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O domínio da tecnologia como elemento impulsionador de mudanças

No documento 2019AdrianadosSantos (páginas 45-48)

3 FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO SÉCULO XXI E A IMPORTÂNCIA DA

3.3. O domínio da tecnologia como elemento impulsionador de mudanças

Dentro do contexto atual, no qual a utilização de tecnologias está cada vez mais presente em todos os âmbitos, impulsionando novas formas e meios de

aprendizagem, Prensky (2010) afirma que a tecnologia atual, oferece aos alunos muitas possibilidades para a busca de aprendizados e conhecimentos. Para o autor, com a expansão das tecnologias, apresentam-se muitas perspectivas e novas ferramentas, altamente eficientes, para que possam aprender sozinhos:

[...] ferramentas como: a internet com todo tipo de informação para se procurar algo, ferramentas de busca para se descobrir o que é verdadeiro e relevante, ferramentas de análise que permitem dar sentido à informação, ferramentas de criação que trazem resultados de busca em uma variedade de mídias, ferramentas sociais que permitem a formação de redes sociais de relacionamento e até de trabalho de modo a colaborar com pessoas do mundo inteiro (PRENSKY, 2010, p. 202).

Corroborando com esta ideia, Pozo (2003) justifica a necessidade e a importância de uma nova cultura de aprendizagem.

Estou convencido de que conhecer as características que definem essas novas formas de aprender é não apenas um requisito para podermos nos adaptarmos a elas, criando novos espaços instrucionais que respondam a essas demandas, como também uma exigência para podermos desenvolvê- las, aprofundá-las e, em última análise, através delas, ajudar a transformar essa sociedade do conhecimento, da qual supostamente fazemos parte. Se realmente acreditamos que é possível um outro mundo – e temos de acreditar nisso para desejá-lo – é preciso investir no conhecimento e, seguramente, na aprendizagem (POZO, 2003, p.34).

O autor destaca que através das tecnologias, a imprensa tornou possível novas formas de ler, as quais, sem dúvida, mudaram a cultura de aprendizagem. As TICs estão criando novas formas de distribuir socialmente o conhecimento que, seguramente, tornam necessárias novas formas de alfabetização (literária, gráfica, informática, científica, etc.). Com isso, o autor afirma que se criou uma nova cultura de aprendizagem, que a escola não pode, ou pelo menos não deveria ignorar.

O contexto de mudanças e evoluções do século XXI alteraram expressivamente a educação e o processo de aprendizagem, dissipando o conceito do professor como sendo o único detentor do conhecimento e mero depositário do saber em seus alunos. Por conta das TICs, a escola hoje, não é mais a única fonte de conhecimento para os alunos. Pozo e Postigo (2000) relatam que a escola já não pode proporcionar toda a informação relevante aos seus alunos, porque esta é muito mais volátil e flexível que a própria escola, o que se pode fazer é orientar os alunos para terem acesso e darem sentido à informação, proporcionando-lhes capacidades de aprendizagem que lhes permitam uma assimilação crítica da informação.

Moran (2012, p.8) alerta e corrobora dizendo que

alunos que não gostam de pesquisar, que não aprendem a se expressar coerentemente e que não estão conectados ao mundo virtual não tem a mínima chance profissional e cidadã enquanto esse quadro não mudar. Saber pesquisar, escolher, comparar e produzir novas sínteses, individualmente e em grupo, é fundamental para ter chances na nova sociedade que estamos construindo.

Nesta perspectiva, em consonância com o relatório da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura - UNESCO, o conteúdo da revista “The Book of Trends in Education 2.0”, que foi traduzida em português pela Editora Moderna como a “Educação no Século XXI, tendências, ferramentas e projetos para

inspirar” no ano de 2016, faz alguns apontamentos, de como deveria ser a educação

condizente com século XXI.

Atualmente, temos acesso a muitas informações sobre o funcionamento do cérebro, bem como sobre seus processos de elaboração e estímulo – dados que podem proporcionar vantagens cruciais quando implementados no processo de aprendizagem. Sabemos que os seres humanos apreciam superar obstáculos e, quando desafiados, atingem frequentemente o sucesso ao buscar padrões e respostas. Mas isso só acontece se o desafio for interessante, se atender necessidades ou se for algo intrigante, simplesmente. Gostamos de ser ativos e, quando a atividade é compensadora, o aprendizado torna-se algo divertido. Também acreditamos que, ao contrário do que se possa pensar, a posição do professor ainda é da maior importância, a despeito das modernas tecnologias. No entanto, não se deve subestimar o poder da tecnologia, pois ela traz melhorias e apoia o processo de aprendizagem, contanto que seja utilizada corretamente, sem perder de vista a natureza dessas ferramentas (REVISTA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI, 2016, p. 8).

Ademais, entende-se que a educação da atualidade deve ser disruptiva, ou seja, altamente tecnológica e aberta com relação às novas metodologias de ensino e espaços de aprendizagens, que possam aproximar cada vez mais o professor dos alunos e das suas respectivas realidades, tornando o ensino, de fato, um processo de aprendizagem mais significativo para os alunos.

Corroborando com a ideia da disrupção na educação, Moran (2015), ao analisar o contexto atual educacional, destaca situações e realidades que envolvem o professor, deixando evidente, a necessidade de uma formação diferenciada para este profissional ter melhores condições e preparo para atuar neste cenário disruptivo que emerge na atualidade.

As instituições educacionais que estão atentas às mudanças, escolhem fundamentalmente dois caminhos, um mais suave - com mudanças progressivas - e outro mais amplo, com mudanças profundas. No caminho mais suave, elas mantêm o modelo curricular predominante – disciplinar – mas priorizam o envolvimento maior do aluno, com metodologias ativas como o ensino por projetos de forma mais interdisciplinar, o ensino híbrido ou

blended, e a sala de aula invertida. Outras instituições propõem modelos mais

inovadores, disruptivos, sem disciplinas, que redesenham o projeto, os espaços físicos, as metodologias, baseadas em atividades, desafios, problemas, jogos e onde cada aluno aprende no seu próprio ritmo e necessidade, e também aprende com os outros em grupos e projetos, com supervisão de professores orientadores (MORAN, 2015, p.15).

Tendo em vista tais premissas, acredita-se que os educadores conseguirão obter melhores resultados com relação à aprendizagem dos seus educandos ao tornar o ensino mais instigante e atrativo com o uso das TICs, de novos espaços para a aprendizagem e das novas metodologias de ensino. Além disso, por conta das recentes políticas educacionais, observa-se também novas demandas em relação a inserção das tecnologias nos processos educativos, evidenciando ainda mais a necessidade de existir uma formação docente que seja alicerçada em conhecimentos e de aplicabilidade de aparatos tecnológicos da educação, conforme será descrito a seguir.

No documento 2019AdrianadosSantos (páginas 45-48)