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NÍVEL EXECUTIVO FUNÇÕES PRIMORDIAIS DO ESTADO Formulação, supervisão e controle das políticas

públicas Governadoria Vice-Governadoria Secretarias de Estado Implementação das políticas formuladas Autarquias e Fundações Empresas

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atividades exclusivas, serviços não-exclusivos e serviços voltados para a produção para o mercado, permitindo assim visualizar, em um nível genérico, as linhas da transformação a serem realizadas, a seguir listadas:

a) Atividades do Núcleo Estratégico de Governo

9 Definição e Coordenação da Execução das Políticas Públicas; 9 Planejamento e Coordenação da Estratégia de Governo; 9 Condução dos Assuntos de Estado;

9 Relacionamento e Integração com os Poderes Legislativo e Judiciário; 9 Gestão dos Efetivos de Pessoal;

9 Coordenação das Finanças e Gastos Públicos; 9 Avaliação dos Resultados do Estado

b) Atividades Exclusivas de Estado

9 Defesa dos interesses do Estado; 9 Administração Tributária; 9 Controle Ambiental; 9 Vigilância Sanitária; 9 Segurança Pública; 9 Controle do Trânsito;

9 Regulação dos Serviços Públicos; 9 Controle do Registro de Comércio; 9 Controle de Pesos e Medidas

c) Atividades Não-Exclusivas 9 Serviços de Educação; 9 Escolas; 9 Universidade; 9 Conservatório de Música; 9 Serviços de Saúde; 9 Hospitais;

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9 Postos de saúde; 9 Pesquisa Científica;

9 Desenvolvimento tecnológico;

9 Proteção e preservação do meio ambiente;

9 Cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 9 Assistência social;

9 Segurança alimentar e nutricional; 9 Assistência à criança e ao adolescente;

9 Combate à pobreza e às desigualdades sociais; 9 Habitação popular;

9 Preservação da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos e de outros valores universais;

9 Assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; 9 Segurança penitenciária;

9 Abastecimento agrícola; 9 Produção de hemoderivados.

d) Produção de Bens e Serviços para o Mercado

9 Distribuição de energia elétrica e alternativa; 9 Fornecimento de água e esgotamento sanitário; 9 Manutenção e melhoria de rodovias;

9 Terminais portuários e rodoviários; 9 Armazéns gerais;

9 Produção de medicamentos; 9 Incentivo ao turismo;

9 Serviços de informática e processamento de dados.

Isso suscitou a questão da mudança de papel e de autonomia dos grupos profissionais, diante da crescente orientação para o gerencialismo e para o mercado, vistas como característica das reformas da nova administração pública (FERLIE et al, 1996).

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Considerando a natureza das atividades e funções e os tipos de organização mobilizáveis para sua execução, pode-se identificar no Quadro 1 (3), as configurações para a formação das redes de governo no quadro de sua organização e funcionamento (PDRE-PE, 2000):

Quadro 1 (3)

Organização e funcionamento das redes de governo

ATIVIDADES EXCLUSIVAS NÃO-EXCLUSIVAS

ÓRGÃOS / FUNÇÕES Formulação de Políticas Defesa da Sociedade Tributação Regulação e Fiscalização Fomento e Produção Estudos e Informações Execução dos Serviços Administração Direta

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Agência Executiva

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z

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Agência Regulatória

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Empresa Pública e Economia Mista

z

Organização Social

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Empresa Privada

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Fonte: Plano Diretor de Reforma do Estado de Pernambuco. 2000, p. 28

Concebido o modelo conceitual para a Reforma do Estado, foram estabelecidas diretrizes de ação para a modernização do aparelho do Estado, dentre as quais se ressaltam duas (PDRE-PE, 2000, p. 29):

- ampliar a capacidade do Núcleo Estratégico de Governo, dotando-o das condições

necessárias para elaboração, coordenação e acompanhamento das políticas públicas e para celebração e supervisão dos contratos de gestão com as Agências Executivas e as Organizações Sociais;

- ampliar a integração das unidades do Núcleo Estratégico de Governo, através de reuniões sistemáticas de planejamento e avaliação de resultados das políticas públicas e das ações governamentais do Plano de Governo;

Adotando essa linha de conduta, a administração pública possibilitou o desenvolvimento de ações previstas no Plano de Governo, que proporcionassem uma maior unidade na execução das atividades desempenhadas pelos vários órgãos e

53 entidades que compunham a estrutura básica organizacional.

Para tanto, o Governo do Estado adotou algumas tecnologias de gestão, como diferencial para a obtenção de resultados nas organizações, tais como planejamento estratégico e a avaliação de desempenho da gestão, com base nos critérios de excelência da gestão, adotado pelo Programa de Qualidade no Serviço Público – PQSP7, bem como as perspectivas do Balanced Scorecard8, reconhecendo que parte dos problemas da administração pública estaria no domínio de uma concepção burocrática da gestão, que imponha uma visão fragmentada da suas unidades integrantes da estrutura básica, dificultando a otimização dos resultados setoriais, sem considerar o fenômeno sistêmico mais amplo da ação governamental.

É interessante notar que, como participante desse processo, pôde-se perceber que todos os esforços foram concentrados na tentativa de dividir o Plano de Governo em metas setoriais, que, por sua vez, foram fragmentadas em metas departamentais, e assim sucessivamente, segundo o paradigma cartesiano (e também mecanicista) de dividir o todo em seus elementos mais simples, sob a suposição de que, se cada parte fizer a sua parte, o todo resultará satisfatório por esse somatório.

Dessa forma, notou-se que ele contrariou frontalmente as condições necessárias ao funcionamento de um sistema amplo e complexo como o da execução das ações de governo, cujas partes deveram interagir continuamente entre si e com as entidades e órgãos da sociedade e do mercado, o conjunto resultando dessa dinâmica de interações e, não, da soma de seus componentes. Isto, porque nenhum comportamento em um sistema constitui um fato isolável, produzindo, pelo contrário, efeitos em cadeia, muitas vezes contrários aos propósitos mais gerais inicialmente pretendidos.

Segundo Maximiano (1997), o enfoque sistêmico está no administrador oferecer

7 O Programa de Qualidade no Serviço Público – PQSP, coordenado pelo Ministério de Planejamento,

Orçamento e Gestão, tem o objetivo de introduzir tecnologias de gestão na administração pública. Instruções para Candidatura ao PQGF - Ciclo 2004, p. 03, editado pelo MPOG-PQSP.

8 Balanced Scorecard modelo de aferição do desempenho da gestão, desenvolvido na Universidade de

54 uma visão integrada das organizações e do processo administrativo, e uma ferramenta

para organizar sistemas que produzam resultados.

Possibilitar uma gestão integrada, articulada, descentralizada, regionalizada e continuamente ajustada às rápidas transformações dos cenários, passou a ser o grande desafio do Governo do Estado, qual seja o de encontrar um modelo que fosse capaz de representar essa dinâmica sistêmica, em que o todo e partes se articulam, modificam seus comportamentos em função das mais diversas reações.

Para isso foi preciso focar o modelo de gestão para a criação de um ambiente de gerenciamento da ação governamental, mediante “feed-back”, aprendizado e foco em resultados, formado em níveis e fóruns sucessivos conforme a Figura 3 (3).

Figura 3 (3)

Gerenciamento da ação governamental - “feed-back”

Fonte: Plano Diretor de Reforma do Estado de Pernambuco, 2000, p. 32 ƒ ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

ƒ MERCADO E ORGANIZAÇÕES PRIVADAS