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PARTE II – PESQUISA DE CAMPO

Capítulo 7 O brilho e a sedução do poder na liderança masculina

“O homem é uma corda estendida entre o animal e o super-homem. Uma corda sobre um abismo, uma perigosa travessia, um perigoso caminhar, um perigoso olhar para trás, um perigoso estremecer e

parar.” (Nietzsche, 2007a, p.13).

Os homens compõem a maior parte da liderança religiosa e política em nosso país. Isto é um reflexo da nossa cultura no que diz respeito à diferença entre os sexos. Nas entrevistas, ficou evidente o quanto esta diferença se faz presente entre as lideranças masculina e feminina em relação à sexualidade e ao poder no meio religioso.

Todos os entrevistados têm, por convicção, que a sua escolha para exercer o pastorado foi um “chamado de Deus”. De acordo com a fala do Pastor Ciro, este chamado tem a ver com sua personalidade, com o seu jeito de ser. Acredita ter sido chamado para ser líder, ser chamado para uma missão.

Tem a ver com a referência, tem a ver com a personalidade, com o jeito de ser. E a questão mística é mesmo um chamado para ser líder, sabe? (Pastor Ciro).

Para o Pastor Ciro, o papel de pastor está relacionado com a necessidade da alma humana e este trabalho é realizado de forma muito responsável e consciente. Ser líder é conseguir conduzir o rebanho com responsabilidade e consciência.

Neste contexto o que é ser pastor é ser um ajudador, ser um conselheiro, ser um companheiro, ser um amigo porque, às vezes, a pessoa, às vezes, não encontra em um momento de dificuldade dentro da própria casa, no próprio local de trabalho, dentro da própria vizinhança e de repente ela descobre em você e você se torna esta pessoa, este líder, um referencial, um direcionador de vidas. (Pastor Ciro).

Quanto aos projetos da Igreja a qual pertence, o Pastor Ciro cita alguns: na área de Missões a Igreja tem um projeto no Timor Leste envolvendo a saúde, educação e saneamento básico, liderado por uma equipe. Esta, composta por pessoal especializado, trabalha nas

aldeias tanto do ponto vista social quanto espiritual. Há também um trabalho em Moçambique e outro na China. Tem o “Projeto Salva Vidas”, no Brasil, incentivando pessoas a serem doadoras de sangue. Há também o SOS Norte de Minas, no Vale do Jequitinhonha, realizado pela Igreja há sete anos no qual uma equipe, composta por médicos, dentistas, enfermeiros, psicólogos, nutricionista e outros profissionais, vai às regiões pobres do norte do Estado de Minas Gerais. Nesta proposta leva-se alimentos, roupas, calçados e, também, palestras, cursos práticos de trabalho informal e assistência às pessoas. O Pastor Ciro faz referência, ainda, a um trabalho com os índios na questão da alfabetização. Relata que em algumas aldeias do Mato Grosso não é permitido que Evangélicos estudem em escolas católicas. Nesse ponto faz uma crítica à FUNAI tendo em vista que há restrições para a evangelização dos índios alegando-se uma interferência na cultura deles. Há leis tramitando no Congresso Nacional restringindo a entrada de Igrejas evangélicas nas aldeias. Recentemente chegou, também, uma cartilha de orientação sexual por parte do Ministério da Cultura para ser distribuída à população indígena o que, segundo o entrevistado, agride os princípios cristãos. No entanto, o pedido de distribuição de Bíblias, por parte dos Evangélicos, para a mesma população foi negado.

A escolha do Pastor Ciro para entrar para a política foi a sua motivação para defender idéias, projetos e ideologia. Aliando o seu desejo aos interesses da Igreja em ter um maior número de representantes, seja no Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas e nas Câmaras Municipais, ele concorreu pela primeira vez a um cargo político sendo, na época, o vereador mais votado na cidade em que se candidatou. Posteriormente, a partir do seu desempenho como vereador, e também da sua liderança eclesiástica, foi escolhido em uma plenária por condensar em si o perfil de um candidato apto a disputar uma vaga de deputado federal, e em outra ocasião para ser candidato a prefeito em sua cidade. Não conseguindo ser

eleito nestes cargos, mas sendo bem votado, neste ínterim acabou assumindo um cargo na Secretaria Municipal de Educação de sua cidade.

Para o entrevistado ser político significa representar o povo que ele orienta no seu trabalho como pastor já que os outros políticos não estão correspondendo aos anseios e necessidades daqueles.

É que é você dar uma orientação pessoal, um direcionamento de vida, de fé para as pessoas daqui a pouco, no, no coletivo, você começa a ter representantes que não começam a corresponder aos anseios, às definições, aos nortes, é, de visão de futuro e de bem estar para estas pessoas. (Pastor Ciro).

Na política, o projeto para acabar com o voto secreto, apresentado na Câmara Municipal de sua cidade, foi de sua autoria. Outro trabalho elaborado por ele foi o Centro de Atendimento ao Cidadão, estendido às outras Câmaras Municipais e Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais. Como Secretário da Educação na sua cidade obteve uma aprovação da sociedade de 88%, segundo uma pesquisa. Relata que contratou um grupo de psicólogos, fonoaudiólogos e assistentes sociais para dar assistência aos professores da rede municipal que lidam com crianças da educação especial e, também, para trabalhar as crises de depressão acometidas pelos professores, bem como para fazer um trabalho de educação vocal com os mesmos.

Em relação à Bancada Evangélica, acha que os últimos escândalos arranharam e muito a imagem dela. Para ele, a questão não é só no fato dos erros dos políticos, mas na concepção da Bancada que não foi bem selecionada na hora do voto. Assim, muitos que pertencem à esta Bancada não foram preparados do ponto de vista da responsabilidade e da ética e, assim, caíram em algumas armadilhas do poder. A influência do grupo político é grande, não só em relação à corrupção, mas também em relação à sexualidade. As saídas para as boates, as noitadas com contratação de mulheres são práticas que o poder facilmente compra. Estar no grupo e não “se contaminar” é um desafio. Para ele, a “reserva moral” é a Igreja, ainda que as

pessoas tenham banalizado a questão da moral e da ética votando no Presidente Lula e no Partido dos Trabalhadores. No entanto, não se surpreende com os escândalos envolvendo corrupção porque, na sua visão, todos nós somos corruptos, pois de acordo com a Bíblia a humanidade é corrompida desde Adão.

Justifica alguns líderes evangélicos que não têm apresentado projetos ao longo dos anos, dizendo que muitos projetos são apresentados, mas não são aprovados por várias razões. Considera que está havendo uma liberdade na sociedade que coloca em risco a liberdade religiosa. Por exemplo, na semana em que ocorreu a entrevista estava para ser aprovado no Senado um projeto em que qualquer menção por parte dos pastores, ou outros líderes religiosos, no púlpito ou no ambiente da Igreja, com relação ao homossexualismo será crime inafiançável se denunciado por homossexuais dentro da Igreja. A discussão que envolve a questão da homossexualidade é extremamente complicada para a Bancada Evangélica que tem uma posição fechada a respeito do tema. De forma unânime há uma condenação, em todo o meio evangélico e sua liderança, a respeito do assunto.

Na IEQ há uma liderança composta de antigos líderes desde a sua implantação no Brasil. Alguns deles iniciaram uma liderança política em 1982 e continuam até hoje, em alguns casos, sem interrupção. Estes são líderes que detêm um maior poder em relação à autoridade sobre os demais. Além da questão política, conta a favor deles a experiência de vida e de ministério que é muito maior do que a de muitos. Cercados de admiração e lealdade por parte dos demais pastores, tais líderes são justificados pelo pouco desempenho na política e omissão de uma postura necessária frente às questões, votação e projetos importantes para a vida dos brasileiros. A maioria dos líderes mais antigos veio de família pobre, teve uma vida de grandes dificuldades financeiras e privações na infância e juventude. Muitos deles foram discriminados e agora fazem parte de uma classe de pessoas poderosas: os políticos. Estes concentram em si o poder relacionado ao status, à situação financeira e à autoridade. Assim,

muitos pastores pobres no meio pentecostal (uma grande parte o é) aspiram por uma ascensão ao poder, através de uma liderança política e religiosa, como os líderes mais antigos fizeram. Por isso estes são desculpáveis se não trazem consigo o perfil de um político e, muitas vezes, nem o perfil de um pastor.

O Pastor Ciro entende que aquela liderança religiosa mais autoritária está em extinção, pois é fruto da velha ditadura. Tal liderança foi produto de uma época, reproduzindo o que recebeu. A liderança da contemporaneidade está tendo mais oportunidade de estudar e se o mercado de trabalho está cada vez mais exigente em relação aos profissionais isso, também, deve refletir no ministério da Igreja. Segundo ele, as pessoas estão tendo um maior senso crítico e o líder que não se aperfeiçoar, seja do ponto de vista teológico, seja do ponto de vista intelectual e da responsabilidade, não conseguirá exercer mais uma liderança. Isso se aplica, também, à liderança política considerando que os ditadores, tanto da direita quanto da esquerda, estão perdendo espaço.

Expressa que não é fácil lidar com o poder de forma ética e transparente. Por isso ressalta a diferença entre ser líder e apenas exercer o poder, evidenciando que quando se é líder as pessoas confiam, votam, apóiam. Mas isso é uma conquista e que permanece, ao passo que exercer o poder pelo poder é um exercício de curta duração.

A coisa mais importante é o voto ser secreto. Por ser secreto ou você trabalha numa linha de não exercer o poder em forma de ditadura, mas em forma de conquistar a liderança. Ser líder. Ser líder é, realmente, você conseguir conduzir o rebanho com responsabilidade e consciência. Agora, ser apenas... exercer o poder pelo poder, é, você simplesmente dar ordens, você tem o poder por pouco tempo, ele é curto. Mas se você conquista uma liderança é diferente. O pessoal vai com você onde você for, tá certo? Vai junto, ouve a sua voz. Vai nas urnas sozinho e elege você. É capaz de digitar o seu nome porque sabe que você conquistou, você não apenas impôs, né? O apoio importante é isso. Liderar é ter habilidades de conquistar e não apenas de exercer o poder pelo poder em benefício próprio, entendeu? Então liderar é ter esta consciência do coletivo e de que você possa corresponder às expectativas ainda que, no setor, no caso político, ela, é, frustra, muitas vezes, por causa das várias, das complexidades que é lidar nesta área da representatividade é que você.... dos muitos interesses de grupos. Só que o mais importante é você ter esta transparência do que você acredita e formar

com o poder na questão política, trabalhar com esta estrutura ética, transparente, ter uma linha de pensamento, ainda que, claro que seja a uma linha de pensamento do, de quem você está representando. E no rebanho você tem esta mesma coerência, você manter a coerência porque o pessoal vai ouvir todo o contexto, ainda que surge aí denúncias, calúnias, difamação, você supera isto com a tranqüilidade quando você exerce com responsabilidade a liderança com o rebanho, certo? (Pastor Ciro).

Exercendo uma dupla liderança (religiosa e política) acha tal tarefa muito difícil, muito complexa e muito delicada e que em um momento uma situação rouba a outra. Considera que consegue administrar as duas lideranças reconhecendo, no entanto, que há um prejuízo em relação ao povo (rebanho da Igreja) por um certo distanciamento entre eles, já que passou a trabalhar mais com os líderes, preparando-os para a liderança eclesiástica (pastor de pastores). Estes, então, são como colunas que lhe dão sustentabilidade para exercer o cargo público.

Neste delegar você acaba ficando um pouco distante sim. Há um certo prejuízo entre você e aquela base principal. Você acaba trabalhando com uma outra camada que é os líderes, tá certo? Trabalhar com os líderes eles são colunas. Então eles acabam dando esta sustentabilidade para te dar condições de exercer uma função pública, mas não resta dúvida de que você acaba sendo pastores, pastor de líderes, pastor de pastores. (Pastor Ciro).

O Pastor Esdras tem a mesma convicção em relação à sua escolha para ser pastor.

É, na verdade, logo que eu me converti, que eu tive meu encontro com o evangelho... de imediato eu entendi que eu tinha chamado pra ser pastor. Então, é... e foi uma coisa natural na minha relação com o evangelho, com a Igreja e... aceitando até o próprio chamado, né, o “ide” de Jesus aí me tornei um pastor dentro desta, desta perspectiva de que estava fazendo aquilo que Deus me chamou pra fazer. (Pastor Esdras).

Ser pastor, para ele, é uma realização tendo em vista que atendeu a um chamado de Deus. Sua função é cuidar de vidas, de pessoas, de famílias. É orientar, guiar. Tem consciência da responsabilidade que o seu papel desempenha na vida das pessoas.

Então ser pastor, pra mim, é a responsabilidade de conduzir pessoas à, à decisões, ao caminho que querendo ou não você vai interferir pessoalmente na vida das pessoas, diretamente na vida das pessoas. (Pastor Esdras).

Conta que a IEQ o escolheu para ser político por entender que ele reunia qualidades para ser seu representante.

Na verdade a Igreja Quadrangular participa do, da política no sentido eleitoral desde 1982. E, em todas as instâncias procuramos ter representantes que defendam os interesses dos evangélicos... inclusive os interesses da Igreja Quadrangular nos municípios, no Estado, na Federação. E eu fui o escolhido pela Igreja nesta última eleição, né, que nós disputamos para ser representante como já houve outros, mas, mas a, a liderança da Igreja entendeu que eu reunia é, qualidades pra poder disputar eleição e caso ganhasse, como eu ganhei, representar bem a Igreja nessa, na, no município de Belo Horizonte. (Pastor Esdras).

Na sua experiência, exercer uma liderança política é a extensão da liderança religiosa e tanto em um meio quanto no outro ele lida com pessoas com defeitos e qualidades - o ser humano com seus problemas. A diferença é que no meio político ele lida com um outro grupo de líderes – pessoas que já têm uma formação e posições mais convictas do que os membros da Igreja.

Na verdade, pra mim, é uma extensão, do, do pastoreio, apesar que lá você encontra é, você lida com um outro grupo que é líderes, né? É um outro tipo de liderança, mas são líderes também. São pessoas que já têm opiniões, que já têm uma formação, que já têm posições é mais convictas do que, às vezes, a, a membresia, né? Porque são pessoas que já, já chegaram, por exemplo, no caso do vereador, ele já exerce uma liderança, né? Já tem opiniões mais concretas e tudo. Mas, pra mim, essa, essa... é apenas uma extensão. Eu, eu continuo sendo pastor na Câmara porque eu me relaciono com as pessoas da mesma, da mesma forma, né? Claro que, é... exercendo a minha função como vereador que é de legislar, que é de, é, é de fiscalizar o executivo, mas é, na relação com as pessoas eu não vejo nenhuma diferença. (Pastor Esdras).

Seu trabalho na política é pautado por suas concepções teológicas e por sua consciência religiosa. Assim, na hora de votar os projetos há uma influência da religião, apesar da sua denominação religiosa não interferir diretamente nos seus posicionamentos e atuação política. Na sua experiência, também o partido político, do qual é filiado, nunca interferiu nas suas decisões e no seu trabalho, pois tem os mesmos princípios filosóficos da sua vida.

Na sua visão, na Câmara Municipal de Belo Horizonte não tem uma Bancada Evangélica, mas, sim evangélicos, pastores – cristãos de uma integridade ímpar. E também

muitos católicos. Exercendo seu primeiro mandato, ficou surpreso com o que encontrou no mundo político - homens e mulheres sérias e íntegras. Pessoas muito qualificadas e que defendem aquilo que acreditam. Lembrando os escândalos recentes envolvendo Evangélicos na política acha que muitos eram inocentes, tanto evangélicos quanto os não evangélicos. E muitos desses perderam as eleições injustamente. Os escândalos acabaram por denegrir a imagem dos políticos sendo notificado na imprensa mais do que a realidade. Avalia o trabalho das CPI´s como positivo acreditando que se tem sujeira é preciso que haja uma limpeza. No entanto, todo esse processo não atingiu diretamente a Câmara Municipal onde atua nem o ministério da denominação religiosa do qual faz parte. Segundo o entrevistado, quando a sua denominação religiosa dá a algum pastor a oportunidade de disputar uma eleição ela não faz isso aleatoriamente, mas com critérios e quase sempre acerta. Dessa forma, há muitos pastores que estão na política por muitos anos (cinco ou seis mandatos) e nunca tiveram seus nomes envolvidos em qualquer escândalo relacionado à corrupção ou outra coisa escusa. São líderes respeitados e com comportamentos condizentes com o que acreditam.

Apesar de dizer que na Câmara Municipal continua sendo pastor, tendo em vista que não deixa de ser pastor em lugar algum, faz uma distinção do trabalho nas duas lideranças.

É, eu até procuro fazer uma separação entre é, o trabalho que eu exerço ministerialmente, o trabalho que eu exerço politicamente. Muitas vezes quando é um assunto político que a pessoa vem necessitando de uma, uma... questão política prefiro até tratar deste assunto no gabinete, é, no gabinete da Câmara. Quando é um problema de ordem pastoral eu trato no gabinete pastoral, né? É, não, eu não faço nenhuma, nenhuma, eu não faço uma separação no sentido de não atender em um outro lugar, mas sempre que posso oriento que trate daquele assunto no lugar adequado, no lugar devido. (Pastor Esdras).

Ser pastor e ser político implica em um duplo poder. Na verdade, o entrevistado exerce três lideranças diferenciadas. É Pastor da Igreja local, é Vereador em sua cidade e é Superintendente em sua região eclesiástica, sendo responsável por vinte Igrejas locais com seus respectivos pastores.

Então, por exemplo, no meu caso, eu tenho vinte Igrejas na minha região, que são vinte e três pastores que eu, eu os lidero, que eles prestam relatório da área administrativa, que está na minha mão o poder de, de transferência, de fiscalização... É... então... e, e também exerço uma posição, por ser superintendente, uma posição já de liderança na Igreja como denominação. (...) No caso eu lidero uma Igreja local, eu lidero pastores e lidero, no caso, a, a, na Câmara, na Câmara Municipal. (Pastor Esdras).

O Pastor Josué começou seu ministério eclesiástico como evangelista e missionário pelo Brasil, o que durou, aproximadamente, oito anos quando, então, passou a pastorear uma única Igreja, o que já conta trinta anos. Em relação à sua escolha para ser pastor pensa que, ao mesmo tempo em que houve uma escolha da sua parte, também ele foi escolhido por Jesus.

Pra mim eu escolhi, mas pra Jesus, o grande, a maior figura da história da humanidade, ele disse que não é... que não foi bem assim. Ele disse: “não fostes vós que escolhestes a mim, mas fui que escolhi a vós e vos nomeei”. Então este é o meu ponto de vista. Eu penso que eu escolhi, mas biblicamente eu fui escolhido também. Eu acho que as duas coisas aconteceram. (Pastor Josué).

Na sua concepção, para ser pastor, em primeiro lugar, é preciso amar e acreditar naquilo que se está fazendo. Ele gosta e acredita no que faz. Isto torna tudo mais agradável e,

consequentemente, mais fácil de ser feito.

Aponta motivos objetivos para a sua entrada na política e, dentre eles, a perseguição, opressão e humilhação sofrida pela IEQ no contexto brasileiro desde a sua implantação. A Igreja não tinha, até então, uma representação política, seja a nível municipal, estadual ou federal.

Eu acho que são os mesmos motivos que qualquer classe social, qualquer setor da vida humana acaba tomando essa, essa atitude quando? Quando se vê oprimida. Quando se vê... ah, perseguida e, de certa forma, humilhada. (...) Aí um certo jornalista disse pra um pastor nosso, disse: “olha, o que acontece com vocês é que vocês não têm uma representação. Se vocês tiverem um representante, um deputado estadual, federal ou vereador, estas coisas diminuem, elas acabam”. Quer dizer, na minha opinião, elas nunca acabam, só mudam de forma. Então, elas diminuem, né? E de fato depois que a gente