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Notícias e Comentários

No documento Mapa (n.1) (páginas 41-45)

T E A T R O

A — Cinquenta e se is valeu como um ano de lu ta s e p rim e ira s con­ q u ista s do Te a tro Am ador na B a h ia . Os p rin c ip a is grupos u nira m -se em rederaçâo e orga niza ra m um fe stiv a l, onde puderam m o stra r uma acei­ tável iniciação cênica.

, Cremos que a p rin c ip a l deficiência reside na ausência completa de encenadores, redundando, daí, um certo m al gôsto na escolha dos te xto s e na encenação propriam ente d ita . Nota-se claramente uma pobreza de lítm o , fa lta de homogeneidade na marcação, a lto s e b a ixos que desequi­ lib ra m os espetáculos. Em b o ra alg uns atores já tenham atingido um níve l apreciável, como é o caso de C a rlo s P e tro vitc h , A ntô nio P in to , M á rio Gadelha, M á rio Lobão, Jurem a Pena, L i l i P it a Lim a , Nevolanda A m o rim e Sônia, dos H u m ild e s, sente-se ainda uma enervante atm osfera de p rim a rísm o que reside, fundamentalmente, na incompetência dos d ire ­ to res . A p esar do que se disse a respeito dos pernambucanos Clênio W anderley e O live ira , « A Grande E stia g e m » de Gondim F ilh o e o « S o r ­ ris o da Gioconda» de H u x le y , respectivamente, não sa tisfize ra m à expec­ ta tiv a . Tod avia fora m as m elhores encenações do ano, não obstante o que houve de condenável e digno de m elhores soluções.

Esp e ra m o s dos amadores bahianos m elhor escolha de te xtos, mon­ tagens m a is cuidadas e in te lig e n te s.

B — O s r . W a lte r R u y lançou o Te a tro de A rena «O Picadeiro» em casa do s r . José M a rtin s C ata rino. F o i levado à cena úm texto fraco de B o o k T a rk in g to n . O espetáculo sem v a lo r sob o ponto de v is ta a r t ís ­ tico, se rv iu como inovação e experiência bem sucedida. Tiv e m o s os jovens H írc io Pe ixo to e Sônia Robato em momentos inte re ssa nte s e agradáveis. Esp e ra m o s do s r . D ire to r preferência fu tu ra por te xto s m ais s é rio s . Que não desapareça «O P ic a d e iro ». A Bahia, como São Paulo, precisa de um Te a tro de A rena de verdade.

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C — Prossegue o C urso de Te a tro da R e ito ria da Universid a de cia Ba hia sob a orientação do s r . M a rtim Gonçalves. Fo ra m encena- «•.os, além de um re c ita l de poesia Po rtuguesa e B ra s ile ira , o «A u to da Cananéia» de G il Vicente, e «O Anúnpio F e ito a M a ria » de P a u l Clau­ del. Anuncia-se para êste ano «A lm a n ja rra », de A r t u r de Azevedo.

Devido ao apoio ir r e s t r it o que tem recebido do «M agnífico R e i­ to r», o s r . M a rtim encontra-se culturalm ente comprometido com a Ba hia que tão bem o acolheu, tendo, por ta is m otivos, obrigação s e rís ­ sim a de legar uma contribuição à a ltu ra de seus talentos.

D — A H o ra da Criança e seu teatro in fa n til, sob a orientação de Adroáldo R ib e iro Costa, prossegue na m issão de desenvolver as a p ti.

does a rtístic a s da criança, educando-a com amor e dedicação. O ano f assado tivem os «M onetinho» e « N a rizin h o », dois espetáculos de grande beleza. Pa ra este ano «T im id e » marcará m a is uma v itó ria de Adroaldo, õo maestro Gomes, e de tôda a equipe.

L I T E R A T U R A

A __ Reeditou a «P ro g re sso » o ensaio de A . L . Machado Neto, « D o is Aspectos da Sociologia do Conhecimento: M a rx e M a nheim ». Neste trabalho, situ a o jovem intelectual problemas capitais de nossa época, num estudo a que não fa lta ra m erudição e inteligência, qualidades que têm caracterizado o a u to r. Tam bém fo i editado o liv ro «Sociedade e D ire ito » , tese de concurso à docência de Introdução à Ciência do D ire ito .

B — Editado pela «P ro g re sso », tivem os ò ensaio c rític o de A ld a m ir da Cunha M iranda, « A V ig é sim a Q uinta H o ra — O F a ls o A p ó sto lo ». Obra de exegese sôbre o famoso liv r o de V ir g il Gheorghiu, que sig n ific o u uma im portante contribuição c u ltu ra l.

C — M o n iz Bandeira publicou «V e rtic a is» , poemas de estreia, a tra ­ vés do M in is té rio da Educação. L iv r o irre g u la r, pecando pelo teor s in - crético de poesia participante e líric a . No fu tu ro o poeta deve cuidar da devida seleção e filtra ç ã o de seus poemas.

D — Th e lm o Pa d ilha publicou seu liv r o de e stre ia «G ira so l do Esp a n to », revelando im aturidade e uma certa confusão provocada pelo excessivo cereb ra lism o . O poeta não consegue comunicar ao le ito r a sua ■/.oesia. Esp e ra m o s m elhores coisas.

E — Com texto de José Pe d reira , publicou o gravador Hansen, « F lô r de São M ig u e l», interpretação plá stica de trechos do «mangue» bahiano. L iv r o gràficamente m al realizado, que despertou o inte rê sse e aceitação de público e c rític a .

F — Publicou a « R e x E d ito ra », em sua coletânea de poesia, o liv ro «C olheita» de Abel P e re ira . Todo construido à base de uma lin ­ guagem sim p les, com o grande m é rito de se r o p rim e iro no B r a s il a u t iliz a r, em liv ro , a form a japonesa do h a i-k a i.

G — Publicou .o poeta conquistense, Je su s Gomes dos Santos, seu liv ro de sonetos «R o sa dos V e n to s». U m a boa estreia, prejudicada, às vezes, por algumas in fe liz e s soluções de fo rm a .

H — Anuncia-se, para breve, o liv r o de e stre ia do jovem poeta ■prederico de Souza Castro, «Sam ba de Roda», com x ilo g ra v u ra s de Calazans N e to. M A P A deseja ao poeta um lançamento e um sucesso que correspondam às suas qualidades.

A R T E S P L A S T I C A S

A — Salão Bahiano de B e la s A rte s — Lo c a l: E sc o la de B e la s A rte s da U niversid a de da B a h ia . D iv isõ e s: Geral e Moderna, to ta liza n -

do um número de cento e oitenta e um tra balhos de d ive rso s a rtis t a s j/á stic o s da B a h ia e de o u tro s estados. P a tro c ín io : Se c re ta ria de E d u ­ cação e C u ltu ra . Tra b a lh o s prem iados: D iv isã o geral — P in t u ra s : Ouro — E m ü io Magalhães (B a h ia ), P ra ta — M á rio Machado P o rte la ( R io ) . E sc u ltu ra : P ra ta — A d o lf A u g u st (B a h ia ), B ro n ze — Adele Salgado Góes ( B a h ia ). D iv isã o de A rte Moderna — P in t u ra : Ouro — Jenner A ugusto (B a h ia ), Pj-ata — F r a n k Schaeffer ( R io ) , B ro n ze — W a lte r Le v y (São P a u lo ). E s c u ltu ra : O uro — Mirabeau Sampaio (B a h ia ), P ra ta — Agnaldo dos Sa nto s ( B a h ia ). P rê m io U nive rsid a d e da B a h ia : D iv isã o geral — Raym undo Chaves A g u ia r. D iv isã o moderna — João Q uaglia. Menções honrosas — Yêda M a ria , Sante Sc a ld a fe rri, C arlos A ugusto Bandeira, Lia n a S ilv e ira , Raym undo O live ira , José do Dome, Odete Valente e o u tro s.

B — Exp osição Niobe Xandô — A r t is t a p a u lista que pela p rim e ira vez expôs na B a h ia . Alcançou o devido sucesso com sua técnica e estranhesa. Tra b a lh o s que a B a h ia gostou de v e r e a p laud ir.

C — Exposição João Quaglia — O jovem a rtis ta bahiano que expôs na Galeria Oxumarê, é uma a firm a tiv a de artezanato e seriedade. P a ra ­ béns de M A P A ao excelente Q uaglia.

D — Exp osição em Homenagjfem ao 5® A n iv e rsá rio da G aleria O xu ­ marê — Organizada por Rubem V a le ntim , tivem o s uma mostra^ do que fa z de moderno na B a h ia . O momento fo i por demais oportuno, como preito de gratidão a essa G aleria que tão bem recebe os amigos, se r- \indo também para re u n ir e m o stra r os valores p o sitiv o s.

E — Exposição Sante Sc a ld a fe rri — N a Esc o la de B e la s A rte s da U niversid a de da Bahia , expôs o jovem Sc a ld a fe rri um documentário s in ­ cero e pessoal de viagens fe ita s pelo recôncavo bahiano. Quadros a óleo, desenhos, todo um conjunto de nossas cidades com seus casarios a n ti­ gos, além de um excelente m u ra i. Encontra m os o a rtis ta em tôda a '-iaboração de sua sensibilidade, disperso e integrado nas paisagens que viveu e amou.

F — P rim e iro Salão In f a n t il de A rte s P lá stic a s — Re a lizo u-se m a is uma lu ta vencida por Adroaldo R ib e iro Costa, no sentido de m o stra r o que a criança pode fa ze r com apoio, incentivo e modernos métodos de educação. V im o s, m aravilhados, borrões coloridos, desenhos ingênuos e .sinceros, óleos d isp ersos que compuseram uma estranha e pura Galeria da meninada bahiana. M A P A congratula-se m a is uma vez com Adroaldo.

M Ü S I C A

A — A Sociedade de Cultura A rtística da Bahia (S C A B ) orientada por D. Alexandrina Ramalho, a Escola de Música dirigida pelo prof. Paulo Jatobá, e a Escola de Música da Universidade da Bahia dirigida pelo Maestro Koellreuter, representam na Bahia o que existe em matéria

de desenvolvimento da cultura musical.

Funcionando regularmente, ensinando, aperfeiçoando e difundindo, as trê s entidades merecem lo uvo re s.

B __ A S C A B apresentou na temporada de 56 entre o u tro s nomes de va ior os p ia n ista s Jaques K le in , F rie d ric h Gulda, R u d o lf F ir k u s n y , L o u is K e n tn e r e Isab el Mourão; as cantoras G ló ria Davy, Z a ra D o lu- j ano va; o v io lin is ta Isaac S te rn ; o Quarteto de Budapest, a O rquestra de Câmera de B e rlim ; o Q uinteto de So p ro s de New Y o r k ; as M arionetas de Salzb urgo e a D upla de B a ila rin o s Ta m a ra Toum anova e W la d im ir O ukhtom sky, espetáculos que proporcionaram ao público da província alguns momentos de ir r e s is t ív e l beleza. Já em 57 a ssistim o s, entre cutros, os M eninos Cantores de Viena, os b a ila rin o s Is tv a n R a b o v sky e N ora Kovach.

Congratulações de M A P A a D . A le xa nd rina Ram alho pelo m agní­ fico trabalho desenvolvido.

C — O «Grupo E xp e rim e n ta l de ópera», realização de Paulo Jatobá, apresentou de Mascagni «C a va lle ria R u stic a n a », em um empreendimento que a B a h ia a s s is t iu com m uita sim p a tia e aceitação. Tiv e m o s algumas noites de Te a tro Guarany, cheio de gente que aplaudia o trabalho d ifíc il, mas bem executado.

A direção de cena fo i de Giovani F a in i, e a regência do m aestro d iá rio de B ru n o , do Te a tro M u n ic ip a l. Funcionou m uito bem o côro de 60 vozes, ficando os p rin c ip a is papéis com: Edmundo Costa Lim a , Deo- (iato M adureira, Lú c ia Machado de M ello, Magna E n d e rle in e Ana L u iz a B e n ja m in .

D — Te m sido de grande im portância c u ltu ra l para a Ba h ia os con- cêrtos realizados pela O rquestra da U niversid a de, sob a regência do m aestro K o e llre u te r, executanâo sempre um re p ertório de elevada cate­ goria a rtístic a .

C I N E M A

O Clube de Cinema da Ba h ia continua com as sua s exibições regu­ la re s. Obras de renome internacional, como, por exemplo, «A chtung, B a n ­ d it t i! » (de Cario L iz z a n i) , «O rfe u » (de Jean Cocteau), « A s F é ria s de M.^ H u lo t» (de Jacques T a t i) fôra m apresentadas ao público bahiano, que, graças à dedicação do d r. W a lte r da S ilv e ira , tem oportunidade de tom ar contacto com os clássicos do cinema.

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■Editorial

■ > v Aqui está o nosso esforço. Somos mocidade que tem cora­ gem, idéias e ideais impressos em tipos e papel. Todos preci­ sam entender a extensão da nossa subida. Quase o impossivel, o milagre, passe de mágica, tivemos que usar para atingir o objetivo.

MAPA é um sonho acalentado em salas e corredores. MAPA é trecho de vida, que deverá permanecer e frutificar. Qiiere- \mos as gerações passando por estas páginas, queremos falar do presente como é, e do futuro quando chegar. Ambos, presente e futuro, devem entregar tudo de si através do pensamento moço. 0 jovem tem um destino, tem uma bandeira não para carregar em desfile patriótico, e sim para abrir ao vento e ficar alerta. Cantaremos o hino escutando o inimigo. Semearemos a terra matando a erva má.

MAPA é uma afirmação do que somos. Mocidade voltada para problemas de arte, e que não deixa de conhecer os inte­ resses do Brasil. Se na hora for necessário um grito de abaixo, saberemos como dá-lo. .4s esperanças estão voltadas para nós. Só nos resta continuar o caminho aberto para uma pátria livre dos abraços interesseiros. t^ste é o nosso objetivo e para isto estamos em M.APA, esperando o momento, unidos, irmãos, e cheios de confiança no futuro.

Apesar desta confiança, a nossa sobrevivência como revista depende de muita coisa. Depende de você, das autoridades, de compreensão e ajuda. Não podemos ficar no primeiro número; e preciso uma afirmativa sempre presente de que estaremos aqui por muito tempo.

Na Bahia existe uma carência de revistas. Terra completa­ mente muda e alheia, sem o brilhantismo que sempre a caracte- risou. Não seremos nós, os respon.sáveis por um soergiiimento. Talvez M.APA sirva de exemplo, sirva para ferir o amor próprio daqueles cue se acomodam num provincianismo acanhado e to lo .

Somos juventude prestes a adquirir consciência e integração na vida. B preciso um entendimento geral do povo de nossa terra, uma ajuda moral, para que possamos vencer em nossos propósitos. — A RED.AÇ.AO.

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Associação Bahiana dos Estudantes Secundários

No documento Mapa (n.1) (páginas 41-45)

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