• Nenhum resultado encontrado

2.2 Empreendedorismo na implantação de pequenos negócios

2.2.4 O empreendedorismo em pequenos negócios

As mudanças provocadas pelos avanços tecnológicos e a globalização das atividades socioeconômicas, juntamente com a terceirização, o crescimento no setor.

de serviços e o alto índice de desemprego, impulsionaram o surgimento de novos negócios.

Abrir uma pequena empresa tem sido uma alternativa para profissionais de diversas áreas de atuação, pessoas que têm o desejo de deixar de ser meros empregados, sem autonomia decisória, para se tornarem livres e independentes profissionalmente e financeiramente. Porém, nem sempre abrir um pequeno negócio é a melhor solução, pois o empreendedor poderá enfrentar diversos problemas se não incorporar o espírito empreendedor.

Os pequenos negócios são os maiores geradores de emprego e renda e contribuem para o desenvolvimento das regiões menos desenvolvidas e socioeconômicas do país. Verificou-se ainda a importância de fazer um questionamento profundo sobre o futuro e aptidões dos empreendedores, ressaltando a necessidade de planejar estrategicamente as ações, organizá-las e coordená-las antes de iniciar, como também para gerenciar um empreendimento.

Apesar da importância que exercem no sistema econômico, os pequenos negócios não recebem o mesmo grau de atenção que os grandes empreendimentos recebem dos mais variados órgãos, públicos ou privados.

As pequenas empresas possuem capacidade de resposta às mudanças na demanda, muitas vezes mais rápida do que as grandes empresas, devido, principalmente, à simplicidade de sua estrutura produtiva e organizacional. Dada a vulnerabilidade das pequenas empresas às flutuações de mercado, maior deve ser a ênfase da aplicação de estratégias neste segmento, porque as pequenas organizações produtivas precisam ter a capacidade de perceber o

ambiente competitivo com maior clareza e rapidez para garantirem a sobrevivência no cenário altamente competitivo.

As diferenças fundamentais entre os dois tipos de projetos, grandes e pequenos, estão na estratégia de avaliação, no processo de busca dos objetivos, também na articulação dos processos de diagnóstico, a programação e a implementação e, por fim, o seu grau de eficiência alcançado pela organização. No Quadro 2, evidenciam-se seis diferenças fundamentais, bem como os seus principais tópicos a serem intra-avaliados.

DIFERENÇAS FUNDAMENTAIS

PROJETOS GRANDES PROJETOS PEQUENOS

Estratégia de avaliação Analítica e objetiva, parcial, adequação administrativa dos objetivos. Basicamente qualitativa, ênfase ao individual.

Lógica da avaliação Dedutiva, com variáveis, indicadores e índices.

Indutiva, julga o projeto em um todo, caráter geral.

Roteiro da avaliação Modelo experimental clássico.

Parte da realidade global

Técnicas de análise Quantitativas. Qualitativas.

Resultados da Avaliação

São gerais, diferenciando etapas, dimensões, processos ou níveis diferentes.

Consideração específica, individual.

Avaliadores Centralizada O avaliador é da equipe

Quadro 2 - Diferenças fundamentais na distinção de projetos em função da escala.

Fonte: Cohen, 1993.

Na classificação em função da escala dos projetos é considerado o número de pessoas atingidas, o público-alvo e a magnitude de recursos necessários, isso distingue a avaliação de projetos grandes e pequenos.

As diferenças fundamentais entre os dois tipos de projetos, grandes e pequenos, estão na estratégia de avaliação, no processo de busca dos objetivos, também na articulação dos processos de diagnóstico, a programação e a implementação, e por fim o seu grau de eficiência alcançado pela organização.

Estratégia para pequenos negócios é um tema pouco explorado pela literatura. Entretanto, segundo Juliatto (1997), é de suma importância repensar o papel dos pequenos negócios dentro deste novo contexto, principalmente no Brasil, onde as pequenas e médias empresas respondem por uma parcela significativa do PIB (20%) e absorvem 70% da mão-de-obra.

No Brasil, de acordo com Gonçalvez e Koprowiski (1996), os pequenos negócios constituem o setor de atividade econômica que absorve a maior parte do empresariado nacional. A formação dessas empresas proporciona oportunidades para que as iniciativas individuais e a capacidade empreendedora se desenvolvam, além de contribuir para a geração de novos empregos e para a absorção da mão-de-obra qualificada ou não-qualificada que está se tornando desnecessária às grandes indústrias.

Não existe uma definição universalmente aceita do que sejam pequenos negócios. A classificação das mesmas pode depender, entre outras coisas, do grau de desenvolvimento do país onde se encontram instalado. A variedade de critérios utilizados decorre, em grande parte, da diversidade de situações em que foram e continuam sendo realizados estudos sobre o desempenho, os problemas e as características das pequenas e médias empresas. Em um mesmo país, diferentes entidades adotam critérios distintos.

Gonçalvez e Koprowiski (1996) mencionam que todas as empresas, principalmente as pequenas, possuem capacidade de resposta rápida às oportunidades, ameaças e demandas surgidas no ambiente. Possuem grande flexibilidade de adequação à tecnologia, qualidade e redução de custos, em função da fragmentação das atividades. Além disso, são criadas à imagem e semelhança do empreendedor e realizam pequenos volumes de operações. Sendo interessante conhecer e analisar as características comuns às MPE’s.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2003), as MPE’s representam 99% de um universo de 3,4 milhões de empresas formais existentes no Brasil. Tais dados confirmam o crescimento quantitativo de empresas com número reduzido de funcionários em relação àquelas constituídas por um número superior a 30 funcionários na evolução da abertura de empresas entre 1998 e 1999 por número de funcionários em números percentuais.

Por outro lado, a abertura de empresas que possuam número superior a 500 empregados foi negativa, denunciando fechamento de empresas.

Apesar de sua importância, os pequenos negócios enfrentam várias dificuldades, geralmente decorrentes da falta de conhecimento de seus gerentes sobre como gerenciar o empreendimento, da falta de um planejamento prévio do negócio e do desconhecimento do mercado onde atuam.

Só uma boa idéia não é suficiente para iniciar um empreendimento. É necessário transformar a idéia, que é abstrata, em algo concreto, de tal forma que aponte suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, permitindo, assim, uma melhor análise da provável oportunidade de negócio. É preciso estudar antecipadamente as ações que serão realizadas ou postas em prática e quais os objetivos que se pretende atingir.

Drucker (1998) diz que o empreendedorismo se tornou um campo de estudo que se subdivide em áreas como a gestão de MPE, empresa familiar, trabalho autônomo, práticas intra-empreendedoras, criação e início de operação de empresas, apoio ao empreendedorismo. O empreendedorismo parte de contextos culturais que se desenvolvem em torno de empreendedores que dirigem pequenas empresas.

Para tornar-se um empreendedor de sucesso é preciso ter imaginação, determinação, habilidade de organizar, liderar pessoas, ter humildade de reconhecer suas deficiências e procurar supri-las. O empreendedor é o eixo de sustentação da pequena empresa. Cabe a ele tomar todas as decisões; suas características influenciam sobremaneira no andamento dos negócios.

As empresas necessitam valorizar essa tendência e, com base nela, desenhar seus ambientes de atuação. A esta necessidade tem correspondido o surgimento de pesquisas que, focalizando o empreendedorismo como objeto de estudo sistematizou algumas das principais características observadas em empreendimentos de sucesso, criando alguns sistemas que podem direcionar as iniciativas empreendedoras, como o sistema de franquia.

Documentos relacionados