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O gestor escolar: principal agente de transformação

2.2 GESTÃO ESCOLAR

2.2.1 O gestor escolar: principal agente de transformação

Inferimos que é fundamental conceber uma instituição de ensino que garanta aos docentes o aprendizado, e que tenha conjunturas organizacionais e pedagógicas que viabilizem isso. Nesse sentido, contemplamos que os gestores escolares são os profissionais que exercem uma função de extrema relevância na definição do ambiente e cultura organizacional da escola e na efetividade do aprendizado de seus alunos.

A autora Heloísa Lück fez algumas referências sobre isso, enfocando as responsabilidades do gestor público e suas nuances.

“[...] é do diretor da escola a responsabilidade máxima quanto à consecução eficaz da política educacional do sistema e desenvolvimento pleno dos objetivos educacionais, organizando, dinamizando e coordenando todos os esforços nesse sentido, e controlando todos os recursos para tal". (LÜCK, 2004, p. 66)

Alguns anos depois, essa mesma autora, faz uma análise mais abrangente das funções e obrigações desses gestores, enfatizando que essas atuações são mais complexas e vão muito mais além:

Para Lück (2013, p. 28):

[...] o pressuposto de tal enfoque corresponderia ao reconhecimento de que a maior responsabilidade do diretor reside na liderança, orientação e coordenação das atividades docentes, o que é verdade. No entanto, essa atuação demanda o domínio de competências muito mais complexas do que as docentes, e a atenção sobre muito mais situações do que as restritas à sala de aula.

Enfatiza-se, com isto que o Gestor Escolar ocupa função muito importante no cotidiano da escola, essencial mesmo, pois a ele compete estruturar o processo pedagógico que auxilie para uma aprendizagem concreta por parte dos educandos bem como gerenciar os inúmeros processos em relação as questões administrativas, financeiras e humanas da escola.

Cabendo ainda a esse mesmo gestor escolar atribuições e responsabilidades, dentro e fora do espaço escolar. Tendo o compromisso de realizar transformações, de estimular e promover a ruptura de crenças e paradigmas antiquados/desatualizados, necessita mostrar um comportamento diferenciado, com

vistas a que os objetivos e metas da instituição sejam alcançados com sucesso e o processo ensino-aprendizagem aconteça de maneira leve, lúdico e prazeroso.

Essas atribuições e responsabilidades são elencadas por Lück (2004, p. 66); sob o ponto de vista administrativo, cabe-lhe a:

a) organização e articulação de todas as unidades competentes da escola;

b) controle dos aspetos materiais e financeiros da escola; c) articulação e controle dos recursos humanos;

d) articulação escola-comunidade;

e) articulação da escola com o nível superior de administração do sistema educacional;

f) formulação de normas, regulamentos e adoção de medidas condizentes com os objetivos e princípios propostos;

g) supervisão e orientação a todos aqueles a quem são delegadas responsabilidades.

No que lhe diz respeito sob a ótica pedagógica, é de sua atribuição a:

a) dinamização e assistência aos membros da escola para que promovam ações condizentes com os objetivos e princípios educacionais propostos;

b) liderança e inspiração no sentido de enriquecimento desses objetivos e princípios;

c) promoção de um sistema de ação integrada e cooperativa;

d) manutenção de um processo de comunicação claro e aberto entre os membros da escola e entre a escola e a comunidade;

e) estimulação à inovação e melhoria do processa educacional;

f) atuação nesses diversos setores da instituição, com uma visão holística, o gestor escolar necessita também, ser o intermediário e colaborador no planejamento, dos docentes no interior da escola, dando assistência, aconselhando e aferindo os métodos/ações educacionais.

Como gestor, esse profissional necessita conhecer os pormenores da escola, compreendendo seus movimentos, Lück ratifica isso:

(...) uma das mais básicas condições para o exercício da gestão e liderança escolar é conhecer e compreender o clima e a cultural da organização. Gestores competentes se debruçam sobre questões referentes ao clima e à cultura escolar sobre as condições que criam e sustentam suas manifestações que expressam um conjunto de respostas tácitas, atitudinais e comportamentais aprendidas coletivamente no enfrentamento de desafios. Também vigentes, assim como as condições mais efetivas para mudá-las, quando este for o caso, e desenvolvem habilidades para fazê-lo. (LÜCK, 2010, p. 131).

Torna-se essencial também, buscar unificar ideias e esforços, fazendo com que as diversidades de ideias sejam respeitadas e que todos sejam capazes de dar suas opiniões, proporcionando mais independência para escola e aos atores sociais que estão incluídos na escola, assegurar a transparência, da escola ante a comunidade desde sua administração, quanto a pedagogia, contribuindo nas fases dos projetos/planejamentos educacionais e políticos.

Lück (2013) atesta que a instrução pode colaborar para o desenvolvimento de habilidades, conhecimentos e atitudes relativas à prática do gestor, dessa forma, colabora, verdadeiramente, para o exercício consciente e intencional. Pois esse gestor, com as obrigações e responsabilidades que lhe são atribuídas precisa capacitar-se para tal.

Esse processo de aquisição de conhecimento mencionado por Lück, vem ao encontro do que tem se exigido desse gestor na atualidade, como relata Paschoalino (2017, p. 55):

O discurso de qualidade nas escolas passou a ser proferido nos mais diversos espaços da sociedade. Essa meta de qualidade está posta como um desafio para os gestores escolares, que passaram a ser cobrados pelo desempenho dos alunos. A qualidade escolar como meta de trabalho gestor, não é apenas uma especialidade brasileira referendada pelos textos legais, mas constitui um desafio constante independentemente do país.

Isso implicará em que esse gestor tenha que analisar às suas práticas administrativas, pedagógicas e políticas de um modo mais crítico e rigoroso com o propósito de avaliar a instituição e de sugerir mudanças para aperfeiçoar a qualidade. Pois, conforme afirmou Lück (2004) em consequência à hierarquia

ocupada na liderança da escola, a sua atuação pratica grande interferência (tanto positiva, como negativa) em cima de todos os âmbitos e pessoas da escola.

Sem dúvida, a gestão escolar é uma peça fundamental no processo de ação da transformação educativa, portando capacitá-los empoderando-os de conhecimentos, habilidades e técnicas para melhor desempenharem suas funções, torna-se imprescindível, principalmente no que tange aos temas MA e EA.