

AMBIENTE OU TRABALHO 

LUX 

Sala de espera 

100 

Garagem, residência, restaurante 

150 

Depósito, indústria (comum) 

200 

Sala de aula 

300 

Lojas, laboratórios, escritórios 

500 

Sala de desenho (alta precisão) 

1.000 

Serviços de muito alta precisão 

2.000 

   

O  aparelho  usado  para  medir  a  iluminância  é  o  luxímetro  como  o  instrumento  digital  portátil,  com  tela  de  cristal  líquido  (LCD)  da  figura  ao 

lado, que realiza medidas da iluminação ambiente em LUX na faixa de 1 LUX a 50.000 LUX. 

Dicas de Iluminação do Local de Trabalho 

1. Excesso  de  luz  é  um  problema  comum  nas  empresas  e  nos  escritórios.  Muita  luz,  no  entanto,  não  significa  luz  adequada.  Pelo  contrário,  pode  atrapalhar  e  gerar  uma  sensação de desconforto.   2. O limite mínimo também deve ser observado. A iluminação da área de trabalho deve  apresentar, no mínimo, 500 luxes, o que é fiscalizado pelo Ministério do Trabalho.   3. Além da iluminação geral, algumas atividades exigem uma iluminação mais pontual na  mesa de trabalho (desklight).   4. O excesso da luz solar deve ser controlado com cortinas e persianas. Há uma tendência  em se aproveitar a luz natural, sempre complementando‐a com a iluminação artificial.   5. Ao longo do dia, as pessoas têm necessidades diferentes ‐ normalmente decrescentes  ‐ de iluminação. Identificar essa variação pode ajudar no rendimento do trabalho.   6. Iluminação  com  cores  diferentes  torna  o  ambiente  de  trabalho  menos  monótono, 

causando uma sensação de bem‐estar.  

7. Também  é  possível  utilizar  recursos  de  iluminação  em  paredes,  para  torná‐las  mais  aconchegantes.  

8. O  computador  nunca  deve  receber  a  luz  natural  da  janela  diretamente  na  tela.  O  ofuscamento prejudica a concentração e a saúde.  

9. Pesquisa  feita  nos  Estados  Unidos  demonstrou  que  aqueles  que  ficavam  perto  de  janelas tinham 23% menos queixa de dor nas costas, dor de cabeça e exaustão.  

10. Remova lâmpadas onde há mais luz do que o necessário, mas certifique‐se de manter  uma  iluminação  boa  em  locais  de  trabalho  para  não  prejudicar  seu  desempenho  ou  evitar acidentes (áreas com máquinas).   11. Realizando a limpeza de paredes, tetos e pisos e utilizar cores claras no ambiente de  trabalho e estudo, melhoram a iluminação do local e você se sentirá mais confortável e  disposto no seu local de trabalho.           Iluminação Pública   

A  iluminação  pública  nas  cidades  é  uma  atribuição  das  Prefeituras  Municipais;  entretanto,  é  bom que o fazendeiro tenha uma noção dos tipos de lâmpadas mais indicadas, pois a geração  de  energia,  através  das  microcentrais  hidrelétricas  está  ao  seu  alcance,  desde  que  em  sua  propriedade passe um córrego com descarga ou desnível adequados à sua geração. 

A Tabela abaixo foi transcrita do site da CEFET‐SP e mostra os tipos de lâmpadas  mais usadas no Brasil para uso na iluminação pública. A iluminância (representada  por  E  e  nas  unidades  de  lúmens  por  watt),  mostra  claramente  que  a  lâmpada  à  vapor de sódio, p.ex., apresenta uma eficiência cerca de dez (10) vezes superior à  lâmpada incandescente.  ILUMINAÇÃO PÚBLICA  TIPO DE LÂMPADA  E(lm/w) Incandescente  10 ‐ 15  Halógenas  15 ‐ 25  Mista  20 ‐ 35  Vapor de mercúrio  45 ‐ 55  Fluorescente tubular  55 ‐ 75  Fluorescente compacta  50 ‐ 80  Vapor metálico  65 ‐ 90  Vapor de sódio  80 ‐ 140    FONTE: Manual de Iluminação Eficiente,   IBAM/ELETROBRÁS,Rio de Janeiro,1998    Ruídos e Vibrações  

A  Poluição  Sonora  hoje  é  tratada  como  uma  contaminação  atmosférica  através  da  energia  (mecânica ou acústica). Tem reflexos em todo o organismo e não apenas no aparelho auditivo.  Ruídos intensos e permanentes podem causar vários distúrbios, alterando significativamente o  humor  e  a  capacidade  de  concentração  nas  ações  humanas.  Provoca  interferências  no  metabolismo  de  todo  o  organismo  com  riscos  de  distúrbios  cardiovasculares,  inclusive  tornando a perda auditiva, quando induzida pelo ruído, irreversível. 

As Normas Regulamentadoras (NR) brasileiras indicam como prejudicial o ruído de  85  dBA  (decibéis,  medidos  na  escala  A  do  aparelho  medidor  da  pressão  sonora)  para  uma  exposição  máxima  de  8  horas  por  dia  de  trabalho.  Sabe‐se  que  sons  acima  dos  65  dB  podem  contribuir  para  aumentar  os  casos  de  insônia,  estresse,  comportamento agressivo e irritabilidade, entre outros. Níveis superiores a 75 dB podem gerar  problemas de surdez e provocar hipertensão arterial. 

O Ministério do Trabalho dispõe de quatro Normas que, de alguma forma, tratam do problema  do ruído e das vibrações: 

  NR6 ‐ Equipamento de Proteção Individual ‐ EPI;  

  NR15 ‐ Atividades e Operações Insalubres; e     NR17 ‐ Ergonomia (item 17.5.2).   Na zona rural os ruídos e as vibrações são mais intensamente sentidos nos casos de trabalhos  com:  1. tratores;   2. motosserras;   3. ferramentas manuais; e   4. silos e armazéns.     Para se ter uma idéia, pesquisa feita na Universidade de Viçosa ‐ MG  com  trator  MF  mod.265  4x2  TDA  de  65  CV  e  2000  rpm  fabr.1987  tracionando arado com 3 discos de 26 pol. de diâm., produziu ruído  variando de 94 a 98 dBA. 

 

  Postura Correta 

Dentre os distúrbios dolorosos que afetam a humanidade, a dor lombar (lombalgia,  dor  nas  costas  ou  dor  na  coluna)  é  a  grande  causadora  de  morbidade  e  incapacidade para o trabalho, só perdendo para a cefaléia ou dor de cabeça; e afeta  mais os homens do que as mulheres. 

Aos 30 anos de idade, inicia‐se um processo de dessecação progressiva dos discos  da  coluna  vertebral,  que  sofrem  maior  risco  de  rompimento  e  arrancamento,  por  perda  de  elasticidade e resistência. Hérnia de disco e "bico de papagaio" são doenças comuns da coluna  lesada. 

A postura no desenrrolar de tarefas pesadas é a principal causa de 

problemas  de  coluna,  mais  precisamente  na  hora  de  levantar, 

transportar  e  depositar  cargas,  ocasião  em  que  os  trabalhadores  mantêm as pernas retas e "dobram" a coluna vertebral. 

Pode ocorrer também outro movimento perigoso, o giro do tronco,  quando  a  carga  for  pega  ou  depositada  mais  para  o  lado  e  não  necessariamente à sua frente. 

 

Quanto  maior  o  peso  da  carga,  maior  será  a  pressão  sobre  cada  vértebra  (vide  figura ao lado) e cada disco. Quanto mais distante do corpo, maior será a pressão.  Cargas que representam o equivalente a apenas 10% do peso do corpo, já causam 

problema à coluna. 

A postura correta do indivíduo ao trabalhar com o computador doméstico (posição da coluna,  das  pernas,  a  altura  dos  olhos,  etc.)  está  esquematizada  na  figura  ao lado. Quando as pernas e os pés não estão bem apoiados, por  exemplo,  podem  ocorrer  caimbras  após  um  certo  tempo  de  operação. O encosto da poltrona, também deve ser curvo e ajustar‐ se às costas, sempre que possível. 

Quanto  à  posição  de  trabalho  em  pé  ou  sentado,  diz  a  Norma  número  17  do  Ministério  do  Trabalho  ‐  MTE  que:  "sempre  que  o 

trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou 

adaptado  para  esta  posição." 

O trabalho em pé favorece a incidência do alargamento das veias das pernas (varizes) e causa  edemas dos tecidos dos pés e das pernas. 

A  penosidade  da  posição  em  pé  pode  ser  agravada  se  o  agricultor  tiver  ainda  que  manter  posturas  inadequadas  dos  braços  (acima  do  ombro,  p.ex., como na colheita do cacau mostrada na foto ao lado), inclinação ou  torção  do  tronco  (como  na  colheita  da  laranja)  ou  de  outras  partes  do  corpo. 

Assim, sempre que a atividade agrícola o permitir, a alternância de posturas (em pé‐sentado‐ em  pé)  deve  ser  sempre  buscada,  pois  permite  que  os  músculos  recebam  seus  nutrientes  e  não fiquem fatigados. 

Transporte manual de cargas 

O transporte manual de cargas é uma das formas de trabalho mais antigas e comuns, sendo  responsável  por  um  grande  número  de  lesões  e  acidentes  do  trabalho.  Estas  lesões,  em  sua  grande  maioria,  afetam  a  coluna  vertebral,  mas  também  podem  causar  outros  males  como,  por exemplo, a hérnia escrotal. 

A  figura  ao  lado  mostra  a  técnica  correta  para  o 

levantamento de cargas (caixa, barra, saco, etc.). O joelho 

deve  ficar  adiantado  em  ângulo  de  90  graus.  Braços  esticados entre as pernas. Dorso plano. Queixo não dirigido  para baixo. Pernas distanciadas entre si lateralmente. Carga  próxima  ao  eixo  vertical  do  corpo.  Tronco  em  mínima  flexão. 

 

Na  figura  da  direita,  a  técnica  indicada  para  a 

movimentação lateral de carga (no caso, um barril) 

é a seguinte: posição dos pés em ângulo de 90 graus,  para evitar a torção do tronco. No outro croqui, em  que o modelo carrega uma caixa, o porte da carga é 

feito  com  os  braços  retos  (esticados),  de  modo  a  obter  menor  tensão  nos  músculos  dos  mesmos. 

A  movimentação  manual  de  cargas  é  cara,  ineficaz  (o  rendimento  útil  para  operações  de  levantamento  é  da  ordem  de  8  a  10%),  penosa  (provoca  fadiga  intensa)  e  causa  inúmeros  acidentes. Portanto, sempre que possível, deve ser evitada ou minimizada. 

 

 A  mecanização  das  atividades  pode  ser  feita  com  o  emprego  de:  polias,  transportadores  de  correia,  talhas  empilhadeiras,  carrinhos  de  transporte,  elevadores,  guindastes,  pontes‐rolantes,  etc.  A  foto  à  esquerda  mostra  uma  pilha  de  sacas  sendo  içadas  por  meio  de  cabos  acionados  por  guindaste  (que  não aparece). 

É claro que o uso desses equipamentos representa um custo de investimento,  razão  porque  devem  ser  adquiridos  e  empregados  apenas  quando  forem  constantemente utilizados. A figura da direita apresenta uma esteira rolante ou  transportador  de  correia,  muito  usado  no  manuseio  de  sacas  e  outros  materiais.    Recomendações gerais para o transporte manual de cargas   Evitar manejo de cargas não adequadas ao biotipo, à forma, tamanho e posição;    Usar técnica adequada em função do tipo de carga;    Procurar não se curvar; a coluna deve servir como suporte;    Quando estiver com o peso, evite rir, espirrar ou tossir;    Evitar movimentos de torção em torno do corpo;    Manter a carga na posição mais próxima do eixo vertical do corpo;    Procurar distribuir simetricamente a carga;    Transportar a carga na posição ereta;    Movimentar cargas por rolamento, sempre que possível;  

 Posicionar os braços junto ao corpo;  

 Usar sempre o peso do corpo, de forma a favorecer o manejo da carga;  

Uso de ferramentas manuais 

A  Agropecuária,  por  suas  características,  é  uma  das  maiores  usuárias  das 

ferramentas  manuais,  dentre  todas  as  demais  atividades  profissionais.  Além  dessas  ferramentas  se  constituirem  numa  das  maiores  causas  de  acidentes  entre os agricultores (principalmente o facão), muitas vezes, a improvisação ou  má  qualidade  de  fabricação,  contribuem  para  os  riscos  ergonômicos  do  seu  emprego. 

As  ferramentas  manuais  devem  estar  adequadas  ao  agricultor,  não  somente ao trabalho. Aquelas que exigem a aplicação de esforço muscular  excessivo  (as  que  pesam  entre  4  e  8  kg  exigem  muito  dos  músculos,  se  estão  sujeitas  à  posição  horizontal  por  mais  de  três  minutos)  e/ou  posturas incômodas, podem ocasionar tensão na mão, braço e ombros, de  forma acumulativa ou gradual. 

Por outro lado, o desvio do punho em mais de 30 graus, afeta diretamente  a  quantidade  de  força  transferida  da  mão  para  a  ferramenta.  Assim,  o 

formato  e  a  seleção  apropriada  das  ferramentas  manuais,  são 

fundamentais para se evitar os Transtornos por Trauma Cumulativo (TTC),  bem  como  para  aumentar  a  produtividade,  a  qualidade  e  a  eficiência  dos  trabalhadores  rurais.  Os  cabos  das  ferramentas  que  aparecem  na  figura  ao  lado,  foram  desenhados para evitar esse problema. 

Por  falar  em  cabos  de  ferramentas,  os  cabos  de  madeira  envernizada,  fornecem  uma  superfície  de  sustentação  melhor  do  que  os  de  metal  ou  plástico.  Os  cabos  de  borracha,  podem  se  tornar  pegajosos.  Os  cabos  condutores de frio, reduzem a temperatura da mão e aumentam o risco de  lesões cumulativas. Caso seja necessário um agarre ou aperto mais firme, o  cabo deverá ser redondo, de forma que a força possa ser distribuída numa superfície maior. As  ferramentas  que  não  se  adaptam  aos  canhotos  ou  apresentam  dificuldades  para  alternar  as  mãos, também criam problemas. 

Para  evitar  o  esgotamento  gradual  dos  músculos,  a  chamada  carga  estática  (sustentar  uma  ferramenta ou manter dada postura) não deve exceder 10% da capacidade da força muscular  máxima do trabalhador. Já as cargas dinâmicas (ex.: operar uma motosserra), que empregam  grupos musculares maiores, não devem exceder 40% da capacidade máxima do indivíduo.  Posto de Trabalho  Toda atividade de trabalho está inserida numa dada área, num certo espaço. O ambiente físico  ou posto de trabalho, pode favorecer ou dificultar a execução do mesmo. Seus componentes  podem  ser  fonte  de  insatisfação,  desconforto,  sofrimento  e  doenças  ou  proporcionar  a 

sensação  de  conforto  (Mascia  &  Sznelwar,  1996).  As  fotos  abaixo  mostram  três  postos  de 

trabalho comuns na zona rural brasileira. 

   

Colheita  Armazém  Ordenha 

A Portaria número 3751 de 23/11/90 criou a Norma Regulamentadora NR‐17 (Ergonomia) do  Ministério do Trabalho ‐ MTE, que obriga as empresas regidas pela Consolidação das Leis do  Trabalho  ‐  CLT  a  realizar  a  Análise  Ergonômica  das  Condições  de  Trabalho  e  a  adequar  as  condições de trabalho a proporcionar conforto e segurança nas tarefas e atividades realizadas  nos postos e ambientes de trabalho.  A Análise Ergonômica de que trata a Norma, diz respeito a 4 frentes:   Levantamento, transporte e descarga individual de materiais;    Mobiliário do posto de trabalho;    Condições ambientais de trabalho; e    Organização do trabalho.   1 ‐ Carga Manual  Sempre que possível, o levantamento, o transporte e a descarga manual de objetos pesados  devem ser evitados.  Para saber mais sobre este assunto, consulte o ítem relativo a Transporte Manual de Cargas.  2 ‐ Mobiliário 

Todos  os  equipamentos  que  compõem  um  posto  de  trabalho  devem  ser  adequados  às  características  psicofisiológicas  dos  trabalhadores  e  à  natureza  do  trabalho  a  ser  executado.  Adequados  à  natureza  do  trabalho  significa  que  os  equipamentos  devem  facilitar  a  execução  da  tarefa  específica.  No  uso  das 

máquinas agrícolas, por exemplo, uma série de exigências ergonômicas devem ser  respeitadas. 

Às vezes, uma simples cadeira ergonômica (como a da foto ao lado), pode fazer a diferença. A  altura  de  uma  bancada  pode  estar  adequada  a  uma  pessoa  alta,  mas  não  para  outra,  baixa.  Produtos e postos de trabalho inadequados provocam tensões musculares, dores e fadiga. Ás  vezes,  podem  levar  a  lesões  irreversíveis.  Na  maioria  dos  casos,  os  problemas  podem  ser  evitados  com  a  melhoria  dos  postos  de  trabalho  e  dos  equipamentos  em  uso  no  trabalho  (Guimarães, 1998). 

Todos sabem que a atividade agrícola, muitas vezes, está sujeita a raios 

e  trovoadas.  A  abordagem  ambiental  sob  a  ótica  da  Ergonomia,  é 

centrada no ser humano e abrange tanto o critério da saúde quanto os  de conforto e desempenho. 

Assim,  com  relação  ao  posto  de  trabalho,  principalmente  nos  ambientes  cobertos  (residência,  galpão,  escritório,  fábrica,  armazém,  silo,  etc.),  devem  ser  observados  os  cuidados  construtivos  e  operativos  necessários  para  propiciar  ao  trabalhador:  conforto térmico, acústico, luminosidade, instalações sanitárias e locais para dessedentação e  descanso. 

4 ‐ Organização do Trabalho 

A organização do trabalho define quem faz o que, como e em quanto tempo. É a divisão dos 

homens  e  das  tarefas,  principalmente  nas  empresas  agropecuárias,  vez  que,  quando  o 

agricultor é  o proprietário e trabalha  a sua própria terra, é o dono do  seu nariz e organiza o  trabalho ao seu jeito, sem interferência da figura do patrão. 

Na agricultura, como são menores as exigências de tempo (quando comparado com o trabalho  nas  cidades),  os  mais  idosos  conseguem  permanecer  na  ativa,  mesmo  tendo  atividade  física  geral bem mais intensa que na indústria. 

Esforço Físico  

As  Normas  relativas  à  Ergonomia  (NR‐17)  podem  ser  lidas  aqui  ou  no  site  do Ministério  do  Trabalho ‐ MTE e compõem‐se de seis tópicos:    17.1 ‐ Visa adaptar o trabalho ao homem    17.2 ‐ Levantamento, transporte e descarga de materiais    17.3 ‐ Mobiliário dos postos de trabalho    17.4 ‐ Equipamentos dos postos de trabalho    17.5 ‐ Condições ambientais de trabalho e    17.6 ‐ Organização do trabalho    

O  esforço  físico  despendido  pelo  agricultor  no  corte  de  árvores  depende  da  ferramenta  utilizada (machado ou motosserra), do seu posicionamento (no chão, como na foto ao lado, ou  nos  galhos  como  no  caso  das  podas  em  cidades)  e  até  das  condições  do  terreno  (seco  ou  pantanoso; plano ou inclinado). 

O  trabalho  muscular  exigido  por  esta  atividade  (de  4.000  a  5.000 Kcal/h), como citado na página de Trabalho sob o Sol,  só  é  superado  pelo  dos  atletas.  Mesmo  quando  a  atividade  do corte de árvores é feita com o auxílio da motosserra, ela é 

considerada como de grande intensidade de esforço físico (ILO, 1968). 

Transcrição do item 17.6.3 da Norma NR17 ‐ Ergonomia. Nas atividades que exijam sobrecarga  muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores,  e  a  partir  da  análise  ergonômica  do  trabalho,  deve  ser  observado  o  seguinte:  a) para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as  repercussões  sobre  a  saúde  dos  trabalhadores;  b)  devem  ser  incluídas  pausas  para  descanso;  c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15  (quinze)  dias,  a  exigência  de  produção  deverá  permitir  um  retorno  gradativo  aos  níveis  de  produção vigentes na época anterior ao afastamento.  

APUD (1989) afirma que a frequência cardíaca é um dos melhores métodos  para avaliar a carga de trabalho em ambientes quentes e o esforço extra para  a  dissipação  do  calor  gerado  pelo  corpo.  GRANDJEAN  (1988)  recomenda  a  frequência  de  35  bpm  (batimentos  do  coração  por  minuto),  acima  da  frequência  cardíaca  em  repouso,  como  um  limite de atividade contínua para homens.  

APUD sugere o limite de 40% da capacidade cardiovascular individual, como aceitável para o  trabalho  desenvolvido  num  turno  de  8  horas.  De  modo  geral,  um  período  de  descanso  deve  seguir  os  ciclos  de  trabalho  e  pausas  curtas  e  frequentes  são  mais  indicadas  do  que  pausas  longas em menor número (LAVILLE, 1977). 

Batimentos do Coração 

Da  página  de Sinais  Vitais,  reproduzimos  a  Tabela  abaixo,  que  mostra  os  parâmetros  que  norteiam a pulsação normal num indivíduo adulto. 

BATIMENTOS  CARDÍACOS  EM  ADULTOS  (No./min)  NÚMERO  INTERPRETAÇÃO  60 a 80    Normal  < 60    Lento (bradicardia)  >100    Rápido (taquicardia)  100 ‐ 150    Emergência (acidentado)  > 150    Procurar Médico rápido 

Segundo  consta  do  livro  SOS  ‐  Cuidados  Emergenciais.  Barbieri,R.L.,  Ed.Rideel,  1a.ed.,  São 

Paulo, 2002 alguns fatores afetam a velocidade de pulsação normal. São eles:  1.  temperatura corporal: aumenta o número de bpm;   2.  hora do dia: demanhã é mais lenta; no final da tarde e à noite, mais rápida;   3.  idade: diminui da infância à meia idade e aumenta na idade avançada;   4.  sexo: as mulheres têm 5 a 10 bpm a mais que os homens;   5.  exercícios: os moderados, aumentam de 20 a 30 bpm (retornando após 2 min);  

6.  estimulação simpática (dor, ansiedade, medo, raiva): provoca taquicardia;  

7.  estimulação parassimpática (intoxicação, síncope, pressão intracraniana): bradicardia;   8.  demanda de oxigênio (febre alta, choque, hipoxia, anemia grave): taquicardia;  

9.  arritmias cardíacas (pulso radial < pulso apical); e  

10.  arritmias  sinusais:  nas  crianças  e  adultos  jovens,  a  bpm  pode  se  elevar  no  pico  da  inspiração respiratória e diminuir na expiração.  

 

Segundo  o  site  Saude  em  movimento:   

Freqüência  Cardíaca  de  Repouso  (FCR)  é  o  número  de  batimentos 

cardíacos  durante  um  minuto  numa  situação  de  repouso.   

Freqüência  cardíaca  Máxima  (FCM)  é  a  maior  freqüência  cardíaca  atingida  no  teste.  A 

freqüência cardíaca máxima é atingida quando percebemos que mesmo aumentando a carga  de  trabalho  não  existe  um  aumento  da  freqüência  cardíaca.  Não  pode  ser  alterada  com  o  treinamento  físico.  O  único  fator  identificado  que  altera  a  FCM  é  a  idade:  é  diminuída  em  1  batimento a cada ano. Portanto um indivíduo que possui sua FCM de 200 bpm com vinte anos  de idade deverá ter sua FCM 20 batimentos a menos quando estiver com 40 anos de idade, ou  seja 180 bpm. 

Tempo de Recuperação 

Fernando Seixas procedeu a um estudo numa fazenda de Iguape‐SP, em 1996/97, para a  determinação do esforço físico de trabalhadores na colheita da caixeta. Nesse trabalho, para  calcular o tempo de recuperação após um período de atividades braçais de corte dessa árvore,  foi utilizada a fórmula de MURREL modificada para frequência cardíaca (APUD, 1989). A saber:    S = 0,4 [(220 ‐ idade) ‐ FCR] + FCR  Ex: S = 0,4 [(220 ‐ 33) ‐ 68] + 68 = 116 bpm    T = W(b ‐ S)/(b ‐ FCR) onde:  T = tempo de recuperação (min)  W= tempo de trabalho (min)  b = taxa de pulsação média no trabalho (bpm)  S = nível de taxa de pulsação adotada como limite (bpm equiv. aos 40%)  FCR = frequência cardíaca em repouso (bpm)    Ex: T = [55 (132 ‐ 116)] / (132 ‐ 68) = 14 min  Explicação: um homem com 33 anos de idade e 68 bpm em repouso, trabalhando no corte de  árvore durante 55 min (atingindo 132 bpm nessa operação), deve descansar durante 14  minutos.   

Para outros cálculos da frequência cardíaca, consulte a página da Cooperativa do Fitness ‐  CDOF.  

Movimentos Repetitivos  

A história do trabalho repetitivo é tão longa quanto a do próprio trabalho,  visto que na agricultura primitiva e no comércio antigo, já existiam tarefas  altamente  repetitivas.  Já  em  1713,  Ramazzini  (apud  Kroemer,  1995)  atribuiu  as  L.E.R.s  aos  movimentos  repetitivos  das  mãos,  às  posturas  corporais contraídas e ao excessivo estresse mental. 

Segundo o Instituto Nacional do Seguro Social ‐ INSS (1993), a principal conseqüência da L.E.R.  é a perda da capacidade de realizar movimentos, o que interfere diretamente sobre a condição  social  e  psicológica  do  indivíduo.  Isso  se  verifica  quando  a  lesão  impede  temporária  ou  permanentemente o homem de realizar trabalho, já que este ato passa a ser um elemento de  degradação física e emocional. 

A  literatura  mostra  que  61,4%  dos  pacientes  com  L.E.R.  desenvolvem  incapacidade  parcial  permanente,  enquanto  que  38,6%  apresentam  incapacidade  temporária  (Hoefel,  1995).  Prieto  et  al  (1995)  também  cita  a  mudança  de  humor,  a  irritabilidade,  a  insônia  e  o  nervosismo,  os  quais  são  conseqüências da dor, como fatores que refletem diretamente na vida familiar  do  portador  de  L.E.R.  Couto  (1997),  também  afirma  que  a  relação  custo  x  benefício  de  uma  empresa sofre déficit, acarretados desde a perda com funcionários afastados devido à L.E.R.,  até aspectos mais complexos de comprometimento do resultado financeiro da organização.  Dissertação  apresentada  na Univ.de  São  Carlos‐SP,  mostra  o  papel  das  atividades  ou  dos 

movimentos repetitivos no desenvolvimento ou exacerbação de neuropatias compressivas ou 

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