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3. Enquadramento da Prática Profissional

3.7. Núcleo de Estágio

De acordo com Rolim (2015), o núcleo de estágio (NE) pode ser entendido como uma “célula jovem” que se encontra em permanente crescimento e trans(formação). No seguimento desta analogia, a célula depende do núcleo, essencial no processo de manutenção e funcionamento da mesma. Neste caso, o núcleo é representado pelo conjunto de estagiários e professores cooperante e orientador. Assim, os EE constituem os cromossomas da célula encontrando-se em constante auto-mutação positiva, isto é, vão-se adaptando ao meio envolvente, (re)edificando os seus conhecimentos e desenvolvendo o seu pensamento e comportamento. Porém, para que este processo ocorra de forma adequada é necessário a intervenção de mediadores químicos, figurados pelos professores cooperante e orientador.

O NE assume especial importância no processo de formação dos aspirantes a professores, dado que promove a interação social definida por Rocha et al., (2009, p.239) como um “processo de mútua construção do sujeito e do ambiente social, um vai-e-vem que modifica o meio e promove, concomitantemente, o desenvolvimento do indivíduo”. Deste modo, a interação social estabelecida entre os membros constituintes do NE afigura-se como um contributo efetivo na construção do saber ser, saber estar e saber fazer pela partilha de reflexões sobre a ação, no qual se assiste a um cruzamento diferentes perspetivas culminando em novos saberes.

No que diz respeito ao NE do qual fiz parte, considero que o processo de integração foi facilitado pelo facto de conhecer à priori os colegas EE que o constituíam. Este constituiu-se como um fator positivo no estabelecimento de laços despoletando uma intensificação dos mesmos, através da partilha de sentimentos e emoções. A coesão do grupo foi determinante para o

desenvolvimento da cooperação entre os EE, no qual a partilha de opiniões e discussão das mesmas, se tornaram fundamentais na construção dos saberes anteriormente referidos.

Em suma, a discussão entre os estudantes e os professores mais experientes revela-se preponderante, no sentido de promover o diálogo profissional e de estimular os estudantes a estabelecer ligações entre os construtos teóricos e as práticas no contexto do processo ensino/aprendizagem (Queirós, 2014). Efetivamente, a interação estabelecida entre os membros do NE revelou-se essencial na construção da identidade profissional de cada EE.

3.8. 10º Ano

O primeiro contacto com a realidade docente ocorreu no passado ano letivo, com a turma do 10º A da ESAS. Esta turma constituiu-se por 25 alunos, dos quais 22 são do sexo feminino e 3 do sexo masculino. Todos os alunos possuíam nacionalidade portuguesa, com uma média de idades situada nos 14,72 anos, sendo que 1 aluno tem 16 anos, 16 têm 15 anos e 8 têm 14 anos.

Relativamente às características socioeconómicas da turma, apenas 4 alunos possuem escalão B. Todos os alunos vivem com os pais, sendo um destes o Encarregado de Educação. Verificou-se que na maioria dos casos (22) foi a mãe que assumiu este papel e em apenas 3 casos foi o pai.

No que concerne a problemas de saúde, existem 4 alunos com dificuldades visuais e 2 alunos com asma.

Em relação ao gosto pela EF apenas 2 alunos referem que não gostam da disciplina, devido ao desinteresse pela prática de atividade física, sendo que os restantes manifestaram gosto pela disciplina de EF.

No que respeita à preferência das modalidades desportivas, 31% dos alunos referiram gostar de voleibol, 27% de ginástica, 15% de basquetebol, 8% de dança, 7% de andebol e futebol, 5% de badminton, 4% de natação e 3% de atletismo.

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É de salientar que 19 alunos praticam desporto nos seus tempos livres, sendo que destes, 11 integram a ginástica no DE da ESAS, 1 realiza Taekwondo, 2 praticam natação, 1 exercita Karaté, 1 joga andebol, 1 exercita equitação, 1 realiza ginásio e 1 joga futebol.

A turma, na sua globalidade, evidenciou um comportamento exemplar, suscitando uma possível relação entre esta característica e a disciplina e organização exigidas na ginástica, uma vez que grande parte da turma pratica esta modalidade.

Foi neste contexto que desenvolvi, entre outras, as competências ao nível do planeamento. Para além das características da turma, um dos aspetos que condicionou a execução do mesmo, foi o roulement de instalações, documento essencial na organização e gestão dos espaços de aula. Para a elaboração do referido planeamento, nos seus três níveis (anual, unidade didática e plano de aula), tive ainda em consideração o programa nacional de EF, referenciais de EF da ESAS, o número de aulas previstas, a dificuldade dos conteúdos da cada matéria de ensino, o nível inicial dos alunos (observados nas avaliações diagnósticas) e por fim as atividades extracurriculares presentes no plano anual de atividades da ESAS.

3.9. 5º Ano – “A passagem pelo 2º Ciclo”

A minha viagem na PES no âmbito do 2º ciclo, teve uma curta duração, apenas uma Unidade Didática (UD), tendo ocorrido na Escola Básica 2/3 de Nogueira com uma turma do 5º ano.

Esta turma foi constituída por 25 alunos, dos quais 13 pertenciam ao sexo masculino e 12 ao sexo feminino e possuía uma média de idades de 11,3 anos. No que concerne ao índice de massa corporal, a média da turma é de 19,1 kg/m2 sendo que 18 alunos se encontram no intervalo referente ao normal, 1

em sobrepeso e 6 no nível correspondente à obesidade.

Na sequência de algumas conversas com a professora titular da turma e por meio da minha intervenção, constatei que a turma manifestava um

rendimento escolar satisfatório, sendo que no domínio motor se verificou uma disparidade entre géneros, no qual o sexo masculino apresentou um nível muito superior ao sexo feminino.

O intervalo de tempo destinado a este percurso foi reduzido para a obtenção de um conhecimento mais alargado, no entanto considero que foi relevante passar por esta experiência para adquirir competências na prática de ensino em faixas etárias mais jovens. Acrescento ainda, que o facto de ter realizado esta prática pedagógica com outro professor que não o PC, se revelou fundamental na construção de novas conceções e métodos de ensino geradas pela partilha de opiniões e discussões na conceção, planeamento, realização e avaliação da UD.

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