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CAPÍTULO 3 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

3.2. O CONTEXTO EDUCACIONAL CONTEMPORÂNEO

A atual evolução tecnológica interferiu nas diversas atividades humanas e a educação foi um dos segmentos que mais sofreram impactos transformando-se em elemento primordial no panorama vigente conforme demonstra Takahashi, (2000) :

A educação no atual cenário apresenta-se como elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado. Parte considerável do desnível entre indivíduos,

organizações, regiões e países deve-se à desigualdade de oportunidades relativas ao desenvolvimento da capacidade de aprender e concretizar inovações.

Para atender a este contexto a educação tem procurado novas formas de atuação modificando seu papel e propondo alternativas inovadoras para a disseminação do conhecimento. No cumprimento deste propósito tem encontrando na tecnologia um forte aliado como salienta Maçada (1998) quando afirma:

É inquestionável que atualmente presencia-se um importante momento histórico, revolucionado pelos grandes avanços dos meios de comunicação e da informática. Ambos, unidos, potencializam ainda mais os seus impactos sobre diversos aspectos da atividade humana, dentre elas os relacionados à educação.

As tecnologias modernas têm despontado nos últimos anos como importantes ferramentas de difusão do conhecimento e de democratização da informação. A sociedade é regida pela informação uma vez que a telemática (neologismo que resulta da conotação das palavras Telecomunicações e Informática, representando respectivamente a utilização combinada dos meios de comunicação à distância com os meios eletrônicos e processamento da informação) possibilita o acesso permanente e atualizado às fontes de informação dispersas geograficamente (MAÇADA,1998).

Santarosa, (1998) sobre este panorama observa o seguinte:

Abre-se uma perspectiva ímpar no contexto do mundo atual, provocando uma reorganização da sociedade, com conseqüentes repercussões no contexto educacional, principalmente no que se refere à utilização de computadores no processo de aprendizagem de cunho mais individualizado, passando a assumir um contexto de maior interação/troca/cooperação com o outro no ambiente de redes telemáticas.

Toda esta alteração de valores que transformou o processo educacional, acabou provocando mudanças na forma através da qual os indivíduos procuram se inserir neste novo contexto, e também, nas técnicas de disseminação da aprendizagem.

Maçada (1998) observa:

Entre os impactos mais importantes pode-se destacar: a forma de comunicação entre as pessoas; o surgimento do pensar inferencial indo além do indutivo e dedutivo; a diversificação na representação do pensamento através dos meio multimedias aliados à telemática; uma nova concepção de espaço e tempo no sentido de derrubar fronteiras de comunicação.

Na tentativa de melhor compreender esses novos rumos é interessante conhecer alguns aspectos da educação antes e depois da Sociedade da Informação conforme as características demonstradas através do Quadro 3 apresentado a seguir:

Quadro 3 - Paradigma Antigo x Paradigma Novo Paradigma antigo

(Era Industrial)

Paradigma novo (Era Digital/da Informação)

Conhecimento Transmissão do professor para o aluno Construção coletiva pelos estudantes e professor

Estudantes Passivos, “caixas vazias a serem” preen- chidas pelo conhecimento do professor. Recebem ordens

Ativos, construtores, descobridores transformadores do conhecimento. Tomam decisões.

Objetivo do professor Classificar e selecionar os alunos Desenvolver os talentos dos alunos

Relações Impessoal entre estudantes e entre profes sor e estudante

Pessoal entre os estudante e entre professor e estudantes

Contexto Aprendizagem competitiva, individualista. Informação limitada

Aprendizagem cooperativa e equipes cooperativas de professores, infinidade de informação

Concepção de

educador (pressupos- tos)

Qualquer um pode ensinar Ensinar é complexo e requer consi- derável informação.

Fonte: Maçada e Tijiboy, 1998.

Avaliando estas características é possível perceber que antes do advento da Sociedade da Informação o conhecimento era adquirido através de uma educação formal, regulada por uma formação básica na qual as informações transmitidas muitas vezes deveriam ficar de posse de seus detentores, muitas vezes sem opções de compartilhamento. Atualmente, novos tipos de conhecimentos estão sendo exigidos do homem moderno. Algumas habilidades como a criatividade, a colaboração, o desenvolvimento do senso crítico, a capacidade de trabalhar em equipes e executar o trabalho através de modelos matriciais contrários a ambientes hierárquicos representam requisitos que no cenário atual tornaram-se fundamentais na formação dos indivíduos.

Pode-se concluir que para atender a esta demanda, a educação, qualquer que seja sua modalidade, tem que se tornar menos formal e mais flexível procurando, cada vez mais não transmitir apenas conhecimentos, mas gerar conhecimentos através de procedimentos reflexivos aliados às práticas que regem o novo contexto mundial.

Por outro lado, educar em uma sociedade da informação significa muito mais que treinar as pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação: trata-se de investir na criação de competências suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação efetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar criativamente as novas mídias, seja em usos simples e rotineiros, seja em aplicações mais sofisticadas. Trata-se também de formar os indivíduos para "aprender a aprender", de modo a serem capazes de lidar positivamente com a contínua e acelerada transformação da base tecnológica.

Maçada (1998) reforça esta proposta concluindo:

É frente a esta nova realidade em radical transformação que a educação deve refletir sobre seu papel e propor novos rumos, de forma a vir ao encontro não só das exigências do mercado de trabalho onde os alunos serão inseridos mas também, e principalmente, de como promover o desenvolvimento de cidadãos críticos, autônomos, criativos, que solucionem problemas em contextos imprevistos, que questionem e transformem sua própria sociedade, em suma, sujeitos de seu próprio ambiente.

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