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Nossa Senhora Do Rosário Em Goiás

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3.5 A História Do Rosário

3.5.3 Nossa Senhora Do Rosário Em Goiás

Como foi registrado, as irmandades cresceram e aumentaram em número de estabelecimentos religiosos, não só no Rio de Janeiro, como em São Paulo e em todo o território nacional. Com as investidas dos bandeirantes ao centro do território, foi possível, juntamente com eles, desbravar outros seguimentos, como foi o caso da religião. Nesse caso a igreja católica e seus seguimentos acompanharam as novas investidas em busca de novos espaços, na intenção de garantir-lhes o crescimento da entidade.

Em Goiás não foi diferente, até porque o período que compreende a penetração dos bandeirantes nestas partes do centro oeste, coincide com hegemonia católica no Brasil. Hegemonia esta que está ligada aos interesses lusitanos para a exploração do Brasil colônia.

Oficializada como a igreja mantenedora dos bons costumes da família e colaboradora do processo desbravador, que tem início ainda no século XVII, o catolicismo vai chegar junto com as Bandeiras, com celebrações e rituais que eram características da própria instituição, por onde quer que ela estivesse. Foi assim, por exemplo, quando os primeiros europeus chegaram ao Brasil no século XVI e depois nos pontos onde desembarcavam as Naus carregadas de instrumentos e pessoas que viriam para ocupar, desbravar e explorar o território recém descoberto.

Figura 11 - Igreja de Nossa Senhora do Rosário - conhecida como antiga Igreja

Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, foi erguida em 1734 por Antônio Pereira Bahia e reconstruída em estilo neogótico em 1934, sendo concluída pelos Dominicanos em 1959, com afrescos de frei Nazareno Confaloni esta localizada na cidade de Goiás no estado de Goiás Brasil.

Foto: Márcio Couto. (presente em www.mochileiro.tur.br/Goiás Velho.htm, às 19:37hs do dia 29/04/2013).

A ordem do Rosário em Goiás veio na época da mineração, ainda no século XVIII, quando aqui chegaram com grande aparato de mão de obra negra. Quando chegaram fundaram igrejas, em vários Arraiais e Vilas.

Uma das principais construções e uma das primeiras foi justamente a de Vila Boa, antiga capital de Goiás. Neste local, como mostra a foto abaixo, fora construído a antiga Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Ela foi erguida, como o próprio texto relata, em estilo comum ao da época, ou seja, estilo colonial. Este acontecimento se deu em 1734 por Antônio Pereira Bahia.

Em 1934 ela foi basicamente reconstruída em estilo neo-gótico e concluída pelos Dominicanos em 1959, com característica das pinturas e afrescos de Frei Nazareno Confaloni, que foi um grande artista sacro, que viveu em Goiás nos idos dos anos cinqüenta, mudando para Goiânia e vivendo até o seu falecimento na década de setenta do século passado. São histórias que casam, inclusive, com a enfervescência do nascimento e crescimento da grande capital goiana.

No trabalho de Alves (2005), diz:

Em Goiás a ordem do Rosário veio na época da mineração com os escravos negros, onde fundaram igrejas em vários arraiais e vilas, inclusive

na antiga capital Vila Boa, que esta no largo do Rosário, na margem direita do Rio Vermelho. Igreja esta que depois ocupada por brancos, os negros foram obrigados a ir para periferia onde construíram a Igreja de Santa Bárbara (ALVES, BARROS, p. 15, 2005).

A presença da igreja na então cidade de Goiás se encontra no Largo do Rosário, na margem direita do Rio Vermelho. A história dessa igreja se confunde com outras tantas, que tiveram uma grande influência na sua construção pela mão de obra negra, para que eles pudessem, também, usufruir dos seus rituais, mas que aos poucos foram perdendo espaços para os indivíduos de cor branca, tendo que aos poucos, obrigados a procurar outros recintos para as suas práticas.

Foi assim que surgiu, por exemplo, na cidade de Goiás a Igreja de santa Bárbara, que foi um refúgio para os que não integraram ao crescente número de fiéis de cor branca na antiga Igreja de Nossa Senhora do Rosário desta cidade – capital goiana. Godinho em uma mostra de divulgação do FICA – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, relata:

“A Igreja de Nossa Senhora do Rosário foi construída no século XVIII, chamada de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e refeita em 1934. Os padres dominicanos alteraram a sua fachada original e terminaram a obra em 1959. Toda em pedra possuía pinturas de Frei Nazareno Confaloni, grande artista sacro que viveu em Goiás”. (Godinho, 2005, p. 7-guia do VII FICA).

Da chegada da ordem do Rosário em Goiás para a instalação da paróquia de Nossa Senhora do Rosário, fundada no distrito de Rio Claro, que depois foi transferida para a cidade de Iporá, passaram quase cento e setenta anos.

Porém o que está no meio de todos estes acontecimentos é o surgimento do garimpo de Pilões passando pelo Rio Claro e chegando ao atual local que hoje se encontra a cidade de Iporá. Notadamente, após o caminho de pouca prosperidade de Pilões, que culmina com o surgimento do comércio velho, a igreja passa a atender a população local com a implantação e instalação da igreja de nossa Senhora do Rosário.

É bom saber que antes mesmo de Pilões se transferir para Comércio Velho, a igreja do Senhor do Bonfim havia se transformado em Igreja de Nossa Senhora do Rosário. A igreja construída ainda no século XVIII devotava o Senhor do Bonfim. Por ordem da prelazia católica, vinda da capital Vila Boa, passou a se chamar Nossa

Senhora do Rosário.O fato é que a Igreja, ou melhor, a Santa, teve um papel de relevância para que os acontecimentos direcionassem na mudança da cidade. É nesse contexto que a idéia de território aliado ao espaço geográfico se funde à geografia religiosa e promove o surgimento da cidade, que ampliada as denominações, vão ao encontro dos anseios migratórios das correntes que direcionaram para estas bandas.

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