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2.3 O Agronegócio

2.3.2 O Agronegócio na balança comercial brasileira

No que tange ao agronegócio no Brasil, o mesmo é conhecido por ser responsável na sustentação da balança comercial brasileira. Pode-se elucidar tal ocorrência com os resultados apresentado pelas exportações totais brasileiras no ano de 2013, que chegaram a um total de US$ 242,18 bilhões em 2013 (MAPA, 2014, p. 11). Além disso, as commodities agrícolas brasileiras estão cada vez mais ocupando espaço no comércio internacional. A figura abaixo apresenta no período de nove (9) anos, de 2004 a 2013, o crescimento das exportações agropecuárias brasileiras.

Figura 1 – Evolução das exportações agrícolas 2004-2013

Fonte: Intercâmbio Comercial do Agronegócio MAPA/SRI (2014)

Só os dados apresentados na Figura 1 exibem a importância que o agronegócio tem para a economia brasileira e o quão evoluiu em um curto período de tempo. Diante disso cabe ressaltar que o “consumo global de alimentos vai aumentar significativamente já que previsões sobre o crescimento da economia mundial, para o período de 2006 a 2030, apontam que o PIB aumentará em 229,36%, a população em 126,36% e a renda individual em 179,34%” (IEO, 2009 apud MONTOYA, 2014, p.2). Correlacionando os dados do MAPA com os dados disponibilizados pela IEO, a produção de commodities agrícolas brasileira está evoluindo ao mesmo passo que o aumento populacional, o que se interpreta que o Brasil irá ter condições de sustentar boa parte da demanda mundial por alimentos.

Além disso, foram disponibilizados no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) os resultados referentes à Balança Comercial Brasileira de Janeiro a Outubro de 2015, onde é notória a representatividade e importância de produtos de origem agropecuária (Tabelas 1, 2 e 3).

Tabela 1 – Valor da Exportação Brasileira por Setores – jan/out 2015

Tabela 2 – Valor da Exportação Brasileira por Setores – jan/out 2015 (continuação)

Tabela 3 – Valor da Importação Brasileira por Setores – jan/out 2015

Nas Tabelas 1 e 2 foram destacados propositalmente o valor das exportações do complexo de carnes e soja, onde somente elas foram responsáveis por acarretarem US$ 38.019.892.171, de um total de US$ 160.544.728.587, referentes a todos os gêneros de commodities, não se restringindo somente às de origem agrícola. Já na Tabela 3, é apresentado o valor das importações, o que totalizou US$ 148.299.910.872, que indica que o Brasil obteve um superávit equivalente a US$ 12.244.817.715 no saldo da balança comercial brasileira. Além disso, pode-se inferir, de acordo com os dados, que somente o valor exportado dos complexos de sojas e carnes pagam em torno de 25,6% do saldo das importações, isso demonstra o quanto esses complexos são importantes para economia brasileira.

No tocante a um produto especifico, no caso, a carne bovina, o Brasil é hoje o segundo maior produtor, sendo que em 2008 alcançou 9 milhões de toneladas e só nos últimos 10 anos a produção cresceu 55,7% contra 3,6% dos Estados Unidos que é o maior produtor mundial. Tudo indica que se o Brasil continuar com esse mesmo crescimento produtivo irá alcançar o primeiro lugar. (MRE, 2010). Ou seja, o país ainda apresenta característica de ser grande produtor e exportador de

commodities, como no início do século passado.

Tabela 4 – Exportações Brasileiras por Setores Agrícolas

A Tabela 4 (MAPA, 2014, p. 15) exibe a evolução por setores nas exportações brasileiras em um período de sete anos. O grande destaque foi sem dúvidas o complexo de soja, pois comandou as vendas durante todo o período e finalizou em 2013 com um saldo de US$ 30,96 bilhões, além de que em sete anos as exportações desse setor cresceram aproximadamente 35%. O complexo de carnes apresentou nos referidos anos uma elevação de crescimento nas exportações, principalmente no ano de 2009 e de 2011, pois nesse referido momento o mundo estava passando por uma crise econômica e principalmente nesta situação este complexo acelerou e cresceu ainda mais trazendo ao Brasil mais um apoio econômico para enfrentar a crise.

A Figura 2 apresenta a evolução do valor exportado dos principais setores agrícolas em um período de 11 anos, de 2004 a 2013 como se vê a seguir:

Figura 2 – Mensuração de Valor Exportado por Setores Agrícolas

Fonte: Intercâmbio Comercial do Agronegócio MAPA/SRI (2014)

A Figura 2 (MAPA, 2014, p.16) apenas complementa de forma visual a tabela IV, nela pode-se compreender de forma mais clara a evolução de tais commodities. Diante de tais dados apresentados é cabível afirmar que as exportações do setor agropecuário financiam as importações brasileiras, novamente o agronegócio é responsável pelo superávit da balança comercial. Tal afirmação tem embasamento político através da declaração da Secretária de Relações Internacionais do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – SRI/MAPA encontrado na publicação de Costa (2015, p.1), no qual relata que:

Na composição do superávit obtido na balança comercial do Brasil no mês [junho de 2015], que foi de US$ 2,76 bilhões, o setor agropecuário contribuiu com US$ 7,61 bilhões de saldo positivo, enquanto os demais setores da economia apresentaram mais de US$ 4,85 bilhões de déficit. “Ou seja, o agronegócio foi o responsável pelo superávit da balança comercial brasileira”, afirmou a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio. (grifo nosso)

O agronegócio apresenta grande valor para economia brasileira, por isso, acredita-se que essa área proporciona bons retornos produtivos e comerciais principalmente com o patrocínio estatal para com eles, e a tendência é que esse setor cresça e se torne cada vez mais bem-sucedido o que pressupõe novas medidas ou reforço de políticas de proteção para tal.