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E NSAIOS REALIZADOS E PROCEDIMENTOS

No documento Betão auto-compactável eco-eficiente (páginas 70-73)

4.1 INTRODUÇÃO

4.3.5 E NSAIOS REALIZADOS E PROCEDIMENTOS

Tendo como interesse avaliar as propriedades do betão auto-compactável no estado fresco, foram efectuados alguns ensaios recorrendo aos equipamentos disponíveis no laboratório de materiais da EUROMODAL, alguns deles repetidos em amassadura realizada no LEMC. Esses ensaios consistiram no espalhamento na mesa de espalhamento, mas sem recorrer às 15 quedas previstas na NP EN 12350- 5; foi efectuado o espalhamento utilizando o cone de Abrams de acordo com a NP EN 12350-8; o espalhamento com anel J de 16 varões de acordo com a NP EN 12350-12 e efectuaram-se os ensaios por escoamento no funil V de acordo com a NP EN 12350-9.

4.3.5.1 Ensaio na mesa de espalhamento, segundo NP EN 12350-5 (modificado)

Este ensaio sem recorrer às 15 quedas previstas na norma, não sendo standard permite pelo volume de betão no troncocone, admitir uma boa relação com a auto-compactabilidade se o espalhamento for superior a 600 mm. Este ensaio é sustentado pela experiência do autor e conhecimento adquiridos, em inúmeros projectos de produção de BAC.

A mesa é colocada numa superfície horizontal plana, não sujeita a vibrações externas ou choques sendo a mesa limpa e humedecida antes dos ensaios, sem molhar excessivamente. O molde é cheio em duas camadas, em cada camada o betão é ajustado com 10 pancadas, com a barra de compactação. Usando a barra de compactação, rasa-se a parte superior do molde e limpa-se o tabuleiro da mesa, do betão em excesso. Após 30 s de ter sido colocado o betão, levanta-se o molde na vertical com as duas mãos durante um período de 3 a 6 s. Verifica-se se o espalhamento originou segregação do betão: A pasta de cimento pode ser segregada do agregado grosso e formar um anel de pasta estendendo-se vários milímetros à volta do agregado. Neste caso regista-se que a segregação ocorreu sendo o ensaio, consequentemente insatisfatório, tendo de ser repetido após ajustar a dosagem do adjuvante, evitando- se assim prosseguir para os restantes ensaios. Não havendo segregação o resultado é validado e é determinado pelo valor do espalhamento. Após obtenção da média dos dois diâmetros, o valor é registado com aproximação aos 10mm. Ver figura. 4.6.

Fig. 4.6 - Ensaio na mesa de espalhamento

4.3.5.2 Ensaio de espalhamento, segundo NP EN 12350-8

Para realizar este ensaio, é necessário para além do cone de Abrams, um cronómetro, fita métrica e uma mesa com dimensão mínima de 900 x 900 mm2, com duas circunferências centradas de 210 mm e 500mm nela marcada. A mesa é colocada numa superfície horizontal plana, não sujeita a vibrações externas ou choques, e é limpa e humedecida antes dos ensaios sem a molhar excessivamente. O molde centrado no círculo previamente marcado é cheio de uma só vez, sem ser compactado, é nivelado pela parte superior do molde através de movimentos de rolamento com o varão de compactação e o betão em excesso limpo do tabuleiro da mesa. Seguidamente e antes de decorridos 30s, levanta-se o molde na vertical, de modo contínuo, sendo que, no início deste processo se inicia a

contagem do tempo que o betão demora a atingir o círculo de 500mm (t500, em s). O tempo final do

espalhamento (tfinal, em s) é medido até ao final do movimento de espalhamento do betão. Após registo

dos valores obtidos no cronómetro, medem-se dois diâmetros perpendiculares entre si e considera-se que o espalhamento é a média destes dois (em mm), ver figura. 4.7.

Fig. 4.7 - Medição do diâmetro de espalhamento no “Ensaio de espalhamento do betão”

4.3.5.3 Ensaio de espalhamento com anel Japonês, segundo NP EN 12350-12

O ensaio com o anel japonês, apresenta algumas vantagens e particularidades. Tendo a capacidade de distinguir as composições de BAC com diferentes deformabilidades, tentando reproduzir o movimento do betão quando da sua colocação em obra. O anel J (anel Japonês) tem vindo a ser utilizado por permitir ajustar as condições de bloqueio e para simular as condições reais do betão a envolver a armadura, sendo um ensaio polivalente e fácil de executar. É constituído por um anel de 300mm de diâmetro ligado a varões verticais de diâmetro e espaçamento fixo, podendo variar o número de varões já que existe o anel de 12 varões e o anel de 16 varões.

É utilizado conjuntamente com o “Ensaio de espalhamento do betão” e pode, também, obter-se o valor do t500j. Ver figura 4.8.

Pelas condições previstas neste trabalho dissertação, este ensaio com o anel de 16 varões só será utilizado no BAC tipo finos, simulando a colocação do betão em zonas de grande densidade de armadura do tipo R1. Este ensaio não é apto para o betão tipo modificador de viscosidade, previsto para este estudo, pois esse betão está condicionado a estruturas com densidade de armadura do tipo R3 (com armadura < 100 kg/m3 ou distância entre varões superior a 200 mm, recomendação da JSCE - Japan Society of Civil Engineers), sendo previsível o aparecimento de bloqueio, como ficou provado pelos testes de demostração efectuados no LEMC.

4.3.5.4 Ensaio de escoamento no funil V, segundo NP EN 12350-9

Este ensaio serve sobretudo para avaliar a viscosidade e o nível de fluidez do betão, fornecendo também alguma informação sobre a capacidade de o betão passar por espaços apertados e por isso a sua forma rectangular e não circular forma habitual dos funis, pois o betão ao passar pelas armaduras deforma-se de uma forma bidimensional (Schrimpf et al., 2001). Este funil de dimensões adequadas para o betão, ver figura 4.9, tem uma comporta na sua parte inferior. O funil é cheio com betão e depois de abrir a comporta inferior mede-se o tempo que dura o escoamento.

Este ensaio permite, assim, fazer variar a fluidez do betão para os valores pretendidos, pois reduzindo a água ou aumentando a dosagem do adjuvante o betão fica com maior viscosidade. Por outro lado, diminuindo a dosagem do adjuvante ou aumentando o teor de água, o betão fica menos viscoso, o que pode em alguns casos ser interessante pois perderá o efeito de cola, o qual, por exemplo, compromete o acabamento por talocha, em elementos pré-fabricados com grandes superfícies para acabamento.

Fig. 4.9 - Ensaio por escoamento no funil V

No documento Betão auto-compactável eco-eficiente (páginas 70-73)

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