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5. APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS DE MELHORIA

5.6. Nivelamento da Produção

A atual falta de nivelamento da produção na Jordão traduz-se em elevados lead times, devido essencialmente à falta de sincronismo entre sectores e consequentes faltas de materiais que impedem a implementação de um fluxo contínuo. Segundo Coimbra (2009) o processo de Nivelamento da produção pressupõe a execução dos seguintes passos:

1. Definição do sector pacemaker;

2. Definição dos sectores a sincronizar; 3. Definição de Pitch;

4. Criação da caixa logística; 5. Criação da caixa de Nivelamento; 6. Criação do Sequenciador de produção.

A execução destes passos, explicados sucintamente de seguida, permite garantir o fluxo de informação entre os sectores, estando uma síntese desse fluxo ilustrado na Figura 57.

Figura 57 – Síntese do Fluxo de Informação

5.6.1. Definição do sector Pacemaker (marca passo)

Primeiramente é necessário definir o sector de produção que marca o ritmo do sistema produtivo (Pacemaker), ou seja, o sector de produção que permite definir a capacidade do sistema produtivo, de forma

75 a controlar a produção em função deste setor, marcando assim o ritmo dos restantes sectores produtivos a jusante.

O sector Pacemaker está geralmente associado ao sector de produção que atribui a diferenciação ao produto e, é também caracterizado por um complexo fluxo de materiais. Previsivelmente o sector pacemaker da Jordão, consiste no sector em estudo, nomeadamente, o sector de montagem de móveis.

O cálculo do Takt Time, é realizado em função do sector pacemaker da secção da montagem: aproximadamente 16 min (calculado em função dos valores das encomendas das primeiras 11 semanas de 2013).

5.6.2. Definição dos sectores a jusante a sincronizar

Os sectores de Maquinação, serralharia e marcenaria têm tempos de ciclo muito rápidos, e são sectores onde são necessárias bastantes mudanças de equipamentos (set up) para mudar de produto, para incorporar fluxo contínuo não faz muito sentido pois teríamos que atrasar os seus tempos de ciclo agravando os tempos de set up.

Por outro lado, os sectores de preparação de conjuntos de montagem, tem tempos de ciclo próximos do Takt Time e fornece diretamente o sector pacemaker, logo faz todo o sentido implementar fluxo contínuo nestes sectores, passando-os aqui a denominar os sectores de fluxo contínuo.

A Figura 58 representa o gráfico os tempos de ciclo por sectores, durante o período em estudo, permitindo identificar assim os sectores que, por agora, devem manter a produção em lote, e os sectores possíveis de implementar um fluxo de produção contínuo.

Figura 58 – Gráfico Tempos de Ciclo dos Sectores Produção

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00

Sectores de Fluxo Contíno vs. Sectores de Produção em lote

TC (min) TT (min) min

76 5.6.3. Definição do Pitch

Após selecionados os sectores a sincronizar, é necessário definir o Pitch, ou seja, definir qual a carga de trabalho a lançar no sector de montagem. Assumindo que o ideal seria transportar 3 carruagens de cada vez, o Pitch do sistema seria de aproximadamente 45 minutos, tal como demonstra a equação seguinte:

Face a alterações da procura, é possível manter o Pitch, alterando o número de carruagens máximas, consoante a capacidade do sistema e a dimensão máxima do comboio logístico.

5.6.4. Criação da Caixa Logística

A caixa logística permite realizar o controlo da produção dos sectores de fluxo contínuo, deste modo cada linha corresponde às unidades produtivas definidas previamente para implementar o fluxo contínuo.

Nela também é definido o período de planeamento, pois cada coluna corresponde a um dia de planeamento. O número de colunas corresponde ao período de planeamento, isto é, 12 dias. Esta ferramenta funciona da seguinte forma:

 Em cada ranhura, os responsáveis pelo planeamento devem colocar as ordens de produção para esse dia.

 Cada ordem de produção deve conter uma lista de Picking com a lista de materiais, dos produtos a produzir, para que o responsável pelo abastecimento possa recolher todos os materiais necessários para a produção dos produtos durante o tempo do Pitchs .

Esta ferramenta permite prever a entrega de uma encomenda de forma mais precisa, possibilitando a definição de prioridades (diárias), uma vez que com base no desfasamento dos sectores de fluxo continuo face ao sector de montagem, é possível prever a chegada do produto às linhas de montagem. O esquema da caixa logística, está apresentado na Figura 59, representando os sectores de fluxo contínuo e seu respetivo desfasamento em dias.

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Figura 59 – Esquema da Caixa Logística

5.6.5. Criação da Caixa de Nivelamento

A caixa de nivelamento assemelha-se à Caixa Logística. As linhas estão relacionadas com a Caixa Logística, contudo as colunas representam uma janela temporal diferente, relativo a um dia de trabalho, dividido por cada Pitch, que tem como função distribuir a carga de trabalho ao longo do dia. A carga do trabalho corresponde ao número de produtos a produzir nas secções de montagem em cada Pitch.

Como alguns sectores de fluxo contínuo encontram-se em edifícios distintos, existe a necessidade de criar duas caixas de nivelamento, uma para a unidade 1 e 2 (Figura 60) e outra para os sectores da unidade 3 (Figura 61).

Figura 60 – Caixa de Nivelamento da Unidade 1 e 2

Dia

Sector 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Prep. Grupos Compressores Prep. Gambiarras Prep. Evaporadores

Prep. Caixas de Ventilação

Prep. Quadros Elétricos

Linha Montagem 1 Linha Montagem 2 Linha de Montagem 3 Linha de Montagem 4 Desfasamento em dias Entrada Prevista nas linhas De 08:00 08:45 09:30 10:25 10:25 10:25 13:40 13:40 13:40 13:40 16:50 A Sector 08:45 08:45 10:25 10:25 10:25 13:40 13:40 13:40 13:40 16:50 18:00 Prep. Evaporadores

Prep. Caixas de Ventilação Prep. Quadros Elétricos Linha Montagem 1 Linha Montagem 2 Linha de Montagem 3 Linha de Montagem 4

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Figura 61 – Caixa de Nivelamento da Unidade 3

Para colocar a caixa de nivelamento a funcionar, diariamente, o Gabinete do Planeamento é responsável por remover da Caixa Logística todas as ordens de produção correspondentes a esse dia e coloca-las na respetiva caixa de nivelamento.

Tendo em consideração que produtos produzidos nos sectores a jusante ao sector de montagem (subconjuntos), devem produzir os componentes consumidos pela mesma ordem de entrada dos produtos nas linhas, com alguns Pitch de desfasamento.

Através do processo de nivelamento, expostos no Anexo XIV e face ao Takt Time atual, é possível definir a sequência de entrada de produtos na linha por cada Pitch de acordo com a Tabela 17.

Tabela 17 – Sequência de chegada dos produtos à linha por Pitch

PITCH Linha 1 1 1 2 2 1 2 4 3 1 1 3 4 1 1 2 5 1 2 4 6 1 1 3 7 1 1 2 8 1 2 4 9 1 1 3 10 1 1 2 11 1 1 2 4 3

É importante salientar que embora em alguns sectores de produção não exista fluxo contínuo, é fundamental que estes tenham conhecimento sobre o que vai entrar em linha e em que dias, para melhor controlarem o que tem a produzir, evitando assim a falta de materiais.

5.6.6. Criação do Sequenciador

A implementação de um sequenciador em cada sector representado permite garantir a continuidade do processo produtivo e a alimentação sequenciada dos processos fornecedores aos processos clientes,

De

08:00 08:45 09:30 10:25 10:25 10:25 13:40 13:40 13:40 13:40 16:50

A

Sector 08:45 08:45 10:25 10:25 10:25 13:40 13:40 13:40 13:40 16:50 18:00 Prep. Grupos Compressores

79 evitando assim os desperdícios causados por faltas de materiais (esperas, movimentações e sobreprocessamento).

Um sequenciador deve ser um dispositivo simples, um objeto que permita dispor poucas ordens de produção, de preferência dependuradas por ganchos, tal como ilustra a Figura 62 de forma a transmitir uma imagem visual do estado produtivo do sector .No caso de o sequenciador conter muitas ordens, significa que está atrasado, podendo ocorrer qualquer problema ou, caso esteja vazio significa que existe um excesso de capacidade nesse sector

Figura 62 – Sequenciador de Produção

O responsável pelo abastecimento dos sectores produtivos, levanta as ordens de produção para o Pitch

seguinte, e após recolher os materiais dos sectores fornecedores e os colocar nos supermercados bordos de linha dos sectores clientes, coloca a ordem no sequenciador do sector cliente, para o próximo Pitch.

No caso dos sectores da unidade 1 e 2, cabe ao operador do comboio logístico levantar as ordens de produção da caixa de nivelamento e colocá-las nos respetivos sequenciadores. Já os sectores da unidade 3, como não pertencem ao percurso do comboio logístico, cabe aos operadores do sector o desempenho desta tarefa.

Os sectores de montagem de componentes eletromecânicos, são aqueles que necessitam da introdução de um sequenciador.

O sector de montagem não necessita de sequenciador, pois as ordens de produção são colocadas na carruagem kit junjo, cabe ao condutor do Mizusumashi colocar as carruagens por ordem de entrada em linha e ao operador do primeiro posto de trabalho manter assim a FIFO.

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