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I NTERPRETAÇÕES DE D ADOS

No documento Banco de Dados - Projeto e Implementação.pdf (páginas 160-166)

Lembre-se de que muitas vezes o não tratamento e modelagem dessas interpretações dentro de um modelo nos levam a não definir relacionamentos entre entidades, uma vez existindo relacionamentos específicos de uma interpretação de dados com outra entidade, ou com outra interpretação. Este problema faz com que fatos do ambiente sejam retratados de maneira confusa, gerando no futuro divergências entre a realidade da empresa e o que o sistema retrata com falta de informações.

A figura seguinte apresenta uma situação de interpretações de dados simples, em que temos a entidade produto e que possui os mais variados tipos de interpretação dentro de uma empresa. Como tratar isso?

Toda empresa, seja comercial, industrial ou de serviços, tem essa coisa chamada produto, porém as interpretações em cada negócio são em maior ou em menor número, mas podemos afirmar que sempre existirá um conjunto de interpretações idêntico.

Devemos resolver o problema dando atenção e explorando mais acentuadamente as possibilidades de interpretações dentro de uma entidade.

No nosso exemplo, temos ainda o fato de usuários diferentes utilizarem nomenclaturas diferentes para suas coisas. Por exemplo, materiais de consumo e não produtos de consumo.

Muitas vezes esta coisa chamada produto provoca erros graves de modelagem, ou modelos não otimizados, pois coisas iguais são modeladas separadamente.

Produto acabado e matéria-prima.

Ora, os dois não são coisas iguais, por que possuem tratamento diferente?

Ou qual a diferença entre produto acabado e item de patrimônio? São coisas distintas dentro de um negócio, apesar de um produto fornecido por alguém ser um item imobilizado, um bem patrimonial.

A figura ilustra este problema, principalmente em empresas do segmento industrial. Podemos ter um produto acabado que, mudando de área de negócio, é um bem do patrimônio. Se produzirmos poltronas, ou computadores, quando um produto destes está no estoque, é um produto acabado; quando utilizamos um desses produtos na empresa, ele passa a ser um bem imobilizado.

Veja bem que não estamos falando de processos, mas em análise de dados, de entendimento do papel dos objetos no mundo de negócios.

Vamos apresentar conceitos sobre esses conflitos de nomes e entendimento da semân- tica dos objetos no mundo real.

Existem duas fontes de conflito de nomes em um ambiente real em análise: sinônimos e antônimos.

Sinônimo é quando um mesmo objeto de um ambiente é representado por nomes diferentes,

mesmo sendo o mesmo objeto.

Sinônimo indica o mesmo objeto com nomes diferentes.

Antônimo é quando objetos diferentes são representados pelo mesmo nome no ambiente.

Antônimo, mesmo nome, coisas diferentes.

Devemos estar atentos ao executarmos um modelo de dados para conseguir obter clareza no entendimento dessas similaridades de conceitos do usuário que nos fornece informações.

Os dois modelos de conceitos da figura seguinte apresentam os mesmos objetos com foco de entendimento de negócio diferenciado, e inclusive com conceitos diferentes em relação aos objetos que compõem o ambiente de negócios. Isso não impede que seja realizada uma unificação de conceitos. Porém, destaca-se a necessidade de utilizarmos o que denominamos de renomear os conceitos, removendo as ambiguidades do modelo causadas por sinônimos, e nos casos de antônimos apresentar sempre uma segunda interpretação com os objetos renomeados.

Esta análise de similaridade deve ser realizada principalmente quando conceitos com nomes diferentes possuem as mesmas propriedades, o que permitirá definirmos objetos únicos ou diferentes.

Devemos estar atentos aos conceitos com mesmo nome e que possuam propriedades e restrições diferentes. Lembrando que restrições para nós querem dizer regras e condições que restringem os conjuntos de valores válidos para o objeto.

A prática tem mostrado que exemplos mais simples podem ser mais fáceis de visualizar, porém devemos nos orientar para apresentar os objetos e conceitos que existem no ambiente do usuário e da forma mais próxima possível de seu vocabulário e conceitos.

Devemos buscar uma forma de apresentar, integrar e valorizar essas visões de dados para possibilitar que os modelos sejam realmente legíveis, não somente por um grupo de usuários de um futuro sistema, mas por todos os envolvidos na utilização desse sistema.

Relacionamentos entre Interpretações

No modelo de dados é importante tratar os relacionamentos que essas interpretações têm entre si e com outras entidades.

Vamos iniciar pelos casos de relacionamentos entre interpretações de uma entidade. Observe a figura em que apresentamos o relacionamento entre interpretações de produto.

Na entidade produto temos as seguintes interpretações: material de consumo, produtos acabados, produtos semiacabados, componentes de fabricação, matérias-primas e material de marketing. Temos ainda as subinterpretações de produtos semiacabados: peças de plástico e peças de vidro.

Peças de vidro é uma interpretação de um determinado grupo de pessoas dentro da empresa, do departamento de engenharia, e que possui forma de classificação e visualização de coisas totalmente diferente da administração, por exemplo.

Da mesma forma existem as interpretações de operação. Dois tipos de operação são considerados, as operações normais e as de risco, uma qualificação para diferenciar as operações em uma fábrica hipotética.

No nosso exemplo, peças de vidro se relacionam com as interpretações de operações denominadas de operações de risco.

Por exemplo, produto de consumo, que não aparece na figura, poderia relacionar-se com o quê?

Com nenhuma das interpretações apresentadas, porém, pode existir relacionamento entre produtos acabados e produtos semiacabados?

Sim, pois um produto acabado considerando-se que nossa empresa modelo fabrica, por exemplo, garrafas térmicas, possuiria em sua composição produtos semiacabados.

São produzidos diversos produtos em uma linha de montagem os quais vão formar uma garrafa térmica.

Logo, a figura seguinte apresenta o relacionamento entre as duas interpretações. Um relacionamento de muitos-para-muitos, que colocamos conceitualmente com dados, contém a informação de quem é o componente e quem ele compõe, ou seja, qual o produto final de cuja composição ele participa.

Aprofundando a análise, qual será a jogada com matéria-prima? Produto acabado não está relacionado com matéria-prima?

Neste exemplo vamos inicialmente considerar que matéria-prima está sendo utilizada para produzir os componentes de um produto acabado.

Logo, teríamos um relacionamento entre as interpretações produto semiacabado e matéria-prima da mesma forma que temos entre produto acabado e produto semiacabado.

Mas estes dois relacionamentos são os mesmos? Evidente que são.

Na realidade existe um único grande relacionamento que é produto compõe produto, e que pode ser visto em grupos separados, porém estruturalmente é o mesmo relacionamento. O que temos na realidade é uma hierarquia embutida na entidade produto.

No documento Banco de Dados - Projeto e Implementação.pdf (páginas 160-166)