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5 VALIDAÇÃO DO ARQUÉTIPO PARA O

5.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

5.2.1 O Grupo SCC como organização empreendedora

O presidente do Grupo SCC, Dr. Roberto Amaral, destaca-se por seu perfil empreendedor, pois, segundo Sarkar (2008, p. 26), “empreendedorismo é o processo de criação e/ou a expansão de negócios que são inovadores ou que nascem a partir de oportunidades identificadas”, visível na trajetória da organização. Assim, pode-se afirmar que o Dr. Roberto Amaral, por sua caminhada, possui como característica:

vocação para liderar e arregimentar pessoas, buscar oportunidades, ter iniciativa, estabelecer metas, ele aumentou em mais de cem vezes o faturamento de sua empresa, inovou em serviços, abriu novas frentes de negócios, e transformou uma empresa com pouco mais de dez colaboradores em um grupo com 280 funcionários. (PANISSON et al., 2012, p. 49).

Esses autores, em Comunicação empreendedora de sucesso: um estudo de caso sobre o presidente do Grupo SCC, analisaram as características empreendedoras do Dr. Roberto Rogério do Amaral, presidente do grupo, bem como relacionaram algumas características que, segundo eles, são fundamentais para as “[...] capacidades essenciais da organização” (PANISSON et al., 2012, p. 36). Por meio de entrevista realizada pelos autores com o Dr. Roberto Amaral, observaram que o

empreendedor possui todas as características, sendo umas mais intensas do que outras, que são:

[...] estabelecimentos de metas, planejamento e monitoramento sistemático, persistência, comprometimento, busca de informações, busca de oportunidades e iniciativa, exigência de qualidade e eficiência, correr riscos calculados, persuasão e rede de contatos, e independência e autoconfiança (PANISSON et al., 2012, p. 64).

Costa, Barros e Carvalho (2011) identificaram três abordagens voltadas ao empreendedorismo: econômica, comportamental (behaviorista) e gerencial.

O empreendedorismo gerencial relaciona-se às habilidades (capacidades) e competências empreendedoras e sua relação com o ambiente organizacional, isto é, refere-se ao comportamento, à capacidade e à competência empreendedora e sua conexão com as práticas da organização. Isto é visível na trajetória do Dr. Roberto Amaral no transcorrer de sua gestão, das experiências vividas, decorrentes das atividades desempenhadas na empresa e principalmente nas mudanças necessárias para a expansão da organização com uma gestão inovadora e por processos.

Com relação à abordagem econômica, refere-se às relações entre o empreender e as ideias de inovação, risco calculado e desenvolvimento, em que o empreendedorismo impacta de forma social, econômica e política, com geração de emprego e renda, propiciando o desenvolvimento e crescimento econômico, sendo o empreendedor o ator principal. Este cenário pode ser observado no Grupo SCC, pela criação de suas unidades de negócio em diversas cidades, trazendo mudanças na economia local de cada região, bem como na comunidade, por meio da geração de empregos e renda, movimentando toda uma região proativamente, socialmente, economicamente, gerando mais riqueza, e politicamente, tendo como ator principal o presidente do grupo.

Empreendedorismo comportamental, segundo Costa, Barros e Carvalho (2011), está voltado ao perfil empreendedor, suas características e em compreender seu comportamento. Nos estudos de Panisson et al. (2012, p. 60), ficou evidente:

[...] que as capacidades relacionadas a automotivação, iniciativa, criatividade, estratégia,

experiência e relacionamento interpessoal viabilizam uma performance superior do líder e percebe-se que existem relações causais entre a capacidade empreendedora do líder e o desempenho das empresas por ele criadas.

Assim, pode-se afirmar que o Grupo SCC possui um líder empreendedor, e que, por suas práticas empregadas para gerenciar a empresa, à torna uma organização empreendedora.

No conceito de Carneiro (2008), uma gestão empreendedora é uma gestão fundamentada em oito variáveis, indispensáveis a uma gestão eficaz e promissora no ambiente mercadológico, tendo como alicerce o perfil empreendedor de seus gestores, para o sucesso no mercado contemporâneo. Para o autor, as oito variáveis para o sucesso de uma organização com cultura empreendedora são: a) liderança com cultura de execução; b) intraempreendedorismo; c) gestão por competências; d) gestão do conhecimento; e) cultura da inovação; f) planejamento estratégico; g) política de remuneração variável; h) tecnologia da informação.

Com relação à liderança com cultura de execução, Carneiro (2008) aborda a necessidade de interligar os três principais processos da organização: estratégia, pessoas e operações. Assim, é o modelo de gestão PMGI (maiúsculos) adotado pelo Grupo SCC e liderados pelos vice-presidentes, que por meio de sua gestão por processos para suas práticas, são subdivididos, onde cada uma das quatro áreas é composta de um conjunto de processos gerido por gestores, denominados pela empresa de pmgi (minúsculos) (Figura 19).

Figura 19 – Modelo de gestão PMGI e gestores pmgi das unidades de negócio e da fundação do SCC

Ressalta-se que, como o SBT-SC possui unidades em Florianópolis, Joinville, Joaçaba, Criciúma, Blumenau, Chapecó, Itajaí e Lages, cada unidade possui sua família de pmgi.

Dessa forma, pode-se afirmar que os vice-presidentes criam canais adequados para seus gestores com relação à comunicação e interação entre seus colaboradores, garantindo flexibilidade às mudanças, criatividade, intuitividade, polivalência e trabalho em equipe. Assim, a forma de liderança no SCC mostra comportamentos de colaboração para um clima de confiança em suas equipes, gerando resultados positivos para a empresa, aprimorando o desempenho, tanto individual como organizacional, sobre uma cultura de execução, colocando em exercício uma gestão empreendedora.

O intraempreendedorismo, na visão de Carneiro (2008), para uma gestão empreendedora refere-se aos empreendedores existentes na organização, na criação de inovação e valor agregado, pelo incentivo de colaboradores com perfil empreendedor e benefício da própria empresa. Com a gestão PMGI, os gestores possuem diversas atribuições e responsabilidades, podendo o mesmo gestor, dependendo do porte das unidades de negócio, ser responsável por mais de uma família de processos, ou seja, por mais de uma letra do pmgi (produto, mercado, gestão e institucional), liderados para terem atitudes, capacidade e competência em suas ações com liberdade, permitindo cooperação, aprendizagem, conhecimento e inovação na empresa, por meio de novas ações, descobertas e oportunidades.

Com relação à variável gestão por competências, Carneiro (2008) afirma que o ser humano é a mola propulsora das organizações, e devem ser geridas da melhor forma possível, pois se refere ao capital humano da empresa, em que, por meio de suas competências (conhecimento, habilidades, atitudes) e experiências, podem gerir a organização, agregando valor.

No SCC essas competências são geridas por seus diretores e gerências na busca de crescimento organizacional, pois o saber como fazer, originário de suas práticas, auxilia as empresas a enxergar as potencialidades que precisam e, com isso, buscar e treinar os seus colaboradores, bem como identificar, promover e despertar o espírito empreendedor, proporcionando resultados incrementais ou até mesmo novos para a empresa.

A gestão do conhecimento, em uma gestão empreendedora, segundo Carneiro (2008), é proveniente do conceito de que o conhecimento é o alicerce da economia e de uma gestão eficiente e

contemporânea, pois hoje é uma forte tendência e importante ferramenta na gestão das empresas.

O SCC, por meio das mudanças administrativas sob o foco de uma gestão por processos, dividida em quatro famílias: Produto, Mercado, Gestão e Institucional, estabelece algumas práticas para a implantação da gestão do conhecimento, por meio da comunicação e informação nas inter-relações e redes existentes na empresa, fomentando o desenvolvimento de novos conhecimentos no ambiente organizacional.

A variável cultura da inovação, segundo Carneiro (2008), aborda que a inovação em uma gestão empreendedora se faz essencial para garantir o sucesso da organização no mercado atuante. Para isso, os gestores precisam estar engajados com o objetivo e as estratégias da empresa para uma gestão contemporânea e diferenciada que o mercado peleia.

Ao observar a trajetória do SCC, faz-se notório e pertinente expor que o grupo busca e imprime diversidade em seus negócios, a partir de oportunidades e perspectivas de aprendizagem que propicia alinhado a uma gestão flexível estratégica na geração de vantagem competitiva, prevenindo a organização de ter uma visão míope, favorecendo, então, o processo de inovação no Grupo SCC.

A variável referente ao planejamento estratégico, que na abordagem de Carneiro (2008) refere-se a desenvolver possibilidades de ações que podem gerar boas saídas para a empresa, definindo seus planos de negócios nas diversas áreas da organização, pode ser identificada no Grupo SCC, por adotar um sistema de gestão de indicadores, aderindo ao PAEX, que traça um planejamento estratégico com visão de futuro de forma continuada, reavaliando individualmente cada indicativo, em busca de ascensão mercadológica, garantindo excelência em sua gestão por meio de seus líderes.

A política de remuneração variável para Carneiro (2008, p. 11) refere-se à forma de incentivos ao colaborador, atrelada ao desempenho, e a suas práticas na organização.

No Grupo SCC, não existe de forma clara uma política de remuneração, porém pode-se perceber que, pelas competências deliberadas de seus colaboradores e pelo formato de gestão desempenhada por ela (pmgi), um gestor pode exercer e é motivado a ter diversas funções e responsabilidades nos quatro campos, tendo mais responsabilidades e comprometimento com a unidade de negócio que atua ao atendimento de metas e objetivos de desempenho operacional,

tendo, assim, relação direta com o comportamento empreendedor do colaborador e sincronia com os resultados esperados da empresa.

A última variável refere-se à tecnologia da informação, que na perspectiva de Carneiro (2008) também é uma ferramenta importante para a empresa, pois ao ter uma grande quantidade de informação e saber tratá-la, analisá-la e armazená-la, onde todos envolvidos na organização possam a qualquer hora e local ter acesso, acelera a tomada de decisão, podendo gerar diferencial competitivo.

O Grupo SCC, por ter seu perfil e lema relacionados à comunicação e informação, tem isso bem claro e desenvolvido em sua gestão e principalmente em suas práticas, na integração das equipes, na organização por meio de ferramentas, como e-mail, portal da empresa, telefone e WhatsApp, gerenciando a informação de forma rápida e eficiente, facilitando a tomada de decisão dos colaboradores, a agilidade dos processos organizacionais e mais velocidade nas ações relacionadas diretamente aos clientes da organização, de modo a manter a organização e as pessoas operantes e competitivas no ambiente mercadológico atuante.

Por fim, pode-se expor que o Grupo SCC é regido por um modelo de gestão empreendedora, por processos gerenciais focados no Produto, Mercado, Gestão e Institucional (PMGI), que se interligam, tendo como alicerce dessa gestão o tripé: estratégia, pessoas e operações, sendo esses essenciais para a sobrevivência e o sucesso das organizações contemporâneas.

Assim, após a seleção da organização em estudo, e sua caracterização e identificação como organização empreendedora, partiu- se para a seleção dos sujeitos da pesquisa.

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