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4. SISTEMA DE GERÊNCIA DE PAVIMENTO (SGP)

4.2 Níveis de rede e de projeto

Usualmente, o sistema decisório de um SGP pode ser classificado em nível de projeto ou em nível de rede. A gerência de pavimentos em nível de rede aponta os lugares na rede rodoviária com maior prioridade para investir em manutenção. Dessa forma, a verba e recursos públicos podem ter um maior retorno econômico. Já o nível de projeto num SGP envolve o detalhamento de tarefas do próprio projeto e da execução de obras em um lugar preciso da rede viária, atividades que estão num horizonte de curto prazo. Para otimizar um SGP é necessária uma integração perfeita entre os níveis de projeto e de rede, o que nem sempre é fácil. Obviamente, a medida que a rede vai ficando maior e mais complexa, o nível de detalhe dos dados diminui, e vice-e-versa. Mas sempre se deve procurar uma integração entre os dois níveis de decisão, tanto nos aspectos da administração quanto os técnicos.

Na Figura 58 são apresentadas algumas atividades em nível de rede e nível de projeto. Nos tópicos seguintes esses níveis serão mais bem explicados.

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Figura 58 - Atividades de um SGP em nível de rede e de projeto (FINN, 1979 apud PETERSON, 1987).

4.2.1 Sistema de Gerência de Pavimentos em nível de rede

O SGP em nível de rede analisa uma extensa região ou sistema viário, onde se encontram várias rodovias. Dessa maneira, quando se trata de análise e coleta de informações, prevalece a quantidade ao invés dos detalhes, buscando conhecer a rede como um todo, priorizando os recursos que se tem disponível.

Segundo o DNIT/ENGESUR (2001), as atividades de coleta de dados são imprescindíveis em um Sistema de Gerência de Pavimentos, por serem fonte de base para análise e tomada de decisões do destino dos recursos necessários. Logo, os dados devem ser levantados com clareza, confiança e atualidade. Para muitos gestores, a coleta de informações é o item mais expressivo nos custos totais de um SGP. Para isso se busca cada vez mais criar e usar equipamentos automatizados para levantar dados, fazendo essa tarefa ser mais rápida e com uma intervenção menor no trafego, além se

77 processar as informações coletadas com maior desempenho, produzindo dados mais precisos das condições da via.

Em um Sistema de Gerência de Pavimentos em nível de decisão de rede, os dados relevantes devem ser mais simples e o espaço de tempo para se consegui-los deve ser menor. A preocupação nesse nível de decisão é com o custo, definir quando irá executar as atividades de manutenção e reabilitação indicando a atividade mais apropriada, selecionando os trechos com maior prioridade.

Segundo MATOS (2004), as etapas de gerenciamento de pavimentos, em nível de rede, podem ser dividas da seguinte forma: Coleta e armazenamento de dados; Modelo de previsão do desempenho do pavimento; Critérios de decisão; Geração de alternativas; Otimização e análise de consequências; Saídas (outputs); Retroalimentação (feedback).

De acordo com Fernandes Jr. et al (2001), as aplicabilidades de um sistema em nível de rede são: avaliação da condição atual do sistema e previsão da condição futura, com base nos recursos aplicados; priorização dos projetos candidatos, considerando tipos de defeitos, características de desempenho, tráfego etc.; identificação dos projetos candidatos para intervenções, considerando a taxa de deterioração, tipos de defeitos etc.; geração de necessidades de orçamento da agência a curto e longo prazo.

4.2.2 Sistema de Gerência de Pavimentos em nível de projeto

No nível de decisão de projeto se tem um maior detalhamento de determinada seção pavimentada. As informações são obtidas de forma mais aprofundadas, se fazem análises das camadas do pavimento para determinar as causas dos defeitos e as implicações que eles podem provocar nas camadas, procurando selecionar o tipo e quando fazer os serviços de M&R.

Para o nível de projeto, as decisões são econômicas, administrativas e técnicas e incluem o prognóstico de quanto tempo o pavimento vai durar após a execução das diversas atividades de M&R, para cada trecho, e a avaliação das razões de deterioração.

78 A correlação entre o nível de projeto e de rede de um SGP é que o nível de projeto complementa o nível de rede. Nele, o foco são estudos característicos que foram priorizados em nível de rede. No início, através de avaliações estruturais e funcionais, é feito um diagnóstico nas seções do pavimento dos problemas existente nela. É realizada uma análise técnico- econômica nas alternativas de projeto e então se escolhe e mais apropriada, permitindo que além de restaurar o pavimento, façam avaliações para determinar causas da deterioração para selecionar ações futuras mais adequadas.

Nos estudos de um Sistema de Gerência de Pavimentos em nível de projeto, também são estabelecidos o custo e a quantidade de serviços dos mais diversos tipos de intervenções. As vantagens da melhora da condição do pavimento e aumento da sua vida útil são analisadas, necessidades calculadas, prioridades determinadas e depois de selecionadas as estratégias são estimados os custos.

Segundo o DNIT/ENGESUR (2011), o bom uso e a averiguação da confiança de um SGP é feita através de análise do nexo dos resultados obtidos em nível de projeto com o planejamento em nível de rede, ou ainda quando, para as avaliações em nível de rede, são adotados os próprios métodos utilizados em nível de projeto. No início, os segmentos dos pavimentos são identificados e estabelecidos para análise. Depois disso os pavimentos são avaliados para se obter dados sobre as suas condições. Nesse levantamento são obtidos dados sobre o estado de deterioração e as características físicas, apontando o nível de severidade e o tamanho dos defeitos.

A avaliação dos defeitos do pavimento em nível de rede possibilita a escolha das estratégias e possibilidades das atividades de manutenção e reabilitação do pavimento. Logo depois, é realizada uma avaliação em nível de projeto para escolha das atividades de manutenção ou restauração. Depois dessas decisões são feitas as análises econômicas e definidas as prioridades. Na análise econômica precisam ser levados em conta fatores sociais, políticos e econômicos.

79 A priorização se faz fundamental para otimizar a aplicação dos recursos disponíveis. A função é diminuir os gastos sob restrição de orçamento e potencializar os ganhos. Na hora de se determinar as prioridades devem ser escolhidos meios objetivos para diminuir o máximo possível as subjetividades do procedimento.

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