• Nenhum resultado encontrado

SAMAMBAIAS DA RPPN FAZENDA PACATUBA, SAPÉ, PARAÍBA – BRASIL Manuscrito a ser enviado a Revista Rodriguesia

3. Nervuras livres Pityrogramma calomelanos

3’.Nervuras aureoladas...Acrostichum danaeifolium 2’. Esporângios não acrosticoides...4

4.Pinas com margem inteira, raque não alada...5

5.Lâmina 1-3 pinada...6

6.Vários soros por segmento...7

7.Raque persistentemente

escamosa...Adiantum obliquum

7’.Raque glabra principalmente abaxialmente...Adiantum petiolatum

6’. Um soro por segmento, raramente dois...8 8. Lâmina ovada a obovada; 2- pinada...Adiantum pulverulentum

8’.Lâmina triangular, oblonga; 1- pinada...Adiantum dolosum

4’. Pinas com margens denticuladas, raque alada...Pteris denticulata

Acrostichum danaeifolium Langsd. & Fisch., Pl. Voy. Russes Monde. 1:5. 1810.

Mickel & Smith (2004) distinguem Acrostichum danaeifolium de Acrostichum aureum L. por possuir todas as pinas férteis, enquanto A. aureum L. apresenta apenas os últimos pares de pinas férteis. A danaeifolum apresenta também aréolas largas junto da costa e paráfises com extremidades alongadas, pouco lobadas ou inteiras. Segundo Moreira & Bove (2008), a espécie possui folhas longas (até 2 metros), lanceoladas, pinadas, superfície adaxial verde escuro, superfície abaxial verde mais claro ficando cor de ferrugem quando férteis pela presença de esporângios.

Material estudado: BRASIL, PARAÍBA, Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 18.XII. 2010, Silvestre et al. 9 (JPB).

Na RPPN Fazenda Pacatuba foi encontrada fora da área de mata, próxima a córregos profundos localizados a jusante do Açude Pacatuba. Xavier (2007) classifica a espécie como heliófila e terrestre, sendo observada em áreas antropizadas. A espécie também foi encontrada por Pietrobom & Barros (2002) crescendo em solos encharcados, junto da margem de açude, ou ao longo dos regatos e na mata ciliar degradada, ensolarada.

Distribuição geográfica: Antilhas, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Guianas, Mesoamérica, México, Paraguai, Peru e Venezuela. No Brasil ocorre nos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espirito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Baseado nos trabalhos de Fernandes (2010), Xavier (2007), Santiago (2006) e Prado (2011).

Adiantum dolosum Kunze., Linn. 21: 219. 1848.

De acordo com Zuquim et al. (2008) A. dolosum pode ser reconhecida em campo pelos soros em linhas contínuas, pelas folhas pinadas e pela base da pina reta. Segundo Pietrobom & Barros (2002), A. dolosum é caracterizada pelas frondes 1-pinadas, 5-7 pares, com soros contínuos. Distingue-se pela cor verde-oliva das lâminas e as pínulas podendo se anastomosar (Sehnem, 1972). Segundo Farias et al. (1992), a espécie apresenta venação livre, delgada, visível contra a luz.

Material estudado: BRASIL, PARAÍBA, Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 15.I. 2011,

Silvestre et al. 19 (JPB).

Na RPPN Fazenda Pacatuba a espécie foi encontrada ocorrendo em barrancos, margem de trilhas, no interior de mata e próxima a córregos. De acordo com Farias et al. (1992) e Barros (dados não publicados), A. dolosum Kunze cresce na borda da mata e locais paludosos, não correspondendo com os ambientes preferênciais dessa espécie na RPPN Fazenda Pacatuba. No entanto, Barros et al. (2001) citam que esta espécie ocorre com frequência na borda de mata e em barrancos, constatando um dos ambientes preferências dessa planta na RPPN.

Distribuição geográfica: América Central, Brasil, Colômbia, Guiana, Suriname e Venezuela. No Brasil ocorre nos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo. Baseado nos trabalhos de Moran & Yatskievych (1995), Sehnem (1972), Paciencia (2001), Prado & Moran (2009), Prado (2011) e Barros (dados não publicados).

Adiantum obliquum foi encontrado na RPPN nas formas 1-2 pinada, diferentemente

das outras espécies de Adiantum encontradas na área. Segundo Winter et al. (2011), esta planta pode ser diferenciada das espécies congenéricas pela lâmina 1(–2)–pinada, pelo pecíolo com dois tipos de escamas, sendo escamas lanceoladas com base pectinada e escamas aracnoides. De acordo com Zuquim et al. (2008), as pinas de A. obliquum apresentam base muito menor que o ápice e pínulas afiladas e não sobrepostas umas às outras. A superfície das pínulas é brilhante em ambas as faces. A. obliquum é uma espécie próxima de Adiantum

petiolatum, da qual difere principalmente pelos segmentos verdes, geralmente brilhantes,

pelas porções estéreis com margens irregularmente serreadas, rizomas com escamas adpressas e soros de número e forma variada, menos de 18 por segmentos, em todas as margens acroscópicas e basioscópicas (Windisch 1983).

Material estudado: BRASIL, PARAÍBA, Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 14.V.2011,

Silvestre et al. 28 (JPB).

Na RPPN Fazenda Pacatuba a espécie foi encontrada no interior de mata em barrancos encharcados em áreas sombreadas. Zuquim et al. (2008) registraram que a planta ocorre em barrancos em solos com quantidades intermediárias e altas de nutrientes, e também próxima a cursos d’água. Winter et al. (2011) destacaram a ocorrência desta espécie em terrenos íngremes e úmidos no interior e na base das matas de baixadas.

Neste trabalho, Adiantum obliquum é acrescentada como nova ocorrência para a Paraíba.

Distribuição geográfica: Ocorre desde México até o norte da América do Sul e Antilhas. No Brasil ocorre nos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de

Janeiro, Rondônia, Roraima e São Paulo. Baseado nos trabalhos de Prado (2011), Zuquim et

al. (2008) e Winter et al. (2011).

Adiantum petiolatum Desv. Ges. Naturf. Freunde Berlin Mag. Neuesten Entdeck. Gesammten Naturk. 5:326. 1811.

Sehnem (1972) afirma que A. petiolatum é distinguível pelas pinas proximais curtamente pecioladas de base assimétrica curtamente lanceolada. De acordo Zuquim et al. (2008), a espécie possui células diferenciadas formando linhas entre as nervuras (idioblastos) apenas na face superior da folha. Moran & Yatskievych (1995) destaca que esta espécie possui uma variação quanto ao indumento da raque e ao numero e tamanho de segmentos, sendo similar a A. obliquum.

Material estudado: BRASIL, PARAÍBA, Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 18.XII. 2010, Silvestre et al. 7 (JPB).

Na RPPN Fazenda Pacatuba a espécie foi observada em barrancos, locais paludosos geralmente locais sombreados, estando associada à Adiantum dolosum; Lindsaea lancea. Tal resultado diverge de Pietrobom e Barros (2007) que destacam que não demonstra preferência em nenhum tipo de ambiente. Diferentemente, Fernandes (2010) registrou a espécie crescendo em solo seco, próximo a rochas e no interior da mata e às margens das trilhas.

Neste trabalho, Adiantum petiolatum é acrescentada como nova ocorrência para a Paraíba.

Distribuição geográfica: América Central, Antilhas, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guianas, México, Peru e Venezuela. No Brasil ocorre nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e

Santa Catarina. Baseado nos trabalhos de Moran & Yatskievych (1995), Sehnem (1972); Santiago (2006), Silva (2000) e Prado (2011).

Adiantum pulverulentum L., Sp. Pl. 2. 1096. 1753.

Segundo Moran & Yatskievych (1995), A. pulverulentum é caracterizada pelas frondes bipinadas e os segmentos com cenosoro marginal. Sehnem (1972) destaca que as pinas de A.

petiolatum em relação às outras espécies do gênero são relativamente pequenas, obtusas com

a face abaxial glaucescente. Zuquim et al. (2008) afirma que a espécie pode ser facilmente reconhecida pelas pínulas retangulares ou em forma de canoa e pelos soros únicos na margem superior da pínula.

Material estudado: BRASIL, PARAÍBA, Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 18.XII. 2010, Silvestre et al. 8 (JPB).

Na RPPN Fazenda Pacatuba foi observada como terrícola, tendo como ambiente preferencial os barrancos e encostas ou em solos paludosos e sombreados, sendo considerada ciófila. Tais características ecológicas também foram observadas por Xavier (2003). Braga (dados não publicados) classificou-a como ciófila, mesófila e anfíbia.

Distribuição geográfica: América Central, Antilhas, Brasil, Bolívia, Equador, Guianas, México, Peru e Venezuela. No Brasil ocorre nos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e São Paulo. Baseado nos trabalhos de Sehnem (1972), Barros et al. (2002), Moran & Yatskievych (1995), Braga (dados não publicados) e Prado (2010).

Segundo Silva (2000) e Mickel & Beitel (1988), H. palmata pode ser diferenciada apresentar escamas do rizoma concolores, castanho-claras, lâmina foliar palmada com cinco lobos, vênulas principais escuras e usualmente com uma gema no sino maior. A espécie apresenta soros distribuídos por toda a face abaxial da lâmina foliar, as pinas férteis podem apresentar um maior comprimento do pecíolo.

Na RPPN Fazenda Pacatuba a espécie foi encontrada diretamente no solo ou sobre rochas com sedimento particulado. Teve como ambiente preferencial os afloramento rochosos em área de clareira, podendo ser caracterizada como mesófila. Essas condições também foram encontradas por Lopes (2003) na Serra do Urubu e por Fernandes (2010) em zonas de preservação no Pará.

Material estudado: BRASIL, PARAÍBA, Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 18.XII. 2010, Silvestre et al. 6 (JPB).

Distribuição geográfica: América Central, Antilhas, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guianas, México, Peru e Venezuela. No Brasil ocorre nos estados da Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Baseado nos trabalhos de Sehnem (1972), Tryon & Conant (1975), Barros et al. (2002), Moran & Yatskievych (1995), Santiago (2006) e Prado (2011).

Pityrogramma calomelanos (L.) Link., Handbuch 3: 20. 1833.

Segundo Windisch (1983), Pietrobom & Barros (2002) e Zuquim et al. (2008), P.

calomelanos se distingue facilmente das outras espécies por apresentar indumento farináceo

branco, amarelo ou rosado na face abaxial da lâmina foliar, como também pinas equilaterais e pínulas ascendentes (Pietrobom & Barros 2002). A espécie também caracteriza-se por

apresentar lâminas 1-5- pinadas, com uma cera branca ou amarelada na superfície abaxial, associada aos esporângios, distribuídos sobre as nervuras (Moran &Yatskievych 1995).

Material estudado: BRASIL, PARAÍBA, Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 18.XII. 2010, Silvestre et al. 5 (JPB).

Na RPPN Fazenda Pacatuba P. calomelanos foi encontrada como rupícola e terrícola, tendo por ambientes preferenciais os barrancos, clareiras e córregos, estando associada a

Nephrolepis biserrata. Fernandes et al. (2010) coletaram P. calomelanos em ambientes

diferentes, tanto em terrenos arenosos e secos, como dentro de brejos, onde cresciam junto a troncos de árvores. Com base em Barros (dados não publicados), a espécie foi encontrada na margem de açudes e em barrancos na borda da mata. Assim como observado por Santos & Barros (1999) nas Matas do Bituri Grande em Pernambuco, a espécie é comum em locais abertos e na margem de corpos aquáticos.

Distribuição geográfica: Antilhas, Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Galápagos, Guianas, México, Paraguai, Peru, Suriname, Trinidad e Venezuela. No Brasil ocorre nos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. Baseado nos trabalhos de Tryon & Conant (1975), Windisch & Tryon (2001), Fernandes et al. (2010), Boldrin & Prado, 2007), Prado (2011) e Xavier (2007).

Pteris denticulata Sw., Prod.: 129. 1788

É reconhecida pela presença de raque completamente alada, pela margem denticulada das pinas e dos segmentos e pelas variações das pinas basais, que vão de furcadas a pinatífidas

na porção basioscópica (Pietrobom & Barros 2002; Prado & Windisch 2000). Prado & Windsch (2000) difere P. denticulata Sw. var. tristicula pelas pinas basais furcadas a pinatífidas no lado basioscópico e pinas medianas e distais inteiras lanceoladas.

Material estudado: BRASIL, PARAÍBA, Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 14.V. 2011,

Silvestre et al. 22 (JPB).

Na RPPN Fazenda Pacatuba a espécie foi encontrada sobre solo humoso em encosta no interior da mata e barrancos, ocorrendo associada a alguns espécimes de Adiantum

pulverulentum. Sakagamni (2006) registou Pteris denticulata ocorrendo como terrícola à beira

da trilha, em local sombreado. Pietrobom & Barros (2002) coletaram sobre solo humoso em encosta no interior da mata, próximo de regato e de trilhas formando sempre pequena população com indivíduos isolados ou espalhados.

Distribuição geográfica: Argentina, Brasil, Colômbia, Cuba, Equador, Guiana, Paraguai, Pequenas Antilhas, Porto Rico e Venezuela. No Brasil ocorre nos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Baseado nos trabalhos de Prado & Windsch (2000), Braga (dados não publicados) e Prado (2011).

Vittaria lineata (L.) Sm., Mém. Acad. Roy. Sci (Turin) 5: 421. pl. 9. f. 5. 1793.

De acordo com Nonato & Windisch (2004), Vittaria lineata é caracterizada por apresentar soros em sulcos profundos com aletas em ambos os lados, paráfises com a célula apical não alargada ou apenas levemente e esporos monoletes. Segundo Tryon & Stolze (1989), V. lineata é caracterizada por possuir lâminas inteiras lineares, longas, rizoma com escamas curtas com ápice filiforme e soros contínuos na margem da folha revoluta. Os autores

ainda afirmam que a espécie distingue-se de V. costata Kunze pelas escamas do caule curtas, extremidades unisseriadas, soros lineares com ambas as margens das lâminas revolutas. Moran (1995) distingue esta espécie de V. graminifolia por possuir esporo trilete e escamas do caule com ápice filiforme.

Material estudado: BRASIL, PARAÍBA, Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 14.V. 2011,

Silvestre et al. 23 (JPB).

Na RPPN Fazenda Pacatuba, V. lineata foi encontrada como holocorticícola em área de clareira. Barros et al. (2001), encontram esta espécie sobre troncos em decomposição, na borda da mata associada a briófitas. Pode ser observada crescendo sobre palmeiras às margens de trilhas em ambientes secos e ensolarados (Fernandes 2010). Nos trabalhos de Santiago & Barros (2003) e Xavier & Barros (2005), foi encontrada epifitando troncos no interior da mata.

Distribuição geográfica: Antilhas, Bahamas, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Guianas, México, Paraguai, Peru, Trinidad, Uruguai e Venezuela. No Brasil ocorre nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. Baseado nos trabalhos de Tryon & Conant (1975), Moran (1995), Labiak & Prado (1998), Nonato & Windisch (2004) e Prado (2011).

Salviniaceae Martynov. Tekho-Bot. Slovar: 559. 1820.

Família de plantas aquáticas flutuantes com distribuição cosmopolita. Apresenta cerca de 16 espécies e dois gêneros, Salvinia e Azolla. São heterosporadas e produzem seus esporângios em esporocarpos. As folhas são arredondadas, ovadas ou oblongas, os

esporocarpos ficam sob a folha submersa e os indúsios são globosos esbranquiçados (Prado 2006; Smith et al. 2006; Barros & Xavier 2007).

Salvinia auriculata Aubl., Hist. Pl. Guiane 2: 969, pl. 367. 1775.

Segundo Santana (1987), a espécie difere das demais do gênero pelas frondes pecioladas, maiores, atingindo 2,2 x 1,8 cm e base cordiforme arredondada. Prado (2006) menciona que Salvinia auriculata Aubl. distingue-se das outras espécies pela forma, que varia de oblonga a suborbicular, base cordada da folha e por apresentar tricomas onde as papilas estão fusionadas pelo ápice.

Material estudado: BRASIL, PARAÍBA, Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 15.I. 2011,

Silvestre et al. 18 (JPB).

Na RPPN Fazenda Pacatuba, a espécie foi coletada em um córrego fora da área de mata em área aberta. De acordo com Moran & Riba (1995), esta espécie tem preferência por charcos estancados, pântanos, cursos d’agua lentos e selvas alagadas. Segundo Prado (2006), a espécie pode ocorrer próxima às nascentes. Enquanto que Barros & Xavier (2007) ressaltam que indivíduos de Salvinia auriculata são importantes para a oxigenação e purificação em lagos e aquários de criadores de peixes, entretanto podem se tornar uma praga de difícil erradicação.

Distribuição geográfica: África, Antilhas, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Guianas, Mesoamérica, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. No Brasil ocorre nos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Baseado nos trabalhos de Xavier (2007) e Salino & Almeida (2011a).

Thelypteridaceae Pic. Serm., Webbia 24: 709. 1970.

Compreende uma das maiores famílias dentre as samambaias com mais de 900 espécies, a maioria em regiões tropicais e subtropicais. A família está dividida em dois gêneros: Macrothelypteris (H. Itô) Ching e Thelypteris Schmidel., sendo caracterizada pela presença de dois feixes vasculares em forma de “meia lua” na base do pecíolo e que se unem mais acima formando um feixe em forma de U e também pela presença de tricomas unicelulares e setosos na folha (Silva 2000; Salino & Semir 2002; Smith et al. 2006).

Chave de identificação para as espécies de Thelypteridaceae na RPPN Fazenda Pacatuba

1. Lâmina 1- pinada, nervação meniscióides e geralmente imparipinada...2

2. Margem das pinas inteiras, crenadas ou crenuladas...3

3. Folhas fortemente dimorficas, as estéreis em maior numero, inteiras quando jovem,1-10 pares de pinas...Thelypteris macrophylla

3’. Frondes monomórficas, 1-6 pares de pinas...Thelypteris poiteana 2’. Margem das pinas serreadas uncinado-serreadas...Thelypteris serrata 1’. Lâmina 1 – pinada-pinatífida, nervuras livres e simples...4 4. Caule curto e reptante ou ereto, escamas costais ausentes, indúsios setosos, sem tricomas glandulares...Thelypteris hispidula

4’. Caule longo e reptante, escamas costais presentes, indúsios setosos, com tricomas glandulares...Thelypteris interrupta

T. interrupta distingue-se das outras espécies pela presença de glândulas alaranjadas

ou avermelhadas na face abaxial da lâmina foliar, pelas escamas da costa ovais e pelo rizoma nigrescente longo-rastejante (Mickel & Beitel 1988). Salino & Semir (2002) distinguem T.

interrupta das demais espécies do gênero por apresentar um rizoma longo, reptante,

ramificado de cor preta, com escamas abundantes e soros muitas vezes confluentes na maturidade e esporângios com tricomas glândulares presentes no pedicelo. De acordo com Arantes et al. (2007), acrescenta como característica para identificação, a margem lobada das pinas.

Material estudado: BRASIL, PARAÍBA, Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 18.XII. 2010, Silvestre et al.12 (JPB).

Na RPPN Fazenda Pacatuba, a espécie foi encontrada na margem de regatos e barrancos, ocorrendo em clareiras. A ocorrência em áreas de clareira está relacionada à preferência por locais ensolarados (Salino & Semir 2002). A preferência por locais paludosos e encharcados foi observado por Xavier (2007), que encontrou a espécie em ambientes antropizados.

Distribuição geográfica: África, Antilhas, Argentina, Ásia, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Guianas, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. No Brasil ocorre nos estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Baseado nos trabalhos de Santana (1987), Xavier (2007), Santiago (2006) e Salino & Almeida (2011b).

T. hispidula pode ser diferenciada das demais espécies do gênero ocorrentes na área

por apresentar pinas proximais reduzidas e gradualmente reduzidas distalmente (Silva 2000). Segundo Salino & Semir (2002), T. hisdula é aparentemente semelhante a T dentata, mas podem ser diferenciadas, pois na primeira os tricomas na face abaxial da costa são sempre maiores que 3 mm, apresentando tamanhos variados.

Material estudado: BRASIL, PARAÍBA, Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 14.V. 2011,

Silvestre et al. 25 (JPB).

Na RPPN Fazenda Pacatuba, a espécie ocorre próxima a córregos e barrancos, localizados no interior de mata ou na borda de mata em locais sombreados, destacando populações mais amplas em áreas próximas a bambuzais. Tais características de ocupação no interior de mata e locais sombreados também foram observados por Santos & Windisch (2008) e Xavier & Barros (2003).

Distribuição geográfica: América Central, Antilhas, Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Guiana Francesa, México, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. No Brasil ocorre nos estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Com base nos trabalhos de Pietrobom (2004), Salino & Almeida (2011b) e Braga (Dados não publicados).

Thelypteris macrophylla (Kunze) C.V. Morton, Amer. Fern J. 61:17. 1971.

Thelypteris macrophylla possui as folhas claramente dimorfas, sendo as férteis mais

estreitas. A face abaxial das pinas estéreis com indumento menos desenvolvido, inclusive com o tecido laminar glabro e esporângios presentes também no tecido laminar entre as nervuras secundárias (Salino & Semir 2004). Entre as espécies do gênero na RPPN Fazenda Pacatuba,

T. macrophylla distingue-se pela lâmina foliar inteira quando jovem e por possuir 1-4 pares

de pinas quando adulta.

Material estudado: BRASIL, PARAÍBA, Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 18.XII. 2010, Silvestre et al. 14 (JPB).

Na RPPN Fazenda Pacatuba foi encontrada como rupícola, ocorrendo em córregos e afloramento rochosos e fendas, geralmente em locais sombreados. Esteve associada por vezes a Cyclodium meniscioides. Segundo Costa & Pietrobom (2007), na Ilha do Mosqueiro no Pará, a espécie foi encontrada como terrestre, ocorrendo preferencialmente no interior de mata. De acordo com Zuquim et al. (2008), na Reserva Biológica de Uatumã, a espécie cresce próximo a cursos d’água.

Neste trabalho, Thelypteris macrophylla é acrescentada como nova ocorrência para a Paraíba.

Distribuição geográfica: Brasil, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname, Trinidad e Venezuela. No Brasil ocorre nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Com base nos trabalhos de Pietrobom & Barros (2006), Salino & Semir (2004), Smith (1995), Santiago (2006) e Salino & Almeida (2011b).

Thelypteris poiteana (Bory) G. R. Proctor, Bull. Inst. Jamaica, Sci. Ser. 5: 63. 1953.

Thelypteris poiteana pode ser reconhecida no campo pela lâmina verde-escura,

pubescente, com margem levemente crenada (Zuquim et al. 2008). De acordo com Gómez & Arbelaez (2009), T. poiteana apresenta rizoma reptante, escamas que variam de castanho claro a escuro, frondes subdimórficas, sendo as férteis com estípites mais largas. Os autores

Documentos relacionados