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2. O MERCADO DE CAPITAIS

2.2 Níveis Diferenciados de Governança Corporativa e o Novo

O desenvolvimento do mercado de capitais está na raiz da expansão de economias saudáveis. Um mercado de capitais forte significa mais crescimento econômico. É nele que empresas encontram uma alternativa viável para financiar sua expansão. (IBGC, 2007)

A Bovespa, em sua estratégia de desenvolvimento do mercado de capitais, criou, em dezembro de 2000, o Novo Mercado e os Níveis Diferenciados de Governança Corporativa – Nível 1 e Nível 2 . segmentos

especiais de listagem que foram desenvolvidos com o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse, ao mesmo tempo, o interesse dos investidores e a valorização das companhias. Esta criação inseriu.se entre as iniciativas que têm respondido, nos últimos anos, à demanda por melhores padrões de governança das empresas no Brasil.

As empresas registradas no segmento Nível 1 estão compromissadas com a melhoria na prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária, sendo que as principais práticas exigidas para inserção neste Nível são:

, ou seja, uma parcela de ações em circulação no mercado de pelo menos 25% do capital;

Realização de ofertas públicas de colocação de ações por meio de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital;

Melhoria das informações prestadas trimestralmente, entre as quais a exigência de consolidação e de revisão especial;

Cumprimento de regras de (transparência) em operações envolvendo negociação de ativos da companhia por parte de acionistas controladores ou administradores da empresa;

Divulgação de acordos de acionistas e programas de * (opção de ações);

Disponibilização de um calendário anual de eventos corporativos.

Para as empresas listadas no segmento Nível 2, além de adotar todas as normas previstas no Nível 1 a companhia deverá cumprir algumas outras práticas de governança corporativa, tais como:

Mandato unificado de um ano para todo o Conselho de Administração;

Disponibilização de balanço anual seguindo as normas do =

+ 2 - " .US GAAP) .

Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos Estados Unidos ou

9 - + (IAS) . Normas Contábeis

Internacionais . GAAP;

Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia e de, no mínimo, 70% deste valor para os detentores de ações preferenciais;

Direito de voto às ações preferenciais em algumas matérias, como transformação, incorporação, cisão, fusão da companhia, aprovação de contratos entre a companhia e empresas do mesmo grupo e outros assuntos em que possa haver conflito de interesse entre o controlador e a companhia;

Obrigatoriedade de realização de uma oferta de compra de todas as ações em circulação pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento de capital ou cancelamento de registro de negociação neste Nível;

Adesão à Câmara de Arbitragem para resolução de conflitos societários.

O Novo Mercado é um segmento de listagem destinado à negociação de ações emitidas por empresas que se comprometem, voluntariamente, com a adoção de práticas de governança corporativa e aberturas adicionais de informações em relação ao que é exigido pela legislação. Este comprometimento é realizado através da assinatura de um contrato entre a Companhia, seus controladores, administradores e a Bovespa. Pelo contrato, as partes acordam em cumprir o Regulamento de Listagem do Novo Mercado, que consolida todos os requisitos adicionais desse segmento e também, adotam a arbitragem para a solução de eventuais conflitos societários que

possam surgir. Por isso, foi constituída pela Bovespa a Câmara de Arbitragem do Mercado, oficialmente instalada em 27/7/2001.

Em caso de rescisão do contrato por parte da Companhia, ela desobriga.se dos compromissos e, nesse caso, como compensação, os acionistas investidores terão o direito de receber uma oferta pública de aquisição por suas ações, no mínimo, pelo valor econômico.

A valorização e a liquidez das ações de um mercado são influenciadas positivamente pelo grau de segurança que os direitos concedidos aos acionistas oferecem e pela qualidade das informações prestadas pelas empresas. Essa é a premissa básica do Novo Mercado que busca ser cumprida através da implementação de boas práticas de governança corporativa.

Além de se comprometerem com a adoção de todas as exigências do Nível 2, o Novo Mercado exige que as empresas emitam apenas ações ordinárias, acabando com o papel das ações preferenciais (DOMINGUES, 2006).

Embora, tenham fundamentos semelhantes, o Novo Mercado é direcionado principalmente à listagem de empresas que venham a abrir capital, enquanto os Níveis Diferenciados, Nível 1 e Nível 2, são direcionados para empresas que já possuem ações negociadas na Bovespa.

As empresas registradas no segmento do Novo Mercado assumem compromissos de Governança Corporativa, adicionalmente, aos já existentes na legislação atual.

Esses compromissos referem.se à prestação de informações que facilitam o acompanhamento e a fiscalização dos atos da administração e dos controladores da Companhia e à adoção de regras societárias que melhor equilibram os direitos de todos os acionistas, independentemente da sua condição de controlador ou investidor.

Seguramente, a decisão de uma empresa em aderir ao Novo Mercado recebe atenção e tratamento especial por parte dos investidores. Não é por acaso que, desde a sua implantação, a esmagadora maioria das aberturas de capital tem sido neste segmento, bem como, com a constante evolução das companhias e dos mercados de capitais doméstico e internacional, tem sido crescente a migração das empresas listadas no segmento tradicional da Bovespa para o Novo Mercado. Cabe destacar que não há restrições de adesão ao Novo Mercado, quanto ao porte ou setor de atuação da empresa. Toda empresa que implemente as boas práticas de Governança Corporativa fixadas no Regulamento de Listagem pode ter suas ações negociadas nesse segmento.

O Novo Mercado foi instituído pela Bovespa com o objetivo de fortalecer o mercado de capitais nacional e atender aos anseios dos investidores por maior transparência de informações com relação aos atos praticados pelos controladores e administradores da companhia. (IBGC, 2007)