• Nenhum resultado encontrado

O exílio na pele

No documento MAA - Simone Pereira Schmidt - LLV (páginas 49-52)

Aquilo que se enroscava ao redor do seu pescoço, que quase sufocava você antes de dormir, começou a afrouxar, a se soltar

. (“No seu pescoço”, Chimamanda Ngozi Adichie) terseccional – se desenvolve vinculada a seis Núcleos e Grupos de Pesquisa. A nova área já irá compor o edital de seleção 2019 – que esse ano terá sua data antecipada para dezembro. 42 A publicação deste artigo já foi referida anteriormente.

43 SCHMIDT, Simone Pereira. “Partes de África: errâncias num mapa mudado”. In: CERDEIRA, Teresa Cristina (org.). A experiência das fronteiras: leituras da obra de Helder Macedo. Niterói: Eduff, 2002. p. 113-120. 83

2000

SCHMIDT, Simone P. “Seria o amor o fim do cerco? Relações de gênero em tempos pós”. In: REMÉDIOS, Maria Luiza R. (Org.). O despertar de Eva – gênero e identidade na ficção de língua portuguesa. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000. p. 115-130.

48 Em 2004, meu primeiro projeto de pesquisa contemplado com bolsa do CNPq inti- tulava-se O exílio na pele: gênero, etnia e raça na experiência pós-colonial luso- -africana 84. O foco da pesquisa estava orientado para a experiência do exílio, em

seus múltiplos sentidos, na representação dos sujeitos que se encontram situados numa experiência pós-colonial, dentro do universo da comunidade político-cultural luso-africana. Ao operar com as categorias gênero, etnia e raça, investiguei como a experiência do exílio, para os sujeitos pós-coloniais representados em narrativas contemporâneas, constitui-se num momento particularmente significativo de in- tersecção de múltiplos vetores identitários. Assim, no intuito de iluminar em espe- cial as questões ligadas ao gênero, à etnia e à raça nas representações analisadas, o ponto de partida para a investigação foi um procedimento que norteou minhas investigações de forma duradoura, a partir de então: o cruzamento de dois corpos teóricos – as teorias feministas e os estudos pós-coloniais.

Refletir sobre este longo processo de pesquisa iniciado formalmente com minha primeira bolsa de pesquisadora do CNPq (embora tivesse realizado pesquisas anteriores, não apenas no mestrado44 e doutorado, mas também

junto ao Acervo Literário Mario Quintana45, projeto que coordenei, vinculado 44 Em meu mestrado, realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, desenvolvi dissertação intitulada “O Mito de Tristão e Isolda no romance brasileiro; o caso Amar, Verbo Intransi-

tivo”, sob orientação de Tânia Franco Carvalhal. Nesta pesquisa analisei diversas versões do mito de

Tristão e Isolda, chegando até a contemporaneidade, quando discuti suas permanências e ressonân- cias no romance modernista de Mário de Andrade. Defendida a dissertação em 1992, a mesma ob- teve nota máxima 85. Algumas publicações resultaram deste trabalho: “A Ambiguidade de Fraulein

em Amar, Verbo Intransitivo”. Revista Arca, v. 1, n.1, p. 45-52, 1993; 86 “Amar, Verbo Intransitivo e

o Mito de Tristão e Isolda”. Ciências e Letras, Porto Alegre, p. 71-80, 1999; 87 “Tristão e Isolda: uma

história de amor e de morte”. Ciências e Letras, Porto Alegre, v. 42, p. 173-188, 2007 88.

45 Quando Mario Quintana faleceu, em 1994, fui convidada por sua sobrinha-neta, Elena Quintana, para organizar o acervo do poeta. Como naquela época me encontrava vinculada, como doutoran- da, ao Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS, e este Programa possuía um reconhecido Projeto de Acervos Literários, que integrava os acervos de diversos escritores gaúchos, tratei de

SCHMIDT, Simone P. “O feminismo nas páginas dos jornais: revisitando o Brasil dos anos 70 aos 90”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 8, n. 2, p. 77- 89, 2000.

49 ao Projeto de Acervos Literários da PUCRS) me leva a considerar em maior profun- didade o papel que um investimento dessa natureza, por parte do CNPq, exerce em nossas vidas acadêmicas. De minha parte, devo dizer que a obtenção dessa bolsa – no sentido institucional e simbólico que ela possui – mudou significativamente minha relação com a pesquisa. Creio que este foi um passo decisivo para o meu amadurecimento profissional; a partir de então, um vínculo sólido me integrava em definitivo com a pesquisa brasileira. Assim me senti, assim me sinto até hoje, fazendo parte de uma rede de pesquisadores de alto nível de produtividade e de comprometimento com a produção de conhecimento em nosso país.

vincular o acervo de Mario Quintana a este Projeto da PUCRS. O Acervo Literário Mario Quintana (ALMAQ) foi organizado no período de 1994 a 1998, sob a tutela do Projeto de Acervos Literários da PUCRS, coordenado por Maria da Glória Bordini. As coordenadoras do ALMAQ fomos eu e Marcia Helena Barbosa, e contamos com as atividades de algumas bolsistas no período. Como relato e reflexão sobre esse trabalho, resultaram algumas publicações, dentre as quais destaco as seguintes: SCHMIDT, Simone P.; BARBOSA, Márcia H.S. (orgs.). Cadernos Porto & Vírgula, nº 14: Mario Quinta- na. Porto Alegre: Secretaria Municipal da Cultura – Unidade Editorial, 1997. 89

SCHMIDT, Simone P.; BARBOSA, Márcia H.S. “Para amadores de poesia”. Cadernos Porto & Vír-

gula, nº 14: Mario Quintana. Porto Alegre: Secretaria Municipal da Cultura – Unidade Editorial,

1997. P. 3-4.90

SCHMIDT, Simone P. “A cidade por detrás da vidraça”. Cadernos Porto & Vírgula, nº 14: Mario Quin- tana. Porto Alegre: Secretaria Municipal da Cultura – Unidade Editorial, 1997. P. 61-64. 91

SCHMIDT, Simone P. “Rastros íntimos de uma vida pública: a correspondência de Mario Quintana e o dilema público/privado nas mãos do pesquisador”. Cadernos do Centro de Pesquisas Literárias

da PUCRS, vol. 4, n.1, out 1998. – Anais do 3º Encontro Nacional de Acervos Literários Brasileiros

(Org. Maria da Glória Bordini). p. 31-35. 92

SCHMIDT, Simone P. “Mario Quintana e a difícil arte de ser ‘menor’”. Ciências e Letras; Revista da Faculdade Porto-Alegrense de educação, Ciências e Letras, nº 39, p. 65-71, jan-jun. 2006. 93

2001

SCHMIDT, Simone P. “Poéticas de localização: a casa e a rua no romance português contemporâneo”. In: SANTOS, Alckmar L. (Org.). Lugares textuais do

romance. Florianópolis, Picardie: PPGL-UFSC/Université de Picardie, 2001, p.

50 Soma-se a isso que, neste primeiro período (2004-2007) de produtividade em pes- quisa, fui contemplada, em 2005, com uma bolsa Capes de pós-doutorado em Por- tugal 94, para desenvolver parte de minha investigação na Universidade Nova de

Lisboa, sob supervisão da Dra. Isabel Allegro de Magalhães. 95

A seguir, relato brevemente as etapas realizadas durante esse período em Portugal.

No documento MAA - Simone Pereira Schmidt - LLV (páginas 49-52)