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5. ENTRE O LEGAL E PRÁTICA: DESCOBERTAS A PARTIR DA

6.2.3 Núcleo Comum

A denominação de Núcleo comum se refere aos conhecimentos e habilidades descritos no art. 13, III, da Resolução CNE/CEB nº. 6, em observância também à LDB. O núcleo comum como o próprio nome já demonstra, se refere às áreas comuns ao ensino médio independente de sua organização, se profissional ou não. Nasce a partir das exigências da LDB e norteado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio e os Parâmetros Curriculares Nacionais3.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais

A Base Nacional Comum destina-se à formação geral do educando e deve assegurar que as finalidades propostas em lei, bem como o perfil de saída do educando sejam alcançadas de forma a caracterizar que a Educação Básica seja uma efetiva conquista de cada brasileiro. (BRASIL, 2000 p. 17).

3 Os Parâmetros Curriculares Nacionais atualmente estão em questão em função da Reforma

A partir dos PCNs os conhecimentos escolares foram organizados por áreas do conhecimento, que, na perspectiva da interdisciplinaridade, essas áreas possibilitam uma educação de base científica e tecnológica mais consolidada, em que o aluno possa ter uma visão global do conhecimento, seja para realizar pesquisas, solucionar problemas ou aplicar na prática. Então, tinha-se como áreas do conhecimento para o ensino médio: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias.

Com relação às áreas os PCNs as apresentam como forma de

assegurar uma educação de base científica e tecnológica, na qual conceito, aplicação e solução de problemas concretos são combinados com uma revisão dos componentes socioculturais orientados por uma visão epistemológica que concilie humanismo e tecnologia ou humanismo numa sociedade tecnológica. (BRASIL, 2000 p.19).

Com as alterações recentes na LDB, a partir da Lei nº 13.415, de 2017, algumas áreas sofreram modificações e foi acrescentado a formação técnica profissional. No texto da lei as áreas são denominadas de arranjos curriculares.

A LDB aponta que, com relação ao ensino médio (art. 36).

O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: I- linguagens e suas tecnologias; II - matemática e suas tecnologias; III - ciências da natureza e suas tecnologias; IV - ciências humanas e sociais aplicadas;V - formação técnica e profissional.

A partir das áreas nascem as disciplinas consideradas essenciais para a formação do sujeito. Além das áreas apresentadas, tem previsto na mesma lei, a parte diversificada, assim como disciplinas obrigatórias: educação física, artes e língua inglesa.

Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. (BRASIL, 1996, Art. 26)

Fonte: Autora

As disciplinas da base comum curricular estão representadas na Rede Curricular pelo Núcleo Comum, sendo que, como as áreas/disciplinas já são previstas em lei, é possível já inseri-las no desenho.

6.3 POSSIBILIDADES A PARTIR DA REDE: DISTRIBUIÇÃO DA CARGA HORÁRIA

A carga horária mínima dos cursos do ensino médio integrado já é indicada no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, segundo cada habilitação profissional.

Os cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio, na forma articulada com o Ensino Médio, integrada ou concomitante em instituições de ensino distintas com projeto pedagógico unificado, têm as cargas horárias totais de, no mínimo, 3.000, 3.100 ou 3.200 horas, conforme o número de horas para as respectivas habilitações profissionais indicadas no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, seja de 800, 1.000 ou 1.200 horas. (BRASIL, 2012)

Os cursos do EMI ofertados pelo campus Petrolina (química, edificações, eletrotécnica e informática), todos devem possuir carga horária mínima de 3.200h, conforme o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Nesse sentido, conforme cálculos realizados a partir da carga horária disposta na legislação, a disposição da carga horária dos cursos organizados pela Rede Curricular ficaria conforme a figura 6:

Figura 6 – Distribuição da carga horária da Rede Curricular

Fonte: Autora

Os projetos de curso vigentes trazem, além do mínimo (3.200 horas), mais 400 horas de estágio supervisionado, totalizando 3.600 horas. Na perspectiva da inserção da prática profissional no currículo, proponho a alteração da carga horária de estágio de 400 para 100h, visto que na legislação, como mencionado anteriormente, não menciona a obrigatoriedade e nem carga horária para o estágio, levando em consideração que as atividades práticas e extra classe relacionadas ao curso serão realizadas a partir das próprias disciplinas, de forma integrada.

Como foi mencionado no capítulo anterior, um dos anseios demonstrados durante a pesquisa realizada com os profissionais da educação se refere à condensação do curso em três anos, como acontece nos cursos de ensino médio regular. Essa situação impossibilita aos alunos que querem participar do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, realizar o exame junto com os demais alunos que estudam o ensino médio regular, se tornando dessa forma um desestímulo à continuação dos estudos ou até mesmo a não realização do ensino médio técnico por pensar que terá um ano de atraso no curso de nível superior.

Uma mudança dessa natureza envolve não somente a organização curricular, mas a logística de organização da escola. Isso porque, para que os cursos fossem ofertados em três anos, com a quantidade mínima de 3.200 horas, além do estágio, seria necessário o ensino em tempo integral e isso demanda espaço físico, sala de aula, merenda escolar em dois turnos e a Instituição, neste momento, não está preparada para tamanha transformação. Tendo em vista essa situação, proponho,

com relação à carga horária duas formas de organização: em quatro anos e em três anos.

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