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Do ingresso ao egresso na Faculdade de Educação

NOME DOS APROVADOS Arlete da Conceição Costa

Bárbara Tereza Adão de Fontes Lima Edmar Neris dos Santos

Gleide Selma Ferreira de Oliveira Guiomar Lima Azevedo

José da Silva Queiroz Lêda Maria Cabral Aguiar Maria Cândida Aragão Maria Consuelo Morais Maia Maria Izabel Siqueira Santos Maria José Santos Araujo Marta Suzana Costa Ferreira Nicária Matos do Nascimento Rosa Cristina Valente Leite Ubiraci de Souza Santos Vera Maria Carvalho de Melo Fonte: Relatório da FACED/UFS – 1969

Ainda em 1969 foi criada a Comissão Central do Concurso de Habilitação (CCCH) composta pelo reitor João Cardoso Nascimento Júnior e professores de todas as unidades de ensino para estudar um novo modelo de vestibular para a UFS. O objetivo

149 era adaptar o concurso seletivo do ano seguinte às novas exigências da Lei nº. 5.540/68, que estabelecia:

Art. 21. O concurso vestibular, referido na lêtra a do artigo 17, abrangerá os conhecimentos comuns às diversas formas de educação do segundo grau sem ultrapassar êste nível de complexidade para avaliar a formação recebida pelos candidatos e sua aptidão intelectual para estudos superiores.

Parágrafo único. Dentro do prazo de três anos a contar da vigência desta Lei o concurso vestibular será idêntico em seu conteúdo para todos os cursos ou áreas de conhecimentos afins e unificado em sua execução, na mesma universidade ou federação de escolas ou no mesmo estabelecimento isolado de organização pluricurricular de acôrdo com os estatutos e regimentos (BRASIL, 1968, s/p.).

Para definir o representante da Faculdade de Educação foi realizada uma eleição entre seus professores, a qual deliberou o seguinte resultado: Maria Thétis Nunes (quatro votos); Maria Lígia de Vasconcelos Aguiar (um voto) e João Costa (oito votos). Com o maior número de votos, o professor João Costa tornou-se membro da comissão, sendo posteriormente eleito para assumir a presidência do citado órgão.

Durante as reuniões, o dirigente João Cardoso Nascimento Júnior apresentou o trabalho do reitor da Universidade do Ceará, professor Valnir Chagas, como ponto de apoio para facilitar o trabalho dessa comissão. Após alguns encontros, esse grupo definiu as normas gerais para o concurso de habilitação de 1970, aprovadas pelos membros do CONSU/UFS através da Resolução nº 29/69.

Inicialmente, coube a cada faculdade integrada à UFS definir os cursos que seriam ofertados, o número de vagas e o peso de cada disciplina abordada no vestibular. No caso da Faculdade de Educação seriam destinadas 30 vagas no curso de Pedagogia, com os respectivos pesos, apresentados no quadro 17:

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Quadro 17

Disciplinas abordadas no vestibular da FACED e seus respectivos pesos - 1970

DISCIPLINAS PESO

Português Três

Matemática Um

História Geral e do Brasil Três

Francês ou Inglês Um

Conhecimentos Gerais Um

Geografia Geral e do Brasil Um

TOTAL Dez

Fonte: Livro de Ata. Reunião da FACED – 1968 a 1978.

Assim como no curso de Pedagogia, a soma dos pesos de todas as disciplinas abordadas em diferentes cursos oferecidos no vestibular da UFS deveria totalizar obrigatoriamente dez pontos. A prova de português era eliminatória, sendo o candidato obrigado a acertar no mínimo 30 das 100 questões219. Além disso, o pretendente à vaga não poderia obter nota zero em nenhuma outra prova, nem faltar a nenhuma delas.

Para alguns professores da FACED a ausência de eliminação em disciplinas específicas220 para o ingresso no curso de Pedagogia prejudicava o aproveitamento dos alunos no decorrer da graduação, em virtude da falta de preparo básico e suficiente dos estudantes.

No sistema antigo, as carreiras universitárias se distribuíam por cursos únicos, isolados e rígidos na sua programação, do início ao término, de tal modo que o estudante uma vez ingressado num deles não tinha condições de transferir-se para outro se ele não realizasse um novo vestibular.

De acordo com a nova orientação para o concurso seletivo de 1970, não seriam mais realizados exames de habilitação separadamente e de forma isolada, como vinha sendo realizado até o ano anterior. O novo modelo estabelecia a seleção unificada para os determinados ciclos básicos, em conformidade com as áreas pré-estabelecidas.

219

Embora a única prova eliminatória para todos os candidatos fosse apenas a de Português, o peso para a média ponderada variava de acordo com o curso escolhido pelo vestibulando.

220

As disciplinas específicas do curso de Pedagogia eram as seguintes: Geografia, História e Línguas (Inglês ou Francês).

151 O novo sistema era mais flexível e de maior organicidade, pois distribuía as carreiras e as provas do vestibular por áreas de conhecimento. Com a integração do vestibular unificado, os cursos da UFS foram organizados em quatro grupos, distribuídos pelas seguintes áreas: Biomédica; Ciências Físico-Matemáticas; Ciências Humanas; Letras e Artes.

Logo, a FACED compreendia as unidades da área das Ciências Humanas, ao lado das faculdades de Direito, Serviço Social, Filosofia e Ciências Econômicas. Ao ingressar na Faculdade de Educação, o aluno poderia migrar de curso para outro na mesma área sem precisar fazer novamente vestibular, em caso de disponibilidade de vagas.

De acordo com as regras estabelecidas pela Resolução CONSU/UFS nº 29/69, o concurso vestibular seria dividido em duas etapas. Inicialmente, era realizada a prova única de Conhecimentos Gerais para todos os cursos da universidade. Essa prova abordava aspectos do conhecimento, desde o político ao esportivo, musical, econômico, histórico e cultural.

Na segunda etapa eram aplicadas as provas comuns às grandes áreas em que se subdividia o ciclo básico, como ocorria com Português e Matemática, e provas específicas a cada área, como Geografia, História, Química, Física, Biologia e Línguas. No caso da Faculdade de Educação, os conhecimentos particulares eram abordados por meio de provas de Geografia, História e Línguas (Inglês ou Francês).

As provas aplicadas às faculdades da mesma área eram idênticas221, sendo todas realizadas nos mesmos dias e horários a todos os candidatos. No caso dos exames, continuavam sendo elaborados e corrigidos por uma banca composta de três professores especializados nas respectivas disciplinas.

Todavia, o preparo e a circulação das provas eram alvo de graves críticas e acusações de candidatos e de matérias publicadas em jornais da época. O periódico ―Gazeta de Sergipe‖, por exemplo, relatou:

O que precisa é haver uma série vigilância, mas uma vigilância honesta e consciente antes e na ocasião das provas. Todo mundo sabe, não é segredo de ninguém que em vestibulares anteriores, provas foram violadas, pessoas ingressaram nas faculdades não por ter conseguido nota para tal, mas por possuir um bom padrinho. E é isto que se deve evitar. A universidade deve ser para todos, mas para todos que tiveram condições de entrar (GAZETA DE SERGIPE, 1970, nº. 4.039).

152 Pela primeira vez foram abolidas as provas orais e escritas, anteriormente realizadas de forma subjetiva pelos pretendentes às vagas e corrigidas perante as considerações pessoais do examinador. Nesse arranjo, a avaliação passou a se constituir de provas de múltiplas escolhas, agregando cinco alternativas de respostas para cada questão.

As inscrições para o primeiro vestibular unificado foram abertas no dia 10 de janeiro e se prolongaram até dia 20 do mesmo mês. No processo seletivo, foram inscritos 1.378 candidatos para as 450 vagas disponíveis pela UFS, sendo 42 concorrentes para as 30 vagas do curso de Pedagogia oferecido pela FACED.

No ato da inscrição, os concorrentes ao curso de Pedagogia também poderiam indicar outros dois cursos, de diferentes faculdades da área de Ciências Humanas, por ordem de preferência. Portanto, caso esse concorrente não fosse classificado no curso de Pedagogia nem eliminado pela prova de Português, poderia solicitar o ingresso em outros dois cursos da mesma área com vagas não ocupadas. Esta decisão causava preocupação para a professora Maria Thétis Nunes, que alegava:

Outro problema de extrema gravidade é o caso das opções feitas no ato da inscrição ao exame vestibular. Além da unidade preferida para cursar podem ser colocadas duas outras dentro da mesma área, nas quais poderiam ser matriculados caso não haja vaga na primeira. Quantas vocações tomadas se darão, principalmente em universidades como a nossa, onde o processo é feito sem qualquer orientação profissional realizada por órgãos especializados (A CRUZADA, 1970).

Dessa forma, nesse primeiro vestibular unificado da UFS, não houve a realização da segunda chamada para um novo concurso de habilitação, como no ano anterior222. Esta prática foi desnecessária diante das novas regras no preenchimento das vagas estabelecidas pela Resolução CONSU/UFS nº 29/69.

No curso de Pedagogia, os candidatos foram classificados até o limite das vagas anunciadas no edital de inscrição, como pode ser visualizado no quadro 18. A colocação foi efetuada pela ordem decrescente da média ponderada obtida em todas as disciplinas do concurso.

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Quadro 18

Candidatos classificados para o curso de Pedagogia por ordem de colocação - 1970