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9. RESULTADOS

9.2. Novas combinações

Além de Acrochaeta convexifrons comb. nov., outras quatro novas combinações são feitas aqui, incluindo a mudança de sinonímia de Compsosoma Brauer, 1882 como sinônimo júnior de Acrochaeta para Merosargus. As espécies originalmente descritas para esse gênero e posteriormente sinonimizadas com Acrochaeta, A. chalconota e A. picta são espécies de Merosargus (Fig. 217), na delimitação atual do gênero. Assim, abaixo estão as espécies de Acrochaeta (incluindo A. chalconota e A. picta) sinonimizadas como espécies de Merosargus.

Chysochlorina elegans (Perty, 1833), comb. nov.

Acrochaeta elegans Perty, 1833: 184, prancha 36, figura 14. Localidade-tipo: Brasil, “Amazon River”. Holótipo macho, [ZSBS].

Material examinado. O holótipo não foi analisado.

Comentários. Em comunicação pessoal, o Dr. Norman E. Woodley indicou que essa espécie não pertence ao gênero Acrochaeta. Trata-se de uma espécie do gênero Chrysochlorina, da subfamília Chrysochlorininae erroneamente descrita em Acrochaeta. Provavelmente, contribuiu para o equívoco a semelhança do padrão de coloração e de comprimento da antena entre os dois gêneros. É proposta aqui uma nova combinação, movendo Acrochaeta elegans para o gênero Chrysochlorina.

Merosargus picta (Brauer, 1882), comb. nov.

(Figs. 194–202, 248, 282, 311, 341, 370, 397, 434, 485)

Acrochaeta picta Brauer, 1882: 80. Localidade-tipo: Venezuela. Síntipos: 1 macho, 2 fêmeas, [NMW].

Diagnose. Espécie facilmente reconhecida pela larga faixa azul metálica no escudo que se estende até o escutelo (Fig. 282), claramente mais larga na metade posterior do escudo; mediotergito azul metálico. R2+3 originando-se próximo de r–m, a uma distância

equivalente à metade do comprimento de r–m, convergindo em direção a R1 (Fig. 311);

álula totalmente recoberta por microtríquias (Fig. 341). Tergitos 1–2 e 5 com manchas marrom escuras recobrindo praticamente toda a superfície, tergitos 3–4 claramente amarelos, com manchas marrom escuras frequentemente divididas ou mais estreitas medialmente (Fig. 485).

Material examinado. SÍNTIPOS: 1 #m, 2 #f, VENEZUELA (NMW). Material adicional. 1 #m, VENEZUELA, Aragua, Rancho, Parque Nacional Henry Pittier, 1100m, iii.4.1967, M.E. Irwin.

Distribuição geográfica. Venezuela.

Comentários. Essa espécie não pertence a Acrochaeta, como pode ser visto no cladograma da figura 217, pois não não apresenta as sinapomorfias de Acrochaeta no sentido aqui definido, como por exemplo, a elevação da parte inferior da fronte, o padrão de faixas longitudinais no escudo etc. (para mais detalhes, ver seção Discussão, pág. 124). Além disso, compartilha uma série de características com uma parte das espécies de Merosargus, como por exemplo, edeago bífido. Mesmo considerando essa espécie como pertencente a Merosargus (inserida em um clado com espécies majoritariamente amareladas e de edeago bífido), ainda é difícil estabelecer seu real posicionamento, uma vez que a amostragem das espécies desse gênero foi limitada. É proposta aqui uma nova combinação, movendo Acrochaeta picta para o gênero Merosargus.

O material tipo (Figs. 194–202) foi examinado por fotos e encontra-se em boas condições, faltando somente a antena esquerda em uma das fêmeas e as antenas no macho—presença apenas do escapo e pedicelo da antena esquerda.

Merosargus chalconota (Brauer, 1882), comb. nov. (Figs. 203–207)

Acrochaeta chalconota Brauer, 1882: 79. Localidade-tipo: Venezuela. Holótipo macho, [NMW].

Diagnose (macho). Essa espécie pode ser claramente reconhecida pela coloração azul metálica na cabeça (i.e., vértex, tubérculo ocelar e parte superior da fronte), escudo, escutelo, mediotergito e tergito 1 em sua totalidade.

Material examinado. HOLÓTIPO, 1 #m, VENEZUELA (NMW). Distribuição geográfica. Costa Rica e Venezuela.

Comentários. Apesar da falta de informação sobre genitália masculina e feminina dessa espécie, foi possível recuperá-la como parte de Merosargus, em um pequeno clado que inclui espécies inteiramente metálicas (ver Discussão, pág. 124). Da mesma forma que no caso de M. picta, ainda não é possível posicionar precisamente essa espécie dentro do sistema do gênero. É proposta aqui uma nova combinação, movendo Acrochaeta chalconota para o gênero Merosargus. Lindner (1936b) indica a presença dessa espécie na Costa Rica, o que ainda carece de confirmação.

O holótipo examinado por fotos (Figs. 203–207) está em boas condições, exceto pela falta dos flagelômeros da antena esquerda, pernas anteriores e pernas medianas e posteriores do lado esquerdo. A asa esquerda está danificada no lóbulo anal.

Merosargus longiventris (Enderlein, 1914), comb. nov. (Figs. 208–212, 260, 294, 324, 353, 380, 407, 444, 470, 494)

Acrochaeta longiventris Enderlein, 1914: 595-596, fig. 4. Localidade-tipo: Brasil, Santa Catarina. Holótipo macho (descrito originalmente como fêmea), [PAN].

Diagnose. Corpo marrom avermelhado a marrom escuro (Fig. 494). Calo frontal amarelado, fortemente constrastando com o marrom da parte inferior da fronte e com a face. Tórax totalmente escuro, sem padrão de bandas longitudinais no escudo (Fig. 294). Abdômen não peciolado como em Acrochaeta (Fig. 494); segmentos 1–2 amarelos, com largas bandas marrom escuras cobrindo mais da metade de cada segmento (Fig. 494); segmentos 3–5 totalmente marrom escuros, contrastando com a pilosidade amarela. Lóbulo medial do edeago mais largo que os demais, bruscamente estreitando-se em direção ao ápice (Fig. 380).

Material examinado. HOLÓTIPO, 1 #m, BRASIL, Santa Catarina, Lüderwaldt (PAN). Material adicional. 1 #m, BRASIL, Paraná, Colombo, Bairro, Santa Rita, 25°22’45.91”S 49°07’56.73”W, Malaise, 913m, ix.2012, Savaris, M. col. 1 #m, São José dos Pinhais, Br 277- Km 54, 14.i.1985, Luminosa, C.I.I.F; 1 #m, 21.i.1985; 1 #m, 26.ii.1985; 1 #m, 19.iii.1985. (DZUP). 1 #m, Rio de Janeiro, Itatiaia, Est. Biológica, 1000m, 5.xi.1931, W. Zikan. (MNRJ). 1 #f, Santa Catarina, Nova Teutônia, i.1972, 80

Fritz Plaumann. (MZUSP). 1 #m, São Paulo, Campos do Jordão, Homem Morto, xii.1945, Barretto col. 1 #m, Eugênio Lefevre, 12-13.i.1977, F. Val col. (MZUSP). 1 #f, Serra do Japi, 18.iii.2010, Malaise III. (MZUSP). 1 #f, PARAGUAI, Pirapó, 30- 31.xii.1971. 3 #m, 2 #f, 1-3.i.1972. (MZUSP).

Distribuição geográfica. Brasil (Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo), Paraguai.

Comentários. Essa espécie aparece como irmã de todo clado incluindo o gênero Acrochaeta (Fig. 217). Anteriomente considerada como espécie de Acrochaeta, foi excluída do gênero seguindo a atual delimitação aceita aqui, de modo que é proposta uma nova combinação, movendo essa espécie para Merosargus. M. longiventris não apresenta as sinapomorfias de Acrochaeta no sentido aqui definido, como por exemplo, a elevação da parte inferior da fronte, o padrão de faixas longitudinais no escudo etc. (para mais detalhes, ver seção Discussão, pág. 124). Evidentemente, é necessário um estudo mais completo de Merosargus para que seja possível uma confiável organização taxonômica que se permita evitar a formação de um taxon genérico parafilético.

O holótipo macho (Figs. 208–212), embora tenha sido tomado como fêmea na descrição original encontra-se em perfeitas condições.

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