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NOVOS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

A sala de aula é o espaço privilegiado quando pensamos em escola, em aprendizagem. Esta nos remete a um professor na nossa frente, a muitos alunos sentados em cadeiras olhando para o professor, uma mesa, um quadro negro e, às vezes, um vídeo ou computador.

Hoje, ensinar e aprender estão sendo desafiados como nunca antes. Há informações demais, múltiplas fontes, visões diferentes de mundo. Educar hoje é mais complexo porque a sociedade também é mais complexa e também o são as competências necessárias. As tecnologias começam a estar um pouco mais ao alcance do estudante e do professor. Precisamos repensar todo o processo, reaprender a ensinar, a estar com os alunos, a orientar atividades, a definir o que vale a pena fazer para aprender, juntos ou separados.

Com a internet e as redes de comunicação em tempo real, surgem novos espaços importantes para o processo de aprendizagem, que modificam e ampliam o que fazíamos na sala de aula.

Abrem-se novos campos na educação on-line, através da Internet, principalmente na educação à distância. Mas também na educação presencial a chegada da internet está trazendo novos desafios para a sala de aula, tanto tecnológicos, como pedagógicos. A verdade é que o professor de hoje precisa aprender a gerenciar vários espaços e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e inovadora. “O novo papel do professor – tutor precisa ser repensado para que não se reproduzam nos atuais ambientes de educação à distância concepções tradicionais das figuras do professor/aluno. É preciso superar a postura ainda existente do professor transmissor de conhecimentos. Seu lugar de saber seria o do saber humano e não o do saber informações.” (ALVES & NOVA, 2003:p. 19)

Antes o professor se restringia ao espaço da sala de aula. Agora precisa aprender a gerenciar também atividades à distância, visitas técnicas, orientação de projetos e tudo isso fazendo parte da carga horária da sua disciplina. Educar com qualidade implica ter acesso e competência para organizar e gerenciar as atividades didáticas.

Faz-se mister considerar que no contexto das novas demandas que a sociedade impõe à educação, a EAD tem procurado propiciar informações básicas e domínio de competências a fim de que o aluno possa se preparar adequadamente, tornar-se um pesquisador, utilizar todas as mídias, todas as fontes, todas as formas de interação. Aqui, coloca-se a autonomia do aprendiz: “ter autonomia significa ser autor da própria vida, da sua linguagem e argumentação e do próprio agir. Tanto o esforço como a valorização contribuem para aumentar a auto estima e o incentivo dos adultos no procedimento de seus estudos” (IAHN, 2002: p. 154-155).

É fundamental hoje, pensar o currículo de cada curso como um todo e planejar o tempo de presença física em sala da aula, avaliar a comunicação e experiências, realizar debates off e on-line sobre temas pesquisados, assim como pensar o tempo de aprendizagem virtual. A flexibilização de gestão de tempo, espaços e atividades é necessária, sobretudo, para que não se fique preso à monotonia da sala de aula.

CONCLUSÃO

O campo da educação vive mudanças tecnológicas e sócio- culturais que têm contornos e necessidades próprias. Há um quadro de incertezas e muitas vezes de desestruturação. Atualmente, busca-se um processo educativo efetivamente centrado no estudante. Nessa perspectiva, tanto a educação presencial com a educação à distância tendem a considerar o aluno como um ser autônomo e não como um ente a ser protegido. Torna-se grande a importância de organização de estruturas que viabilizem o ensino, contribuindo efetivamente para a construção do conhecimento, garantindo a qualidade do ensino, mas que não esteja presa à sala de aula.

Há de se considerar a questão da flexibilização do acesso, numa perspectiva de democratização das oportunidades onde se possa tornar menos estrito o acesso ao ensino. Capacitar o educando para a prática social e para o mundo do trabalho, a de se pensar na flexibilização do ensino como meio para promover o desenvolvimento das habilidades de auto-aprendizagem.

Ora, o papel do docente nessa nova prática educativa é repensado e re-programado com vistas a garantir o aprendizado do seu aluno à distância. Torna-se muito mais complexo porque ao invés de dar aulas face-a- face, o professor passa a lecionar através da utilização de outras linguagens apoiadas por meios informacionais e comunicação.

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