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5 ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO

5.3 O PLANEJAMENTO TÁTICO

5.4.2 O Fluxo de Caixa Racionalizado

Para a elaboração do Fluxo de Caixa Racionalizado (FIGURA 5.24) realizaram- se várias análises reunindo as seguintes informações:

desenvolvimento da obra de acordo com o planejamento racionalizado;

previsão dos desembolsos com os valores realmente pagos em materiais e equipamentos no período de utilização conforme o planejamento físico racionalizado;

previsões de recebimentos de acordo com a execução dos serviços conforme o planejamento racionalizado e as medições segundo contrato;

racionalização da mão-de-obra e equipamentos para a realização da obra com uma e com duas frentes de serviço.

Como já dito, os levantamentos dos custos de materiais e mão-de-obra foram realizados adequando os valores contidos em cada etapa do projeto, através do orçamento da

obra (ANEXO III), das notas fiscais de compra de materiais e da folha de pagamento dos

funcionários.

Para o caso de execução da obra com duas frentes de serviço, um planejamento adequado no uso dos equipamentos faz com que não haja a necessidade de se utilizar o dobro do número de equipamentos que seria utilizado para uma só frente. Situação similar para o caso da mão-de-obra, que baseado em um estudo juntamente com a experiência da realização da obra pode-se concluir que para a realização em duas frentes de serviço necessita-se apenas de 50% a mais de funcionários que em uma só frente.

Os resultados dos levantamentos, baseado na racionalização da mão-de-obra e do uso de materiais e equipamentos para o planejamento racionalizado, podem ser observados na FIGURA 5.16 e 5.17. Como no cronograma real, foram considerados para a mão de obra os valores do pagamento no final de cada mês e, para os materiais e equipamentos foi considerada a data de utilização do mesmo. Fato que está de acordo com o desembolso da empresa.Vale lembrar que o planejamento racionalizado prevê a execução da obra em 4 meses – de 21/08/2000 a 15/12/2000. 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000

ago/00 set/00 out/00 nov/00 dez/00

Despesas com Mão de obra

FIGURA 5.18 - Despesas com mão de obra – Racionalizado

0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000

ago/00 set/00 out/00 nov/00 dez/00 Despesas Materiais e Equipamentos

Baseado no planejamento racionalizado na FIGURA 5.20 pode ser observado em resumo o custo real da obra.

FIGURA 5.20 - Custo Racionalizado

As previsões de recebimento foram originadas baseando-se na execução das atividades conforme planejamento racionalizado, juntamente com a realização das medições compromissadas em contrato. Os valores das medições mensais até o recebimento do valor Global da obra, conforme contrato estão no item 2 da FIGURA 5.23. Na FIGURA 5.21 e 5.22 apresentam-se graficamente os fluxos de desembolsos racionalizados e recebimentos mensais e acumulados, respectivamente.

Desembolsos e Recebimentos mensais racionalizados

0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000

ago/00 set/00 out/00 nov/00 dez/00 jan/01

Desembolsos Recebimentos

Desembolsos e Recebimentos acumulados racionalizados 0 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000 1.400.000 1.600.000

ago/00 set/00 out/00 nov/00 dez/00 jan/01

Desembolsos Recebimentos

FIGURA 5.22 – Desembolsos e Recebimentos acumulados racionalizados

Agrupando todas as informações, na FIGURA 5.23, tem-se o Fluxo de Caixa Racionalizado, juntamente com o gráfico do Fluxo de Caixa Racionalizado descontado.

Realizando-se uma sobreposição dos gráficos do fluxo de caixa real e racionalizado tem-se a seguinte situação:

FIGURA 5.24 – Sobreposição Fluxos de caixa

Na figura acima, pode-se observar que no fluxo de caixa real, em vermelho, somente após 13 meses do início do empreendimento é que a empresa atinge o faturamento de

R$ 479.410,12, porém, devido a meta da produção das peças do lado 2 no lado 1 para

posterior transporte, a empresa adiantou recebimentos e com apenas meio viaduto pronto a empresa já tinha recebido 80% de seu faturamento, tendo que trabalhar os outros 6 meses para receber o restante. Quando se compara as duas situações, no 1º mês eles praticamente andam juntos, já no 2º para o racionalizado, a empresa teria que desembolsar um pouco mais que o real; porém em apenas cinco meses após o início da obra a empresa já receberia um faturamento de mais de R$ 660.666,91.

Como pode ser visto na FIGURA 5.23 , o VPL do Fluxo de Caixa racionalizado é de R$ 660.666,91 e do Fluxo de Caixa real foi de R$ 479.410,12, no qual, realizando uma subtração entre os dois pode-se verificar que a empresa construtora deixou de ganhar aproximadamente R$ 181.256,79, lembrando ainda que em um acordo entre a Prefeitura e a empresa construtora houve a extinção da cláusula contratual referente à multa de 0,1% do valor contratual por dia consecutivo que exceder à data prevista para conclusão da obra. Mais

uma vez fica claro, que a falta de planejamento do ambiente produtivo por parte da contratante, juntamente com a não realização do planejamento do processo produtivo por parte da empresa construtora, além de causarem o atraso da obra, diminuíram o lucro da empresa construtora, evidenciando novamente a vantagem do uso de técnicas formais para gestão de obras.

Sabe-se que o cumprimento da realização de uma obra no prazo é responsabilidade da empresa construtora, mas a contratante deve dar possibilidade para que a contratada realize o contrato, buscando identificar e eliminar as possíveis restrições existentes no ambiente produtivo antes da liberação para o início das obras.

Aliando as técnicas formais de planejamento ao gerenciamento adequado dos recursos financeiros, apresenta-se que é possível estabelecer um plano tático confiável para atingir metas estratégicas, como a redução do prazo e custo para execução do empreendimento. Fica demonstrado, mais uma vez, que uma empresa construtora de pequeno porte, mesmo possuindo poucos profissionais em seu quadro, deve realizar um planejamento formal de suas obras a fim de garantir a continuidade e proteção do processo produtivo como um todo, proporcionando uma maior facilidade no momento do controle. Basta o engenheiro estar convencido que, se organizando melhor e utilizando técnicas que permitam uma maior visibilidade dos processos, poderá sim realizar um planejamento de forma rápida e eficiente.

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