• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 2 – CONTEXTUALIZANDO O CENÁRIO DA PESQUISA: O Agreste

2.2. O Centro Acadêmico do Agreste da Universidade Federal

A Universidade Federal de Pernambuco surgiu em 1946, com a denominação de Universidade do Recife, resultante da união das Faculdades e Escolas de Direito, de Engenharia, Medicina, Farmácia e Odontologia, Filosofia e Belas-Artes. Em 1965 a Universidade do Recife se integra ao grupo de instituições federais do novo sistema de educação do País, recebendo a denominação de Universidade Federal de Pernambuco, autarquia vinculada ao Ministério da Educação. (UFPE, PDI: 13)

Atualmente a Universidade Federal de Pernambuco é composta por doze centros acadêmicos, distribuído nos seus três campi: Recife, Caruaru e Vitória de Santo Antão. A UFPE oferece 99 cursos de graduação, sendo 96 presenciais e 03 à distância; e 180 cursos de pós-graduação: 111 cursos stricto sensu, sendo 65 mestrados acadêmicos, 06 mestrados profissionais e 45 Doutorados. e 64 cursos de pós-graduação lato sensu – especializações. Vale aqui ressaltar que, em virtude do dinamismo e constante crescimento da Universidade, sobretudo nos campi avançados, estes números estão sujeitos a constantes alterações, visto

que novos cursos de graduação e pós-graduação estão sendo aprovados e outros com projetos submetidos à análise do Ministério da Educação.

Com a missão de “promover um ambiente adequado ao desenvolvimento de pessoas e à construção de conhecimentos e competências que contribuam para a sustentabilidade da sociedade, através do ensino, pesquisa, extensão e gestão” (UFPE, PDI: 17)., a UFPE colocou em prática em 2006 seu projeto de interiorização com o início das atividades do Centro Acadêmico do Agreste, em Caruaru.

O Centro Acadêmico do Agreste da UFPE inicia suas atividades em março de 2006 com 290 alunos distribuídos em cinco cursos de graduação: Administração, Design, Economia, Engenharia civil e Pedagogia. Instalado em um espaço no interior de um Polo Comercial, o CAA sofreu por estar situado em um ambiente por si só inadequado à realização das atividades acadêmicas. Para além do ambiente impróprio, outro problema foi a insuficiência das instalações físicas e de recursos infraestruturais: quantidade insuficiente de salas de professores, poucas salas de aula que, na medida em que a quantidade de alunos crescia, espalhavam-se de forma desorganizada nos espaços disponibilizados pelo Polo Comercial; a biblioteca e o único laboratório de informática ficavam cada vez mais insuficientes a cada semestre, quando um novo contingente de alunos iniciavam suas aulas; a inexistência de laboratórios para o Núcleo de Tecnologia, o que forçou, inicialmente, os alunos do Curso de Engenharia Civil a se deslocarem para os laboratórios do Campus Recife para poderem ter acesso às aulas; e tantos outros problemas que se sucederam até à transferência, em 2009, para o campus definitivo, localizado às margens da BR-104 (Figura 3).

Outro problema é que boa parte dos docentes do CAA não são originalmente de Caruaru, o que por vezes compromete o desenvolvimento das atividades, principalmente as de pesquisa e extensão, uma vez que este quantitativo de docentes vêm a Caruaru para ministrar suas aulas mas preferem desenvolver suas atividades de pesquisa e extensão em suas cidades de origem que, para a grande maioria, trata-se de Recife, a capital do estado.

Figura 3: CAA – Campus definitivo

Fonte: admnews-ufpe.blogspot.com

Atualmente o Centro Acadêmico do Agreste ainda sofre com problemas estruturais, dentre os quais podemos elencar como os mais graves: a quantidade insuficiente de salas de aula, o que forçou e força a administração fechar áreas comuns de circulação para improvisá- las como salas de aula; quantidade insuficiente de salas para os professores, o que implica na alocação excessiva de professores em salas desconfortáveis e que, de certa forma, inviabiliza o trabalho dos docentes; deficiência nos meios de comunicação, principalmente quando nos referimos aos problemas de acesso à rede mundial de computadores e a linhas telefônicas; e quantidade insuficiente de servidores técnico-administrativos, o que compromete a eficácia dos serviços realizados.

Para Márcio Sá (2011a), esses problemas, sobretudo os de ordem infraestrutural, se deram e se dão em razão de “o início de um processo desta dimensão se dá de tal forma que as atividades universitárias são iniciadas em paralelo à própria construção da infraestrutura que suportará o funcionamento da instituição” (2011a: 7).

Mesmo com tais dificuldades, o Centro Acadêmico do Agreste cresce de forma inegável, abrigando hoje um total de 3619 alunos na graduação, distribuídos em 10 cursos: Administração, Design, Economia, Educação Intercultural (Indígena), Engenharia civil, Engenharia de Produção, Licenciatura em Física, Licenciatura em Matemática, Licenciatura em Química e Pedagogia; e 106 alunos de pós-graduação, sendo 62 nos 04 programas de pós- graduação stricto-sensu, sendo 21 alunos no Mestrado em Economia, 23 no Mestrado em Educação Contemporânea, 19 no Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental e 09 no Mestrado em Engenharia de Produção; e 44 alunos no Curso de Especialização lato-sensu em Tecnologia em Design de Moda.

Para além dessas pós-graduações, o Centro Acadêmico do Agreste recebe atualmente dois Projetos de Doutorados Interinstitucionais (DINTER) com o intuito de qualificar seu corpo docente: o DINTER em design, cuja instituição promotora é a Universidade Estadual Paulista (UNESP); e o DINTER em Economia, em convênio com a Universidade Federal Fluminense, instituição promotora.

Para além dos cursos já existentes, há projetos de instalações de novos cursos, tanto de graduação quanto de pós-graduação. Dentre os cursos a serem implantados, o mais aguardado é o curso de medicina, por se tratar de uma reivindicação antiga da sociedade caruaruense.

Juntamente com o ensino, o CAA trouxe também para Caruaru e região o incremento de pesquisas e de projetos de extensão que visam responder e intervir em problemas vividos pela população local, o que favorece cada vez mais a inserção da universidade nos demais setores da sociedade.