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O Desporto de Natureza na valorização cultural

PARTE I |ENQUADRAMENTO E ORGANIZAÇÃO GERAL

CAPÍTULO 3. DESPORTO DE NATUREZA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

2.3. D ESPORTO DE NATUREZA E OS BENEFÍCIOS SOCIOCULTURAIS

2.3.3. O Desporto de Natureza na valorização cultural

Em termos culturais, e tendo em conta a realidade das AP, a investigação focada nas atividades desportivas parece ser menos abundante. Os DN, enquanto fonte de desenvolvimento socioeconómico, poderão providenciar um aumento da capacitação local, identificação e valorização da terra e da ruralidade, sentido de pertença e de identidade local. Poderão também, se articulados com outras atividades, contribuir para a difusão cultural (e.g. artesanato; costumes e tradições locais) e um consequente aumento do rendimento de pequenos negócios familiares. No entanto, outros fatores menos positivos como a perda desta identidade local (derivada de um fluxo muito grande de turistas e como consequência de multiculturas), ou o excesso da capacidade de carga dos locais de lazer e recreação, podem ser evidenciados se não for acautelado um correto planeamento turístico.

De acordo com Buckley (2002), no contexto do turismo de surf, os impactos culturais podem ocorrer a vários níveis. O primeiro sucede quando um determinado destino, principalmente num país em desenvolvimento, se torna popular com as viagens de surfistas de nações mais ricas. Tal como acontece com a maioria das formas de turismo, alguns dos locais mais preparados vão tirar partido das novas oportunidades comerciais, fornecendo alojamento turístico e transporte local. Estas aparentes vantagens económicas podem provocar alterações nas dinâmicas socioeconómicas de determinada região, prevendo-se até uma alteração profunda das suas fontes de rendimento (sobretudo no que diz respeito a negócios familiares).

No que diz respeito à implementação de áreas protegidas marinhas, Badalamenti et al. (2000) examinaram os efeitos do desenvolvimento turístico nestas áreas no mediterrâneo, justificando a necessidade de se aprofundar este conhecimento pelo evidente crescimento na procura turística nestas zonas. Os autores referem a necessidade de se dar atenção (na realidade mediterrânica) a dois grupos alvo (dentro das populações locais) sujeitos a um impacto sociocultural considerável, nomeadamente pescadores e jovens que habitam as zonas de procura turística. Em termos socioeconómicos e culturais, os autores defendem que nem sempre é fácil consciencializar os residentes de que a introdução de um estatuto de conservação e o eventual desenvolvimento do turismo nessa zona pode ser vantajoso. Para os primeiros, referem que as possibilidades de desenvolvimento turístico-desportivo associado ao mar pode ser uma forma de suplementar os seus rendimentos, através do aluguer de embarcações, viagens de pesca ou passeios de barco. Para os

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138 segundos (jovens) identificaram a possibilidade de serem criados centros de mergulho, atividades de mergulho, snorkling e viagens de barco.

O desporto é reconhecido sobretudo pelo seu papel integrador e propulsor dos valores da sociedade e do respeito pelo próximo, valores defendidos por Pierre de Coubertin e o ideal dos Jogos Olímpicos. O DN não foge a este princípio, e resultados de variados estudos sugerem a sua efetividade neste campo. Seja numa perspetiva de desenvolvimento pessoal, respeito pelo próximo e pela sociedade em geral, ao nível da qualidade de vida ou bem-estar, existe espaço para um maior envolvimento das sociedades nestas atividades.

3. Considerações finais

Num sentido conclusivo e face ao exposto ao longo deste capítulo, parecem-nos evidentes as potencialidades do DN enquanto elemento contribuidor para o desenvolvimento sustentável nas AP. Encontramos, antes de mais, uma prática em crescendo, que ocupou uma posição determinante na ocupação do tempo de lazer das populações. É esta tendência das novas sociedades que nos permite realizar uma reflexão final acerca do papel do DN dentro de cada uma das dimensões de sustentabilidade:

1) A evolução das sociedades e das indústrias que a constituem fazem emergir o turismo, enquanto indústria com impacto mundial. Neste escopo, e tendo em conta os segmentos do turismo ativo, de aventura e natureza (inseridos numa das três vertentes do turismo desportivo), o DN revela sinais de uma real contribuição para as economias rurais e, em alguns casos, assume relevância regional (caso dos Alpes Franceses) ou nacional (caso Neozelandês). O DN não deve ser unicamente entendido como produto final de consumo, mas também como complemento a outras atividades de natureza mais cultural ou contemplativa, por turistas e/ou visitantes que nem têm a motivação desportiva como principal. Isto sucede numa vertente mais soft das práticas, traduzidas por exemplo pela prática de pedestrianismo ou canoagem em águas calmas. Outro fator de elevada importância está relacionado com a dimensão horizontal do impacto destas atividades. O turismo desportivo, como qualquer outro, implica na maior parte das vezes o consumo de outros serviços e produtos turísticos (ou não turísticos), sendo os mais evidentes o alojamento e a restauração, podendo contribuir assim para um maior desenvolvimento local.

Por isso mesmo, e em AP, o DN não deve ser unicamente encarado como “produto final”. Pode facilmente funcionar como complemento a outros produtos e potenciar vivências mais marcantes em contato com a natureza.

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139 2) Em termos ambientais, não será sensato da nossa parte negligenciar os potenciais impactos negativos destas práticas (como acontece aliás, com todas as atividades humanas). Sensato será considerar que o praticante/visitante/utilizador ou o turista é o principal veículo ou causador desse mesmo impacto, e que a consciência ecológica de cada indivíduo é um fator de base para a minimização dos efeitos negativos das suas ações. E neste campo, que remete para fatores sobretudo relacionados com a educação ambiental, o DN também se revela aparentemente eficiente. Antigos modelos que defendiam a aquisição de competências ambientais numa relação direta e linear (Conhecimento ambiental -Atitude Ambiental – Comportamento pró-ambiental) estão atualmente refutados (Kollmuss & Agyeman, 2002), e novos fatores influenciaram outras aproximações educativas baseadas sobretudo na experiência e vivência da natureza. É neste campo que o DN pode providenciar experiências de elevada qualidade e profundidade, permitindo a experimentação contínua, a reflexão e, posteriormente, uma adoção de comportamentos cada vez mais aceitáveis face ao meio ambiente. Seja no ambiente escolar, desportivo (associativo) ou turístico, as possibilidades de implementação das práticas desportivas na natureza são enormes e as AP, como símbolos do respeito e ideal de conservação, podem ser palcos de prática por excelência. 3) O desenvolvimento pessoal das crianças e jovens é um fator de base no desenvolvimento das sociedades. Em zonas caracterizadas pela ruralidade (como é o caso das AP), este fator ainda se pode tornar mais pertinente, se considerarmos as possibilidades providenciadas pelo desporto, enquanto fator de educação para o desenvolvimento pessoal, físico e psicológico das crianças, assim como para a cidadania, o respeito pelo próximo e a socialização. Os exemplos demonstrados nos diversos estudos abordados revelam a aptidão da prática desportiva e da natureza no desenvolvimento de determinadas competências pessoais, no constructo de uma identidade própria e de acordo com os valores morais da sociedade. A este fator educacional é adicionada a já reconhecida capacidade que o desporto (na sua generalidade) providencia aos seus participantes, no que diz respeito à qualidade de vida e ao bem-estar. O elemento “natureza”, implícito nas práticas desportivas em estudo, dá ainda mais ênfase aos efeitos benéficos da atividade física. Aqui, os benefícios não atingem apenas os mais jovens, mas também os indivíduos da classe trabalhadora que, em busca de momentos de escape, alívio do stress ou do cansaço, ocupam o seu tempo de lazer ou as suas viagens em espaços naturais, dentro de cidades ou não (poderíamos utilizar o caso de Monsanto na cidade de Lisboa), através da vivência da natureza e da prática de DN. Em termos culturais, os resultados não são tão evidentes, mas a generalidade da literatura nos campos da recreação e do turismo desenvolvidos em AP, remetem para as possibilidades de difusão e enriquecimento cultural providenciado pela visitação, e traduzido na troca de experiências, conhecimentos e vivências entre visitantes e residentes. Se uma determinada região é alvo de

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140 procura turística ou de lazer, é porque desperta interesse no visitante. Se isto se verifica, então presume-se que a área tem valor e este aspeto contribui para uma maior valorização cultural e etnográfica dos próprios residentes que encontram, muitas vezes, oportunidades económicas e de socialização.

4. Conclusão

De forma a responder ao objetivo estipulado,

Obj.Esp.2 (Parcial): Compreender e justificar a pertinência das atividades desportivas enquanto manifestações de práticas recreativas e turísticas nas AP;

Conclui-se que os DN têm condições de incorporar a diversidade de atividades recreativas e turísticas desenvolvidas em AP, já que evidenciam sinais de real contributo para as diferentes dimensões do desenvolvimento sustentável (económica, ambiental e social), princípio essencial que caracteriza a gestão destes espaços. A adequação aos princípios de desenvolvimento sustentável, o elevado caráter experiencial e a influência que o meio natural e a socialização exercem na formulação destas experiências, sugerem que uma gestão do espaço natural baseada na gestão por atributos (capítulo 1) é adequada ao planeamento e desenvolvimento do DN em AP.

As AP devem ser constituídas no sentido de permitirem a visitação pública/comercial, a organização de setores industriais locais (e.g. artesanato), através da disponibilização de informação sobre o espaço, criação de rotas temáticas, apoio ao desenvolvimento de pequenos negócios baseados nos valores etnográficos de determinada região e, consequentemente, a instituição de programas de visitação mais completos. Apesar de salientarmos o papel do governo, outras entidades públicas ou privadas, que se congratulam como stakeholders em AP, poderão, em conjunto, potenciar estas possibilidades.

É fundamental ter em conta que este aparente contributo do DN pode gerar também fatores menos positivos. Por isso mesmo, governos, instituições públicas e privadas devem estar atentos às mudanças (evidenciadas no capítulo anterior) e repensar as políticas públicas, a gestão dos espaços e a regulação dos setores comerciais.

As AP são espaços de excelência para a prática de atividades de DN e deverão ser uma das primeiras instituições a considerar estes fatores. Se aumentos na procura destas práticas se verificarem, estas áreas deverão estar preparadas evitando uma remediação desnecessária de eventuais problemas que possam surgir, através de ações/decisões menos fundamentais e de caráter mais restritivo/proibitivo.

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Fase macro: Conclusão e implicações metodológicas

Estabelecimento da teoria

Os capítulos anteriores (1,2 e 3) traduziram-se num esforço de compreender o enquadramento internacional das áreas protegidas e mais especificamente das atividades desportivas, recreativas e turísticas realizadas nestes espaços, ao nível da sua evolução, concetualização (e limites entre conceitos), estado de arte, e paradigmas atuais da sua gestão. Estes dois capítulos representam uma visão holística sobre a temática, através de um extenso trabalho de revisão de literatura de natureza interdisciplinar. Congratulando-se neste momento o final da fase macro do modelo de análise, procedemos a um primeiro momento de interpretação complementar das informações obtidas nos três capítulos anteriores. A figura seguinte Figura 13) reflete esquematicamente o resultado desta interpretação. A figura não é nova na sua totalidade, pelo contrário, consiste na junção de várias figuras apresentadas nos capítulos 1, 2 e 3 e no estabelecimento de relações entre estas. Dada a sua dimensão, é apresentada num formato horizontal.

PARTE II | Fase Macro 146 Componente estrutural 3 Componente estrutural 2 Componente estrutural 1 Componente estrutural 4

PARTE II | Fase Macro

147 Na medida em que já desenvolvemos acerca de cada umas das figuras separadamente, julgamos pertinente neste momento, salientar elementos gerais e as relações entre estas.

As áreas protegidas, expoente máximo da intenção do ser humano de conservar espaços naturais ou outros caracterizados pela ruralidade e elementos culturais ou paisagísticos de interesse, estão em termos internacionais devidamente enquadradas de acordo com categorias, objetivos e consequentes atividades passíveis de nelas serem desenvolvidas. Destas emergem a recreação e o turismo. Estes dois âmbitos de atividade são reconhecidos pelo seu contributo para os ideais de desenvolvimento sustentável nas três dimensões que o constituem. O desenvolvimento sustentável é um fator básico e inequívoco no que diz respeito aos princípios de gestão das AP, e a recreação e o turismo, alvo de processos e modelos de gestão variados e específicos, revelam pela literatura, um contributo também evidente para o desenvolvimento. Um correto desenvolvimento destas atividades evidencia também relações e benefícios com outras atividades como a cultura e a educação (componente estrutural 1).

Derivadas do lazer, a recreação e o turismo são atividades extremamente variadas, cujas definições, segmentos e motivos de prática provocam alguma dificuldade ao tentar a sua especificação e limitação concetual. Contudo, perseguindo dois elementos: o meio natural e a atividade, revela-se possível a sua especificação em segmentos mais ativos que se caracterizam pelo contato estreito com a natureza. Desta especificação emergem os segmentos turísticos e recreativos, que devidamente justificados na literatura permitem a inclusão das atividades desportivas, traduzidas sob o conceito de Desporto de Natureza (componente estrutural 2).

O aprofundamento da revisão de literatura permitiu considerar a pertinência do desporto de natureza dentro da recreação e do turismo e mais propriamente, da sua inclusão no escopo das atividades desenvolvidas em áreas protegidas. Este dado é assegurado, visto que, da mesma forma que a generalidade das atividades recreativas e turísticas, também o desporto enquanto manifestação destas, revela na literatura evidências de um contributo para os princípios de desenvolvimento sustentável (componente estrutural 3).

Os paradigmas atuais da gestão da recreação e do turismo em AP sugerem que uma gestão das diferentes oportunidades recreativas baseadas em atributos (sociais, ambientais e de gestão) é adequada e ocupa um lugar considerável na literatura atual. Esta é baseada em princípios

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