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O Centro de Documentação e Memória: de Arquivo Permanente a

Capítulo 3 ESTUDO DE CASO: O ARQUIVO DA PINACOTECA DO ESTADO

3.1 O Centro de Documentação e Memória: de Arquivo Permanente a

Criado em 2005, em meio aos festejos do centenário do Museu, o Centro de Documentação e Memória (CEDOC) foi responsável pela organização e tratamento do arquivo permanente da Pinacoteca do Estado.

Após quase três anos de trabalho, o CEDOC já conta com uma base de dados plenamente alimentada e acessível, garantindo acesso à aproximadamente 100 metros lineares de documentação em condições controladas de conservação. Em seu acervo é possível destacar milhares de correspondências, atas, processos e relatórios que juntamente com cerca de quarenta mil imagens, testemunham a história de uma das mais tradicionais instituições públicas do Estado de São Paulo e do País.

A partir de 2006 foram criadas novas ferramentas de pesquisa para auxiliar o trabalho no arquivo e suprir a demanda de consulentes internos e externos do acervo. Dentro desse objetivo foram desenvolvidas a “Lista Histórica de Exposições da Pinacoteca do Estado de São Paulo”, levantamento atualizado que conta com mais de mil eventos expositivos realizados pelo

Museu e a “Cronologia Histórica da Pinacoteca do Estado de São Paulo”, que descreve pormenorizadamente fatos e eventos relativos ao processo de formação e desenvolvimento da Pinacoteca.

Aberto à consulta pública desde o início de 2006, o CEDOC obteve em 2007 um aumento de mais 100% no número de consulentes e pesquisadores em relação ao seu primeiro ano de atividades, revelando-se um importante espaço de apoio e referência para os mais variados pesquisadores. Em 2009 foi constatado um aumento de 95% em relação ao ano de 200829, o que

evidencia o crescente interesse no Arquivo da Pinacoteca. Em 2007, o CEDOC ampliou sua atuação e passou a guardar, organizar e tornar acessíveis arquivos pessoais de artistas, críticos de arte e ex-colaboradores da instituição, o que potencializou seu alcance investigativo e de produção de conhecimento. Já fazem parte do acervo conjuntos documentais dos arquivos de Odetto Guersoni, Renina Katz e Teresa D'Amico, importantes personagens da cena artística paulistana.

Além desses fundos pessoais, o CEDOC também guarda o Arquivo da Coleção Brasiliana, instituição homônima que administrava uma das maiores coleções de obras de arte de temática brasileira dos séculos XVIII e XIX, doada integralmente ao Museu em fins de 2007.

Sua missão institucional atual pode ser resumida nas seguintes atividades:

• Preservar a história e a memória da Pinacoteca do Estado de São Paulo por meio da guarda, organização e administração de seu arquivo permanente;

• Guardar, organizar e tornar acessíveis e públicos arquivos de instituições de arte, artistas, críticos de arte e ex-colaboradores da instituição que possuam relevância para o estudo da trajetória da Pinacoteca do Estado de São Paulo e para a pesquisa das artes visuais paulistas e brasileiras, bem como coleções documentais que envolvam a mesma temática;

29 Relatórios Anuais de Atividades do Centro de Documentação e Memória da Pinacoteca do

Estado de São Paulo, 2005, 2006 , 2007, 2008 e 2009. Série Relatório Mensal de Atividades do Centro de Documentação e Memória da Pinacoteca do Estado de São Paulo, janeiro a dezembro de 2009.

• disponibilizar o acesso e propiciar a publicidade de informações sobre a instituição, dando transparência à sua gestão e às suas políticas culturais, atividades e objetivos;

• facilitar e racionalizar a administração do Museu por intermédio de políticas de organização, produção e padronização documental, e disseminação de informação institucional. Em 2008, o CEDOC deu início a novas atividades e projetos, dentre os quais se destacam o “Programa de História Oral da Pinacoteca do Estado de São Paulo”, o “Projeto História Oral da Coleção Brasiliana” e o “Programa de Entrevistas com Artistas e Curadores da Pinacoteca do Estado de São Paulo”. Esses projetos têm por objetivo apoiar o trabalho de pesquisa interna do setor, além de oferecer novas fontes de pesquisa para os consulentes e pesquisadores interessados, sejam eles internos ou externos.

O “Programa de História Oral da Pinacoteca do Estado de São Paulo” é baseado na coleta de entrevistas gravadas com colaboradores antigos e atuais (funcionários, conselheiros, parceiros e diretores), críticos e professores de artes plásticas, artistas plásticos e profissionais de artes em geral, preservando e tornando acessíveis depoimentos que registram e testemunham os processos, movimentos e trajetórias da instituição e consequentemente das artes plásticas brasileiras. O foco primordial das entrevistas, que possuem roteiros previamente organizados a partir de pesquisa no arquivo institucional e em outros acervos, é a relação do entrevistado com a instituição. O mesmo objetiva a constituição de um acervo de mídias e a inclusão parcial ou integral (dependendo da extensão e dos direitos de veiculação envolvidos) do registro no banco de dados do CEDOC, facilitando o acesso e a consulta pública dos depoimentos e dos documentos gerados na pesquisa.

Já o “Projeto História Oral da Coleção Brasiliana”, apesar de possuir basicamente os mesmo objetivos, foi inicialmente pensado para levantar subsídios para a organização, informatização e disponibilização de seu arquivo institucional (sob guarda permanente do Centro de Documentação e Memória da Pinacoteca do Estado). O mesmo registra a memória oral da formação e administração da Coleção Brasiliana, através de entrevistas com pessoas que

tiveram um papel relevante na sua história até a doação para a Pinacoteca do Estado de São Paulo (fins de 2007).

O Centro de Documentação e Memória foi concebido através de projeto elaborado por Gilberto Habib (ex-funcionário do Museu) em 2003 e implantado em 2005, com o apoio da Fundação VITAE. Inicialmente, a organização do Arquivo Permanente da Pinacoteca iria ser executada com apoio técnico e consultoria do CEDIC (Centro de Documentação e Informação Científica Professor Casemiro dos Reis Filho, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), que chegou a realizar uma visita técnica através das arquivistas Viviane Tessitore e Ana Célia Navarro de Andrade, em março de 2005. Com o intuito de agilizar e flexibilizar a organização do arquivo, a coordenadora do projeto de implantação, a jornalista e historiadora Marcia Camargos, decidiu contratar um outro especialista em arquivos como consultor. O profissional escolhido foi André Oliva Teixeira Mendes, que atuou como consultor até janeiro de 2006. Também participaram dessa primeira fase o assistente técnico Eduardo Entini e os estagiários Karina Silva Costa e Anderson Pereira Lima. Em outubro de 2005, o autor desta monografia, Gabriel Moore Forell Bevilacqua, ingressou no projeto como consultor para a informatização do arquivo. A concepção inicial do banco de dados foi realizada pelo consultor André Oliva Teixeira Mendes, através da programação de Luiz Souza.

Após o encerramento da consultoria de André Oliva Teixeira Mendes e do trabalho de Eduardo Entini, a discussão em torno da configuração e adaptação da base de dados ficou a cargo de Gabriel Moore. Em março de 2006, após a passagem da administração da Pinacoteca do Estado para uma organização social, os consultores Marcia Camargos (coordenadora do projeto) e Gabriel Moore foram contratados respectivamente como coordenadora e analista. Passaram também pelo CEDOC os estagiários Luana Souto, Rubens de Falcon (atual assistente de pesquisa), Luciana Lino, Pedro Nery e Rosana Leite (estagiária atual). Em abril de 2008, com a saída de Marcia Camargos da coordenação do Centro de Documentação e Memória o mesmo passou a ser coordenado por Gabriel Moore. A formatação atual do CEDOC conta com três colaboradores: Gabriel Moore, Rubens de Falcon e Rosana Leite.