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U MA NOTA CIENTÍFICA EM COMO PRESERVAR A FORMA DE ENDOFALOS DE ABELHAS SOLITÁRIAS EVERTIDOS

62 INTRODUÇÃO

A genitália dos machos de animais é frequentemente composta por conjuntos de estruturas que podem formar uma unidade funcional integrada (House e Simmons 2007). Em insetos, algumas características das genitálias dos machos, como posição, morfologia e movimentação sugerem que diferentes estruturas desempenham papéis distintos nas interações sexuais (Eberhard 1985). Diferentes componentes do edeago foram associados, por exemplo, às funções sexuais espermáticas ofensiva (habilidade de ganhar a precedência contra o esperma de rivais; House e Simmons 2003) e defensiva (habilidade de resistir a tentativas rivais por precedência espermática; Arnqvist e Danielsson 1999).

Em machos de abelhas, o edeago geralmente consiste em um pênis (o órgão fálico ou copulador) e clásperes penianos ligados à câmara genital no nono segmento metassomal (Snodgrass 1935; Michener 1944). Em machos de Apis (Snodgrass 1956) e da maioria dos grandes grupos de abelhas (Roig-Alsina 1993), o duto ejaculador, ao longo do qual os espermatozoides se movem dos testículos ao exterior da cápsula genital, não se encontra em posição terminal e o gonóporo é ligado ao ápice do edeago por um saco membranoso, dito endofalo (endophallus). Durante a cópula o endofalo é evertido e age funcionalmente como órgão copulador, muitas vezes chamado de pênis, que liberará o fluido espermático no duto da câmara genital da fêmea (Snodgrass 1935; 1956). No interior da fêmea, o endofalo pode assumir a forma de um saco ou de um longo tubo com diferentes partes funcionais e apêndices. Além disso, sua parede pode ser lisa ou dotada de estruturas esclerotizadas, espículas, espinhos e lobos que se tornam externos durante a expansão do órgão (Snodgrass 1935).

63 A presença de estruturas eversíveis na genitália de machos de insetos é conhecida para várias ordens, como Coleoptera, Hymenoptera, Lepidoptera, Orthoptera, Odonata e Psocoptera (Tab.S1 – Material suplementar). Em Hymenoptera, a caracterização do endofalo foi realizada, para machos de diferentes espécies de Apis (Koeniger et al. 1991) e para 112 espécies de Apoidea (Roig-Alsina 1993).

Devido à sua enorme diversidade morfológica e funcional entre os grupos, a morfologia do endofalo tem sido um valioso caractere em estudos taxonômicos (e.g. Hunting 2013; Lee e Bezdek 2014; Engel 2009) e de seleção sexual (e.g. Jałoszynski et al. 2014) em insetos. Além disso, sua eversão de modo artificial é obrigatória na prática de inseminação artificial de fêmeas de Apis (Gençer et al. 2014).

Nos machos de Apis, a eversão natural do endofalo é produzida por contração de músculos abdominais e pressão da hemolinfa (Woyke 2008) e a eversão artificial ocorre através da pressão manual do abdômen. Em abelhas de outros gêneros, é possível everter o endofalo por pressão interna no abdômen através da injeção de água (Roig- Alsina 1993). Neste caso, porém, assim que a pressão hidráulica é reduzida, o endofalo retorna parcial ou totalmente à sua forma anterior, dificultando a sua caracterização.

Neste estudo apresentamos um levantamento de técnicas já utilizadas para eversão do endofalo em abelhas e outros insetos e propomos o aprimoramento de uma técnica para eversão que possibilite a manutenção da forma do endofalo de abelhas solitárias artificialmente evertido.

Através de uma busca bibliográfica para os anos de 1945 a 2015, encontramos 73 artigos na base de dados Scopus e 107 na base de dados ISI Web of Knowledge que citaram o termo “endophallus” em pelo menos um campo de pesquisa bibliográfica. Destes foram selecionados os que que continham a descrição da técnica (47 artigos - Material Suplementar).

64 Para a ordem Hymenoptera foram encontrados doze trabalhos, cujo principal objetivo foi a análise de substâncias ejetadas pelo endofalo. A técnica de eversão de endofalo mais utilizada para abelhas de Apis consiste na estimulação manual dos machos, através de uma pressão aplicada na cabeça e tórax com os dedos, para eversão parcial do endofalo e, em seguida, na suave compressão do abdômen até a total eversão do endofalo (Laidlaw 1977). A técnica proposta por Roig-Alsina (1993) para outros gêneros de Apoidea consiste em se injetar água destilada na base do metassoma, pressionando-a através da seringa até que a eversão do endofalo ocorra. Após sua expansão, contudo, o endofalo permanece por apenas alguns segundos expandido, dificultando sua descrição e comparação entre indivíduos. Embora haja um crescente número de publicações envolvendo a descrição do endofalo, apenas o estudo de Roig- Alsina o faz para abelhas que não Apis. Esta lacuna no conhecimento pode ser devido à dificuldade de eversão e, principalmente, de fixação desta estrutura.

65 DESCRIÇÃO DA TÉCNICA

A expansão do endofalo foi realizada em espécimes recém-coletados, mortos por congelamento, em freezer, a -18°C. Em uma adaptação do método proposto por Roig- Alsina (1993), para simular a pressão da hemolinfa durante expansão do endofalo, com uso de uma seringa de insulina, injetamos uma solução 1% de agarose de baixo ponto de fusão (Fisher Scientific, USA), a ~ 65°C, através da abertura basal do primeiro tergo metassomal. Para produzir a solução, a agarose foi diluída em água destilada e aquecida ao microondas por 30s em potência máxima, até a completa homogeneização da mistura. Para que a solução ao ferver não transborde do recipiente, são necessárias pausas de 1-2s durante o aquecimento da solução. Para abastecer a seringa com a densa solução de agarose, é necessário remover a agulha da seringa, repondo-a logo que a seringa esteja repleta. A solução restante pode ser armazenada em refrigerador e reutilizada para preparações futuras.

Poucos segundos após a sua expansão, por efeito da gelificação da solução de agarose, os endofalos se mantiveram em sua forma expandida por até três dias, nos animais mantidos sob refrigeração (~ 12°C) (Figura 16). Os espécimes mantidos assim foram manipulados sem que as paredes do endofalo se colapsassem, o que permite a descrição de suas estruturas e caracterização morfométrica, bem como da textura externa de sua parede e a obtenção de microscopia eletrônica de varredura de bancada (Figura 16 A-D).

O emprego da técnica aqui apresentada deve auxiliar na obtenção de caracteres importantes no esclarecimento das relações filogenéticas em abelhas e bem como em estudos de morfologia funcional e do comportamento de acasalamento, fundamentais na elucidação do papel da seleção sexual na evolução das genitálias.

66 REFERÊNCIAS

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67 Koeniger, G., Koeniger, N., Mardan, M., Otis, G., Wongsiri, S. (1991) Comparative

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68 Figura 16. Micrografia da genitália de um macho de Ptilothix fructifera (Apidae), com endofalo expandido artificialmente por injeção de agarose. (A) vista superior ; (B) vista lateral do ápice; (C) visão lateral do endofalo; (D) superfície do endofalo. Gf= Gonóstilo ou Gonofórceps (?), PV= Valvas do pênis, Gc= Gonocoxitos, End = Endofalo; G = Gonóporo.

69 MATERIAL SUPLEMENTAR

Tabela S2. Técnicas empregadas para eversão do endofalo e finalidades da eversão em insetos. Ordem

Família Técnica Finalidade do estudo Refer.

COLEOPTERA

CARABIDAE

Dissecação da genitália Taxonômico 7, 33 Eversão com injeção de

pasta de dente Taxonômico 37

CERAMBYCIDAE

Dissecação de casal Comportamental 21 Eversão pelo método de

Rubenyan, 2002 Taxonômico 18

CHIRONIDAE

Dissecação da genitália Taxonômico 19 CHRYSOMELIDAE

Dissecação da genitália Taxonômico 27, 26 Dissecação de casal Descrição morfológica 13 Dissecação de casal Comportamental 15 Dissecação de casal Descrição da técnica de eversão 28 CICINDELIDAE

Dissecação da genitália Taxonômico 38 CURCULIONOIDEA

Dissecação da genitália Taxonômico 41, 11 Dissecação de casal Comportamental 14 Eversão e fixação com o

gel viscoso K-Y. Descrição da técnica de eversão 10 RUTELIDAE

Dissecação da genitália Taxonômico 29 RABAEIDAE

Dissecação da genitália Taxonômico 34, 8 STAPHYLINIDAE

Dissecação da casal Comportamental 22 HYMENOPTERA

APIDAE

Dissecação da genitália Descrição morfológica 31 Dissecação de casal Descrição morfológica 30 Estimulação manual, através de pressão do abdômen Análise de substâncias ejetadas 43, 24 Análise do sêmen 42, 40 3, 23, Inseminação artificial 16 Taxonômico 25 Estimulação manual, através de pressão do abdômen Eversão e fixação com

Análise do sêmen Descrição da técnica de eversão 39 Este estudo

70 (1) Aldrete e Mockford 2011; (2) Aldrete et al. 2013; (3) Baer et al. 2012; (4) Bentos-Pereira & Listre 2005; (5) Bueno-Soria 2010; (6) Carbonell 2008; (7) Casale 2011; (8) Coca-Albia e Robbins 2006; (9) Cordero 2010; (10) Dam 2014; (11) Davidian e Korotyaev 2012; (12) Domenico e Bentos-Pereira 2011; (13) Dungelhoef e Schmitt 2005; (14) Dungelhoef e Schmitt 2010; (15) Flowers e Eberhard 2006; (16) Gençer et al. 2014; (17) Holt e North 1970; (18) Hubweber e Schmitt 2010; (19) Huchet 2002; (20) Hünefeld et al. 2013; (21) Hunting 2013; (22) Jałoszynski et al. 2014; (23) King et al. 2011; (24) Koeniger et al. 1990; (25) Koeniger et al. 1991; (26) Lee e Bezdek 2014; (27) Lee e Staines 2010; (28) Matsumura e Yoshizawa 2010; (29) Montreuil 2010; (30) Moors e Billen 2007; (31) Moors et al. 2012; (32) Mutanen e Kaitala 2005; (33) Ortuño e Barranco 2013; (34) Pizzo 2011; (35) Rafael et al. 2008; (36) Roig-Alsina 1993; (37) Sasakawa et al. 2013; (38) Schule 2007; (39) Stürup et al. 2013; (40) Taylor et al. 2009; (41) Wang et al. 2011; (42) Wegener et al. 2012; (43) Woyke 2010; (44) Yoshizawa e Johnson 2006.

solução 1% de agarose ANDRENIDAE, HALICTIDAE,

MELITTIDAE, MEGACHILIDAE,

APIDAE, ANTHOPHORIDAE Pressão hidráulica Taxonômico 36

Ordem

Família Metodologia Finalidade do estudo Refer.

LEPIDOPTERA

Dissecação de casal Comportamental 9 Eversão mecânica e

fixação com álcool absoluto.

Descrição da técnica de

eversão 20

NOCTUIDAE

Dissecação de casal Comportamental 17 GEOMETRIDAE

Dissecação da genitália Taxonômico 32 ORTHOPTERA

Dissecação da genitália Taxonômico 12 PROSCOPIIDAE

Dissecação da genitália Taxonômico 4 ACRIDIDAE

Dissecação da genitália Taxonômico 6 PHTHIRAPTERA

Dissecação da genitália Descrição morfológica 44 PSOCOPTERA

LACHESILLIDAE Dissecação da genitália Taxonômico 1

PSOCODEA Dissecação da genitália Taxonômico 2

TRICHOPTERA

GLOSSOSOMATIDAE Dissecação da genitália Taxonômico 5

ZORAPTERA

71 REFERÊNCIAS

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77 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo analisamos o comportamento reprodutivo em duas espécies de abelhas solitárias da família Andrenidae, Arhysosage cactorum e Anthrenoides micans. Arhysosage cactorum é uma espécie poligiândrica. Os machos da espécie apresentam o comportamento de ‘Scramble competition’ na busca por parceiras e, quando em cópula, formam uma associação de pós-inseminação (API) com suas parceiras. Em A. micans não ficou claro o sistema reprodutivo, mas esta espécie também apresentou cópulas longas com associação de fêmeas e machos. Os machos desta espécie, por sua vez, apresentaram o comportamento de ‘Poliginia com defesa de recurso’. O quadro abaixo compara as duas espécies estudadas (Tabela 3):

Tabela 3. Quadro comparativo das espécies estudadas, Arhysosage cactorum e Anthrenoides micans.

Arhysosage cactorum Anthrenoides micans

Sistema reprodutivo Poligiandria ̶̶–

Sistema de acasalamento Scramble competition Poliginia com defesa de recurso

Razão sexual 2.3:1 0.3:1

Tempo de cópula (s) 89.61 (amplitude de 2 a 900) 322.3 (amplitude 46 a 720)

Fêmeas resistem aos

machos Não Sim

Fêmeas evitam flores

com macho Sim Sim

A API demonstrou-se custosa para as fêmeas de ambas as espécies, em A. cactorum elas dispendem mais tempo na coleta quando estão associadas aos machos, enquanto em A. micans muitas vezes elas deixam de coletar durante a cópula. Sugerimos então que alguns comportamentos realizados por estas fêmeas sejam responsáveis por minimizar esses custos. Em A. micans, as fêmeas esquivam-se das cópulas, diferente de A. cactorum, em que elas não apresentam resistência e acasalam

78 sempre que abordadas. Porém, em ambas as espécies, as fêmeas evitaram flores contendo machos (Tabela 3).

As cópulas com múltiplos parceiros aumentam a pressão de seleção pós-cópula. O próximo passo então será entender como esta seleção atua. Para isso, estudos posteriores podem utilizar a técnica de eversão do endofalo, apresentada neste estudo, para esclarecer questões relativas à evolução das genitálias via seleção sexual em abelhas, uma vez que este caractere tem sido usado para tais estudos em outros insetos.

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