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3.2.1. A simulação estocástica de sistemas dinâmicos

A simulação estocástica de sistemas dinâmicos, em tempo discreto ou contínuo, é uma téc-

nica que visa obter um histórico sobre as variações sofridas por algumas variáveis de interesse

quando os dados de entrada ou os parâmetros do sistema são alterados(PORTEUS, 1990). É uma

técnica bastante poderosa, e, não raro, é a única forma de resolver numericamente um problema

intratável de forma algébrica. Do ponto de vista deste trabalho, as variáveis de entrada são as

demandas do varejista Df=retailer

d=[1···360]. A partir destas demandas, que se propagam à montante na ca-

deia de suprimentos (CS), os processos de planejamento de produção (Manufacturing Resource

Planning(MRP)) e de demanda passam a gerar ordens.

3.2.2. Dados da pesquisa

A demanda

Os dados primários da pesquisa são os dados de demanda do verejista (Df=retailer

d=[1···360]), que foram

gerados de duas formas:

Dd=[1···360]f=retailer

=

N(µ = 350, σ = 50)

demanda estocástica normalmente distribuída

µ= 350

demanda constante = 350un.

Foi utilizada uma distribuição normal cuja média e desvio-padrão podem ser configurados na

planilha de parâmetros do modelo. Nas simulações feitas, adotou-se uma média de 350 un com

desvio-padrão de 50 unidades, conforme se mostra na tabela de parâmetros 9.

A demanda simulada do varejista gera ordens que vão se propagando como demandas à

montante na cadeia de suprimentos. Nas fábricas a demanda de produtos finais gera a demanda

de matérias primas de acordo com a composição do produto, seguindo um modelo MRP, ou

seja, planejamento de recursos de manufatura conforme mostrado na figura 12.

Os resultados

A demanda simulada para os varejistas, que se propaga ao longo da cadeia, segundo o modelo

de simulação descrito a seguir, gera um conjunto de dados de saída que serão utilizados para

avaliar o impacto dos diferentes parâmetros sobre o lucro e os custos, além dos níveis médios

de estoques e outras variáveis de interesse, como mostra a tabela 4.

Tabela 4. – Tabela de variáveis de saída

Receita com vendas ($):

RTS1, RTS2, RTF, RTD, RTR, RTTotal

CMV ($):

CMVS1, CMVS2, CMVF, CMVD, CMVR, CMVTotal

Gastos Fixos ($):

OCS1, OCS2, OCF, OCD, OCR, OCTotal

Gastos financeiros ($):

CFS1, CFS2, CFF, CFD, CFR, CFTotal

Lucro ($):

LTS1, LTS2, LTF, LTD, LTR, LTTotal

Fornecedores ($):

PGS1, PGS2, PGF, PGD, PGR, PGTotal

Clientes ($):

RCS1, RCS2, RCF, RCD, RCR, RCTotal

Estoque médio (MP + PA) ($):

STKS1, STKS2, STKF, STKD, STKR, STKTotal

NCG ($):

WCNS1, WCNS2, WCNF, WCND, WCNR, WCNTotal

Vendas perdidas (un):

LS_UNS1, LS_UNS2, LS_UNF, LS_UND, LS_UNR, LS_MNTotal

Vendas perdidas ($):

LS_UMS1, LS_UMS2, LS_UMF, LS_UMD, LS_UMR, LS_UMTotal

Custos transporte PA ($):

TP_PAS1, TP_PAS2, TP_PAF, TP_PAD, TP_PAR, TP_PATotal

Custos transporte MP ($):

TP_MPS1, TP_MPS2, TP_MPF, TP_MPD, TP_MPR, TP_MPTotal

3.2.3. Modelo de simulação

O modelo de simulação baseia-se numa cadeia de suprimentos hipotética conforme mostrado

na figura 10.

Esta cadeia de suprimentos pode ser modelada como uma rede onde cada nó tem dois tipos

básicos: o industrial e o comercial. O nó industrial é mostrado na figura 6. Na revisão de litera-

Figura 6. – Nó que representa um processo de produção de um produto, que recebe insumos

(I1, I2, . . . , Ii), os transforma em produto P1através do processo PR1e o vende

(O1, O2, . . . , Oo) para os consumidores através do processo PR2.

tura que foi feita pôde-se observar que esta idéia de modelagem fractal surge, até onde se pôde

perceber, com o trabalho de Ryu et al. (2012).

Além do nó industrial, o outro nó diz respeito ao processamento e controle dos processos.

É chamado de Unidade de Controle e Processamento de dados (UCP), conforme mostra a fi-

gura 7. Sua finalidade é processar os dados internos e externos, de acordo com determinados

parâmetros, produzindo como saída informações processadas (selecionadas, agrupadas, anali-

sadas, etc) para outros nós da rede. No caso de um microempreendedor individual, em que o

proprietário cuida de todos os assuntos, ele seria o nó UCP desta empresa

Observe-se que estes nós são fractais pois a rede resultante apresenta autosimilaridade, isto

Figura 8. – Nó que representa um processo de produção de um produto, que recebe insumos

(I1, I2, . . . , Ii), os transforma em produto P1através do processo PR1e o vende

(O1, O2, . . . , Oo) para os consumidores através do processo PR2.

é, cada nó pode ser composto de um ou mais nós iguais a todos os outros. Daí toda uma de-

terminada cadeia de suprimentos pode ser modelada como um grande nó composto por outros

tantos nós iguais a estes. A grande vantagem de uma modelagem fractal é que o tratamento

matemático fica mais simples e confiável, além de permitir insights interessantes. Cada nó pode

ser visto como uma caixa-preta, como mostra a figura 8

Modelando-se a CS da figura 10 a partir dos blocos construtivos já mostrados, temos a figura

11, que mostra a CS como constituída dos mesmos blocos, e assim sucessivamente, de maneira

auto-similar.

3.2.4. Os módulos de controle de estoque (MP e PA), MPR, fluxo de caixa e previsão de

vendas, em quatro regimes de consignação

A conservação dos estoques

Tanto os estoques de matérias-primas, de produtos em produção, quanto o de produtos acaba-

dos, tanto os em estoque quanto os que estão consignados, são controlados segundo a fórmula

básica:

Figura 9. – Rede fractal de nós que representa uma indústria que produz dois produtos nos seus dois

processos industriais (UI1e UI2).

Figura 11. – Rede de nós do tipo mostrado anteriormente, representando o nível mais elevado, que é o

da cadeia de suprimentos.

A conservação dos fluxos de caixa

Cd=n,p=p= Cd=(n−1),p=p+ EntCashd=n,p=p− SaiCashd=n,p=p

(3.2)

EntCashd=n,p=p=

Evento1

recebimento de vendas à prazo

Evento2

recebimento de vendas em consignação

Evento3

empréstimo bancário.

(3.3)