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Foto 06 – Mensagem final do questionário criado no Google Docs

6. ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

6.4. EU ACHO QUE EU POSSO CONTRIBUIR PARA CONSTRUIR UM MUNDO

6.4.1 O colégio com certeza dá um gostinho do que é a vida

Quando chegou a oportunidade de reflexão sobre que formação consideravam estar recebendo no CTBM, os estudantes surpreenderam minhas expectativas, já que muitos jovens nessa etapa de formação, sequer decidiram como será seu futuro.

A contribuição do Colégio, para CIRO, foi ter sido a opção que lhe fez sair mais cedo de casa, e que lhe possibilitou uma melhor PREPARAÇÃO PARA O VESTIBULAR64, pois estava encorajado em cursar a faculdade em outro Estado.

LUNA sentiu que seu SONHO FOI REALIZADO, mas desejava concretizar, ainda, a expectativa que havia criado na escola, de passar na Universidade Federal, pela formação que teve no colégio.

LEO registrou que recebeu “uma formação muito grande”, pois passou a ser MAIS DISCIPLINADO E CAPRICHOSO, além de adquirir habilidades em novas atividades, que não sabia executar, antes de vir para a escola:

Hoje eu sei fazer muito bem tipo coisas até em casa no cotidiano, como aqui a gente tem a faxina do colégio, que são os alunos que realizam a faxina e isso me ajudou bastante em casa, porque antes eu dependia muito dos meus pais, hoje eu consigo

fazer as minhas próprias coisas sozinho, e tanto a disciplina, tu ser mais caprichoso, em tudo que a gente faz, isso o colégio ajuda muito (S3.38.1º.C.15.MB).

ROSA se sentiu MAIS RESPONSÁVEL em razão da rotina que, lhe exigiu maior comprometimento, mas que também lhe garantiu MAIOR MATURIDADE, segundo a estudante:

Eu me sinto mais madura porque sei lá aqui a gente tem muitas responsabilidades, então tipo é a responsabilidade com uniforme, com a apresentação pessoal com os trabalhos, porque se tu não entrega trabalho tu é comunicado que é tipo assim advertência, e se tu disse que vai fazer alguma coisa, tu tem que fazer aquela coisa, tipo são várias responsabilidades que eu tenho que ter agora, que eu não tinha antes e eu acho que isso meio que me amadureceu (S6.45.1º.C.15.FN).

A maturidade não foi percebida só por Rosa, LILI disse que o colégio contribuiu para que ocorresse “muita mudança no seu comportamento e muita mudança” na sua “forma de ver o mundo”, pois pensava que suas “ideias eram absolutas” e que o que pensava “era o certo” (S7.23-24.2º.M.16.FN). Salientou ainda, que o que MUDOU foi SUA PERCEPÇÃO DE MUNDO:

Percepção de mundo, minhas opiniões mudaram né porque aqui no colégio proporciona momentos de discussão, às vezes né, discussão de assuntos e aí eu fui percebendo que a minha opinião não era tão... que eu fui meio que acordando para o mundo né, realmente eu era uma pessoa muito imatura e o colégio me proporcionou crescer um pouco mais no meu pensamento (S7.25-26.2º.M.16.FN).

LILI também se considerou mais “disciplinada”, mais “madura” e mais “expressiva”, tanto que fez questão de citar uma experiência que achou importante (S7.79-81.2º.M.16.FN):

Gostaria de citar uma coisa muito marcante aqui no colégio, que antes eu mal falava eu não me mostrava tanto para falar, não me apresentava sabe, aqui no colégio eles proporcionam que a gente nas funções de comando do segundo ano, que mesmo na chefia de turma a gente assuma uma posição, que a gente se expõe, e o colégio me proporcionou muito disso né, de saber o meu lugar no mundo né, não preciso me esconder pelos cantos, não tem necessidade disso.

Ao contrário de LILI, muitos jovens, em outras escolas, deixam de realizar grandes progressos pessoais, pela falta de atividades culturais e artísticas. Também pela desconfiança de gestores e professores na capacidade dos jovens assumirem tarefas, que poderiam desenvolver, gradativamente, a expressão oral, a postura pessoal, o sentimento de orgulho e de segurança em si mesmo.

A aquisição de maturidade no CTBM, por parte da estudante, deve-se ao fato, segundo LILI, de nunca terem tido contato com a disciplina militar, antes de ingressarem no colégio, e que, por isso, a disciplina desencadeia nos jovens um comportamento diferente.

Então isso tudo vai desencadear uma pessoa madura e preparada para o que vai enfrentar fora do colégio, porque o colégio aqui ele dá muita, como posso dizer, um gostinho do que vai acontecer fora daqui (S7.81.2º.M.16.FN).

O entendimento de que o colégio esteja preparando os estudantes, com práticas que irão experimentar fora da escola, levou BIA a ratificar a manifestação de LILI, dizendo que “acima de tudo, além de contribuir” para sua “formação, O COLÉGIO COM CERTEZA DÁ UM GOSTINHO DO QUE É A VIDA” (S2.146.2ºC.15.FB):

Acima de tudo além de contribuir na minha formação o colégio com certeza dá um gostinho do que é a vida, pra mim por exemplo que sai de casa com 14 anos, então aqui eu tenho uma convivência com pessoas de diversos tipos de mentalidades, que eu vou ter que aturar para a minha vida inteira, então o Colégio com certeza dá uma lição de preservação da família do quanto tu deve se preocupar com as pessoas que te cercam numa questão de respeito numa questão de tentar pelo menos entender o que o outro pensa é muito grande, e além disso o colégio oferece uma ótima estrutura de ensino.

Em meio a tantos desafios, a contribuição dos CTBMs estava sendo positiva na vida desses jovens, que viram sentido em estar frequentando essas escolas. Para LUNA o que mais lhe agradou foram AS AULAS – “eu gosto de (pensar) eu vou pra aula porque tenho aquela matéria que eu adoro” explica a estudante, além de demonstrar uma grande satisfação com as práticas militares – “agora na sexta-feira, toda sexta-feira a gente vai marchar, essa notícia me deixa muito entusiasmada, [...] é uma coisa que eu gosto muito, de praticar esses ATOS MILITARES, essa rotina diária de manhã, a marcha na sexta-feira, isso eu gosto bastante” (S1.47-48.3º.MA.16.FB), ressaltou a jovem.

Todos os jovens registraram o que gostavam nos CTBMs, e a citação de BIA resume bem o que a maioria assinalou:

Eu gosto dos meus amigos, eu gosto do estudo, da trajetória que eu tracei no colégio. Eu admiro muito o que já conquistei e eu espero que eu possa continuar conquistando e possa continuar me mantendo no nível em que eu estou (S2.118.2º.C.15.FB). Pelo que pude perceber os jovens que ainda estavam no primeiro ano, perceberam os ganhos que obtiveram durante sua permanência no Colégio, principalmente diante da adversidade, e vislumbraram as demais etapas com esperança de um dia assumi-las.

Os estudantes que chegaram no segundo ano, sentiam-se mais experientes e procuravam se organizar no exercício das novas funções, modificando opiniões e planejamentos, ao mesmo tempo que acompanhavam os demais anos de formação, avaliando o antes e o depois. Já os estudantes do terceiro ano, que estavam mais próximos da formação, para transporem a uma nova fase, se dedicavam ao cumprimento das metas com vistas a garantir a realização do projeto de futuro que fora idealizado.