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O ambiente da pesquisa: o curso envolvido na investigação

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3.2 O ambiente da pesquisa

3.2.2 O ambiente da pesquisa: o curso envolvido na investigação

Na antiga Escola Técnica Federal de Goiás, o curso Técnico em Edificações foi criado em 1942, pelo Decreto nº 8.673, de 3 de fevereiro de 1942, o qual Aprova o Regulamento do

Quadro dos Cursos do Ensino Industrial e, em seu Art. 15, instituía os cursos técnicos. O Curso de Edificações figurava na Seção III, que tratava da indústria da construção. Este decreto foi assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, que tinha como ministro da Educação e Saúde, o Sr. Gustavo Capanema Filho.

Este curso passou por várias modificações sua estrutura curricular, em função das mudanças no mundo do trabalho e das exigências legais delas decorrentes. O Curso Técnico em Edificações de que trata esta pesquisa foi criado no ano de 2007, amparado pelas mudanças na legislação referente à Educação Profissional, regulamentadas inicialmente pelo Decreto nº 5.154/2004 e posteriormente pela Lei no 11.741/2008 que, conforme dito anteriormente, modificou a LDB/1996, no sentido de redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da Educação Profissional Técnica de Nível Médio, da Educação de Jovens e Adultos e da Educação Profissional e Tecnológica.

Para tanto, o Reitor do IFG, também Presidente do Conselho Diretor, prof. Paulo César Pereira, assinou, no dia 19 de dezembro de 2008, a Resolução no 08, que, no seu Art. 1o, autoriza o funcionamento do Curso Técnico Integrado em Edificações na Unidade de Ensino de Goiânia (sede), com 30 (trinta) vagas, regime anual, no turno matutino, a ser ministrado pela instituição, e convalidar os estudos realizados pelos alunos, a partir de fevereiro de 2007 até a data de publicação da resolução citada, pois o curso foi iniciado sem ter sido concretizada sua autorização.

Para elaborar a proposta deste novo curso, foram utilizados dados levantados por um grupo de pesquisa da instituição, dos quais serão abordados, em seguida, os mais relevantes para a caracterização desta área de conhecimento e de atuação.

3.2.2.1 “Observatório do Mundo do Trabalho”: a área de Edificações

No IFG, existe uma equipe de pesquisadores que trabalha em um laboratório de pesquisas que se denomina “Observatório do Mundo do Trabalho” 16. Apresenta-se aqui uma análise de dados extraída de documento elaborado pelo “Observatório do Mundo do

16 Origem: “Observatório do Mundo do Trabalho e da Educação Profissional e Tecnológica – A SETEC/MEC

está cirando um sistema de informação como estratégia de expansão, modernização e melhoria continua da Educação Profissional e Tecnológica. A perspectiva é subsidiar os processos de planejamento estratégico e operacional, bem como as rotinas administrativas, acadêmicas e de gestão estabelecendo os indicadores necessários ao diagnóstico, monitoramento e avaliação. Neste contexto está sendo desenvolvido o Sistema de Informações da Educação Profissional, o SIEP, que envolve vários subsistemas (Biblioteca Virtual, Tecnologia de Inclusão de portadores de necessidades especiais e o Observatório do Mundo do Trabalho e da Educação Profissional e Tecnológica). O Observatório do Mundo do Trabalho é composto pelo Observatório Nacional e por cinco Observatórios Regionais sendo um para cada região do pais. O Observatório da Região Centro-Oeste está organizado no IFG/CEFETGO” (IFG, 2009, p.4)

Trabalho” (IFG, 2008), que trata do Curso Técnico em Construção Civil (Edificações). Estes dados são relevantes, pois apresentam aspectos importantes da realidade profissional da área do curso em análise. Por esse motivo, estes dados serviram de subsídios para a elaboração do Projeto do Curso em Edificações do IFG.

No que diz respeito ao sexo dos trabalhadores na área de Edificações, pôde-se notar que os dados obtidos, com relação à turma em estudo, vêm ao encontro dos dados levantados pelos pesquisadores que elaboraram o documento do Observatório do Mundo do Trabalho, como se poderá ver no perfil da turma em estudo, apresentado mais adiante. Como se pode observar, o Gráfico 01, extraído do referido documento, evidencia que o quantitativo de homens no mercado de trabalho na área é bem maior do que o de mulheres.

Gráfico 01

Fonte: Observatório do Mundo do Trabalho do IFG. Elaborado a partir dos dados da RAIS/MTE (IFG, 2008).

De acordo com o documento do Observatório do Mundo do Trabalho (2008, p.1), cujos estudos foram iniciados em 1985, os trabalhadores do sexo masculino representam em torno de 90% do total de ocupados nesta área de atuação profissional, o que demonstra a quase totalidade do gênero masculino. Em relação à participação feminina no subsetor da Construção Civil, o documento revela que houve certa oscilação, que pode ter decorrido de transformações culturais e políticas na sociedade e que repercutem no setor produtivo.

No ano de 1985 estavam ocupadas 1.557 mulheres no Subsetor da Construção Civil; em 1990, havia 3.003 mulheres; em 1995, 1.709; já no ano 2000, havia 3.183 mulheres ocupadas no Subsetor; e uma nova baixa na presença de mulheres nesse Subsetor pode ser verificada em 2005, quando o número de mulheres formalmente contratadas foi de 1.851.

0 50 100 150 200 2003 2004 2005 2006 Masculino Feminino Número de Trabalhadores por Gênero na Ocupação: Técnicos em Construção Civil (Edificações). Mesorregião Centro Goiano 2003-2006

Masculino Feminino

O documento também mostra que, com relação aos profissionais que atuam na área de Construção Civil (Edificações), há uma predominância de pessoas com escolaridade de nível médio,conforme demonstra o Gráfico 02.

Gráfico 02

Fonte: Observatório do Mundo do Trabalho do IFG. Elaborado a partir dos dados da RAIS/MTE (2008).

Segundo o mesmo documento, esse fato pode ser explicado pela oferta de profissionais de Nível Médio e Técnico pela antiga Escola Técnica Federal de Goiás (ETF- GO), Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás (CEFET-GO) e hoje Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG).

Interessante, ainda, mostrar que, conforme o documento (IFG, 2008), a maioria dos técnicos em Construção Civil (Edificações) com formação técnica de nível médio recebia em torno de 1 a 3 salários mínimos nos anos de 2003, 2004 e 2006, havendo um acréscimo considerável de trabalhadores que recebiam em torno de 3 a 5 salários mínimos no ano de 2005. Pode-se notar ainda que há um índice considerável de trabalhadores com remuneração de 5 a 10 salários mínimos, conforme mostra no Gráfico 3.

0 20 40 60 80 100 120 140 160 2003 2004 2005 2006

Número de Trabalhadores por Escolaridade na Ocupação: Técnicos em Construção Civil (Edificações).Mesorregião Centro Goiano 2003-2006

Analfabeto

Fundamental Incompleto Fundamental

Médio Superior

Gráfico 03

Fonte: Observatório do Mundo do Trabalho do IFG. Elaborado a partir dos dados da RAIS/MTE (2008).

Esses números me remeteram a uma análise dos dados do IBGE para o ano de 2007, em relação à região Centro-Oeste, que evidenciaram um crescimento relevante “[...] no pessoal ocupado (de 7,4% para 8,4%) e nos salários pagos (de 6,8% para 7,8%). Quanto ao pessoal ocupado, com exceção do Distrito Federal, que perdeu 0,3 pontos percentuais, todos os locais apresentam incrementos.” (IBGE, 2007, p.4).

De acordo com o IBGE (2007, p.6), constatou-se aumento na média salarial, na região Centro-Oeste, “[...] sendo R$ 701,46 em 2003 e R$ 883,97 em 2007, com ganho real de 4,3%. O Distrito Federal aparece como o principal destaque, com ganho real de 27,0%, registrando o mais elevado salário médio da região (R$1.032,66)”. Os valores em salários mínimos são, respectivamente, nos anos de 2003 (R$240,00), 2004 (R$260,00), 2005 (R$300,00) e 2006 (R$350,00).

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