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2.2 A pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida

2.2.5 Norma e legislação para pessoas com deficiência e reserva de trabalho

Segundo o IBGE/2010 dos 45 milhões de deficientes em idade ativa, 53,8% estão desocupados ou fora do mercado de trabalho.

A convenção da ONU (organização das Nações Unidas) sobre os direitos das pessoas com deficiência, foi incorporada à legislação brasileira por meio do Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008. Por meio de atuação de liderança em seu processo de elaboração, o Brasil decidiu, soberanamente, ratificá-la com equivalência de emenda constitucional, nos termos previstos no Artigo 5º, § 3º da Constituição brasileira.

Assim, no seu art.1º, define pessoa com deficiência como são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua

participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.

Para propiciar a inclusão da pessoa com deficiência aos espaços e equipamentos urbanos e no mercado de trabalho, várias leis e normas foram implementadas:

No Brasil, a Constituição Federal de 1988, traz no art. 5º, que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza e no art. 37º, item VIII estabelece que a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

A reserva legal de cargos é também conhecida como Lei de Cotas (art. 93 da Lei da Previdência Social nº 8.213/91).

A legislação constituiu a obrigatoriedade das empresas com 100 (cem) ou mais empregados a preencherem uma parcela de seus cargos com pessoas com deficiência.

A cota depende do número geral de empregados que a empresa tem no seu quadro, na seguinte proporção, conforme estabelece o art. 93 da Lei nº 8.213/91:

I – de cem até duzentos empregados, dois por cento;

II - de duzentos e um a quinhentos empregados, três por cento; III - de quinhentos e um a mil empregados, quatro por cento; IV - mais de mil e um empregados em diante, cinco por cento.

Quanto a reserva de vagas aos candidatos com deficiência em concurso público, está estabelecida na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, conhecida como o estatuto do servidor público federal e apresenta em seu artigo 10, que “a nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos,

obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade”, e, é garantido no art. 5º, §2º, o direito das pessoas portadoras de deficiência de participarem dos certames, destinando-lhes percentual máximo de até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

Já no artigo 37 do Decreto nº 3.298/1999, assegurada à pessoa portadora de deficiência o direito de se inscrever em concurso público, em igualdade de

condições com os demais candidatos, para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que é portador, e estipula os seguintes percentuais:

§ 1o O candidato portador de deficiência, em razão da necessária igualdade de condições, concorrerá a todas as vagas, sendo reservado no mínimo o percentual de cinco por cento em face da classificação obtida.

§ 2o Caso a aplicação do percentual de que trata o parágrafo anterior resulte em número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro número inteiro subsequente.

De acordo com o artigo 39 do Decreto 3.298/1999, em determinado concurso público as regras do edital, referentes à participação de pessoas com deficiências, deverá conter o número de vagas existentes e o total corresponde à reserva destinada à pessoa com deficiência.

Assim, quando forem oferecida para determinado cargo 20 vagas, aos candidatos com deficiências deverão ser reservados, no mínimo uma vaga que corresponde a 5%, e no máximo cinco vagas que corresponde a 20%, porém, quando forem previstas um quantitativo inferior a cinco vagas, não poderá haver reserva de vagas aos candidatos com deficiência, a exemplo de concursos para professores, que muitas vezes ocorre abertura para apenas duas ou três vagas, mesmo aplicando o percentual máximo de 20% permitido pela Lei nº 8.112/1990, não atingiria a uma vaga sequer, devendo assim,rege-se pela igualdade de condições.

3MÉTODOS E TÉCNICAS

Para que a pesquisa tenha validade cientifica, de acordo comTriviños (1987) será necessário demarcar técnicas, métodos, modelos e teorias que orientem a pesquisa e coleta dos dados.

De acordo com Marconi e Lakatos (2009), a escolha da metodologia deve estar relacionada com o universo da pesquisa, com o problema estudado, e para que estes estudos sejam consolidados se faz necessário o auxílio de métodos e técnicas que possibilitem atingir os objetivos propostos.

Segundo Gil (2010) uma pesquisa deve ser aprofundada no estudo de seu objeto com o intuito de melhor conhecê-lo, usando como instrumento a observação, a coleta e análise dos dados.

Esta pesquisa tem a finalidade de desenvolver um estudo de caso baseado na análise dos dados o qual o objeto está inserido, para Marconi e Lakatos (2010) essa pesquisa é classificada como qualitativa, por analisar o comportamento do homem em sintonia com ambiente inquirido.

A pesquisa será realizada a partir de casos múltiplos, requerem utilização de técnicas variadas de coleta de dados para gerar uma maior confiabilidade e demonstrar mais claramente o objeto do estudo.

Desta forma, utilizaremos métodos específicos para tornar possível conhecer as dificuldades dos usuários com deficiência ou mobilidade reduzida e analisar até que ponto as condições de acesso nos espaços comuns do CAC correspondem a esta realidade.

De acordo com exposto, esta pesquisa adotou os seguintes instrumentos: o passeio Acompanhado (2000), a Visita Exploratória (2014) ambos preconizados por Marta Dischinger e o Questionário, visando alcançar os objetivos propostos no estudo, quevisualizamosnatabela05 a seguir:

Tabela 05 -Delineamento da pesquisa

MÉTODOS E OBJETIVOS

INSTRUMENTO DE

COLETA DE DADOS OBJETIVOS

Visita Exploratória (Marta Dischinger,Bis

Ely e Piardi2014)

Identificar a adequabilidade do ambiente quanto ao deslocamento, orientação, uso e comunicação e as dimensões físicas do espaço, (larguras, alturas, comprimento, inclinação, material de revestimento...) hoje prescrito e conforme o que determina a NBR 9050/15.

INSTRUMENTO DE

COLETA DE DADOS OBJETIVOS

Questionário (Elaborado pela

pesquisadora)

Identificar a observação do usuário em relação as adequabilidades de acesso, em situações reais de uso.

INSTRUMENTO DE

COLETA DE DADOS OBJETIVOS

Passeio acompanhado (Marta Dischinger,2000)

Questionário

Verificar como o usuário com deficiência ou com mobilidade reduzida percebe e interpreta às condições de acessibilidade do ambiente em uso, fluxo, deslocamento, orientação, comunicação.

Fonte: autora, 2016

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