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Norma para avaliação de dor no SU do HSFX

No documento Relatório de estágio (páginas 103-111)

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OBJECTIVO: Assegurar a avaliação da dor a todos os utentes do

Serviço de Urgência do HSFX

PESSOAL ABRANGIDO: Enfermeiros

CONSIDERAÇÔES INICIAIS:

1. A par dos restantes sinais vitais, a avaliação da dor é considerada

importante, pelas suas implicações físicas e psicológicas no atendimento

e internamento de uma pessoa doente

2. Pela diversidade de motivos e ocorrências por parte das pessoas que

recorrem ao Serviço de Urgência, torna-se necessário utilizar escalas

que abarquem a totalidade dos seus utentes. Assim existem algumas

tipologias de escalas que poderão ser utilizadas consoante a realidade

encontrada pelo enfermeiro:

a. Se a pessoa doente estiver consciente ou o seu estado permita

assegurar a capacidade de perceber o que se lhe pergunta e

obter uma resposta válida, utiliza-se uma escala verbal.

b. Se a pessoa doente tiver algum impedimento como: alterações

cognitivas, alterações do estado de consciência, sedação,

ventilação assistida ou outro factor que não permita verbalizar ou

indicar de forma consciente o seu grau de dor, então utiliza-se

uma escala de dor não verbal.

3. Podem contribuir para a decisão, de qual dos instrumentos de recolha

de dados sobre a dor usar, a utilização de escalas acessórias como a

escala de comas de Glasgow (ECG) e a escala de sedação de Ramsay

(ESR). No entanto, é o julgamento do enfermeiro de acordo com a

situação que se depara que permite escolher entre uma escala e outra.

PROCEDIMENTOS:

1. Independentemente do sector do Serviço de Urgência, no primeiro

contacto com a pessoa doente, o enfermeiro, avalia o estado

neurológico e capacidade de comunicação verbal e não verbal do

doente

2. De acordo com essa avaliação, aplica uma das escalas de avaliação de

dor: Régua da Dor; Escalas Visuais de Dor ou Escalas de Avaliação de

Dor Não Verbal

3. A avaliação da dor deverá ser executada sem que seja realizado um

estímulo (doloroso, táctil, verbal ou outro).

4. Régua da Dor (Triagem) - Permite através da verbalização/observação

atribuir uma intensidade há dor e associar uma prioridade (Triagem de

Manchester). (Figura 1)

Figura 1 – Régua da Dor

5. Escalas Verbais da Dor - Escalas onde se pede à pessoa doente que

identifique pela figura ou valores apresentados a intensidade

considerada da sua dor. Podem ser escalas numéricas, descritivas,

visuais e de faces. (Figura 2)

6. Escalas de Avaliação de Dor Não Verbal - São escalas constituída por

itens/parâmetros que permitem através de observação e evidência de

dados quantificar o grau de dor da pessoa.

a. BPS – Behavioral Pain Scale (Escala de Dor por Comportamento)

- Esta escala (Tabela 1) permite através de uma observação

rápida inferir o grau de dor da pessoa

- Escala constituída por três itens (Expressão facial; Membros

Superiores; e Ventilação)

- Será a soma dos scores de cada item que caracterizará a

presença de dor onde se classifica de:

0 a 3 – Não existência de dor

4 a 7 – Dor moderada

8 a 12 – Dor severa

Tabela 1 – Escala de Dor por Comportamento

b. NVPS - Non Verbal Pain Scale (Escala de Dor Não Verbal)

Item Score 1 2 3 4 Expre ssão facial Rela xado Parcialm ente contraído – cerra sobrancelhas Completa mente contraído – Encerramentos dos olhos Esgar de dor Mem bros superiores Sem movimentos Parcialm ente dobrado Dobrado com flexão dos

dedos Permanent emente retraído Com pliance com a ventilação Tole ra movimentos Tosse, mas tolera a ventilação a maior parte do tempo Luta com a ventilação Incapaz de controlar a ventilação

- Esta escala (Tabela 2) permite associar a observação

comportamental da pessoa doente com alguns parâmetros

fisiológicos

- Escala definida por 5 itens (Face, Actividade, Vigilância,

Fisiologia, Respiração)

- Torna-se necessário registar e definir as possíveis alterações

que apesar de contempladas na escala derivem de patologia do

doente ou actual contexto terapêutico (ex: História clínica de HTA,

taquicardia, alterações na respiração ou outras relevantes).

- Será a soma dos parâmetros desses itens que caracterizará a

presença de dor onde se classifica de:

0 a 2 – Não existência de dor

3 a 6 – Dor moderada

7 a 10 – Dor severa

Tabela 2 – Escala de Dor Não Verbal

7. Na suspeita de indicadores de dor deverá proceder-se a utilização de

técnicas não farmacológicas de alívio de dor (ex: massagem, promoção

de conforto, técnicas cognitivo-comportamentais)

8. A utilização de guidelines como a escada analgésica preconizada pela

OMS (para neoplasias), poderá promover sugestões para o controlo de

Face Actividade Vigilância Fisiologia Respiração 0-Sem expressão

facial

0-Posição normal 0-Deitado/Quieto 0-Sinais Vitais estáveis 0-Adaptado ao ventilador 1-Face contraída ocasionalmente 1-Inquieto/Procura atenção

1-Tenso 1-TA Sist >20mmHG e/ou FC>20b/min 1-Reactivo mas tolera 2-Face contraída frequentemente 2-Movimento excessivo

2-Rígido 2-TA Sist >30mmHG e/ou

FC>25b/min

2-Desadaptação Severa

sintoma (Figura 3). Se houver evidência que são necessárias medidas

analgésicas, deverá ser consultado o médico responsável, informar da

situação e executar as indicações que daí advenham.

Figura 3 – Escada analgésica do controlo de Dor (OMS, 2010)

9. A avaliação da dor deverá ser avaliada frequentemente quando da

existência de um valor considerável de dor ou se houver alterações

visíveis que sugiram a existência de dor, no decorrer do turno. A

periodicidade da avaliação será realizada de acordo com o critério do

enfermeiro, preconizando-se 1/1h em caso de parâmetro de dor elevado.

10. Em qualquer situação deverá ser realizada uma nova leitura após a

administração de analgésicos (para verificar o seu efeito).

REFERÊNCIAS DE SUPORTE:



CALIL, Ana e PIMENTA, Cibele – A importância da avaliação da dor no

setor de emergência. Revista Emergência. Brasil: São Paulo. Ano 1, nº2

(2006), p. 51-55



DGS (2001). Plano Nacional de Luta Contra a Dor. Lisboa: Direcção

Geral da Saúde



DGS (2003). “A Dor como 5º sinal vital. Registo sistemático da

intensidade da Dor”, Circular Normativa nº09/DGCG de 14/06/2003. Lisboa:

Direcção Geral da Saúde



METZGER, et al (2002). “Cuidados de enfermagem e dor”. Loures:

Lusociência. 300 p. ISBN 978-972-8383-32-9



NÚCLEO DE CUIDADOS PALIATIVOS (2007) “Recomendações para o

tratamento farmacológico da dor”. Revista Portuguesa de Clínica Geral, nº23.

p. 457-64. ISSN 0870-7103



OMS (2010). “WHO’s Pain Relief Ladder” [Consultada em 2010-05-12]

Disponível em: http://www.who.int/cancer/palliative/painladder/en/



SEIXO, Cláudia – Avaliação da dor em pessoas com alterações da

comunicação verbal. Enformação. Lisboa. Nº 8 (Fevereiro 2008), p. 6-10

Elaborado por: Pedro Miguel Henriques Batista no âmbito do Curso de Mestrado Prático na Especialidade em Enfermagem Médico-Cirúrgica da Universidade Católica Portuguesa

No documento Relatório de estágio (páginas 103-111)

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