• Nenhum resultado encontrado

2 A LEI Nº 8137/90

3.1 Nota Fiscal Eletrônica

contumaz – a mercadoria era acobertada por nota fiscal com o Passe Fiscal emitido no Estado de origem. Mas o nosso contribuinte não dava baixa no passe fiscal, pois conseguia furar, burlar o fisco, não pagando o ICMS na entrada de nossas fronteiras, sem sequer apresentar o Passe Fiscal para providenciar a baixa. Emitia diversos passes fiscais em caminhões e placas de veículos diferentes. Assim não aparecia a pendência, mas a equipe da CEFIT descobriu toda a armação fraudulenta e intimou o contribuinte a prestar esclarecimentos sobre tal artimanha. Um rombo de mais de R$ 500.000,00 aos cofres públicos. O Ministério Público foi acionado, e o sonegador resolveu pagar todo o débito para fugir da pena de uma indesejável reclusão pelos crimes cometidos contra a ordem tributária. A Lei nº 8137/90 mais uma vez compeliu o importador a pagar o que devia ao Estado. Como também, deve se louvar o grandioso e digno de encômios o trabalho executado pelo Fisco cearense, comprometido com a causa tributária.

Muitos contribuintes não imaginam que um Passe Fiscal possa acarretar um enorme processo judicial. É uma ferramenta valorosa que veio para desbaratar as quadrilhas de sonegadores. Os fiscais da CEFIT fazem um trabalho merecedor de elogios, pois executam uma tarefa árdua de desvendar crimes contra a ordem tributária. Não é fácil acompanhar as entradas de muitos contribuintes sagazes, espertos. Mas o Passe Fiscal tem sido um prestador de grandes descobertas, dando uma ótima contribuição para o erário público. O pagamento total do crédito tributário é causa extintiva da punibilidade, e muitos contribuintes quando são descobertos nas suas artimanhas preferem pagar o crédito tributário a ter que ir para a cadeia. Eis o valor de uma lei- o temor da prisão faz com que o fisco recupere impostos até então sonegados.

3.1 Nota Fiscal Eletrônica

Outra ferramenta que veio dar um impulso na fiscalização foi a implantação da Nota Fiscal Eletrônica. A empresa emissora de NF-e (Nota fiscal eletrônica) gerará um arquivo eletrônico contendo as informações fiscais da operação comercial, o qual deverá ser assinado digitalmente, de maneira a garantir a integridade dos dados e a autoria do emissor. Este arquivo eletrônico, que corresponderá à NF-e, será então transmitido pela internet para a

Secretaria da Fazenda de jurisdição do contribuinte que fará uma pré-validação do arquivo e devolverá um protocolo de recebimento (Autorização de Uso), sem o qual não poderá haver o trânsito da mercadoria.

A NF-e também será transmitida para a Receita Federal, que será repositório nacional de todas as NF-e emitidas (Ambiente Nacional) e, no caso de operação interestadual, para a Secretaria de Fazenda de destino da operação. As Secretarias de Fazenda e a Receita Federal disponibilizarão consultas, através da internet, para o destinatário e outros interessados, que detenham a chave de acesso do documento eletrônico.

Para acompanhar o trânsito de mercadorias será impressa uma representação gráfica simplificada da NF-e intitulado DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica), em papel comum, em única via, que conterá impressa, em destaque, a chave de acesso para consulta da NF-e na Internet e um código de barras bi-dimensional que facilitará a captura e a confirmação de informações da NF-e pelas unidades fiscais.

O DANFE não é uma nota fiscal, nem substitui uma nota fiscal, servindo apenas como instrumento auxiliar para consulta da NF-e, pois contém a chave de acesso da NF-e, que permite ao detentor desse documento confirmar a efetiva existência da NF-e e através do Ambiente Nacional ou site da SEFAZ na internet.

As administrações tributárias enfrentam o grande desafio de adaptarem-se aos processos de globalização e de digitalização do comércio e das transações entre contribuintes. Os volumes de transações efetuadas e os montantes de recursos movimentados crescem num ritmo intenso e, na mesma proporção, aumentam os custos inerentes à necessidade do Estado de detectar e prevenir a evasão tributária.

Portanto, a integração e compartilhamento de informações têm o objetivo de racionalizar e modernizar a administração tributária brasileira, reduzindo custos e entraves burocráticos, facilitando o cumprimento das obrigações tributárias e o pagamento dos impostos, além de fortalecer o controle e a fiscalização por meio de intercâmbio de informações entre as administrações tributárias.

Para atender a estas necessidades, a Emenda Constitucional nº 42 introduziu o inciso XXII ao art.37 da Constituição Federal do Brasil, que determina às administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a atuar de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais.

O projeto é um investimento em tecnologia de forma a modernizar o parque tecnológico e os sistemas de informação, ampliando a capacidade de atendimento das unidades fiscalizadoras.

O projeto NF-e instituiu mudanças significativas no processo de emissão e gestão das informações fiscais, trazendo grandes benefícios para os contribuintes e as administrações tributárias.

Assim, entre os benefícios para os contribuintes houve a redução de custos na impressão, bem como na aquisição de papel, redução de custos de armazenagem de documentos fiscais, redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de fronteira, eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias, padronização dos relacionamentos eletrônicos entre empresas, dentre outras. A NF-e passou a ter uma maior confiabilidade, melhorando o processo de controle fiscal, possibilitando um melhor intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos. Além disso houve uma diminuição da sonegação e aumento da arrecadação. A Fiscalização de Mercadorias em Trânsito passou a ter um maior controle sobre as operações comerciais e industriais dos contribuintes. O comércio eletrônico ligados à NF - e cresceu, surgindo novas oportunidades de empregos e negócios.

O objetivo de reduzir custos, simplificar obrigações acessórias dos contribuintes, e ao mesmo tempo possibilitar um controle em tempo real das operações pelo Fisco. A obrigatoriedade da emissão da Nota Fiscal Eletrônica teve início em abril de 2008 com cinco setores ligados a indústria, e comercio de cigarros e combustíveis.

Em dezembro do mesmo ano outros nove setores entraram na mesma sistemática (fabricantes de automóveis, de cimento, de bebidas alcoólicas, refrigerantes, entre outros). Em setembro de 2009, 54 novos setores, entre fabricantes de papel, de alimentos para animais, de farmoquímicos e de laticínios, passaram a utilizar a nota fiscal eletrônica.

Hoje todas as empresas que vendem, direta ou indiretamente, aos governos municipais, estaduais ou federal e aquelas que trabalham com comércio exterior e mantém operações de importação ou exportação, tem até o dia 1º de dezembro para aderir à NF-e. A relação inclui também os fornecedores de produtos e serviços para clientes de outros Estados.

A previsão é que até abril de 2011 todas as empresas do país já deverão ter se adequado. A maior vantagem, segundo o Conselheiro do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo, Sebastião Gonçalves dos Santos, é a redução da sonegação que é diminuída em 95%. Todos os optantes do regime tributário Simples Nacional, de todos os Estados e do Distrito Federal precisam se adequar ao novo modelo.

3.2 CEPAF - Célula de Pesquisa e Análise Fiscal

A CEPAF é um órgão de assessoramento e assistência imediata junto ao Secretário da Fazenda. Tem como missão subsidiar as atividades de tributação, arrecadação e fiscalização de tributos estaduais através do desenvolvimento de ações de análise e investigação fiscais. A atividade básica deste órgão é a investigação fiscal e a comunicação de fatos que podem instruir o processo relativos à ocorrência de crimes contra a ordem tributária. Trabalha também recebendo denúncia de contribuintes sobre sonegação fiscal ou provindas de outros órgãos e unidades da SEFAZ.

Toda denúncia recepcionada traz consigo um retorno para o denunciante, como uma forma de dar maior credibilidade ao órgão. A CEPAF tem recuperado o crédito tributário, fazendo com que o contribuinte pague o que deve, a fim de se eximir da sanção penal, pois com o pagamento se extingue o processo administrativo e penal.

A CEPAF apura as denúncias, investiga o contribuinte e repassa informações para o Ministério Público ou Polícia Civil para coibir o crime tributário. O ônus da prova cabe a quem acusa, e a CEPAF vai buscar esta prova, a fim de instaurar o devido processo penal. É um órgão inibidor, capaz de instigar o contribuinte a não cometer ilícitos fiscais.

Documentos relacionados